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sábado, 22 de abril de 2017

Doenças respiratórias são mais comuns no outono e inverno: saiba como preveni-las



Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade orienta a população como se proteger dos fatores que desencadeiam problemas respiratórios no outono e inverno, como a gripe, que causa 40 mil internações por ano no Brasil

 
Com a chegada do outono, e consequentemente, das baixas temperaturas, o tempo seco e a menor dispersão dos poluentes pioram a qualidade do ar, o que por si só, já seriam fatores que irritam as mucosas respiratórias. Os grandes vilões para a saúde respiratória nas estações de baixa temperatura como o outono e o inverno são os vírus, as bactérias e as manifestações alérgicas. As informações são do Grupo de Trabalho de Doenças Respiratórias da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC).

“As infecções virais mais frequentes são a gripe e o resfriado, sendo causados principalmente pelos vírus influenza e rinovírus, respectivamente. No Brasil, estima-se que mais de 40.000 pessoas sejam internadas por ano por complicações da gripe e destas 4.000 resultam em óbitos”, explica Jonatas Leônio, médico de família e comunidade, membro do GT.

As infecções bacterianas mais frequentes são as amigdalites, faringites, sinusites, otites e pneumonia, sendo causadas principalmente pelas bactérias pneumococo, estreptococo, estafilococo, mycoplasma, clamídia, legionela, com maior ou menor incidência de uma ou outra, dependendo da faixa etária e fatores de risco, além de crises de exacerbações em pacientes portadores de DPOC (Enfisema e Bronquite Crônica). Já as manifestações alérgicas mais comuns são a rinite, a asma e a bronquite, não sendo estas desencadeadas por vírus ou bactérias, mas sim por ativação de reações de hipersensibilidade a alérgenos, sendo os mais frequentes destes, no inverno, as mudanças de temperatura, a baixa umidade de ar, mofo, ácaros, poeira, etc.

Apesar de não ser possível prevenir algumas formas de infecção, iniciativas simples podem reduzir a possibilidade de contágio, tais como:  boa higiene ambiental; evitar  ambientes fechados ou sem boa ventilação ; lavar as mãos frequentemente; evitar ambientes poluídos; manter uma boa higiene corporal; evitar mudanças bruscas de temperatura e ambientes com ar condicionado; evitar  bebidas muito geladas; manter uma  dieta saudável e equilibrada; usar roupas adequadas à estação; manter controle rigoroso das doenças crônicas;  manter padrões de limpeza adequados, combate à umidade, lavar agasalhos e cobertores antes de usar, evitar  deixar animais dentro de casa, retirar dos cômodos livros ou almofadas que acumulem poeira, evitar cigarro no ambiente doméstico.

Para Sonia Maria Martins, médica de família e coordenadora do GT de Doenças Respiratórias da SBMFC, um grande problema do inverno são os ambientes fechados, sem ventilação adequada e com grandes aglomerados de pessoas, o que torna combinação ideal para disseminação de patógenos causadores das infecções. “Uma situação recente, que tem causado preocupação, são os novos ônibus públicos, sem janelas para ventilação e com ar condicionado. Para prevenir agravos nestes casos é importante orientar que pessoas que tenham tosse e espirros devem cobrir a boca e nariz ao tossir e espirrar, além da importância da lavagem frequente das mãos e higienização adequada das mesmas”, informa.

A vacinação contra Influenza (gripe) está indicada para crianças pequenas e portadores de doenças crônicas e a vacina anti-pneumococo para idosos a cada cinco anos.
Os indivíduos com morbidade pré-existente (doenças crônicas cardiorrespiratórias e metabólicas) e idosos maiores de 65 anos, devem ser orientados a evitar fazer exercício físico de moderado a intenso em dias de baixa umidade relativa do ar. Manter hidratação adequada, exceto se restringida por orientação médica, especialmente em crianças, idosos e em indivíduos que permanecem em locais com ar condicionado.

Cuidados específicos para diagnóstico e tratamento por faixa etária
Crianças pequenas, menores de cinco anos de idade, ainda não tem o sistema imunológico bem formado, sendo mais propensas às infecções respiratórias e aos alérgenos e irritantes domiciliares. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a pneumonia bacteriana é a maior causa de mortes em crianças com menos de cinco anos de idade, no mundo.

As más condições de alimentação e higiene, associadas à poluição no ar em casa, especialmente pelo hábito de fumar dos pais, são fatores predisponentes e desencadeantes. Já os idosos, frequentemente possuem outras comorbidades, tais como, doenças cardiorespiratórias, metabólicas e neoplasias que contribuem para diminuição da imunidade e o aumento das infecções respiratórias. Estas acabam desencadeando exacerbações das doenças de base, o que leva a piora da qualidade de vida, aumento da morbidade e da mortalidade.

Grupos de risco
Durante o inverno, é comum o aumento no número de casos de problemas respiratórios. A OMS estima que, por ano, a gripe cause comprometimento grave em 3,5 milhões de pessoas. Crianças, idosos, portadores de doença pulmonar, cardiopatas e imunocomprometidos são os mais afetados.

