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quarta-feira, 7 de abril de 2021

Saúde masculina e sua importância para relações sexuais homoafetivas mais prazerosas

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 30% dos homens no mundo, incluindo homossexuais e bissexuais, sofrem de algum nível de impotência sexual. Conhecer o próprio corpo, seus desejos, limitações e cuidar da saúde é essencial para uma vida sexual saudável e sem frustações


Infelizmente no Brasil ainda existem poucas informações específicas sobre o perfil comportamental do público LGBTQI+, o que dificulta a criação de políticas públicas mais favoráveis para esta parte da população, principalmente àquelas relacionadas à saúde sexual. 

Por isso, ainda é difícil traçar padrões de satisfação nas relações sexuais desse grupo. E conhecer o seu corpo, desejos, medos e limitações faz parte do processo de autoconhecimento, assim como estar aberto para entender o que dá prazer ao outro.

No entanto, o fato é que o quesito saúde exerce total importância para o sexo prazeroso e seguro, assim como uma vida sexual de qualidade interfere na saúde como um todo. E a melhor forma para encontrar esse equilíbrio é se informar para prevenir, além da busca pelo autoconhecimento que deve ser prazerosa.


Quantidade x qualidade: como alcançar a satisfação sexual no relacionamento

Em qualquer relacionamento, uma boa frequência sexual é fator importante e a prática é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde como um dos pilares da qualidade de vida. 

Dentro desta vertente, uma pesquisa realizada pela clínica norte-americana de Proctologia Bespoke Surgical, apontou que, dos 300 homossexuais ouvidos, 13% afirmaram manter a prática anal todos os dias. Outros 39% fazem apenas algumas vezes por semana, 24% poucas vezes por mês e 16% alegaram nunca praticarem sexo anal. 

O ato sexual pode ir muito além da penetração, o estímulo de zonas erógenas também pode proporcionar prazer e a satisfação. No relacionamento, testar coisas novas ajuda a aquecer a relação. Afinal, curtir uma nova fantasia ou uma posição diferente com o parceiro certamente vai aumentar a cumplicidade.

“Diversas questões podem influenciar negativamente na frequência sexual ou na qualidade do sexo, como ansiedade e estresse que, consequentemente, desencadeiam problemas de ereção e ejaculação, por exemplo”, comenta Willy Baccaglini, médico urologista e mestre em Medicina Sexual pela FMABC.

De acordo com a OMS, cerca de 30% dos homens no mundo sofrem de algum nível de impotência sexual, principalmente na faixa etária acima de 40 anos. 

“Apesar do grande volume de casos de impotência sexual, alguns homens ainda são resistentes em procurar um médico urologista para falar sobre o tema, pois consideram que o problema está mais relacionado a uma questão momentânea, do que com sua saúde propriamente dita. No caso do homem que faz sexo com homem, o medo de sofrer qualquer tipo e preconceito ou discriminação também inibe a visita ao consultório”, esclarece Baccaglini.

Isso significa que cuidar melhor da saúde física e buscar se informar com um especialista é recomendável, e no primeiro indicativo ou sintoma que possa sugerir algum problema, com intuito do ato sexual ser sempre um momento de prazer e cuidado com a própria saúde e jamais de preocupação e frustrações. E neste caso, não falamos apenas do prazer físico, mas também do bem-estar mental e questões relacionadas à autoestima do homem independente de sua parceria.


O cuidado com a saúde é fator importante para relações 

A Pesquisa Mosaico, realizada pelo Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), indica que 81% dos homens que fazem sexo com homens usam camisinha na hora H. Se por um lado, esta informação pode indicar que os homens gays estão preocupados com a saúde, por outro lado, uma outra informação do estudo aponta que, no período de 12 meses, 47% dos homens gays afirmaram que tiveram relações sexuais com três ou mais parceiros. E, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), independente da orientação sexual, fazer sexo com múltiplas parcerias é um sinal de alerta para as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s).

“Apesar de funcionar como uma forte barreira, o preservativo sozinho não impede totalmente que uma pessoa contraia uma infecção sexualmente transmissível. O HPV, por exemplo, pode ser transmitido apenas pelo contato com a pele contaminada. Então se o vírus estiver presente na virilha ou na região escrotal, por exemplo, a chance de contágio existe”, alerta o urologista.

O especialista também comenta que, considerando o ato sexual pela via anal, o risco de contaminação é maior, pelo fato de a mucosa desta região ser mais sensível a traumatismos e, consequentemente, transmissão de doenças. Por isso, a melhor maneira de evitar a contaminação por uma IST é a informação voltada para prevenção e proteção, com destaque para o uso de preservativo, inclusive no sexo oral.


Sem medo do urologista 

De um modo geral, o homem que, assumidamente, faz sexo com outro homem é mais seguro de si e se sente à vontade em ir até o consultório médico fazer exames periódicos e tirar eventuais dúvidas que possam surgir.

“Eu vejo uma maior aceitação do público masculino homossexual de frequentar o consultório, até mesmo em uma idade mais precoce. Eles estão cada vez mais preocupados com sua saúde, principalmente em questões relativas às IST’s e seu desempenho sexual”, comenta Dr. Baccaglini.

Ainda segundo o médico, diferente dos homens heterossexuais que são estimulados por suas mulheres para cuidarem da saúde, este público pratica cada vez mais o autocuidado e são mais bem resolvidos em tomar a iniciativa de procurar um urologista. Mas em algumas situações, também encontram em seus parceiros o incentivo para realizar consultas e exames periódicos.

Por outro lado, o especialista afirma que, infelizmente, ainda existe um certo receio por parte do paciente de sofrer algum tipo de preconceito. “Esta barreira está sendo quebrada. Todo médico precisa oferecer um ambiente humanizado e acolhedor para o seu paciente, seja qual for sua orientação sexual. No caso do urologista, o paciente tem que se sentir à vontade para falar sobre sua vida sexual e perceber que o profissional está coletando todas essas informações totalmente livre de qualquer tipo de preconceito”, reforça.

Para o especialista, esta conexão é fator determinante para a construção de uma relação sincera e produtiva entre médico-paciente, pois “se o profissional não proporcionar um ambiente acolhedor, dificilmente o paciente se sentirá confortável para falar sobre seus problemas, dúvidas e questões que possam contribuir para que ele tenha uma vida sexual saudável e com qualidade, sem medo de doenças e sem medo de ser feliz”, ressalta.

Entretanto, a homofobia ainda existe, seja por ignorância ou falta de preparo do profissional. O Dr. Baccaglini lembra que o urologista é o médico da saúde sexual masculina, mas também contribui para o envelhecimento saudável do homem como um todo, como o cuidado com a fertilidade e o bem-estar de forma geral, atuando de maneira mais generalista. 

