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terça-feira, 27 de abril de 2021

Abril azul: o desenvolvimento de crianças com autismo na pandemia

Fonoaudiólogo e psicanalista cadastrado no GetNinjas lista atividades que ajudam no avanço cognitivo mesmo na reclusão



A reclusão se tornou um desafio para as crianças, principalmente para as que têm TEA (Transtorno do Espectro Autista) já que as mudanças na rotina impactam a saúde mental e o desenvolvimento de tais pequenos. Para Evandro Abelin, fonoaudiólogo e psicanalista cadastrado no GetNinjas, o conceito de "isolamento" é diferente para autistas e não autistas. Em portadores do espectro, o isolamento é uma característica involuntária, ocasionada pela dificuldade de interação. Já em relação aos não autistas, o isolamento só ocorre, se for de forma voluntária ou de forma compulsória. Entretanto, todos foram impactados pela pandemia.

"Por conta da pandemia, todos nós, autistas ou não, nos deparamos com o isolamento social e com a existência de um "novo normal" no qual fomos compelidos a nos adaptar e a nos reinventar nas mais complexas situações cotidianas. Entretanto, é nessa capacidade de transposição e de improvisação que os autistas também encontram muito mais dificuldade", explica Evandro. A solução que pais podem adotar para diminuir o estresse é investir na contratação de serviços multidisciplinares que estimulem a comunicação, preservem a saúde mental e que desenvolvam demais habilidades de interação.


Fonoaudiologia

Evandro explica que o tratamento fonoaudiológico, consiste no aprimoramento da comunicação em geral; no qual se trabalham a voz, a fala, a prosódia, a coesão, a coerência no discurso e o equilíbrio entre os processos fonéticos e fonológicos, ou seja, uma convergência das linguagens oral e escrita. Além de desenvolver a comunicação, a fonoaudiologia também melhora outros aspectos e torna mais fácil a inclusão e participação de um indivíduo com autismo na sociedade. Na medida em que o autista vai aprimorando a sua comunicação, ele melhora a sua interação com o mundo à sua volta.


Psicanálise

A psicanálise integrativa engloba recursos como a musicoterapia, a arteterapia, a yoga e entre outros elementos que auxiliam no tratamento de pacientes com o espectro autista de forma lúdica. Tal abordagem, com viés mais leve e quase que recreativo, permite que a criança se articule e interaja com o ambiente.

Apesar da importância de tais atividades, Evandro ressalta que é importante que o tratamento englobe outras áreas interdisciplinares do conhecimento que podem atuar de forma integrada, tais como: terapeuta ocupacional; fisioterapeuta; psicólogo ou psicanalista, com o objetivo de promover melhorias nas funções mentais e motoras.

Isolamento social pode afetar a produção de vitamina D. Saiba como supri-la!

Fechados em casa sem quintal ou em apartamentos, muitos brasileiros podem estar com os números de vitamina D no organismo bem baixo. Nutrólogo Rafael Soares mostra como reverter essa situação antes que algo mais grave possa acontecer.

 

Há pouco mais de um ano, a pandemia obrigou a sociedade a se isolar em casa e manter o distanciamento físico. As rotinas de trabalho e acadêmicas passaram a se concentrar dentro do próprio lar, e com isso, as pessoas estão passando menos tempo ao ar livre e expostas ao sol. Se por um lado isso pode parecer algo positivo, pois pode reduzir a propagação do coronavírus, por outro pode trazer sérios problemas. 

Segundo o dermatologista e nutrólogo Dr. Rafael Soares, “a falta de exposição aos raios solares pode realmente desacelerar o fotoenvelhecimento, mas também traz a diminuição da vitamina D no organismo”. Ele lembra que o sol é responsável por 80 a 90% da disponibilidade desse nutriente no corpo, “o que é vital para a saúde não só dos ossos, pois a vitamina D na verdade é um hormônio, e sua ação vai muito além da boa saúde dos ossos, do coração e do sistema imunológico”, destaca o médico. 

Para suprir a deficiência de vitamina D, Dr. Rafael orienta que, mesmo durante o isolamento social, fazer 15 minutos diários de exposição ao sol nos braços e pernas já são suficientes. “Isso pode ser feito no momento de colocar o lixo para fora, levar o cachorro para passear ou estender as roupas. Mas atenção, é preciso expor ao sol com segurança, ou seja, sempre use protetor solar e faça esta atividade apenas em horários recomendados, como antes das dez da manhã, e após às quatro da tarde. Aliás, o filtro solar não impede a formação da vitamina D, apenas a reduz, então pode usá-lo sem problemas”. 

Outra recomendação do especialista é apostar em uma alimentação composta por elementos ricos em vitamina D, como peixes, ovos, laticínios, que contém grandes quantidades de Ômega 3 e antioxidantes. “Presente em alimentos como o óleo de fígado de bacalhau, bife de fígado, gema de ovo, peixes (atum, sardinha, salmão), queijos do tipo cheddar, suíço ou ricota, cogumelos, ostras e leite, deve-se lembrar que essas fontes respondem por apenas 10 a 20% da vitamina D necessária para os seres humanos. O restante é sintetizado pela pele quando exposta ao sol”, destaca. 

Se por um lado o isolamento social e o distanciamento físico conseguem proteger da Covid-19, por outro a deficiência de vitamina D pode causar dores musculares, fraqueza e dor óssea em pessoas de todas as idades. “Os sintomas podem ser percebidos em indivíduos nas mais variadas faixas etárias. Em bebês, sua ausência pode provocar espasmos musculares e atrasar seu desenvolvimento para ações como sentar ou engatinhar”, reforça Dr. Rafael. 

Para as crianças entre 1 e 4 anos de idade, a falta de vitamina pode afetar o crescimento ósseo. “E isso faz com que ele tenda a sofrer anomalias, com desvios na curvatura da coluna vertebral, que é a escoliose, e pernas arqueadas, chamado de joelho varo, ou joelhos juntos, o denominado joelho valgo. Essas crianças podem demorar a aprender a andar e que quando estiverem mais velhas possam sentir dor ao caminhar”, destaca Dr. Rafael. 

