Dilatação
da principal artéria do corpo humano é silenciosa e sem sintomas O aneurisma é uma
dilatação localizada e permanente em uma parede arterial, que, a princípio,
pode ocorrer em qualquer vaso sanguíneo de maior calibre, mas que afeta mais
frequentemente a aorta abdominal, a maior artéria do organismo.
Essa saliência
geralmente ocorre na parte da aorta situada entre as artérias renais e sua
bifurcação para as artérias ilíacas, região acima da virilha, podendo causar
várias complicações, de trombose venosa profunda nos vasos dos
membros inferiores até compressão de estruturas vizinhas, como nervos e órgãos.
A mais temida, porém, é o rompimento da parede da aorta, que resulta em
sangramento intenso. Tal probabilidade varia conforme o diâmetro do aneurisma:
quanto maior sua extensão, maior o risco de ruptura.
De acordo com o cirurgião vascular e endovalcular,
Alberto Ferreira, o tabagismo, o consumo excessivo de colesterol na dieta,
hipertensão arterial, ser do sexo masculino e ter histórico de aneurisma na
família são os principais fatores de risco dos aneurismas da aorta. Porém, existem casos que podem origem em causas mais incomuns.
"Algumas pessoas são afetadas por uma fraqueza
congênita da parede arterial, caracterizada por
anormalidades dos olhos, ossos e sistema cardiovascular em graus e aspectos
variáveis - síndrome de Marfan. Em casos de
aneurismas da aorta, em especial da aorta torácica são detectados após traumatismos que podem estar associados
a desacelerações súbitas, como quedas de grande altura ou acidentes de viação”,
explica o especialista.
A incidência mais
comum dos aneurismas da aorta ocorre na sua porção abdominal, embora a aorta
torácica também possa ser afetada. O calibre normal é de 2 centímetros de
diâmetro. A partir dos 3 centímetros, a dilatação já é considerada um
aneurisma. Na maioria dos casos o paciente tem um diagnóstico, de forma
imprevista, por meio de um estudo de imagem de rotina ou até mesmo motivado por
sintomas não relacionados com a doença.
Considerado
traiçoeiro, o aneurisma da aorta abdominal costuma evoluir de forma
assintomática ou provocar dor pouco característica até a ruptura, ocasião em
que a letalidade vai de 85% a 90%. Daqueles que ainda chegam vivos no hospital
apenas 50% a 70% sobrevivem.
“A maioria dos
doentes com um aneurisma da aorta que rompe, acaba por morrer antes de chegar
ao hospital. Daqueles que chegam a submeter-se a uma cirurgia emergente, apenas
cerca de metade sobrevive. Por isso, o atendimento médico e imediato é
essencial nesses casos”, alerta Alberto.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico
é realizado através de exame clínico, ultrassonografia com Doppler e
angiotomografia do abdômen e pelve. Ou seja, exames acessíveis e pouco
invasivos.
Atualmente,
existem dois tipos de cirurgia disponíveis para os aneurismas da aorta: a
cirurgia “aberta”, dita clássica, e a cirurgia endovascular. Na cirurgia
convencional, a aorta dilatada é trocada por um tubo de plástico, que é perfeitamente
integrado ao organismo; o paciente permanece em Unidade de Terapia Intensiva
(UTI) por 24 a 48 horas se não houver intercorrências, podendo ter alta
hospitalar 6 a 7 dias após a operação. Deverá guardar repouso por mais uma
semana, quando serão retirados os pontos e a partir de então poderá
gradativamente voltar às suas atividades habituais, o que só ocorrerá cerca de
trinta dias após o ato cirúrgico.
A cirurgia
endovascular é um método inovador que tem apresentado resultados satisfatórios
para correção de aneurismas da aorta. Neste tipo de procedimento, uma prótese
sintética (basicamente um tubo de tecido com uma estrutura de metal) é
introduzida até à aorta através das artérias da raiz da coxa, aberta e fixada
em posição nas zonas saudáveis da aorta (acima e abaixo do aneurisma). Este
método, embora não totalmente desprovido de risco, permite reduzir o tempo de
recuperação para apenas alguns dias.
Dr. Alberto Ferreira - Com 10 anos de
dedicação na área da saúde, o médico é formado pela Universidade Estadual do
Pará, com residência médica reconhecida pelo MEC em Cirurgia Geral e Cirurgia
Vascular e Endovascular pelo Hospital do Servidor Público do estado de São
Paulo – Iamspe. O angiologista é especialista em varizes com laser,
procedimento minimamente invasivo e ultrassonografia vascular. Atualmente, é
coordenador do serviço de cirurgia vascular e endovascular do Hospital Porto
Dias.
Rua
Tiradentes, 201, entre Tv. Benjamin Constant e Tv. Piedade – Belém/PA
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