Com relação a periodicidade de consultas, o médico explica que tudo é muito relativo e depende muito das necessidades do paciente. “O recomendável é que homens mais jovens sem qualquer tipo de sintoma visitem um médico urologista uma vez ao menos na adolescência ou vida adulta inicial, período em que há início da vida sexual da maior parte dos homens. A partir da meia idade, os 40-50 anos, o acompanhamento anual é recomendado, não apenas por conta do rastreio de câncer de próstata, mas também por outras questões que se associam ao envelhecimento masculino”, explica. 

Por fim, também é importante ressaltar que os homossexuais estão tendo a possibilidade de se preocuparem não somente com sua saúde e de seus parceiros, mas também com a do seu próximo, devido ao fim da restrição discriminatória, revogada em 2020 pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que impedia homossexuais de fazerem doações de sangue. 

 



Willy Baccaglini - Especialista em Uro-Oncologia; Mestre em Medicina Sexual pela FMABC; Professor no curso de graduação de Medicina na FMABC; Membro do Corpo Clínico do Hospital Israelita Albert Einstein como Uro-Oncologista. 


Estudo associa síndrome do ovário policístico a maior risco de Covid-19; entenda a origem e possíveis tratamentos da doença com o especialista César Patez

O obstetra e ginecologista César Patez também ressalta outros grupos de mulheres mais suscetíveis a desenvolver complicações do coronavírus, caso sejam infectadas

 

Pesquisadores da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, concluíram durante estudo que mulheres que sofrem da síndrome do ovário policístico (SOP) têm risco maior de contrair a Covid-19 em relação às que não apresentam o distúrbio no sistema reprodutor.

 

Entre janeiro e julho de 2020, foram analisados mais de 100 mil registros de pacientes no Reino Unido e cerca de 21 mil dessas mulheres apresentavam a síndrome. Publicada em fevereiro deste ano no European Journal of Endocrinology, a pesquisa mostrou que a incidência da Covid-19 em mulheres com SOP foi quase duas vezes maior do que em mulheres sem o problema. 

 

Além disso, mesmo levando em consideração os fatores de risco ligados ao coronavírus, como obesidade, diabetes e hipertensão, a probabilidade de se infectar com o vírus continuou maior entre as mulheres com ovários policísticos. 

 

Por conta desses dados alarmantes, a pesquisa debate a criação de estratégias que incluam as mulheres com SOP nas políticas públicas de combate à Covid-19 em diversos países. De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a síndrome acomete entre 5% e 21% das mulheres em período reprodutivo. 

 

O obstetra e ginecologista César Patez explica porque a SOP é tão comum entre as mulheres. “Vários fatores têm sido analisados no que diz respeito à origem do problema. Há componentes genéticos envolvidos, fatores metabólicos pré e pós natais, distúrbios endócrinos hereditários, resistência à insulina e fatores comportamentais, como a alimentação e a prática de atividade física”, afirma.

 

Por enquanto, não existe uma cura definitiva para a síndrome do ovário policístico, contudo, um tratamento bem conduzido favorece o resultado desejado, trazendo conforto e bem-estar à mulher. “Os métodos variam de paciente para paciente. É possível utilizar pílulas anticoncepcionais, adotar um estilo de vida mais saudável, indutores de ovulação nas pacientes que desejam engravidar e até mesmo cirurgias, nos casos mais graves.” 

 

A síndrome ocorre quando os ovários formam cistos, assim que o processo de produção e liberação é interrompido por uma falha nos folículos da glândula. Dentre os principais sintomas da SOP estão o ciclo menstrual irregular e níveis elevados de hormônios que podem causar, por exemplo, excesso de pelos no rosto e no corpo. 

 

Outro possível efeito da síndrome é a maior tendência a desenvolver doenças como diabetes tipo 2 e hipertensão, que estão dentre os fatores de risco para a Covid-19, além de transtornos mentais como ansiedade e depressão.

 

O especialista também ressalta outros grupos de mulheres que apresentam mais risco de desenvolver complicações da Covid-19, caso sejam infectadas.

 

“Pacientes gestantes ou que estão na fase pós-parto, fumantes imunocomprometidas, mulheres com índice de massa corporal (IMC) aumentado, diabéticas, portadoras de doença pulmonares, autoimunes, hematológicas, cardíacas e neurológicas. A idade acima de 60 anos também é um outro fator de risco para homens e mulheres, favorecendo as complicações”, completa.

Dia Mundial de Combate ao Câncer: com risco seis vezes maior de letalidade pela COVID-19, pacientes oncológicos aguardam priorização no plano de imunização

Sem data certa para serem vacinados, 1,5 milhão de brasileiros com câncer fazem parte da extensa lista de pessoas com comorbidades prevista para uma futura fase 3; Pesquisas mostram impactos do coronavírus em pacientes oncológicos no Brasil, quedas no número de exames essenciais de rastreamento e cancelamentos de condutas terapêuticas



Embora as descobertas científicas no diagnóstico e tratamento do câncer avancem em todo o mundo, neste Dia Mundial de Combate ao Câncer, lembrado em 8 de Abril, a pandemia da Covid-19 é a maior preocupação dos especialistas da área. O medo do contágio foi o principal fator por trás de uma queda alarmante nos atendimentos oncológicos e, com a segunda onda acontecendo no Brasil, o problema pode se estender por ainda mais tempo. Um cenário de incertezas e vulnerabilidade agravado pela falta de perspectiva relativa ao calendário de vacinação para os 1,5 milhão de brasileiros que atualmente passam por tratamentos contra tumores malignos, de acordo com o GLOBOCAN 2020 - relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) que apresenta o panorama mundial da doença.

Estudo liderado pelo Grupo Oncoclínicas, publicado neste início de ano pelo Journal of Clinical Oncology (JCO), mostrou que pacientes com câncer tiveram taxa de mortalidade pelo vírus seis vezes maior se comparada aos números gerais registrados até aqui. Ao todo, 198 participantes foram pesquisados, sendo que 167 (84%) tinham tumores sólidos e 31 (16%) neoplasias hematológicas (no sangue). A maioria deles estava em terapia sistêmica ativa ou radioterapia (77%). A mortalidade geral por complicações de Covid-19 foi de 16,7%, sendo que, em modelos univariados, os fatores associados à morte após o diagnóstico de contaminação pelo coronavírus foram tratamento em um ambiente não curativo, idade superior a 60 anos, tabagismo atual ou anterior, comorbidades coexistentes e câncer do trato respiratório.

"A análise endossa as recomendações para termos ações que contribuam para minimizar os riscos de infecção pelo SARS-CoV-2 entre pacientes com câncer e indica o senso de urgência da vacinação para essas pessoas. Diante do cenário que vivemos, com altos índices de contaminação e ocupação dos leitos hospitalares no limite, temos que considerar a inclusão específica dessa parcela da população no Plano Nacional de Imunização como uma medida importante para garantir que essa parcela da população tenha sua necessidade priorizada e respeitada", explica afirma o oncologista Bruno Ferrari, fundador e presidente do Conselho de Administração do Grupo Oncoclínicas.