Já nos adultos, a falta de vitamina D pode provocar fragilidade óssea, particularmente na coluna vertebral, na pelve e nas pernas. “As zonas afetadas ficam dolorosas ao tato e podem ocorrer fraturas. Aliás, nas pessoas idosas, essas fraturas ósseas, especialmente do quadril, podem acontecer com um leve choque ou de uma pequena queda”, pondera. Além disso, alteração de sono, concentração, hormônios e disposição, estão claramente relacionados a essa deficiência. 

Diante deste cenário, Dr. Rafael Soares orienta que “a vitamina D está aí pronta para ser usufruída. Mesmo isolados em casa, é possível suprir a deficiência. Organize suas atividades diárias e tenha em mente que você pode estar beneficiando sua saúde da melhor maneira se seguir estas recomendações”, finaliza. E caso não seja suficiente, uma reposição orientada por médico é sempre bem-vinda!


Como garantir aprendizado e desenvolvimento às pessoas com autismo em tempos de pandemia

No mês que é celebrado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo, especialista em TEA e parceira da Care Plus fala sobre importância de inserir atividades na rotina que garantam a autonomia e aprendizados para uma convivência social com mais qualidade de vida

 

Durante o período de pandemia, precisamos nos reinventar constantemente para manter um ambiente tranquilo e equilibrado, além de garantir que todas as atividades sejam cumpridas dentro de uma rotina. Diante desse cenário, vemos o aumento da preocupação com a saúde mental e, se a mudança de hábitos já é uma questão para grande parte da sociedade, para uma pessoa com autismo o desafio é ainda maior. Por isso, no mês que todo o mundo lembra e conscientiza a sociedade acerca da luta pelos direitos daqueles que possuem diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA), a Care Plus, operadora de saúde premium, traz luz a este assunto tão importante.

 Pessoas com autismo, que têm como característica do espectro um padrão de comportamento restrito e repetitivo, podem apresentar alterações no padrão de sono e na alimentação, maior irritabilidade e condutas repetitivas, podendo até ter momentos agressivos e lesivos (em si – autolesão – e/ou no outro – heterolesão). Este transtorno atinge cerca de 2 milhões de brasileiros e 70 milhões de pessoas em todo o mundo e requer cuidados indispensáveis. 

Durante o isolamento social, vemos que o atendimento on-line, na maioria dos casos de uma pessoa com autismo, é difícil de manter. E isso pode acarretar perdas de habilidades adquiridas e maiores comprometimentos. Nesse cenário, muitos pais foram treinados pelos especialistas para poder trabalhar os objetivos das terapias com as crianças em casa, algumas famílias tiveram que iniciar atendimentos domiciliares e outras voltaram para as clínicas, quando reabertas. Mas, como as famílias devem atuar para tentar minimizar esses impactos e criar um ambiente tranquilo e adequado para os autistas? 

Segundo a especialista em TEA e credenciada da Rede Plus, serviço oferecido pela Care Plus, Marcella Marie Carvicchioli, precisamos, neste momento de pandemia e isolamento social, fazer o que é possível dentro da realidade individual de cada família e não nos cobrar caso não seja exatamente o que era antes da pandemia. “Para não perder o vínculo social já conquistado, chamadas de vídeo com professores, amigos e família podem auxiliar e tornar-se um momento de lazer e diversão para todos. Neste período em que todos estão em casa, os familiares podem ajudar no aprendizado das emoções e dos sentimentos, mostrar vídeos e imagens de pessoas com diferentes tipos de emoções e estimular a criança a se expressar e entender o que está sentindo”, explica a especialista.

 

Como garantir a autonomia das pessoas com autismo durante o isolamento social? 

Os familiares precisam ficar atentos para não realizar as atividades por essas pessoas, mas sim com elas, e para que este auxílio não seja mais do que realmente necessário, evitando que se acomodem e consequentemente não aprendam. 

“Observamos, durante o período de isolamento social, que um dos prejuízos de qualquer pessoa com autismo, seja ela adulta ou criança, é a falta de comunicação. É preciso estimular a comunicação em todas as situações possíveis. Em todas as atividades executadas com essas pessoas precisamos utilizar e aliar ao recurso verbal, como figuras do que fazer, vídeos de alguém realizando a tarefa, ajuda física (seja ela total ou parcial) e ajuda gestual, apontando e verbalizando tudo o que deve ser feito ou usado”, comenta Marcella. 

Continuar no dia a dia com os objetivos das terapias, de forma mais natural, contribui inclusive para generalização e manutenção dos aprendizados e habilidades já adquiridos.

 

Quais atividades podem ser realizadas dentro de casa para ajudar no desenvolvimento? 

Atividades básicas podem garantir o aprendizado e desenvolvimento constante das pessoas com autismo, como lavar as mãos, tomar banho, trocar de roupa, organizar os brinquedos e materiais, comer sozinho, guardar talheres, separar e guardar suas roupas. 

Além das atividades básicas, é importante inserir na rotina atividades funcionais com brincadeira com objetos que sejam dirigidas e estruturadas – com início, meio e fim. Elas podem ser manuais, possibilitando estimular a motricidade fina, como pintura e colagem. Todas elas devem estimular o contato visual e facilitar o entendimento dos sentimentos e emoções, como mímica, imitação, brincadeiras com bolinha de sabão, pega-pega, bexiga de água, quebra-cabeça e jogo da memória são ótimas para esses objetivos. “As famílias podem utilizar, além da comunicação verbal, dinâmicas com fotos, imagens, desenhos, vídeos e filmes. Usar sempre do reforço positivo, nos comportamentos adequados e esperados para determinas situações, motiva a pessoa a realizar aquilo novamente – elogios, acolhimento, abraços são importantes”, explica a especialista.

