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quarta-feira, 20 de março de 2019

Três principais habilidades comportamentais valorizadas em jovens profissionais


De acordo com dados recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), a taxa de desemprego no Brasil foi de 12% no trimestre encerrado em janeiro. A taxa teve um crescimento de 0,3 ponto percentual em relação ao trimestre encerrado em outubro, que serve como base de comparação para o dado atual.  Em relação aos profissionais mais jovens, os dados são mais alarmantes. A taxa de desemprego entre a população de 18 a 24 anos foi superior ao dobro da taxa geral em 2018. Enquanto a desocupação entre os jovens ficou em 25,2% no 4º trimestre do ano passado, o percentual total foi de 11,6%.

Para incentivar esses profissionais a ampliarem suas chances na busca de uma colocação no mercado de trabalho, o especialista Rodrigo Vianna, CEO da Mappit – consultoria do Grupo Talenses especializada no recrutamento para vagas de início de carreira – aponta as habilidades que têm sido mais requeridas pelas empresas na contratação de profissionais iniciantes. São elas:


  1. Capacidade analítica
Vianna explica que mesmo para vagas em início de carreira a visão holística e a capacidade de analisar o trabalho de forma mais aprofundada são requeridas pelas empresas. “As empresas esperam contratar um profissional que pense de forma menos operacional e mais voltada ao resultado da companhia como um todo”, explica o especialista. Ele comenta ainda, que jovens com essa habilidade são bem valorizados, uma vez que não é tão fácil de ser encontrada em profissionais em início de carreira. “Por conta da pouca experiência, eles tendem a ter um perfil de execução. Quando encontramos um profissional com capacidade analítica, ele costuma ser muito valorizado”, afirma. 


  1. Comunicação
De acordo com o especialista, a habilidade de se comunicar é uma das mais requeridas. “Não basta saber passar uma informação, mas o modo como isso é feito e a forma como esse profissional constrói bons relacionamentos interpessoais são extremamente importantes”, afirma. De acordo com ele, muitos jovens têm se adaptado principalmente à comunicação tecnológica e acabam sendo mais objetivos e reservados com a comunicação verbal e pessoalmente. E, novamente, os jovens que sabem se posicionar e se comunicam de forma mais fluida também têm pontos positivos na busca de emprego. 


  1. Adaptabilidade
Hoje, o mundo dos negócios muda constantemente e de forma muito rápida. Muitas vezes, as empresas precisam mudar os processos para chegarem em resultados positivos esperados. Por isso, é importante que os profissionais sejam flexíveis e ágeis em relação à forma como se adaptam aos novos modelos de trabalhar. “A adaptabilidade é uma característica essencial, as empresas precisam contratar profissionais que estão dispostos a mudar e se atualizar no mesmo ritmo que elas”, finaliza o especialista.


Cadeia de valor ou cadeia de receitas?


Cadeia de valor é um conceito bastante difundido e sedimentado que representa um modelo estruturado pelo qual as atividades das empresas são organizadas com o objetivo de garantir a máxima qualidade do produto ou serviço ao cliente final, criando vantagem competitiva no mercado atuante.
 
De acordo com este conceito, há atividades primárias que agregam mais ou menos valor. Definem-se também atividades de apoio, cujo objetivo é suportar as atividades primárias. Finalmente, diz-se que o correto gerenciamento de uma cadeia de valor inclui eliminar atividades que não adicionam valor ao produto com o objetivo de melhorar a rentabilidade do negócio e criar diferencial competitivo.

A conceituação faz todo o sentido. Contudo, o que me chama atenção dia após dia é que executivos, empresários ou empreendedores falam pouco de cadeia de valor. Cada dia menos. Falam em receitas. Um negócio de sucesso hoje precisa ser escalável, ter um modelo de receitas recorrentes e crescimento sustentável. Empreendedores e startups são julgados por investidores segundo esses critérios, e, cada vez mais, empresas de qualquer tamanho ou idade, empresários e executivos pensam em modelos de negócio que contemplem essas características.

A promessa da transformação digital é que cada vez mais é possível transformar modelos de negócio para que permitam às organizações desenvolverem modelos de operação que viabilizem um fluxo de receitas crescente e recorrente. No fim do dia, o que o digital traz para mesa são as condições de escalabilidade que permite o crescimento de forma previsível e sustentado. Este é o novo mundo da competitividade.

Esta nova visão tem um impacto forte em como se percebe a cadeia de valor e as estruturas de gestão. Tecnologia e recursos humanos não são mais atividades de apoio. No novo mundo de plataformas e colaboração, a tecnologia é parte do processo de produção e as pessoas são insumo básico para movimenta-lo.

Nas estruturas de gestão, uma das novidades é que os profissionais de desenvolvimento humano saem da retaguarda e passam a ter papel de protagonista e lugar na mesa estratégica. Embora de forma tímida, os CIOs migram de seu antigo papel de curador das tecnologias para um posicionamento ativo na elaboração de estratégias junto com o CEO. Contudo, o que mais tem chamado a atenção é o surgimento de um novo executivo, preocupado exatamente em garantir o trinômio escala-receita-crescimento. O chamado Chief Revenue Officer ou CRO.