Vale lembrar que o câncer faz parte da lista de doenças estabelecida pelo Ministério da Saúde cujo tratamento não pode ser considerado eletivo. Atualmente, pacientes oncológicos estão incluídos no contingente de 17,8 milhões de indivíduos que compõem uma longa lista de comorbidades feita pelo Governo Federal, entre as quais também estão contempladas obesidade, diabetes, cardiopatias e hipertensão, entre outros. Todos devem ser contemplados em algum momento na chamada fase 3 do Plano Nacional de Imunização. Não há, contudo, ainda um escalonamento claro de como se dará essa agenda de vacinação, considerando as especificidades e graus de risco de cada uma dessas doenças associadas ao agravamento da Covid-19.

Com base nas análises científicas feitas no Brasil e também em outros países, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) encaminhou ofício ao Ministério da Saúde solicitando prioridade na vacinação para quem passa pelo tratamento contra o câncer.



Pandemia afeta rotina de pacientes oncológicos e adia novos diagnósticos da doença

Ainda que a OMS ressalte não ser possível ter uma visão apurada neste momento dos impactos diretos da pandemia na luta contra o câncer, a entidade alerta que há motivos efetivos para preocupação com as consequências da situação atual para a oncologia. Essa percepção é reforçada por um levantamento do Movimento Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC), realizado em 2020: mais de 700 pessoas entre pacientes oncológicos, cuidadores e profissionais de saúde, disseram sentir o impacto da pandemia na oncologia.

Dos pacientes consultados, 38% afirmaram ter remarcado por decisão própria ou a pedido da instituição onde realizam acompanhamento de suas consultas com o especialista e 28% sofreram alterações de agenda para realizar os exames de acompanhamento da doença. Do lado dos profissionais de saúde, 34% afirmaram que tiveram pacientes com cirurgias oncológicas adiadas e que entre os tratamentos mais comuns indicados para tumores malignos, 17% observaram que foram necessárias remarcações de sessões de radioterapia e outros 15% de quimioterapia.

Dados como estes são alarmantes, já que o tratamento do câncer não deve parar. "Para o paciente, a interrupção na linha de cuidados pode levar ao agravamento da doença e de fato reduzir amplamente as chances de cura. Há um ano estávamos aprendendo a lidar com a falta de conhecimento sobre o novo coronavírus e, de fato, a ausência de informações precisas acabou gerando uma onda de adiamentos das terapias por pacientes receosos com uma possível exposição à Covid-19", destaca Bruno Ferrari.

E o problema não se restringe ao medo de quem depende de tratamento contra tumores malignos. Outros estudos mostram a mesma tendência negativa com relação aos exames de rastreamento preventivo e diagnóstico. O relatório Radar do Câncer, divulgado em março pelo Instituto Oncoguia com informações do DataSUS, aponta que o volume de biópsias realizadas no país teve uma queda em números absolutos de 737.804 para 449.275, quando comparados os meses de março a dezembro do ano passado com o mesmo período em 2019. Isso significa uma redução de 39% na realização desse procedimento que, apesar de classificado como eletivo, é essencial para a definição de condutas no combate ao câncer.

"O adiamento nos acompanhamentos médicos de rotina podem ter como consequência um aumento nos índices de tumores descobertos em fase mais avançada, o que poderá reduzir as chances de cura em muitos casos. E esse é um problema de saúde pública que deverá mudar o panorama do câncer, com aumento da letalidade e reflexos negativos em termos de qualidade de vida dos pacientes", diz o médico.



Atendimento on-line pode ajudar

O fundador e presidente do Conselho de Administração do Grupo Oncoclínicas lembra que apesar de todos os fluxos nos centros de tratamento estarem seguindo os mais rígidos protocolos para assegurar um ambiente livre de contaminação, reduzir deslocamentos, aumentar o distanciamento social e o isolamento e manter as medidas de higiene e o uso de máscaras são fundamentais enquanto não temos um horizonte de imunização em massa.

Contudo, ele faz questão de alertar não só quem precisa de cuidados médicos continuados, mas a população em geral sobre a relevância de não descuidar da saúde: com sintomas ou sentindo algo errado, é preciso procurar um médico. Neste momento, aconselha: diante do receio de sair de casa para buscar aconselhamento especializado, há a alternativa de agendar uma consulta remota para evitar deslocamentos desnecessários.

"Nada substitui uma consulta presencial, mas esses são tempos diferentes de tudo o que já vivemos e precisamos nos adaptar da melhor forma possível. A telemedicina tem se provado ser uma grande aliada e, por meio dela, seu médico sempre saberá indicar, por conhecer suas características, o que é melhor para você. E se não tiver um profissional de sua confiança, busque sempre a opinião de um especialista habilitado para que seja possível receber orientações precisas para o seu caso antes de qualquer tomada de decisão", finaliza Bruno Ferrari.



O que diz a OMS


A descoberta tardia pelo atraso na realização de exames de rastreamento e a falta de acesso a tratamentos, especialmente em países em desenvolvimento, estão entre os aspectos ressaltados pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc, sigla do inglês), entidade ligada à OMS que estima os efeitos que afetam diretamente os cuidados oncológicos. A organização informou que nas duas últimas décadas o número total de novos casos de câncer quase dobrou, saltando de 10 milhões estimados em 2000 para 19.3 milhões em 2020. Além disso, em todo o mundo, um total de mais de 50 milhões de pessoas compõem o contingente de pacientes que vivem os chamados cinco anos de prevalência do câncer atualmente.

As projeções do Globocan 2020 indicam ainda que nos próximos anos há uma tendência de elevação dos índices de detecção do câncer, chegando ao patamar de quase 50% a mais em 2040 em comparação ao cenário atual, quando o mundo deve então registrar algo em torno de 28.4 milhões de novos casos de câncer. Isso significa que a cada cinco pessoas, uma terá câncer em alguma fase da vida. Nos países mais pobres, a incidência da doença deve ter um crescimento superior a 80%.

O número de mortes por câncer, por sua vez, subiu de 6,2 milhões em 2000 para 10 milhões em 2020 - uma equação que aponta que a cada seis mortes no mundo uma acontece em decorrência do câncer. No Brasil, apenas no ano passado, foram diagnosticados 592.212 novos casos e registrados 259.949 óbitos em decorrência de neoplasias malignas. Estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontam ainda que são esperados ao menos outros 625 mil diagnósticos de câncer sejam registrados até o final de 2021.

E a tendência é que haja aumento nesse triste ranking, já que a OMS também indica que a pandemia trará como consequência mais casos de pacientes com câncer em estágio avançado por conta dos atrasos na descoberta e tratamentos de tumores malignos.


Como o estresse pode afetar a saúde bucal?