 

Preparando-as para uma futura convivência social

Pensando na convivência social, a pessoa com autismo só desenvolverá habilidades sociais quando estiver inserida no meio, seja na escola, em meio aos parentes, em atendimentos em grupo na clínica ou em treinos de habilidades sociais em situações do cotidiano. Por conta da pandemia, esse pilar do tratamento fica prejudicado, mas podemos aproveitar e ensinar de outras maneiras, como por exemplo, brincadeiras com jogos em que um espera a vez do outro para voltar a jogar, utilizando histórias sociais ou vídeos para ensinar como agir em determinadas situações. Além disso, algumas atividades que são realizadas em casa podem ser adaptadas, mantendo, de alguma forma, o contato com o externo e a natureza, como sair para caminhadas ao ar livre em horários sem movimento.

 

Programa da Care Plus garante amparo ao beneficiário com autismo

Por entender esse cenário complexo, aliado à necessidade de tratar consequências em crianças e adolescentes com doenças como Transtorno do Espectro Autista (TEA), a Care Plus abraça a causa do Cuidado da Família e oferece tratamentos globais, cuidando de cada caso com a atenção que ele merece e com a mesma urgência das enfermidades físicas. Lançado pela operadora em agosto de 2019, atualmente, o programa Cuidado da Família dá suporte à jornada de mais de 190 pessoas considerando a assistência completa e atendimento on-line a todas as famílias também.

O programa permite atendimentos físicos e on-line com uma equipe multidisciplinar, incluindo sessões com psicólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, psiquiatras, neurologistas individualizados, e outras especialidades. “Além das terapias feitas com os pacientes em si, ainda damos respaldo às demais pessoas da família, como apoios psicológicos e orientações 24 horas, 7 dias por semana. Há envolvimento completo de um time de profissionais da gestão de saúde e da equipe de atendimento com o entorno do paciente”, explica Melina Cury, coordenadora de psicologia da Care Plus.


Pandemia quebra rotina nutricional das crianças e coloca em risco sistema imunológico

Com mais atividades on-line e uma permanência mais longa nos lares, público infantil tem aumentado consumo de alimentos com excesso de sódio e açúcar e reduzido as porções de frutas e verduras; para manter a imunidade dos pequenos, pais devem monitorar regularmente se há déficit de vitaminas e minerais

A pandemia mudou a rotina das famílias brasileiras, impondo limitações de deslocamentos e impulsionando cada vez mais atividades on-line. Quando olhamos para o público infantil, a permanência mais longa nos lares somada a falta de atividades esportivas tem implicado em um desequilíbrio nas refeições e um consumo excessivo de alimentos industrializados, com excesso de sódio, açúcar e gordura saturada.

"Este desequilíbrio nutricional prejudica o sistema imunológico. Devemos estimular uma alimentação mais próxima do saudável, com o consumo de três a cinco porções diárias de produtos do reino vegetal como frutas, legumes e verduras para suprir a necessidade de vitaminas, principalmente as do complexo B, C, D e E, além de minerais como zinco e selênio, que são fundamentais para a boa saúde e fortalecimento da imunidade das crianças", orienta o cardiologista Dr. Daniel Magnoni, chefe de nutrologia do Instituto Dante Pazzanese, em São Paulo.

Uma alimentação saudável pode fornecer os nutrientes diários necessários, porém, nem sempre é possível manter uma rotina equilibrada, principalmente em tempos de pandemia em que as atividades em casa favorecem o consumo em excesso de doces e snacks nos intervalos das refeições principais.

"No grupo das crianças temos observado em nossa rotina clínica uma deficiência crescente de vitaminas decorrente da má alimentação. Nestes casos, indicamos mudanças na alimentação e, quando necessário, a suplementação de vitaminas e minerais sob orientação médica. Houve uma enorme evolução nutricional neste setor, além dos formatos tradicionais em líquido e comprimidos já contamos com uma nova geração de suplementos vitamínicos em gomas, que acaba favorecendo a adesão das crianças. Dessa maneira conseguimos manter o equilíbrio diário de vitaminas e minerais que favorecem a imunidade, atuando preventivamente em muitas doenças", comenta Dr. Magnoni, responsável pela área de nutrologia de 13 hospitais de São Paulo.


Vitaminas e minerais aliados da imunidade infantil

Complexo B - Auxiliam com a absorção e ativação de nutrientes, atuam na proteção e desenvolvimento de neurônios e formação de células vermelhas do sangue. (1)

Vitamina C - Muito importante na função dos leucócitos, que formam as defesas do organismo, por isso tem o papel de auxiliar com a imunidade e disposição. (2)

Vitamina D - Importante regulador do sistema imune e auxilia com a absorção de minerais como o cálcio. (2)

Vitamina E - É uma das vitaminas em que a suplementação em concentração acima da recomendada contribui positivamente com a função imune. (2)

Selênio - Essencial para o sistema imune, tanto inato quanto adquirido, com papel fundamental no equilíbrio de oxidação-redução e proteção do DNA. (3)

Zinco - Auxilia no funcionamento do sistema imunológico, cicatrização de ferimentos, além de fortalecimento de unhas e cabelo. (4)

 

 

Dr. Good

 

Referências

• Vitaminas do complexo B; Helio Vannucchi, Selma Freire de Carvalho da Cunha, Paula Lumy Takeuchi

• Nutrição e imunidade no homem; Sandra Gredel

• Funções Plenamente Reconhecidas de Nutrientes - Selênio / ILSI Brasil; Cristiane Cominetti, Graziela Biude Silva Duarte e Silvia Maria Franciscato Cozzolino

• Funções Plenamente Reconhecidas 

Crescimento de compras no cartão de crédito aquece setor de cobranças

Vantagens para o cliente e para o empresário aumentam uso de crédito mesmo em ano de pandemia; cenário incentiva inovações nas fintechs 

 

O aumento em pagamentos com cartões no último ano representa também mudanças no setor de cobranças online. Em 2020, o uso de cartões movimentou R$ 2 trilhões, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs). O pagamento em cartões de crédito, sozinho, registrou R$ 1,18 trilhão em transações, marcando uma alta de 2,6%, superando expectativas do mercado para um ano de pandemia. Muitos empreendedores que não faziam uso dos pagamentos digitais migraram para o meio online devido ao cenário atual. Esse aumento representa uma oportunidade para fintechs inovarem na hora de oferecer serviços de cobrança em um mercado que procura segurança, facilidade e praticidade. 

