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quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Outubro Rosa e os cuidados com a mente que refletem diretamente no corpo



É mais do que sabido pela ciência médica que existe uma relação intrínseca entre as doenças do corpo e os transtornos da mente. Existem muitos estudos realizados comparando estatisticamente as condições psicológicas dos pacientes e os problemas de saúde que os acometem. A tradição védica aborda de forma simples o funcionamento do corpo. Como professor de vedanta, escuto muitas histórias de vários alunos e alunas que se deparam com doenças difíceis, entre elas os cânceres de mama de útero. Então, metafisicamente, além das questões hereditárias há, sem dúvida, um quadro emocional que leva ao desenvolvimento de doenças. 

O útero na medicina oriental simboliza a criatividade, pois é o orgão capaz de gerar, de criar. Portanto,  quando uma mulher está  criativa, consegue expor suas ideias e se sente motivada e reconhecida, seu útero se mantém saudável. Por outro lado, se ela se sente tolhida, ou dependente de alguém, incapaz de criar, esta condição faz com que ela não se escute e, portanto, não consiga se expor para o mundo, perdendo a sua capacidade de criar. E a reflexão dessa perda de criar, na mulher, traz o câncer de útero. “Observo o perfil entre as alunas que apresentam esse tipo de doença e percebo o quanto elas têm dificuldade em se abrir e em se colocar verdadeiramente para o mundo.

 Esta negação da própria identidade promove dentro de si mesma uma morte: a morte da sua própria criatividade, a qual é transferida para este órgão do corpo, que adoece”, destaca Jonas Masetti, mestre em Vedanta. 

No caso da mama, a questão é um pouco diferente. Não tem a ver com a criatividade, mas sim com a doação, com o cuidado ao outro. É muito comum as pessoas acharem que o amor é algo incondicional e que as pessoas precisam encontrá-lo. Mas, a verdade é que qualquer um de nós quando impaciente, com fome, em qualquer uma das necessidades básicas não atendidas, não temos a mesma capacidade de se doar. É como se antes de ajudar o próximo, fosse necessário nos ajudar primeiro. É como numa situação crítica em um avião. É preciso colocar a máscara em si mesmo para sobreviver e depois ajudar o outro. Isso é natural. Quando dissemos que o amor é incondicional, existe uma condição, e a condição é: o outro tem que estar disposto a receber o nosso amor. E quando o outro recebe, nós recebemos também quando damos. Quando a gente dá um abraço em alguém que quer ser abraçado, a gente recebe o abraço; quando a gente beija, a gente é beijado; quando a gente ama, a gente também se sente amado. “O câncer de mama vem quando existe um disparate muito grande entre o quanto essa pessoa dá para o mundo e o quanto ela acha que recebe do mundo. Ela se coloca em situações onde ela dá sem receber proporcionalmente, ou está dando para pessoas que não estão interessadas em receber. O câncer surge em pessoas que não conseguem se colocar adequadamente na posição de amar o próximo e tem dificuldade de expressar este sentimento”, complementa Masetti. 

Segundo a ciência oriental, existem duas energias que regem em nosso corpo: Yin e Yang. O Yin é a energia representada pelo feminino, da doação, do acolhimento, do passivo, do escuro, noturno e no desenho do Yin e Yang é representado pela cor preta, lado esquerdo da esfera. O Yang é o princípio ativo, masculino, diurno, luminoso e quente. Está representado pelo lado direito da esfera, na cor branca. Existe uma conexão muito grande entre a capacidade de doação a uma outra pessoa e a aptidão em cuidar do outro. Sendo assim, a conexão da doação ao próximo é feminino e é representado pela energia Yin.  

“É muito comum mulheres que tenham um desequilíbrio da sua energia Yin ter dificuldade afetiva, dificuldade de toque nas outras pessoas, de olhar nos olhos etc, o que pode gerar um câncer de mama”, diz Masetti. E é muito comum as pessoas chamarem essas mulheres de masculinas, mas a verdade é que elas são ‘não femininas’, porque o oposto do feminino não é o masculino, o oposto do feminino é o ‘não feminino’; e o do masculino é o ‘não masculino’. Uma mulher inteira é masculina e feminina; um homem inteiro é feminino e masculino, porque força e sensibilidade não opostas e quando estão equilibradas, essas pessoas podem aproveitar melhor o mundo. De acordo com Masetti, o desequilíbrio entre esses fatores é o que gera nos homens e nas mulheres as diversas doenças que existem. “Qualquer estudo mais aprofundado da ciência da medicina oriental poder explicar estas nuances. As energias desequilibradas geram doenças. E o câncer de mama é uma dessas condições”, afirma Masetti.

Portanto, segundo Masetti, para evitar os cânceres de útero e de mama, as mulheres devem ativar a sua criatividade, expor seus sentimentos, se dedicar ao outro de forma a não ter expectativa e não cobrar das pessoas um retorno. “Aprenda a se soltar, a expressar seus sentimentos e a amar sem cobranças”, finaliza o mestre. 


Sobre a Vedanta
Vedanta é o nome do estudo realizado a partir do final dos Vedas – quatro escrituras básicas da cultura hindu, que deu origem ao conceito de autoconhecimento. Na sua etimologia o termo vedanta possui dois significados: ‘aquilo que se encontra ao final dos Vedas’, pois ‘anta’ em sânscrito significa ‘fim’; e também, ‘o conhecimento final’, já que a palavra ‘veda’ também significa simplesmente ‘conhecimento’.

O estudo consiste em uma mudança cognitiva, a correção de uma visão sobre o mundo e si mesmo. A visão errônea é a causa do sentimento de limitação, impotência e incompletude, que é básico em todo o ser humano.
Desse modo, Vedanta não é considerada uma religião. O conhecimento proposto se dá pelo uso de um meio externo ao sujeito. Assim como a ‘olho nu’ não somos capazes de ver a si mesmo, ninguém é capaz de ‘ver’ o ‘eu’. Portanto, Vedanta é como um espelho: funciona como meio de conhecimento para aquilo que não podemos ver sozinhos.



Jonas Masetti - chamado na Índia de Vishvanatha, brasileiro, tem 36 anos, e é mestre em Vedanta – estudo milenar do autoconhecimento. É discípulo do  Swami Dayananda Saraswati, considerado o maior mestre de Vedanta da atualidade, tendo vivido por quatro anos na Índia, onde se formou Mestre em Vedanta pelo Ashram do Swmi Dayananda em Coimbatore em 2013.
É formado em engenharia mecânica pelo IME (Instituto Militar de Engenharia), foi sócio fundador da Morning Star Consulting, onde atuou no mercado financeiro e de multinacionais como consultor de negócios. Sua empresa chegou a ser uma das maiores na área de consultoria em gestão e estratégia para grandes empresas, chegando a ter 100 funcionários em 2003. Apesar de todo o sucesso profissional, Masetti buscava uma resposta e se manteve firme neste propósito, passando por diversos grupos e professores, até chegar à Índia.
Fundou em 2013 o Vedanta.Life, instituto de espiritualidade, que tem por objetivo ser um agente transformador de pessoas para a construção de um mundo melhor para todos por meio da disseminação do Vedanta. O Instituto agrega uma comunidade com mais de 30 mil pessoas e mais de 400 alunos regulares. O conhecimento do Vedanta é disseminado por meio de aulas online, usando tecnologia de ponta, que permite alcançar alunos em outros países, tais como Estados Unidos, Portugal, México e África, bem como pessoalmente em eventos pontuais e retiros espirituais junto à natureza ou dentro de ambientes empresariais, focado aos líderes das companhias.

 

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