Esta é, sem dúvida, uma nova perspectiva e um novo olhar sobre a cadeia de valor, que enfatiza a necessidade de que existem três “motores”, que precisam funcionar perfeitamente para que as organizações, como um todo, possam ter o crescimento escalável. É a chamada cadeia de receitas: vendas, produto e talentos. Operando de forma sinérgica, estes motores são a base da criação de uma mentalidade de escala que desenvolvem processos e suas métricas de desempenho. Usam a tecnologia juntamente com as competências, habilidades e perfis das pessoas para determinar os que ativos precisam ser desenvolvidos e operados para que a organização possa ser escalável, ter receitas recorrentes e crescer de forma segura e sustentável.





Enio Klein - CEO da Doxa Advisers; Professor de Pós-Graduação na Business School SP; Especialista em Transformação Digital


Cinco mitos sobre inovação


Nos últimos anos, o conceito de inovação se inseriu completamente no cenário empresarial. Hoje, possuímos normas e certificações de melhores práticas, estudos acadêmicos sobre o tema e empresas crescendo graças à sua mudança de paradigma para um modelo inovador.

Porém, junto com tudo que se torna popular, surgem falsas versões dessas práticas. Por vezes, estas nem são criadas de maneira a buscar uma vantagem ilícita sobre o mercado, mas nascem como fruto de uma má interpretação do que é o conceito e como aplicá-lo.

A inovação é complexa por si só e, erros de compreensão, muitas vezes, levam a aplicações infrutíferas e a uma banalização do termo. O pior é que isso afasta as empresas do que realmente pode ser algo positivo. O medo do equivoco, do charlatanismo e do banal são alimentados pela ignorância de quem aplica uma inovação equivocada, e daqueles que ainda não construíram um senso critico sobre o conceito, dado que é algo em expansão.

Foi pensando nisso que listei abaixo cinco mitos sobre a inovação que vão ajudar o empresário a criar um senso crítico profundo sobre o tema. Isso também serve para aqueles que querem aplicar a inovação, mas ainda se perdem em interpretações erradas.


Inovação é tecnologia - Muitas pessoas ainda entendem a inovação como uma tecnologia. É por isso que quando elas buscam aplicar a inovação em suas empresas, buscam incessantemente criar algo tecnológico. A verdade é que não importa o quão tecnológica seja uma solução. O importante é o problema que ela resolve. Muitas inovações analógicas ou mesmo no modelo de negócios podem ser mais relevantes que as inovações tecnológicas. 


Inovação vem da inspiração - Muitos acham que inovar é sentar e ter grandes ideias, coisa de gênios criativos. A maioria desconhece que há processos, métricas, modelos pensados para inovar. A inovação precisa florescer em um ambiente criado para ser fértil às novas ideias. Uma gestão específica para inovar tem como retirar da empresa o que ela tem de melhor e direcionar para as descobertas interessantes.


Eureka! - Sim, a inovação surge a partir das boas ideias, mas elas não acontecem num momento de lampejo, o fenômeno eureka. Louis Pasteur dizia que o acaso favorece a mente bem preparada. Então, nada de ficar sentado esperando as ideias surgirem. A inovação acontece como consequência do entendimento de um problema com o cruzamento do seu repertório. Quanto mais profundo você for nesses dois quesitos, melhores ideias terá.   

  
Inovação é um acaso - Muitas pessoas pensam que a inovação acontece de tempos em tempos, sendo algo raro. Mito! A inovação demanda um processo constante. Uma gestão voltada à inovação é fundamental para garantir práticas permanentes. Criar um ambiente fértil para a aprendizagem, experimentação e proliferação de ideias é fundamental para garantir que sua empresa seja inovadora.


Inovar é para os jovens - Muitos gestores acreditam que inovação é coisa de startup, de empresas jovens, cercadas de profissionais da geração Y. Por mais que as revistas enalteçam os feitos de jovens empreendedores, há muitas pessoas mais velhas trabalhando em startups e esse intercâmbio entre as gerações é decisivo. Quando se tem alguém mais novo olhando um problema, assim como alguém mais velho, temos duas visões que não são antagonistas, mas complementares de como solucioná-lo. Uma equipe multidisciplinar é fundamental para a inovação. 

Espero que você tenha entendido que a inovação está ao acontece de todos, independentemente da idade, crenças ou porte empresarial. Mais que uma vantagem competitiva ela pode ser a chave para a sobrevivência de muitos negócios e mercados. Ignorá-la é, de fato, o único erro.






Alexandre Pierro - fundador da Palas, consultoria em gestão da qualidade e inovação, engenheiro mecânico pelo Instituto Mauá de Tecnologia e bacharel em física nuclear aplicada pela USP. Passou por empresas nacionais e multinacionais, sendo responsável por áreas de improvement, projetos e de gestão. É certificado na metodologia Six Sigma/ Black Belt, especialista e auditor líder em sistemas de gestão de normas ISO. É membro de grupos de estudos da ABNT, incluindo riscos, qualidade, ambiental e inovação. Atualmente, cursa MBA em inovação.


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