“Sabemos o quão burocrático pode ser ter uma conta digital, principalmente quando é jurídica”, comenta José Antunes, coordenador de vendas e novos negócios da fintech Juno, especializada na desburocratização de serviços financeiros. “Nosso papel é construir uma conta cada vez mais completa, com possibilidades de recebimento, pagamentos e outros serviços relacionados, centralizando tudo isso em uma única conta completa”, afirma. 

Assim como o consumidor quer fazer uma compra rápida e segura, o empresário também deseja finalizar a transação de maneira prática e fácil. “O cartão de crédito tem a vantagem do parcelamento e, nesse momento difícil que passamos, é o que o consumidor busca cada vez mais, continuando com suas compras sem comprometer o orçamento mensal. Isso nos fez repensar em alguns produtos e desenvolver novas features para o cartão, aumentando as possibilidades de quem vende, cobrar com comodidade via cartão, conseguindo acompanhar essa tendência”, explica Antunes. 

Pequenas e médias empresas são boa parte dos novos usuários de sistemas de pagamento online. Só entre março e julho do ano passado, foram registradas 150 mil novas lojas virtuais, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico. A pandemia acelerou a digitalização do mercado, e os empreendimentos menores viram a necessidade de apresentar variadas formas de transações financeiras. O coordenador de vendas da Juno aponta: “A abertura facilitada de contas, com envios de documentos e comprovantes de forma digital, com operacionalização da conta em poucos minutos, foi a grande vantagem da digitalização de contas e dos serviços bancários em geral.” 

Garantir a confiança do cliente ganhou ainda mais destaque, e mostrar que a compra virtual é segura e fácil se tornou um dos pontos fundamentais. Soluções como o checkout transparente, no qual um pagamento pode ser feito diretamente no site da loja, sem redirecionar o usuário para outra página, são um atrativo para serviços de pagamentos. “Perder um cliente no checkout é a pior coisa que pode acontecer para um e-commerce e nós sabemos disso, por isso a preocupação em ter diferentes rotas para nunca deixar nossos clientes na mão”, Antunes destaca. 

O ambiente virtual gera desconfiança pelo número de golpes, e apresentar formas seguras de transação é um atrativo das fintechs para os empreendedores. A Juno, por exemplo, aposta na personalização do mecanismo antifraude, mesmo para as pequenas e médias empresas que não costumam receber esse grau de customização. “Conseguimos elaborar nosso mecanismo antifraude com o cliente, modulando uma regra mais rígida ou permissiva. Essa personalização é importante para vendas saudáveis, evitando o chargeback, uma grande dor de cabeça para quem vende online”, completa o coordenador da Juno.

 

Micro e pequenos negócios podem pagar Simples com Pix: 16 milhões de contribuintes são beneficiados

O Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS) virá com um QR code que possibilitará o pagamento instantâneo

 

Os micro e pequenos negócios que se enquadram no Simples Nacional poderão pagar suas contribuições através do Pix, tecnologia de pagamentos instantâneos criada pelo Banco Central. A novidade foi anunciada pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). A expectativa é que mais de 16 milhões de empreendedores sejam beneficiados com a facilidade de realizar o pagamento em qualquer dia, a qualquer horário e banco que tenha o Pix.

Para fazer o pagamento do Simples com Pix, basta retirar o Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS) online, pois a partir de agora ele virá com um QR code. Em seguida, o contribuinte abre o aplicativo do banco que é correntista, escolhe a função Pix, faz leitura do código QR code com a câmera do celular e o processo será iniciado. O pagamento instantâneo também estará disponível para quem está renegociando dívidas e precisa pagar as parcelas do Simples.

A analista de Capitalização e Serviços Financeiros do Sebrae Cristina Vieira acredita que o pagamento via Pix é um avanço para os donos de pequenos negócios. “O Pix já estava disponível para os micro e pequenas empresas desde novembro de 2020 e agora, com os avanços da tecnologia de pagamentos proporcionada pelo QR code, os empresários terão mais esta facilidade. Nós sabemos como a vida do empreendedor é corrida, toda solução que venha facilitar a rotina deve ser comemorada”, afirma.

Atualmente, segundo a Receita Federal, existem 5 milhões de micro e pequenas empresas e 11 milhões de MEI inscritos no Simples Nacional. O regime especial existe desde 2006 e unifica, numa guia única, o recolhimento de sete tributos federais, mais o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), administrado pelos estados, e o Imposto sobre Serviços (ISS), administrado pelos municípios.


Avanços no Pix

Lançando em novembro de 2020 pelo Banco Central, o Pix é um meio de pagamento instantâneo criado para trazer agilidade, segurança e praticidade aos usuários. Com baixo custo e a simplicidade das operações, se revelou uma das formas de pagamento aceita por milhares de micro e pequenos negócios de todo país. Ao longo deste ano, o Banco Central prevê uma série de avanços para o Pix. Na agenda evolutiva da ferramenta, está a inclusão da possibilidade de fazer saques, integração do Pix com a agenda telefônica do usuário, Pix por aproximação e débito automático com a opção Pix.


As metodologias ágeis e suas conexões multidisciplinares

A aplicação de Agile marketing nos mais variados projetos exige interação cada vez maior das equipes que dominam essa estratégia. A prestigiada ferramenta funciona bem desde os mais robustos aos mais compactos planejamentos dentro de uma empresa. O objetivo vai muito além de ser simplesmente uma metodologia ágil de gestão de projetos que utiliza ciclos curtos de trabalho. E sua abordagem interativa e incremental se traduz em melhorias contínuas nas estratégias de marketing.

Mas como ter um processo fluído, ágil, flexível, a partir de boas práticas, e extrair os melhores insights na estrutura de marketing? Uma perspectiva segura é sempre se orientar pela necessidade específica para cada cliente, levando-se em conta a experiência com cada ação e seguindo os fluxos de implementação de metodologia.