 Conheça os incômodos que momentos de tensão podem trazer ao sorriso


Devido ao isolamento social, muitas pessoas estão passando por mudanças bruscas na rotina, que podem aumentar o estresse. No geral, esses momentos de tensão afetam o organismo de diferentes maneiras, que variam de acordo com cada pessoa. Por isso, Sara Paz, consultora da GUM , marca americana de cuidado bucal, alerta sobre como o estresse também pode afetar a saúde bucal.

"A quarentena pode gerar a sensação de ansiedade constante, esse estresse sentido por algumas pessoas pode ter um efeito pró-inflamatório, que somado a uma higiene bucal precária, pode impactar a saúde bucal e levar ao surgimento de doenças periodontais, aftas e outros problemas", afirma.

A especialista reforça a importância de manter hábitos saudáveis de cuidado bucal em casa e a ficar atento a possíveis incômodos como:

Aftas: ainda que haja poucos estudos conclusivos, existem pesquisas que apontam uma relação entre pacientes com quadro clínico de estresse e o desenvolvimento de afta. Um dos motivos é que pessoas estressadas estão mais propensas a morder lábios e bochechas, hábito que pode facilitar o surgimento de aftas.

Bruxismo e apertamento dos dentes: o hábito de ranger os dentes ao dormir ou mesmo o apertamento dentário durante o dia são problemas que afetam além da estrutura dentária a articulação temporomandibular, tendo como consequência dores de ouvido e de cabeça intensas, além de problemas musculares na face, pescoço, ombro e em toda região cervical.

Boca seca: a diminuição da produção de saliva é outro fator que pode ser causado pelo estresse. A saliva é extremamente necessária para ajudar a proteger a boca contra bactérias e fungos, além de prevenir o aparecimento de cárie dental e inflamações, assim, tentar lidar com a ansiedade e estresse pode ajudar a evitar a falta de saliva.

Doenças gengivais e periodontais: a pessoa sob estresse pode negligenciar o cuidado bucal, e a má higienização bucal leva ao acúmulo de bactérias e, consequentemente, a formação de cárie, inflamações na gengiva e doença periodontal. "O estresse causa também um desequilíbrio hormonal que favorece a desregulação do sistema imune, responsável pela defesa do organismo contra inflamações em todo organismo, afetando inclusive a saúde bucal", esclarece.

Sara comenta que o estresse também pode estimular maus hábitos de saúde bucal como fumar, consumir bebidas alcoólicas e se descuidar da dieta. Principalmente neste período de quarentena é importante estar atento aos cuidados com a saúde como um todo e fazer, sempre que possível, atividades que auxiliem a sensação de bem-estar, reduzam o estresse e proporcionem uma dieta saudável. Além disso, vale manter o cuidado com a saúde bucal, escovando os dentes ao menos uma vez ao dia, e realizando a limpeza interdental diariamente, hoje já existem produtos que deixam a limpeza entre os dentes muito mais fácil, com os fios dentais com haste, flossers, ou os palitos interdentais siliconados, Soft-Picks.

"Caso a pessoa apresente alguns dos problemas bucais apresentados é importante procurar o dentista. Como estamos em período de quarentena, entre em contato com o profissional antes pelo telefone, informando os incômodos para analisar a possibilidade de uma consulta presencial", ressalta.


Terapia Gênica pode ser promessa no tratamento do Parkinson

O uso de material genético como tratamento para uma série de doenças é uma evolução na medicina e ganhou repercussão em razão da pandemia, justamente por conta da aplicação deste tipo de tecnologia no desenvolvimento de vacinas contra a Covid-19. Algumas delas injetam pequenas pedaços de RNA nas células que passam a produzir proteínas, as quais combatem o vírus. Mas qual a relação disso com a Doença de Parkinson?


Há uma série de pesquisas mundiais, algumas a serem concluídas já no ano que vem, que usam a terapia gênica para atenuar e/ou melhorar a função motora de pacientes com Parkinson. A proposta dos pesquisadores é autorregular a produção de dopamina, neurotransmissor responsável pela mensagem entre as células nervosas e que tem queda intensa na Doença de Parkinson.

Dentre elas, há uma pesquisa realizada por um grupo francês que estuda a injeção de material genético diretamente em estruturas cerebrais relacionadas à doença. Este DNA carrega informação correspondente não apenas a uma enzima, mas três enzimas (TH, CH1 e a AADC) envolvidas na produção de dopamina. Se os resultados deste estudo forem favoráveis, as células do cérebro destes pacientes se tornarão capazes de produzir a substância em quantidades adequadas para o alívio dos sintomas da Doença de Parkinson, podendo eliminar a necessidade de terapia medicamentosa. Embora ainda não acessível, precisamos ver que finalmente é possível falar na possibilidade de cura do Parkinson num futuro talvez não tão distante.

Na verdade, a medicina vem trabalhando constantemente para trazer melhor qualidade de vida aos pacientes de Parkinson, segunda condição neurodegenerativa mais incidente em pessoas com mais de 60 anos. Hoje temos medicamentos que ajudam a controlar os principais sintomas da doença, como os tremores, a rigidez e os movimentos involuntários. Outra alternativa segura e eficaz consiste na Terapia de Estimulação Cerebral Profunda (DBS), cirurgia que utiliza um dispositivo médico implantado, semelhante a um marcapasso cardíaco.

Já disponível no rol de procedimentos da rede pública de saúde, a DBS também tem evoluído. Indicada para pacientes que não absorvem bem a medição devido ao seu uso prolongado, a neuro estimulação, como a técnica também é conhecida, traz resultados bem precoces, notados horas depois da cirurgia. Inclusive, hoje existem tecnologias que nos permitem captar os sinais cerebrais do paciente e monitorá-los remotamente. Em breve, possivelmente nos "comunicaremos com o cérebro", e não apenas interviremos. Ou seja, além das consultas regulares, ganhamos maior precisão no controle do Parkinson e passamos a atender de forma ainda mais assertiva às necessidades individuais de cada paciente.

Como aprendemos no último ano, é preciso confiar na ciência e na capacidade do ser humano de inovar e surpreender. As respostas podem não ser tão rápidas como queremos, mas estaremos sempre caminhando para trazer terapias que realmente fazem a diferença na vida dos pacientes com a Doença de Parkinson, bem como seus familiares.





Marcelo Valadares - neurocirurgião, médico da Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Hospital Israelita Albert Einstein.


Dia Mundial da Saúde: a importância da alimentação balanceada para viver bem

Nutricionista da Superbom compartilha dicas importantes relacionadas a mudanças nos hábitos alimentares que podem evitar diversas doenças


Criado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1948, o Dia Mundial da Saúde é comemorado em 7 de abril. Em tempos de pandemia esta data tem ainda mais relevância, pois seu principal objetivo é conscientizar sobre a preservação da saúde por meio da prática de hábitos positivos no dia a dia. Uma das principais aliadas para manter a longevidade, o bem-estar e para ter uma melhor qualidade de vida, é a alimentação saudável.