O papel do médico de família na prevenção dessas doenças
A Atenção Primária é o primeiro contato dos usuários com o sistema de saúde, portanto, deve estar apta a manejar os problemas de maior frequência e relevância na comunidade. No que se refere às doenças respiratórias de inverno o médico de família e a equipe de saúde devem estar atentos a essas demandas, acolhendo os usuários, identificando e tratando as crises e exacerbações, evitando consultas, complicações e internações desnecessárias. Além de estimular e promover a orientação dos pacientes quanto a importância da vacinação e das medidas comportamentais e ambientais necessárias;

Quem é o médico de família e comunidade (MFC)?

A medicina de família e comunidade é uma especialidade médica, assim como a cardiologia, neurologia e ginecologia. O MFC é o especialista em cuidar das pessoas, da família e da comunidade no contexto da atenção primária à saúde. Ele acompanha as pessoas ao longo da vida, independentemente do gênero, idade ou possível doença, integrando ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde. Esse profissional atua próximo aos pacientes antes mesmo do surgimento de uma doença, realizando diagnósticos precoces e os poupando de intervenções excessivas ou desnecessárias.

É um clínico e comunicador habilidoso, pois utiliza abordagem centrada na pessoa e é capaz de resolver pelo menos 90% dos problemas de saúde, manejar sintomas inespecíficos e realizar ações preventivas. É um coordenador do cuidado, trabalha em equipe e em rede, advoga em prol da saúde dos seus pacientes e da comunidade. Atualmente há no Brasil mais de 3.200 médicos com título de especialista em medicina de família e comunidade.





CONTROLE DA HIPERTENSÃO ARTERIAL AINDA É NEGLIGENCIADO NO PAÍS



Entre 12% e 15% dos pacientes hipertensos apresentam
quadros mais graves, com resistência a medicamentos.
Doença cresce entre jovens


A hipertensão arterial é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares, com a possibilidade de ser "controlado ou modificado".

"Dados do Ministério da Saúde mostram que, no Brasil, a hipertensão arterial é responsável por 50% dos infartos, 80% dos acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e 25% dos casos de insuficiência renal", destaca o Prof. Dr. Roberto Kalil Filho, diretor do Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês.

Em um estudo da American Heart Association, publicado em 2015, sobre o número de mortes causadas por hipertensão arterial, o Brasil ocupa o sexto lugar, entre os 190 países analisados. O tratamento adequado da hipertensão arterial reduz a morbi-mortalidade por doenças cardiovasculares.

No entanto, embora mais de 35,5 milhões de brasileiros apresentem quadro de hipertensão arterial, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, o controle da doença, que varia de acordo com a região, precisa ser aprimorado no País. Estima-se que somente 20% dos pacientes hipertensos em tratamento medicamentoso apresentam valores de pressão arterial dentro das metas estabelecidas.

Como resultado, dados de 2015 apontam que as doenças cardiovasculares corresponderam a cerca de 33% dos óbitos e 13,4% das internações de adultos com idade igual ou superior a 20 anos.

Em países como Canadá e Finlândia, que desenvolveram programas específicos de prevenção e controle da hipertensão arterial, a taxa de controle da doença atingiu 70% e foi associada a significativa redução da mortalidade por doenças cardiovasculares. Nesses programas, além do envolvimento de instituições de saúde, sociedades científicas e entidades governamentais, a participação de cada indivíduo é fundamental.

 "A necessidade de alertar a população a respeito da importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado é urgente", ressalta Kalil.

Além disso, entre 12% e 15% do total dos pacientes hipertensos brasileiros poderão apresentar quadros mais graves, denominados Hipertensão Arterial Resistente (HAR), quando não há resposta ao tratamento, mesmo após o uso de três medicamentos diferentes.

Outro aspecto que tem alertado os especialistas é o crescimento entre a população mais jovem, revelado por pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill, nos Estados Unidos. O estudo mostra que aproximadamente 20% dos indivíduos entre 24 e 32 anos têm hipertensão arterial - e metade deles não sabe disso.

No Brasil, dados iniciais também sugerem haver crescimento da população de hipertensos, quando avaliada a faixa da população com menos de 35 anos. Entre os fatores possivelmente associados a este cenário estão a hereditariedade, hábitos alimentares inadequados, sedentarismo e obesidade.

A hipertensão arterial é mais prevalente e causa mais lesão em órgãos alvo na raça negra. Este fato deve ser considerado como relevante pelas autoridades de saúde no Brasil, visto que os negros representam 54% da população brasileira, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ações no Dia Nacional de Combate à Hipertensão Arterial

Em resposta a este cenário nacional preocupante, o Hospital Sírio-Libanês iniciou uma série de ações: criou o Serviço de Hipertensão Arterial do Centro de Cardiologia e promove uma campanha para alertar a população em geral e os seus pacientes, aproveitando o Dia Nacional de Combate à Hipertensão Arterial, que será comemorado no próximo dia 26 de abril.