O agile maketing é concebido a partir de comportamento e atitudes. Como o momento atual exige muita adaptabilidade e flexibilidade nas organizações, o conceito de marketing ágil deve ser incluído e implementado na prática dos negócios.

Eu costumo dizer que para fazer a ‘roda girar’ é vital conectar áreas complementares em um mesmo objetivo, como por exemplo, atendimento com o time de projetos e suas distintas lideranças. Essa sinergia forma uma grande oportunidade de acelerar os processos, tracionando melhor as demandas do cliente.

Para atingir os resultados ao longo das iniciativas realizadas, o melhor caminho é investir numa visão de multidisciplinaridade, com conversas frequentes entre as equipes, trocas para provocar a quebra de silos entre departamentos, seja projetando tecnologias complementares, usando as várias práticas de marketing, enfim, tudo o que possa transformar e gerar benefícios para o cliente.

Cada vez mais, vemos a necessidade de ser ágil na tomada de decisão e na mudança e readequação de rota, de ter menos planejamento fixo e ter muitas cabeças conectadas, que pensam diferente, movimentando essa sinergia, com recorrência de conversas, operando sempre com olhar para o resultado do cliente. Hoje, não atuamos mais com a chamada ‘entrega de prateleira’, é tudo mais personalizado. Agora, essa dinâmica também tem de ser impressa dentro do cliente. Temos que corresponder a esse novo movimento e o marketing ágil veio para auxiliar nesse formato. Aqui, vale lembrar que há circunstâncias em que não é tão fácil fazer essa movimentação, podemos ter um ‘transatlântico’ que não consegue fazer a mudança de rota tão rápida. E aí que entra nosso maior desafio.

Há barreiras culturais a serem transpostas, temos milhões de variáveis e precisamos ter a capacidade de se adaptar e se modelar para uma corrigir rotas em tempo real e ter a coragem de tomar melhores decisões, ou seja, nessa etapa vale exercer a adaptabilidade e a flexibilidade.

Não podemos confundir agilidade com velocidade para atingir determinados resultados. Não é bem assim que funciona. A melhor tática é fazer mini entregas, entregas pontuais, com coleta de resultados nas primeiras semanas. Assim, é possível ver o alicerce do projeto subindo mais rápido. Você experimenta iniciativas menores e vê como se comportam, passo a passo, com ações mais testáveis e não mais uma campanha gigantesca. Desta forma, você traz a sensação de agilidade e de maior assertividade, diferente da metodologia tradicional aplicada. Ser ágil é o famoso ‘vamos devagar para ir rápido’, fazendo vários testes para ir mais rápido e ganhar tração.

E isso é uma novidade, ainda em fase de aprendizados. A tecnologia se adaptou bem a esse universo e entendeu o benefício de maneira mais rápida. O marketing ainda está absorvendo e trazendo essa metodologia para a nossa realidade do dia a dia e cobrando mais de seus fornecedores. Não há tanto a necessidade de fazer uma grande reunião para tornar o projeto mais ágil, mas é fundamental estar presente na tomada de decisão e inserir cada vez mais os processos agile.

O ideal é buscar a flexibilidade e a dinâmica mais aplicável ao negócio do cliente. É importante entender a real necessidade dele, olhar para o que realmente faz sentido e, dentro do cenário que enxergamos, identificar qual a melhor forma de conduzir os métodos mais ágeis e eficientes a serem aplicados. Ter todas as opções de frameworks e ferramentas que dão flexibilidade de aprimoramento aos processos como um todo. No entanto, a confiança da liderança e a aposta no que for mais assertivo naquele momento são fundamentais. O agile é ‘líquido’ e vai se adaptando à medida que os resultados são, de fato, efetivos e comprovados.



Felipe Rodriguez - diretor de Operações da Gauge, do Grupo Stefanini

 

Lidar com imprevistos nos negócios exige sabedoria e jogo de cintura

 

Escassez de matéria-prima, afastamento de um colaborador por acidente, mercadoria extraviada e até uma pandemia – quem diria? - são apenas alguns dos inúmeros imprevistos que empreendedores e empresários em todo o mundo podem enfrentar em algum momento. As incertezas são eternas companheiras na trajetória empreendedora e você já deve ter notado que é praticamente impossível programar um caminho perfeito, cobrindo todas as variáveis possíveis. Mas calma, não quero assustar e nem deixar aqui uma mensagem de pessimismo. Pelo contrário, o objetivo aqui é, justamente, ajudar a enfrentar esses desafios, quando eles surgirem!  

  

Primeiro, é importante ter em mente que saber lidar com imprevistos é uma característica importante para ser um empreendedor de sucesso. Também é interessante entender que há formas de minimizar a ocorrência de algumas situações imprevistas. O planejamento empresarial é um dos caminhos para isso. Ao estipular objetivos, traçar metas e estabelecer estratégias para alcançá-las, conseguimos avaliar e até prever quais podem ser os obstáculos que surgirão no percurso, embora alguns sejam bastante imprevisíveis, caso da pandemia que o mundo está vivendo. Outro exercício interessante é traçar cenários e pensar nos imprevistos que podem aparecer.  

  

Avalio que outro passo válido é ter um Plano de Continuidade de Negócios. O conteúdo e os componentes de um plano como esse vão variar de uma empresa para outra e podem ter níveis de detalhamento de acordo com a complexidade técnica e cultura de cada negócio. Oriento que todos os departamentos da companhia sejam avaliados e “cobertos” com medidas preventivas. Para isso, é importante avaliar os pontos fortes e fracos da empresa e, com base nessa análise, estabelecer os riscos possíveis. Depois, é hora de avaliar de que maneira essas ameaças podem impactar a empresa e, por fim, estabelecer um planejamento estratégico com orientações sobre as medidas que precisam ser adotadas para a retomada das operações. Também é válido ter um Plano de Contingência previamente estabelecido. Ele será utilizado caso todas as medidas preventivas falhem.  