Alimentar-se bem é sinônimo de manter o bom funcionamento do corpo. Segundo Cyntia Maureen, nutricionista da Superbom , empresa pioneira na produção de alimentos saudáveis, um cardápio balanceado ajuda o sistema imunológico, melhora o humor e a memória, reduz o cansaço e o estresse, melhora a qualidade do sono, previne o envelhecimento precoce da pele e de todas as células, melhora o sistema digestivo e fornece disposição e mais energia para as atividades diárias.

Uma dieta a base de carboidratos complexos, proteínas, gorduras saudáveis, fibras, vitaminas, minerais e boa ingestão de água é essencial para manter o sistema imunológico funcionando bem. Pensando nisso, a especialista separou alguns benefícios que a refeição balanceada, rica em alimentos naturais, é capaz de promover.

Previne contra o câncer

Segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA), praticar atividades físicas, evitar bebidas alcoólicas e manter o peso adequado são ações simples capazes de evitar 28% de todos os casos de câncer. "Uma dieta com base em alimentos vegetais e reduzida de açúcares e sal demonstra grandes benefícios em relação a prevenção contra o câncer. Além disso, abusar das verduras, legumes, frutas e cereais integrais, por serem ricos em antioxidantes, auxilia a defesa do corpo a destruir agentes cancerígenos, podendo ajudar a reverter estágios iniciais de câncer", afirma a nutricionista.

Ajuda contra as doenças cardiovasculares

Essa enfermidade está ligada ao consumo excessivo de gorduras, pois ela eleva o nível de colesterol no organismo. "Neste caso o ideal é inserir na dieta fibras que impedem o depósito de gordura nas artérias, como por exemplo, as presentes nas proteínas vegetais, aveia e outros cereais integrais, sementes e oleaginosas", explica Cyntia.


Combate a Obesidade

De acordo com números da ONU, a obesidade contribui para quatro milhões de mortes todos os anos. Nestes casos os vilões são os alimentos industrializados, de baixo valor nutricional, ricos em gordura saturada e carboidratos simples. "Toda reeducação alimentar leva um tempo, mas precisa ser feita aos poucos. Substituir o refrigerante pelo suco natural, as frituras por assados, e ingerir mais vegetais e frutas ao dia pode ajudar a ter uma refeição mais saudável sem perder o sabor", comenta Maureen.


Aumenta a imunidade

Os trilhões de micro-organismos que vivem dentro do corpo são, cada vez mais, reconhecidos como cruciais para a saúde em geral: não só ajudam a digerir os alimentos, mas também produzem nutrientes e fortalecem o sistema imunológico. "Uma alimentação isenta de alimentos cárneos contribui para manter nossa flora intestinal em melhor funcionamento e colabora para que os micro-organismos trabalhem com mais eficácia", pontua a consultora.

Marca tendência quando o assunto são produtos livres de origem animal e conservantes, a Superbom está alinhada com o conceito de saudabilidade e dissemina a cultura do estilo de vida saudável a partir da ideia de que quem se alimenta melhor pode garantir mais qualidade de vida e longevidade.


Estudo da Unifesp mostra relação dos hormônios do apetite e os distúrbios de humor em mulheres na pós-menopausa

Os índices de depressão e de ansiedade, que já cresciam e preocupavam autoridades do Brasil e no mundo em geral, ano após ano, têm aumentado ainda mais em consequência das incertezas e dificuldades trazidas pela pandemia de Covid-19. Há quem diga, inclusive, que lidamos atualmente com duas pandemias, a de Covid-19 e a dos distúrbios mentais. Nesse sentido, dois estudos realizados pelos Departamentos de Fisiologia, Psicobiologia e Ginecologia da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp), trouxeram informações relevantes acerca da relação entre os distúrbios do humor e os hormônios do apetite, principalmente em mulheres na pós-menopausa.

"Apesar da depressão e da ansiedade serem patologias conhecidas e muito estudadas, pela sua complexidade e íntima relação com nosso sistema nervoso central as causas destes distúrbios mentais ainda não são completamente entendidas, o que pode dificultar o tratamento correto. Em dois estudos, pudemos observar, por exemplo, que além do excesso de peso, a grelina, que é o hormônio da fome, e a leptina, hormônio da saciedade, estão intimamente relacionados com a depressão e ansiedade, em mulheres na pós-menopausa", explica Maria Fernanda Naufel, pós-doutoranda em nutrição pela Unifesp e uma das responsáveis pelos estudos. Os artigos foram publicados nas revistas Scientific Reports e Menopause .

No estudo veiculado no periódico Menopause Journal, foram incluídos tanto mulheres na pré-menopausa, com idade entre 40 e 50 anos e que representaram o grupo controle, quanto mulheres na pós-menopausa, entre 50 e 65 anos. Já no estudo publicado no periódico Scientific Reports, foram incluídos somente mulheres na pós-menopausa, com idade entre 50 e 65 anos, que apresentavam algum grau de depressão, excluindo, portanto, aquelas não deprimidas.

Em ambos os estudos foram analisadas medidas antropométricas por meio de bioimpedância avançada. Sintomas de depressão e ansiedade foram avaliados por questionários. Também foram dosados inúmeros parâmetros bioquímicos e hormonais por meio de amostras de sangue e saliva, além de parâmetros clínicos.

"Entre os principais resultados, constatamos que, além da obesidade total, obesidade abdominal, avançar da idade e resistência à insulina influenciarem de forma expressiva em quadros de depressão e ansiedade, observamos que a leptina e a grelina são fortes preditores independentes, que se associaram positivamente e respectivamente com a ansiedade e depressão, na população estudada. Ou seja, averiguamos que quanto maiores os índices de leptina maiores os sintomas de ansiedade e quanto maiores os níveis de grelina acilada (antes chamada de grelina ativa) maiores os sintomas de depressão, em mulheres na pós-menopausa", destaca Maria Fernanda.

De acordo com a pesquisadora, "estudos já haviam encontrado receptores de grelina e leptina em zonas do cérebro responsáveis pela regulação do humor, e por meio de nossos estudos foi possível observar uma estreita associação entre estes hormônios do apetite e distúrbios mentais."

Apesar de constatar a relação dos hormônios da fome e saciedade com a depressão e a ansiedade, Maria Fernanda ressalta que ainda não é possível concluir se estes efeitos são positivos ou negativos para o humor. "Essa associação pode refletir tanto uma resposta fisiológica do corpo tentando lutar contra a depressão e ansiedade - neste caso, os hormônios estariam atuando como antidepressivos ou ansiolíticos -, quanto podem ser um fator causal destas patologias. Estudos experimentais levam a crer que estes hormônios auxiliam na melhora dos distúrbios de humor, contudo, mais estudos em humanos são necessários para se chegar a uma conclusão."