Nesta quinta-feira (20/4), realizou um talk show com a presença do cantor e compositor Gilberto Gil e participação de especialistas que integram o novo Serviço de Hipertensão Arterial. O evento, gratuito e aberto ao público, aconteceu no Anfiteatro do Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa, com transmissão ao vivo pela página do Hospital Sírio-Libanês no Facebook, na qual os internautas formularam perguntas aos médicos integrantes da mesa redonda.

"Queremos divulgar informações sobre a importância do controle precoce da Hipertensão Arterial como medidas de promoção de saúde e prevenção de complicações cardiovasculares. Para dar maior visibilidade a esta campanha, convidamos o Gilberto Gil para ser o nosso 'embaixador' na divulgação desta iniciativa, que visa alertar a população sobre essa doença silenciosa e preocupante, que atinge mais pessoas a cada dia e precisa ser diagnosticada e tratada em tempo hábil", destaca Kalil.

talk show marcou o lançamento do Serviço de Hipertensão Arterial do Centro de Cardiologia, destinado especialmente ao diagnóstico e tratamento da Hipertensão Arterial de Difícil Controle, ou Hipertensão Arterial Resistente (HAR). Além da abordagem clínica, o objetivo é investigar as potenciais causas dos quadros mais graves e desenvolver linhas de pesquisa que proporcionem avanço nas opções de terapia hoje existentes.

O novo Serviço vai atuar com os casos que precisam de um outro tipo de acompanhamento, pois já não respondem aos tratamentos mais tradicionais.




Horta comunitária não é só coisa de gringo



Condomínios brasileiros já apostam no compartilhamento de alimentos para uma vida fisicamente melhor e socialmente mais ativa.

Já imaginou sair do seu apartamento pouco antes do almoço para colher verduras frescas e sem agrotóxicos? As hortas comunitárias não apenas proporcionam mais saúde à mesa, mas também ajudam no convívio social entre as pessoas de uma comunidade.
A nova moda, que em outros países não é tão nova assim, está chegando ao Brasil e promete trazer de volta uma série de princípios perdidos com a correria do dia a dia e a falta de tempo das pessoas. “Todos nós consumimos níveis absurdos de agrotóxicos todos os dias e uma horta comunitária dentro do condomínio faz com que as pessoas se alimentem melhor, além de ser um processo simples de ser realizado”, garante Rejane Carvalho, franqueada da BRCondos Jaraguá do Sul, administradora de condomínios.
Cultivar uma horta não requer muitos recursos financeiros e também não exige um espaço tão grande quanto parece. Porém, claro, deve ser aprovada pela maioria simples dos condôminos em assembleia. “Essa obra é considerada útil e deve começar devagar. Além disso, pode ser feita em uma pequena parte do jardim do prédio até que se tenha certeza de que o projeto dará certo”, explica.
Após decidir o espaço, o condomínio deve orçar os custos da terra que será utilizada e outros itens como nivelamento do solo, criação dos canteiros, escolha das sementes e outras questões fundamentais - como o sistema de irrigação da horta. “Para os condomínios que não têm espaços disponíveis, a indicação é criar a horta em vasos que possam ser transportados”, sugere.
Esse processo funciona melhor com a contratação de um profissional que passe as primeiras instruções na fase de implantação. O especialista vai auxiliar na escolha do lugar mais apropriado, iluminado e de fácil acesso aos moradores. “Além de tudo isso, essa pessoa vai ensinar necessidades básicas para que uma horta dê certo, como a prática da compostagem, onde os moradores reaproveitam o lixo orgânico de suas próprias casas, por exemplo”, completa.
As sementes ou mudas podem ser decididas pelos moradores, sendo que os espaços menores não comportam grandes folhosos como brócolis e alface, por exemplo. Condomínios menores podem investir em temperos como manjericão, salsa, cebolinha, hortelã e orégano. “Outro ponto importante é a manutenção das verduras, que precisa ser feita diariamente. Uma boa dica éenvolver as crianças nesse serviço”, diz Rejane.
Alguns condomínios optam pela colheita individual e outros funcionam melhor com uma distribuição racionada. “É fundamental que as regras de uso da hortaestejam bem claras para todos, o que evitará conflitos desagradáveis. Épossível revezar entre os condôminos a manutenção do espaço e estabelecer quais dias da semana serão utilizados para colher os alimentos”, acrescenta.
Na Alemanha, mais especificamente em Berlim, são cerca de 80 mil hortas comunitárias. Além disso, quase 80% das famílias que vivem em áreas urbanas da Rússia fazem uso desse tipo de compartilhamento. Áustria, Bélgica, Portugal e muitos outros fazem isso há bastante tempo.
O Brasil ainda está engatinhando nesse caminho, mas as possibilidades de que o sistema funcione são grandes. “Estamos falando de processos simples e capazes de modificar a vida das pessoas emocionalmente, fisicamente e socialmente. Basta que haja conscientização dos moradores sobre a importância de unir praticidade, sustentabilidade e saúde, além de uma boa dose de generosidade para compartilhar tudo isso”, conclui Rejane.



Jéssica Gonçalves



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