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segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

CHINESES REFORÇAM ATENÇÃO COM RISCOS DE INVESTIMENTO NO PAÍS



Ampliação de aquisições locais intensificam rigor com análise de oportunidades; consultoria comenta preocupações mais frequentes 


O cenário político-econômico aliado ao preço atraente de ativos nacionais, à abundância de recursos naturais e ao tamanho do mercado consumidor brasileiro reforçam entre chineses a percepção do Brasil como grande oportunidade para investimentos. 

“Se inicialmente os interesses eram focados apenas em recursos naturais e alimentos para abastecimento do mercado interno chinês, desde 2014 o Brasil é visto como relevante plataforma de crescimento para a indústria chinesa escoar sua produção e excedentes”, afirma Fernanda Barroso, diretora geral do escritório brasileiro da Kroll, líder global em gestão de riscos, investigações, compliance, segurança cibernética e resposta a incidentes.

E assim como crescem as cifras trazidas pelo gigante asiático ao país e muda-se o tipo de investimentos, tem se intensificado a preocupação com os riscos oferecidos em negócios locais. “Junto com a ampliação e diversificação de investimentos, evoluiu também a atenção com conformidade e políticas anticorrupção”, afirma Barroso.

“Temos observado uma grande procura por FCPA (Foreign Corrupt Practices Act) due-diligence  por clientes da China com interesses em nossa região”, completa, referindo-se ao marco legal norte-americano de combate à corrupção transnacional.

De acordo com a executiva, esse movimento não se restringe apenas ao fato de muitas operações envolverem ativos de empresas listadas em bolsa, relacionadas na operação Lava Jato ou vinculadas a estatais. Para ela, tem havido uma disposição crescente do governo chinês nos últimos anos em implementar programas anticorrupção no país. 

Tal disposição ajuda a explicar o segundo ponto de atenção bastante observado, que diz respeito a questões trabalhistas e ambientais. “Eles buscam entender como atuar no Brasil sem ferir códigos nesses dois âmbitos, tendo em vista as grandes diferenças entre as legislações chinesa e brasileira. ” 

Já o terceiro se refere a dúvidas quanto ao surgimento de políticas protecionistas após o pleito presidencial em 2018, alterando o contexto hoje propício a novos entrantes no mercado nacional.  “A conjuntura atual é bastante favorável a investidores que querem exportar tecnologia e comprar ativos de infraestrutura, por exemplo, mas a indefinição quanto às perspectivas pós-eleições tem inspirado cuidados entre os chineses”, conta a diretora da Kroll. 

Esse foco em aquisições busca não apenas atender objetivos estratégicos chineses do ponto de vista social e econômico, mas também financeiro. “O setor privado na China tem ganhado mais importância para o governo. Desse modo, surgem novos perfis de investidores, que se preocupam muito com a qualidade dos ativos em suas aquisições e participações societárias”, explica Barroso. 

“Esse maior senso de oportunidade com vista a retornos cada vez mais competitivos com certeza traz reflexos ainda mais sensíveis em análise e gestão de riscos. O que, em última instância, beneficia tanto compradores como vendedores”, avalia a executiva. 





Kroll





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