Outros resultados constatados nos estudos incluem o fato de mulheres na pós-menopausa apresentarem maiores índices de depressão, ansiedade, obesidade total e obesidade abdominal, quando comparadas às mulheres na pré-menopausa. "Assim, é de suma importância monitorar o ganho de peso e alterações de humor em mulheres na pós-menopausa, para um diagnóstico e tratamento precoce, preservando com isso a qualidade de vida", conclui a pesquisadora da Unifesp.

 

Nutróloga do GRAACC alerta para a importância da alimentação saudável na imunidade das crianças

• Adotar uma dieta saudável com o consumo regular de frutas, verduras, legumes e oleaginosas pode auxiliar na redução do risco de infecções.

• Alimento que será consumido cru deve ser lavado e deixado em solução de hipoclorito de sódio por, aproximadamente, 10 a 20 minutos. Depois, enxaguá-los com água para o consumo.

• Preparar pratos coloridos é uma boa indicação para que não faltem os principais nutrientes. Alimentos vermelhos como tomate e morango são ricos em licopeno; os brancos como leite e derivados, têm boa concentração de cálcio; amarelos e laranjas como mamão, laranja e cenoura possuem vitamina C e betacaroteno.


A pandemia de Covid-19 colocou a população mundial em alerta e despertou nas pessoas a importância de cuidar da saúde da família e manter o sistema imunológico em alta. Essa máxima tem ainda mais relevância para indivíduos de grupos de risco delimitados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como, por exemplo, idosos, doentes crônicos e imunossuprimidos.

A boa imunidade não consegue barrar o contágio, porém é percebida como uma grande aliada para os dias atuais e algumas atitudes e mudanças de hábitos alimentares podem auxiliar na manutenção e recuperação do sistema imunológico.

"O consumo diário equilibrado de porções de frutas, legumes e verduras nas refeições auxilia na melhora na imunidade e, consequente, na prevenção de doenças. As vitaminas como a C e as do complexo B, além de minerais como zinco, selênio e cobre, contribuem significativamente com o bom funcionamento do sistema imune", orienta a Dra. Marise Yago Rodrigues Sahade Moretti, responsável pelo serviço de Nutrologia do Hospital do GRAACC, referência no tratamento de casos de alta complexidade de câncer infantojuvenil.


Cuidados com a Higienização dos alimentos

Tudo começa com a higienização das mãos, fundamental para iniciar qualquer processo de manipulação de alimentos seja na limpeza ou no preparo. Com legumes, verduras e frutas, consumidas cruas, o ideal é lavá-las e deixá-las em solução de hipoclorito de sódio por, aproximadamente, 10 a 20 minutos. Depois, enxaguá-los com água para o consumo. Alimentos que serão cozidos ou consumidos sem casca devem ser apenas lavados, se possível, com água e sabão.

"É importante utilizar álcool 70% em todas as embalagens de produtos que chegam das compras, para limpar bem as superfícies antes de guardar em armários ou mesmo utilizá-las. É um cuidado básico que deve ser feito principalmente em locais com pessoas de grupos de risco", destaca a nutróloga.


Vá pelas cores

Preparar pratos coloridos é uma boa indicação para que não falte nenhum nutriente ou, pelo menos, que a maioria deles esteja presente na refeição. Quanto mais colorido o prato, maior será a oferta de nutrientes. "As cores indicam propriedades dos alimentos como, por exemplo: alimentos vermelhos como tomate e morango são ricos em licopeno; os brancos como leite e derivados e banana, têm boa concentração de cálcio e potássio, respectivamente; amarelos e laranjas como mamão, laranja e cenoura possuem vitamina C e betacaroteno, entre outras cores, além dos grãos, sementes e oleaginosas com antioxidantes, fibras e diversas vitaminas e minerais", explica Dra. Marise.


Rotina atribulada

Manter uma dieta equilibrada com as rotinas diárias cada vez mais atribuladas e dificultadas, por conta da pandemia, não é tarefa fácil. Com a correria e a necessidade das pessoas em encontrar mais tempo para realizar todas as atividades do dia, o consumo desregrado de petiscos, fast food e outros alimentos ultraprocessados ricos em gordura, sódio e açúcar ganham cada vez mais espaço, o que não é nada recomendado, principalmente para as crianças.

"Uma boa dica é preparar grandes quantidades de refeições no fim de semana, por exemplo, e congelar em porções para serem consumidas ao longo dos dias. A refeição está pronta, é só aquecer. Outro caminho, principalmente no lanchinho das crianças, é oferecer alimentos saudáveis como queijo branco e frutas mesclando essas opções entre biscoitos, bolinhos e petiscos", aconselha Dra. Marise.

A nutróloga do GRAACC também orienta pais e responsáveis de crianças que não comem bem e rejeitam legumes e verduras. "Cozinhe as hortaliças junto com outras preparações que são bem aceitas e procure oferecer diariamente pequenas porções de verduras ou legumes para a criança ir se acostumando com essa rotina. Mas lembre-se: alimentação saudável é benefício para todos e ser exemplo para as crianças é fundamental para a criação de bons hábitos alimentares", diz.


Direto na fonte

Fontes dos principais nutrientes que contribuem com o fortalecimento da imunidade.

Cobre - sementes e oleaginosas

Selênio - castanha do Pará, gema de ovo, semente de girassol e trigo

Vitamina A - cenoura e hortaliças como couve, espinafre e rúcula

Vitamina C - frutas cítricas como laranja, limão, acerola, caju

Vitamina D - fígado, peixes, gema de ovo, além da exposição ao sol

Zinco - carne bovina, feijão, grão de bico, peixes, aves

 

 

GRAACC

http://www.graacc.org.br


O papel da alimentação no agravamento de doenças degenerativas e emocionais

 Com base em estudos científicos, médico faz alerta sobre o risco de alimentos na saúde física e mental


A frase "somos o que comemos" traz à tona a responsabilidade que devemos ter todas as vezes que escolhemos o que comer. Doenças como depressão, TDAH, Alzheimer, Parkinson e outros transtornos estão diretamente relacionadas às substâncias que ingerimos na nossa alimentação. Essa foi a conclusão que o Dr. Dirceu de Lavôr Sales, médico e presidente do Instituto de Ensino e Pesquisa em Saúde (IEPS) e que estuda há cerca de 40 anos a influência dos alimentos em nosso organismo, chegou a avaliar inúmeros trabalhos científicos.

Para o especialista, uma alimentação equivocada e não balanceada pode gerar doenças irreversíveis. Segundo ele, organismos internacionais e o Instituto Nacional do Câncer- Inca atestam, por exemplo, que 35% de todos os tipos de câncer existentes no mundo são gerados pela alimentação. "O que nossos pacientes sabem a esse respeito? Existe alguma campanha para informá-los sobre essa realidade?", indaga o médico.

