Estudo
revela que este tipo de dependência virtual pode gerar baixa autoestima e
transtornos alimentares
Já encontrou algum adolescente, ou até mesmo
pré-adolescente, que não tenha celular ou não faça uso de mídias sociais? A
resposta para esta pergunta, geralmente, é não. De acordo com Dados de 2016 do
Vigitel – Ministério da Saúde, o acesso diário maior de 10 vezes ao dia às
redes sociais pode aumentar as chances de insatisfação com a imagem corporal e
levar à baixa autoestima e transtornos
alimentares.
Marcela Tardioli, consultora em nutrição da
Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães
& Bolos Industrializados (ABIMAPI), explica que as propagandas, os posts e
os próprios influencers que estimulam dietas que garantem o emagrecimento
instantâneo vêm crescendo em escala mundial e algumas vezes essa promoção pode
interferir na maneira como as pessoas enxergam a si próprias.
"Fique atento aos perfis de celebridades,
modelos e blogueirs fitness. Muitas dessas pessoas quando vão
falar de alimentação saudável acabam não tendo um suporte de informações
corretas e transmitem um conteúdo errado", alerta a especialista.
Segundo pesquisa realizada pela instituição de
saúde pública do Reino Unido, Royal Society for Public Health em
parceria com o Movimento de Saúde Jovem, as redes sociais são mais viciantes
que álcool e cigarro. O Instagram, por exemplo, foi avaliado como a mais
prejudicial à mente dos jovens.
Os resultados do estudo mostram que 90% das
pessoas entre 14 e 24 anos usam redes sociais mais do que qualquer outro grupo
etário, o que os torna ainda mais vulneráveis a seus efeitos colaterais. Ao
mesmo tempo, as taxas de ansiedade e depressão nessa parcela da população
aumentaram 70% nos últimos 25 anos. Os jovens avaliados estão ansiosos,
deprimidos, com a autoestima baixa e sem sono, e a razão disso tudo pode estar
em um simples perfil da internet.
Pensando nisso, a especialista compartilha três
dicas para estimular que deixemos um pouco os "padrões" impostos por
mídias ou pela sociedade.
- Mídias sociais: quem seguir?
É normal que adolescentes e crianças queiram
seguir seus ídolos ou aqueles perfis que estão em alta. Mas é importante
atenção! Avaliar alguns perfis e mensagens transmitidas por eles pode ajudar a
entender melhor algumas atitudes que podem surgir em nosso dia a dia.
- Dieta restritiva: de fato, esse é o único caminho para o corpo perfeito?
Não! Primeiro, é importante lembrar que o corpo
perfeito é um conceito subjetivo, do ponto de vista social. Observa-se que as
dietas muito restritivas não são sustentáveis, como aquelas que privilegiam um
determinado nutriente ou alimento. Para perda de peso em crianças ou
adolescentes, o tratamento deve alinhar uma adequação de calorias de acordo com
a idade de cada um, introdução de atividade física, promoção de mudanças de
alguns comportamentos, envolvimento familiar em todo processo e acompanhamento
de um profissional da área de saúde.
- Um alimento sozinho é o vilão?
Muitas vezes observa-se que os alimentos são
classificados de forma isolada como "bons" e "ruins". O
carboidrato, por exemplo, é alvo constante de restrições, principalmente nas
dietas da moda. É importante lembrar que os alimentos parte deste grupo, como
pães, cereais, massas, contribuem para garantir energia às crianças e
adolescentes. Além disso, uma alimentação saudável deve conter uma variedade de
alimentos de forma balanceada, evitando restrições severas.
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