  

Ter todos esses cenários traçados e pensar nas consequências obviamente não vão, por si só, livrar as empresas ou fazer com que elas passem ilesas por imprevistos e até por crises. Porém, podem ajudar a minimizar os impactos para o negócio. Nenhum de nós jamais imaginou passar por um longo período de incertezas, tanto tempo com nossas empresas de portas fechadas, com limitação da nossa circulação pelas cidades, encarar falta de matéria prima em uma série de setores e precisar de autorização para que apenas o essencial funcione. Não imaginar um cenário como esses, no entanto, não impediu que essa se tornasse uma realidade no mundo inteiro. Agora que já temos essa experiência, podemos encarar os imprevistos com mais sabedoria, jogo de cintura e resiliência.  

  


Haroldo Matsumoto - especialista em gestão de negócios e sócio-diretor da Prosphera Educação Corporativa, consultoria multidisciplinar com atuação entre empresas de diversos portes e setores da economia.  


Vendas do comércio têm retração de 7,3% em março, segundo Serasa Experian

Segmento de Tecidos, Vestuário, Calçados e Acessórios registra maior queda do mês 


O Indicador de Atividade do Comércio da Serasa Experian revelou que as vendas físicas do comércio brasileiro caíram 7,3% em março de 2021, quando comparadas com o mês anterior. Na análise por segmento, todos registraram quedas ainda maiores do que as marcadas em fevereiro de 2021. O destaque negativo fica com o segmento de Tecidos, Vestuário, Calçados e Acessórios, que caiu 28,7%. Confira:


Para o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, a retração tem um reflexo claro. “O retorno das medidas mais severas sobre o distanciamento social e as restrições de funcionamento impostas aos comércios impactaram diretamente as vendas dessas empresas durante o mês, causando queda em todos os setores. Além disso, o poder de compra do consumidor também foi afetado pelo corte do auxílio emergencial. É possível observar ainda, que os itens essenciais, como alimentação, tiveram um tombo mais leve, já que mesmo com a alta dos preços continuam sendo imprescindíveis. Ou seja, as pessoas estão tendo que avaliar suas necessidades e ser cada vez mais criteriosas para realizar suas compras”.

Na comparação entre março 2021 e o mesmo mês do ano anterior as vendas do comércio demonstram crescimento de 5,3%. Nessa análise, todos os segmentos também registram alta, exceto o de Tecidos, Vestuários, Calçados e Assessórios, que tem queda de 20,4%. Se considerarmos o primeiro trimestre de 2021, houve um leve aumento de apenas 0,3% no acumulado do ano em relação ao mesmo recorte de 2020

 


Serasa Experian

www.serasaexperian.com.br


Caso do menino Henry: Um alerta para a identificação da violência

O caso do menino Henry Borel, de 4 anos, vítima de violência intrafamiliar retrata uma narrativa triste e violenta que ocorre todos os dias com muitas crianças no País.


Números divulgados na imprensa sobre agressão contra crianças destacou os altos números sobre a violência, mostrando uma realidade extremamente preocupante. Nos últimos 10 anos, 2.083 crianças de até 4 anos morreram vítimas de agressão.

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), com apoio da equipe da 360° CI, considerando crianças e adolescentes entre o nascimento e 19 anos, esse número chega a pelo menos 103.149. O levantamento feito em 2019 mostra que, todos os dias, foram notificados, em média, 233 agressões de diferentes tipos (física, psicológica e tortura) contra crianças e adolescentes.

Os dados extraídos pela Sociedade Brasileira de Pediatria do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan), mantido pelo Ministério da Saúde (MS) constataram que, em grande parte dessas situações, a violência ocorre no ambiente doméstico ou têm como autores pessoas do círculo familiar e de convivência das vítimas.

Na publicação feita na quarta-feira (14), no site da SBP, a presidente, Luciana Rodrigues Silva, destacou a exposição das crianças a uma maior incidência de violência doméstica e, consequentemente, aumento do número de casos letais diante da necessidade de distanciamento social, incluindo o fechamento de escolas, para conter a pandemia do novo coronavírus.

Ao acompanhar a história de Henry, é possível entender que o menino deu alguns sinais de que algo estava errado, teve mudanças de comportamento e até chegou a comentar com a babá sobre as agressões. Neste sentindo, escola também tem um papel fundamental, muitas vezes são os professores e profissionais da educação que notam comportamentos, hematomas ou outros sinais de violência e levam a denúncia ao conselho tutelar.

No atual cenário, onde se tem discutido 'homeschooling' na Câmara do Deputados, o caso de Henry evidencia que a proteção e os cuidados com a criança e o adolescente não podem ficar restritos apenas aos pais. A participação do Estado é fundamental para garantir a proteção e os direitos, como assegura o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a Constituição Brasileira, no artigo 227 .


Violência deve ser discutida na escola

Educar para prevenir é a principal discussão apontada pelo 'Eu Me Projeto' , um projeto criado para que as crianças com e sem deficiência aprendam que seus corpos pertencem a elas e devem ser respeitados. Através de uma cartilha, as ensinam a reconhecer e se proteger de abusos e agressões com linguagem simples e ilustrações de fácil compreensão.

O Projeto incentiva que esse assunto seja discutido na sala de aula, desde a pré-escola. Assim, não só as famílias, mas também os educadores podem conversar e ensinar às crianças sobre o que fazer em caso de violência. A cartilha ensina a criança a conhecer o seu corpo, entender que ele deve ser cuidado e protegido, e que ninguém pode tocá-lo de uma forma que ela não goste, que a machuque ou a deixe com vergonha.


Crianças com deficiência

O Eu Me Protejo evidencia uma realidade ainda mais complexa, a de crianças com deficiência que acabam sendo vítimas ainda mais fáceis de agressão e abuso, como explica a jornalista e mestre em Estudos da Deficiência, Patricia Almeida, coautora do projeto Eu Me Protejo.