De acordo com o médico, a gordura trans, o corante alimentício e até mesmo o leite são um dos maiores responsáveis pelas doenças degenerativas e emocionais. Em seu levantamento, o médico identificou que a gordura trans altera a capacidade de comunicação entre os neurônios, diminuindo o seu desempenho mental, fator que está associado ao aumento de índices de transtornos depressivos, diretamente relacionados ao desenvolvimento do Alzheimer.

Os corantes alimentícios, por sua vez, afetam diretamente problemas comportamentais nas crianças, como agressão, Transtorno de Déficit de Atenção (ADD) e Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH). "Isso acontece porque as moléculas de corantes sintéticos são pequenas e o sistema imunológico tem dificuldade de defender o corpo contra elas.", explica o Dr. Dirceu de Lavôr.

Já outro alimento, que é considerado "herói" na alimentação, o leite, é, segundo o especialista, responsável pela geração e agravamento de doenças inflamatórias, alérgicas e neurodegenerativas. "O que afirmo vai de encontro ao interesse de muitos e, mais ainda, ao entendimento da população. Mas o fato é que o leite, assim como tantos outros alimentos, é posto como inofensivo, mas na realidade são vilões da nossa saúde", finaliza o médico.


Pré-cadastro para vacinação contra a Covid-19 já pode ser feito pelo WhatsApp

  Integração das informações com a plataforma Vacivida, no site Vacina Já, será realizada pela Prodesp – empresa de Tecnologia do Governo de São Paulo 

  

A partir desta quarta-feira (7), o Governo de São Paulo, por meio das secretarias estaduais de Comunicação e Saúde, em parceria com o Whatsapp, disponibiliza aos cidadãos a possibilidade de realizar o pré-cadastro da vacinação contra a Covid-19 pelo aplicativo de mensagens.  

A integração das informações passadas pelos usuários ao canal oficial do Estado no WhatsApp à plataforma Vacivida é feita pela Prodesp - empresa de Tecnologia do Governo de São Paulo -, que também é responsável pelo site Vacina Já – www.vacinaja.sp.gov.br - e pelo aplicativo Poupatempo Digital. Em qualquer um dos canais, o cidadão pode realizar o pré-cadastro e garantir mais agilidade durante o atendimento nos postos de vacinação.   

Importante destacar que apesar de não ser obrigatório, o pré-cadastro permite ao cidadão uma economia de até 90% no tempo de permanência no ambiente de imunização. “A Prodesp tem se empenhado em desenvolver soluções para auxiliar no combate à pandemia e o pré-cadastro é uma das ações que contribuem para isso, dando celeridade ao processo de vacinação em todas as regiões do Estado”, afirma André Arruda, diretor-presidente da Prodesp.   

Até o momento, cerca de 5,6 milhões de pessoas já efetuaram o pré-cadastro pelo Vacina Já. Com o incremento do WhatsApp, o objetivo é tornar o processo ainda mais acessível, até mesmo para quem tem pouca familiaridade com tecnologia, além de oferecer informações confiáveis sobre o programa de imunização no Estado, incluindo o calendário de vacinação, dados do Plano São Paulo e tira-dúvidas sobre o coronavírus.   

O canal de comunicação do Governo de São Paulo no WhatsApp foi desenvolvido gratuitamente pela empresa Take Blip, provedora oficial de soluções para o WhatsApp Business. O projeto também conta com o apoio da Microsoft.   

Para acessar o serviço no WhatsApp, basta adicionar o número +55 11 95220-2923 à lista de contatos e enviar um “oi” ou clicar no link wa.me/5511952202923?text=oi . 

 

Sistema educacional brasileiro está na UTI e só um plano diretor urgente pode minimizar a catástrofe’, diz diretor do Iteduc

Relatório do Banco Mundial aponta que Brasil é um dos países que terá maior aumento na pobreza de aprendizagem no mundo, e que pode perder, em um ano, os avanços educacionais que levou dez anos para conquistar. O especialista Ismael Rocha, doutor em educação e diretor acadêmico do Institute of Technology and Education, é enfático ao afirmar que se medidas urgentes não forem tomadas, teremos uma geração inteira com déficit de aprendizagem


Em tempos em que as aulas são mediadas pela tela de computador ou smartphone, a educação básica brasileira encontra-se na UTI. Essa é a visão do especialista e doutor em educação Ismael Rocha, diretor acadêmico do Iteduc (Institute of Technology and Education), instituição pioneira na capacitação de professores de educação básica para o ensino online e híbrido.

O especialista é enfático ao afirmar que se não for criado o mais rápido possível um plano diretor para minimizar a catástrofe que se tornou a educação brasileira, ‘o preço a ser pago será muito alto’. A situação já preocupa, aliás, como aponta Relatório do Banco Mundial sobre os impactos da pandemia na educação básica, divulgado esse mês. O estudo mostra que, com o fechamento prolongado das escolas, 70% das crianças brasileiras do ensino fundamental vão ter severas dificuldades em ler e compreender um texto simples.

Na opinião de Ismael Rocha, do Iteduc, o aumento absoluto da pobreza de aprendizagem no Brasil (indicador medido pelo número de crianças de dez anos com dificuldades severas em leitura) tem relação não apenas com a pandemia, mas com a ausência de um projeto educacional do Estado.

Para o especialista, as falhas apontadas na educação básica causadas pela pandemia são mais acentuadas no Brasil, devido à falta de planejamento do Estado. “A baixa qualidade do ensino está diretamente ligada a uma série de fatores: falta de estrutura física, professores mal preparados, alimentação inadequada e alunos sem suporte sócio emocional são apenas alguns deles ”, indica. “E é importante destacar que a educação faz parte de um processo de construção, onde alunos e professores fazem parte de um conjunto”.

E os prejuízos para a educação em decorrência da covid-19 são gigantes, na visão do diretor acadêmico do Iteduc. “Estamos assumindo um passivo que levará pelo menos uma geração para ser mitigado”, afirma o especialista. “Nos últimos 13 meses, boa parte das escolas públicas não entregaram aos seus estudantes a oportunidade de construírem seu processo de aprendizagem porque não houve qualquer atividade escolar, tanto por falta de infraestrutura como pela falta de preparação dos professores para lecionar no atual contexto”, explica Rocha.  “Entre as escolas particulares, poucas delas conseguiram ensinar, mas muito longe do ideal; e apenas uma porcentagem das instituições de elite conseguiu produzir algo minimamente aceitável,  na esfera do ensino remoto”, avalia o especialista.

“Teremos nos próximos anos, uma geração com um déficit de aprendizagem que, se não for criado agora um plano diretor para buscar minimizar esta catástrofe, o preço a ser pago será muito alto”, afirma Rocha.

