Pode não ser tão evidente, mas a vida agitada e o
estresse cotidiano afetam nossas emoções e são capazes até de prejudicar a
nossa saúde mental. Em alguns casos, as pressões são tamanhas que acabam se
tornando o gatilho para uma crise de ansiedade.
O Brasil, aliás, é o país com a maior taxa de
transtorno de ansiedade do mundo, com 9,3% de sua população sofrendo desse mal.
Os dados foram divulgados em 2017 pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Na
época, essa proporção representava 18,6 milhões de pessoas.
Segundo a psiquiatra do Hospital Santa Mônica, Luana
Harada, "o transtorno de ansiedade pode surgir associado a outros, como
depressão ou síndrome
do pânico. Por isso, diagnóstico preciso e o tratamento adequado são
fundamentais para o progresso do paciente".
A principal característica do Transtorno de Ansiedade é a preocupação
excessiva. Todo ser humano ao longo da vida, se sente preocupado com situações
como o desemprego, ou a situação política, por exemplo. Mas a preocupação
sentida pelas pessoas que sofrem de ansiedade, está claramente fora de
proporção em relação à probabilidade real ou impacto que um determinado fato
possa ter na vida. O sentimento de preocupação é difícil de ser controlado e
interfere no rendimento diário. Independentemente do foco, esse sentimento
temeroso é sempre acompanhado por sintomas físicos, como dor devido à tensão
muscular, dores de cabeça, micção frequente, dentre outros sintomas.
A boa notícia, garante a médica, é que existem formas
de identificar os sintomas e prevenir seu agravamento. Os avanços científicos
nesse tema também já permitem melhorar a vida das pessoas que sofrem com esse
transtorno.
A seguir, vamos esclarecer quais são os principais
sinais de uma crise de ansiedade e o que fazer diante de um quadro como esse.
Quais são os sintomas de uma crise de ansiedade?
Quem lida com muitas tarefas no dia a dia ou precisa
tomar decisões difíceis pode demonstrar alguns sinais de ansiedade nos momentos
mais críticos de sua rotina.
Alguns dos sintomas mais comuns são: dor de cabeça,
irritabilidade, palpitação, suor em excesso (a chamada sudorese) e tensão muscular.
Do lado emocional, o comportamento instável, o medo e a insegurança costumam
aparecer com frequência.
É normal se sentir ameaçado diante de muitas obrigações
ou grandes mudanças. Essa sensação ativa instintos básicos de sobrevivência e
faz com que uma pessoa queira lutar ou fugir, ainda que de maneira
inconsciente.
No entanto, é preciso diferenciar um pico emocional de um
transtorno mental, pois cada situação demanda cuidados diferentes.
Os tratamentos podem incluir o uso de medicamentos,
sessões de psicoterapia ou uma combinação entre eles. Mas somente um
profissional qualificado poderá fazer um diagnóstico preciso e recomendar as
medidas mais adequadas.
O que fazer para combater a ansiedade
Mesmo com as particularidades de cada indivíduo, há
atitudes básicas que podem ser tomadas para aliviar e prevenir crises de
ansiedade.
A alimentação saudável é um dos cuidados mais
importantes para a saúde e o bem-estar, qualquer que seja o quadro clínico de
uma pessoa. O ideal é reservar horários para as refeições, de modo a evitar a
sobreposição de tarefas.
Além disso, é preciso evitar o consumo em excesso de
doces e bebidas estimulantes, geralmente as válvulas de escape para quem sofre
desse mal.
Luana Harada, reforça que a atividade física também
auxilia no controle das emoções. Realizar com frequência qualquer exercício faz
com que o corpo libere hormônios responsáveis pela sensação de bem-estar. No
longo prazo, corpo e mente ficam mais equilibrados e a pessoa passa a ter mais
disciplina.
Lembre-se: atenção e cuidados diários são essenciais,
mas não dispensam ajuda médica especializada.
Se você
quiser saber mais sobre o tema, relacionamos aqui dois vídeos, um com a doutora
Luana Harada, psiquiatra, e outro com Danielle Bevilaqua, psicóloga do
Hospital Santa Mônica. Elas explicam as principais causas da ansiedade e como
tratá-la corretamente.
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