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quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Ervas daninhas na cozinha: conheça as Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC)




As PANC, sigla para Plantas Alimentícias Não Convencionais, são popularmente conhecidas como ervas daninhas, matos, invasoras, infestantes, inços e nocivas e, apesar de serem comestíveis, não são consumidas costumeiramente. Mesmo não fazendo parte da dieta de muitas pessoas, esses vegetais estão sendo redescobertos em receitas de importantes chefes e já foram até tema de prova do Masterchef.

Quase 90% do alimento mundial provém de apenas 20 espécies, mas estima-se que existam mais de 30 mil espécies vegetais com alguma parte comestível. “Esses vegetais costumam aparecer entre outras plantas cultivadas ou em locais que as pessoas acham que não são ideais, como terrenos baldios ou brejos, por isso não são muito usuais na alimentação”, explicam as professoras de Gastronomia do CEUNSP, Regina Perrotta e Vânia Monteiro.

As professoras esclarecem que as PANC possuem uma ou mais partes que podem ser utilizadas diretamente na alimentação humana, tais como: raízes tuberosas, tubérculos, bulbos, rizomas, cormos, talos, folhas, brotos, flores, frutos e sementes ou ainda látex, resina e goma, ou indiretamente quando são usadas para obtenção de óleos e gorduras alimentícios.

Para agregar esses alimentos à dieta, recomenda-se observar as principais características da folha, flor e caule e buscar um fornecedor idôneo de mudas e das partes comestíveis que assegure o que está vendendo. “Também é importante atentar ao nome científico, além do popular de cada vegetal, e nunca consumir o que não conhece”.

Entre as PANC, Regina e Vânia destacam a madressilva (Alstroemeria caryophyllaea Jacq.), jasmim-manga (Plumeria rubra L.), tucumã (Astrocaryum aculeatum), maria sem vergonha ou beijo turco (Impatiens walleriana), inhame-chinês (Colocasia esculenta (L.) Schott), Ipê amarelo (Handroanthus chrysotrichus), jatobá (Hymenaea courbaril) e tamarindo (Tamarindus indica).

“O preparo vai depender de qual parte é comestível. Algumas flores podem ser consumidas diretamente. Quando a parte comestível for o bulbo de uma planta, que tem uma textura mais dura, deverá ser cozido, combinando com outros ingredientes e transformando-o em uma preparação diferente da sua forma original, como por exemplo, um pão ou uma geleia”. Para começar a consumir as PANC, as professoras sugerem a receita de geleia de flores Maria Sem Vergonha, muito simples de fazer:


Geleia de Flores de Beijo Turco ou Maria Sem Vergonha 




Modo de preparo: 

Colha as flores (cerca de 300g) e lave em uma bacia com água. Triture acrescentando um pouco de água. Adicione 150g de açúcar cristal, 3 colheres de sopa de farinha de maracujá ou pectina. Leve ao fogo e mexa até atingir o ponto desejado. O resultado final aproxima-se de uma geleia de morango.


Para mais informações sobre PANC, a professora indica a leitura do livro Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil, de Valdely Ferreira Kinupp e Harry Lorenzi.

O processo seletivo para o curso de Gastronomia do CEUNSP está com inscrições abertas. Os interessados podem conhecer mais no link www.ceunsp.edu.br/graduacao/curso/gastronomia/.




CEUNSP


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