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segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

Redes sociais podem ser gatilho de distúrbios na adolescência



Estudo revela que este tipo de dependência virtual pode gerar baixa autoestima e transtornos alimentares

 
Já encontrou algum adolescente, ou até mesmo pré-adolescente, que não tenha celular ou não faça uso de mídias sociais? A resposta para esta pergunta, geralmente, é não. De acordo com Dados de 2016 do Vigitel – Ministério da Saúde, o acesso diário maior de 10 vezes ao dia às redes sociais pode aumentar as chances de insatisfação com a imagem corporal e levar à baixa autoestima e transtornos alimentares.

Marcela Tardioli, consultora em nutrição da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (ABIMAPI), explica que as propagandas, os posts e os próprios influencers que estimulam dietas que garantem o emagrecimento instantâneo vêm crescendo em escala mundial e algumas vezes essa promoção pode interferir na maneira como as pessoas enxergam a si próprias.

"Fique atento aos perfis de celebridades, modelos e blogueirs fitness. Muitas dessas pessoas quando vão falar de alimentação saudável acabam não tendo um suporte de informações corretas e transmitem um conteúdo errado", alerta a especialista.

Segundo pesquisa realizada pela instituição de saúde pública do Reino Unido, Royal Society for Public Health em parceria com o Movimento de Saúde Jovem, as redes sociais são mais viciantes que álcool e cigarro. O Instagram, por exemplo, foi avaliado como a mais prejudicial à mente dos jovens.

Os resultados do estudo mostram que 90% das pessoas entre 14 e 24 anos usam redes sociais mais do que qualquer outro grupo etário, o que os torna ainda mais vulneráveis a seus efeitos colaterais. Ao mesmo tempo, as taxas de ansiedade e depressão nessa parcela da população aumentaram 70% nos últimos 25 anos. Os jovens avaliados estão ansiosos, deprimidos, com a autoestima baixa e sem sono, e a razão disso tudo pode estar em um simples perfil da internet.

Pensando nisso, a especialista compartilha três dicas para estimular que deixemos um pouco os "padrões" impostos por mídias ou pela sociedade. 

  1. Mídias sociais: quem seguir?
É normal que adolescentes e crianças queiram seguir seus ídolos ou aqueles perfis que estão em alta. Mas é importante atenção! Avaliar alguns perfis e mensagens transmitidas por eles pode ajudar a entender melhor algumas atitudes que podem surgir em nosso dia a dia. 

  1. Dieta restritiva: de fato, esse é o único caminho para o corpo perfeito?
Não! Primeiro, é importante lembrar que o corpo perfeito é um conceito subjetivo, do ponto de vista social. Observa-se que as dietas muito restritivas não são sustentáveis, como aquelas que privilegiam um determinado nutriente ou alimento. Para perda de peso em crianças ou adolescentes, o tratamento deve alinhar uma adequação de calorias de acordo com a idade de cada um, introdução de atividade física, promoção de mudanças de alguns comportamentos, envolvimento familiar em todo processo e acompanhamento de um profissional da área de saúde. 

  1. Um alimento sozinho é o vilão?
Muitas vezes observa-se que os alimentos são classificados de forma isolada como "bons" e "ruins". O carboidrato, por exemplo, é alvo constante de restrições, principalmente nas dietas da moda. É importante lembrar que os alimentos parte deste grupo, como pães, cereais, massas, contribuem para garantir energia às crianças e adolescentes. Além disso, uma alimentação saudável deve conter uma variedade de alimentos de forma balanceada, evitando restrições severas. 





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