"Infelizmente a criança com deficiência é a vítima ideal. São muitas vulnerabilidades juntas - ninguém se preocupa em educá-la para se proteger contra a violência de uma maneira que ela consiga entender. Se ela não fala, não consegue relatar a agressão e quando consegue, as pessoas não acreditam porque não é uma "testemunha confiável". Além do mais, como muitas vezes ela requer apoio de alguém para ir ao banheiro, por exemplo, é difícil perceber o que é cuidado e o que é abuso. Muitas vezes, ela nem sabe que está sendo abusada. É necessário ensinar que a violência está errada, muitas crianças são criadas nesse meio e acham que isso é normal, aí entra o papel fundamental da escola, explica Patricia.

A violência doméstica é a primeira maior causa de violência cometida contra crianças no Brasil, como explica a psicóloga Neusa Maria, fundadora do projeto Renascer contra a violência doméstica e coautora do Projeto Eu Me Protejo. E, se tratando de crianças com deficiência, ela se potencializa.

"Até mesmo pela invisibilidade social e marcadores que estigmatizam, elas estão sujeitas a todos os tipos de violência, física, sexual, psicológica, verbal, maus tratos como privação de higiene e de alimentação. Ser uma criança com deficiência intelectual já é um fator de risco para a violência doméstica e outras violências. Por isso, falar sobre violência e deficiência é muito importante, precisamos correlacionar, pensar de forma interseccional. Essa articulação precisa ser priorizada com urgência para que as crianças com deficiência, que sofrem cinco vezes mais violência, possam ter acesso aos seus direitos, esclarece Neusa.

A profissional reforça ainda que, o momento atual de pandemia é um fator de risco, e essas crianças ficam ainda mais vulneráveis. Junto com outros fatores, como as redes de apoio, creches, escolas e instituições fechadas, mais tempo dentro de casa, situações estressantes dos pais e cuidadores, conflitos familiares, questões psicológicas, dificuldade de lidar com as crianças e com outros afazeres, irritação, agressividade, ansiedade e falta de paciência inserem essa criança em um contexto de risco ainda maior, gerando uma explosão de violência, onde a condição da criança também é um limitador para que ela possa ter acesso à ajuda.

"Nós, a sociedade precisamos entender que essa é uma responsabilidade nossa, lutar por uma intervenção e integração dos serviços através de uma ação coletiva e efetiva, que seja articulada com todos os outros setores, assegurando a essas crianças proteção ao invés do contexto de agressão que elas estão inseridas. Por isso, precisamos que elas tenham acesso ao atendimento integral e os seus direitos fundamentais devem ser garantidos e instituídos, só assim, conseguiremos diminuir o ciclo de violência e não silenciar essas crianças", reforça Neusa.


Sinais que a criança apresenta

A psicóloga explica que os danos psicológicos são inúmeros e os principais sinais que a criança começa a dar são relacionados à mudança comportamental. Ela fica agressiva, nervosa, aumenta o tom de voz para falar, bate nos objetos, tende a ficar introspectiva, chora, não consegue dormir, tem medos frequentes, cai o rendimento na escola, perde ou aumenta o apetite e há casos em que a criança perde muito peso. A criança passa a ter um atraso no comportamento e começa a apresentar dificuldade para ações, atividades cotidianas e básicas.

Cabe a nós, adultos, a responsabilidade de falar com as crianças sobre o assunto e utilizar materiais didáticos, como a cartilha do Projeto Eu Me Protejo, levar e propor a discussão no ambiente escolar desde a pré-escola e, assim, ensinar a criança como se proteger e denunciar uma possível agressão ou abuso.

 


Thaissa Alvarenga - fundadora da ONG Nosso Olhar e comanda o blog Chico e suas Marias


A luta contra a violência doméstica tem que ser diária

Por dia, pelo menos cinco mulheres foram mortas ou vítimas de violência doméstica e familiar durante o ano de 2020. Este é o triste resultado revelado pelo levantamento da Rede de Observatórios de Segurança, que atua no monitoramento da violência nos estados de São Paulo, Bahia, Ceará, Pernambuco e Rio de Janeiro. Lamentavelmente, a pandemia da Covid-19 fez piorar as agressões por conta da maior convivência entre agressores e vítimas por 24 horas no mesmo ambiente. 

E exatamente para combater essa violência e a aceleração destes números cruéis, resolvi atuar e desenvolver um projeto para ensinar os direitos fundamentais das mulheres, garantidos pela Constituição Federal, contra as agressões, sobre igualdade de gêneros e o respeito as mulheres. 

Tudo começou em 2009, através de palestras que faziam parte de um projeto voltado para crianças e adolescentes, apresentado junto às escolas municipais de São Vicente, onde os alunos do Ensino Fundamental I ouviam sobre a Constituição Federal, seus direitos fundamentais - momento que abria espaço para falar sobre igualdade de gêneros e o quanto é importante respeitar as mulheres. Em 2018 comecei a participar com maior ênfase na causa de combate à violência contra mulheres, foram várias palestras, não só para mulheres, mas também para homens, pois minha ideia sempre foi atingir a sociedade em geral, afinal a violência contra a mulher não existe por causa da vítima, mas por causa do agressor. 

E depois desse período de troca de informações e experiências, resolvi desenvolver uma cartilha - https://linktr.ee/AdvogadacomProposito -  que explica de forma didática as várias questões que envolvem a violência contra a mulher, como o ciclo da violência, os tipos de violência e também os canais para buscar ajuda. 

O objetivo de quem trabalha na linha de frente no combate à violência contra a mulher é proteger e salvar vidas, além de disseminar informações para diminuir todos os riscos das vítimas de violência doméstica e familiar. Pois a agressão contra uma mulher, normalmente, reflete nos filhos e demais familiares. 

Importante destacar que, em geral, a mulher, antes de ser vítima do crime de feminicídio, sofreu violência psicológica, lesão corporal ou ameaça. Muitas procuram ajuda da polícia, faz boletim de ocorrência, mas retornam pra casa, pois não tem outro destino. Entretanto, outras milhares não sabem quais são os seus direitos e os canais que podem ser utilizados em situações graves.

Não tenho dúvidas que uma mulher mais consciente de seus direitos e que tenha o respaldo das autoridades e da informação, pode salvar sua vida. 