O resultado desse cenário, segundo ele, é que a pandemia exacerbou a exclusão social no País, uma vez que a educação seria o principal agente para diminuir as desigualdades e também um motor para o pleno desenvolvimento do aluno, preparando-o para a cidadania e capacitando este aluno para o trabalho.

Mas, diferente do que muitos imaginam, o especialista afirma que o ensino híbrido representa um enorme avanço para a educação e que o sistema de ensino ideal é justamente aquele que prevê parte da rotina remota e outra parte presencial. “Isso vem acontecendo em alguns dos países que detém as melhores posições no ranking global de educação básica da OCDE, como a Finlândia, por exemplo”, conta ele. “No ensino híbrido, há o desenvolvimento de várias das principais competências esperadas para o término do Ensino Médio, como a capacidade em resolver problemas, autonomia e a capacidade de trabalhar em grupo”, enfatiza.

E o especialista lembra ainda que os alunos são muito mais abertos ao ensino, quando ele é feito com as metodologias mais modernas, como a neurociência aplicada à educação, o uso de games e das metodologias ativas, capazes de transformar as aulas em experiências de aprendizagem mais significativas para os estudantes.

Essa ótima adaptação dos estudantes para o ensino híbrido acontece, segundo Rocha, porque as crianças e jovens são nativos digitais e, por isso, a transformação tecnológica do ambiente escolar é um investimento mais do que necessário.  “Com um ensino híbrido de excelência e o uso dos métodos pedagógicos 5.0, haverá nas salas de aula alunos mais motivados e mais envolvidos na relação ensino-aprendizagem”, analisa.

“A consequência direta é estudantes que aprendem mais e têm uma trajetória de maior sucesso na sua jornada escolar, com evasão baixa e autoestima em alta”, explica. “Com isso, haverá uma espiral ascendente na educação básica brasileira.”

Para driblar a falta de acesso da internet, que atinge cerca de 40 milhões de crianças e jovens brasileiros, o diretor acadêmico do Iteduc indica que há alternativas para o problema. Ele cita por exemplo que o Brasil é um dos países democráticos com maior número de rádios e TVs estatais “Se insistirmos em construir nossa plataforma de ensino virtual calcada em internet de banda larga, estamos excluindo um significativo número de crianças e jovens desta dinâmica”, observa Rocha. ” As rádios e TVs podem levar a educação a todas as crianças e jovens”, explica. “Porque por mais longínqua que seja a comunidade, por mais periférica, há ali um antena parabólica, um rádio de pilha”, conclui.

Sobre as perspectivas para a educação básica no Brasil, Rocha é enfático. “Tivemos impactos que ainda nem conhecemos no âmbito cognitivo, socioemocional e da saúde psíquica”, avalia. “E precisamos ter em mente que crianças e jovens são seres humanos em formação, para quem o isolamento social tem provocado um efeito desastroso, e  não HD’s onde eu plugo e descarrego uma série de informações”, alerta ele. “Se os aspectos socioemocionais não forem levados em conta, de nada vai adiantar os gestores decidirem pelo aumento da carga de matemática ou de língua portuguesa”, conclui.

 


Ismael Rocha - é diretor acadêmico do Iteduc (Institute of Technology and Education), pioneira na capacitação de professores de educação básica para o ensino on-line e híbrido. É Doutor em Educação pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP) e especializado em avaliações escolares. Também é mestre em Sociologia, com formação complementar nos EUA, Canadá, Inglaterra, China, Malásia, Chile e México. Vice Presidente da World Vision Brazil e Climate Leader.

 

Iteduc - O Institute of Technology and Education 


Empresas se unem para doar mais de 5 mil concentradores de oxigênio

 Equipamentos serão utilizados para o tratamento de pacientes com Covid-19 em suas próprias localidades, evitando o deslocamento e sobrecarga de hospitais; a iniciativa atende a uma chamada pública da Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia em apoio ao Ministério da Saúde, a logística dos itens ficará sob responsabilidade do SUS

 

Um grupo de 12 empresas se uniu em uma ação coletiva para viabilizar a doação de mais de 5.000 concentradores de oxigênio, que serão utilizados para o tratamento de pacientes com Covid-19 em suas próprias localidades, evitando deslocamentos para outras cidades e, consequentemente, a sobrecarga de hospitais. O concentrador de oxigênio é um equipamento que separa o oxigênio do ar e o fornece ao paciente em um fluxo direto e contínuo, contribuindo para a melhora de sua capacidade respiratória, uma das áreas mais afetadas pelas consequências da Covid-19.

Participam desta iniciativa as seguintes empresas: Bradesco, BRF, B3, Embraer, Gerdau, Grupo Ultra, Itaú Unibanco, Magazine Luiza, Marfrig, Natura & Co, Suzano e Unipar. O Grupo atendeu a uma chamada pública feita pela Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, em apoio ao Ministério da Saúde, para a aquisição de concentradores de oxigênio. A Air Liquide Brasil, líder mundial em gases, tecnologias e serviços para a indústria e saúde, fez a cotação geral para a importação dos equipamentos, ao custo total de R$ 35 milhões.

O uso dos concentradores doados nesta ação terá papel fundamental no combate à pandemia e consequente desafogamento do sistema hospitalar. Considerando que o tempo médio de uso do aparelho por paciente pode variar entre uma ou duas semanas, a expectativa é de que os mais de 5 mil concentradores atendam, mensalmente, entre 10 mil e 20 mil pacientes. Cada concentrador substitui, em média, 21 cilindros de oxigênio. Juntos, os equipamentos doados suprirão o equivalente a uma produção mensal de 1.100.000 metros cúbicos do insumo, volume que demandaria mais de 108 mil cilindros por mês para ser armazenado. A quantidade de oxigênio fornecida por meio dos concentradores contribuirá ainda para evitar a sobrecarga na capacidade produtiva da indústria de gases.

A praticidade no manuseio é outra característica de destaque no uso dos concentradores. Cada equipamento pesa aproximadamente 15 quilos e necessita apenas de energia elétrica para funcionar. Essas condições facilitam o transporte e uso, inclusive, nas regiões mais remotas do País. A durabilidade também é um diferencial destes equipamentos. Os concentradores doados têm uma vida útil estimada em sete anos.

Os mais de 5 mil concentradores de oxigênio adquiridos nesta ação serão entregues ao Ministério da Saúde, a quem caberá a responsabilidade de fazer a logística de distribuição dos equipamentos. A expectativa é que os aparelhos sejam enviados aos seus locais de destino no decorrer do mês de abril.

Com essa iniciativa coletiva, as empresas somam seus esforços no enfrentamento à pandemia de Covid-19, em um de seus momentos mais agudos no Brasil. As companhias participantes desta ação estão comprometidas com os esforços da sociedade para salvar vidas e com o apoio ao Poder Público, em suas diferentes esferas, nas ações de superação à crise sanitária.

 

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