Toda mulher deve entender que nada, nem ninguém, independente do cenário e da condição que se encontre, tem o direito de roubar o direito ao respeito e dignidade de uma mulher. Toda mulher deve criar coragem de se reconhecer num relacionamento abusivo e denunciar seu agressor. Temos que agir sempre para barrar a violência doméstica e contra a mulher.

 


Mayra Vieira Dias - advogada, sócia do escritório Calazans e Vieira Dias, ativista no combate à violência contra a mulher e líder dos projetos @advogadacomproposito e @justiceirasoficial


Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho: qual a importância?

Como surgiu o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho?


A definição dessa data foi em decorrência de uma explosão em uma mina de carvão localizada na Virginia, nos Estados Unidos, em 1969. Nesse acidente, 78 trabalhadores mineiros morreram e um número expressivo ficou ferido. Mas foi somente em 2003 que a OIT estipulou a data como o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho.

A escolha foi em memória às vítimas de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho. Como esse caso da explosão da mina ganhou bastante notoriedade na mídia, a definição dessa data representa a oportunidade de reflexão sobre a relevância da adoção de práticas em defesa da saúde dos trabalhadores.

No Brasil, foi realizado um importante evento para chamar a atenção da sociedade para um futuro de trabalho seguro e saudável. Assim, em 2019, por meio da
Lei nº 11.121/2005, a data ficou conhecida como o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho.


Qual a importância da data?

O Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho é visto como uma oportunidade de divulgar campanhas e difundir informações sobre o tema. É preciso destacar que o trabalhador tem direito a um ambiente de trabalho seguro e saudável. Isso deve ser respeitado em todos os cargos e segmentos, visto que é uma conquista assegurada por lei.

Nesse dia, são celebrados eventos centrados em diferentes propostas favoráveis à conscientização dos trabalhadores e empregadores. O foco dessas campanhas é a atenção aos riscos de acidentes no trabalho, sobretudo, em locais insalubres e que afetam a integridade do trabalhador.

Portanto, o que antes era considerado um dia de luto pela morte dos mineiros estadunidenses, desde 2003, foi transformado em um dia de luta em defesa da vida e dos direitos das classes trabalhadoras. Assim sendo, a data objetiva estimular o cumprimento da legislação, a fim de tornar o ambiente laboral cada vez mais seguro e saudável.


O que caracteriza o adoecimento ocupacional? 

Diferentemente do acidente de trabalho — que é relacionado aos aspectos físicos — o adoecimento ocupacional pode ser entendido como qualquer alteração biológica ou das funções orgânicas que comprometem o estado de saúde mental, emocional ou físico resultante do exercício do trabalho. Há várias formas de adoecimento ocupacional e que podem se desenvolver por diferentes influências.

Esse quadro ocorre como consequência da exposição a riscos ambientais, químicos, físicos e biológicos. Mais do que nunca, a liderança deve priorizar medidas preventivas, sobretudo, que estejam alinhadas ao enfrentamento da pandemia de Covid-19. Um artigo publicado no site Scielo destacou a necessidade de ações mais eficazes para lidar melhor com os impactos sanitários nas empresas.



Como prevenir acidentes de trabalho?

Todas as lideranças empresariais devem ter em mente a importância de implantar ações práticas para amenizar situações da rotina laboral que põem em risco a integridade de seus colaboradores. Nessa perspectiva, selecionamos algumas estratégias que poderão ser úteis ao alcance desses objetivos. Veja quais são!

 

Invista em equipamentos de qualidade  


Um dos passos mais relevantes para evitar acidentes de trabalho é investir em equipamentos de proteção adequados à necessidade da função. A atenção ao uso dos Equipamentos de Proteção Individuais (EPI) é um requisito básico para manter a empresa em conformidade com a legislação e preservar a saúde de seus aliados.
  
 

Faça manutenção em máquinas e equipamentos     

 
É certo que a tecnologia promove facilidades que ajudam a flexibilizar diferentes soluções para os espaços corporativos. No entanto, o cuidado com o controle funcional das máquinas sempre estará a cargo dos profissionais responsáveis pela manutenção dos equipamentos.

Evite apressar o trabalho
Manter a organização, fazer um bom planejamento e seguir um cronograma são passos cruciais para trabalhar com tranquilidade, além de ajudar a cumprir prazos e metas. Isso evita a necessidade de trabalhar sob pressão e elevar o risco de provocar acidentes que poderiam ser evitados.

 

Qual a relação da data com a saúde mental?

Há uma intrínseca relação entre
saúde mental e condições de trabalho. Recentemente, o Ministério da Saúde (MS) divulgou informações e estatísticas que alertam para a necessidade de buscar soluções mais eficazes nesse sentido. Segundo o Órgão, os distúrbios mentais — e do comportamento — ocupam o terceiro lugar no ranking das causas de incapacidade para o trabalho.

Além disso, tais problemas representam 9% dos custos com auxílio-doença e afastamento permanente, que é a aposentadoria por invalidez. Os números comprovam que a
depressão é a principal causa de concessão de auxílio-doença não associado a acidentes de trabalho. Os índices ultrapassam 30% do total de desligamentos.

Antes, quando se falava em acidente laboral, as referências eram os quadros típicos relacionados às tarefas comuns exigidas no trabalho. Hoje, o foco são as condições que afetam a saúde mental dos trabalhadores, o que torna o dia 28 de abril uma data oportuna para divulgar campanhas preventivas e a importância de intervenções como a
terapia em grupo.

Carga horária excessiva, pressão pelo cumprimento de metas e conflitos de hierarquia são as causas mais comuns de desordens mentais que geram absenteísmo e afastamento do trabalho. Em outras palavras, é como se os desajustes mentais e emocionais fossem acidentes que os olhos não podem ver, mas que são igualmente preocupantes.

Por fim, é possível concluir que a celebração do Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho representa um emblema na luta pela atenção aos direitos de condições de trabalho mais saudáveis. Aproveitar a ocasião para discutir essa temática é essencial para promover conscientização e assegurar maior segurança aos profissionais em exercício.
      


Daniel Nascimento - técnico da Segurança do Trabalho do Hospital Santa Mônica

 
    

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