Apostar em atividades e
brincadeiras ao ar livre
é uma
alternativa que não deve ser deixada de lado,
especialmente
para o desenvolvimento cognitivo das crianças Créditos: Cheryl Holt/Pixabay |
Manter o
equilíbrio entre o tempo em frente às telas e atividades ao ar livre é
essencial para o bom desenvolvimento das crianças e para que o recesso escolar
se torne mais proveitoso
As férias de verão são um dos períodos mais
desafiadores para pais com filhos em idade escolar. São cerca de dois ou até
três meses nos quais é preciso criar atividades para entreter os pequenos. O
desafio torna-se ainda maior e mais complexo para as famílias com pais que não
conseguem folga no mesmo período. Embora as telas (celulares, computadores e
videogames) sejam atrativos mais práticos, apostar em atividades e brincadeiras
ao ar livre e em contato com a natureza é uma alternativa que não deve ser
deixada de lado, especialmente para o desenvolvimento cognitivo das crianças.
Para a coordenadora do Programa Criança e Natureza
do Instituto Alana e membro da Rede de Especialistas em Conservação da
Natureza, Laís Fleury, é preciso haver equilíbrio entre a tecnologia e a vida
real. “A tecnologia passou a ser uma narrativa para a criança. Os pais precisam
ficar atentos se a maior parte do tempo livre está sendo tomada pelas telas,
pois isso é preocupante”, afirma. Permitir que as crianças passem longos tempos
em frente à televisão, celular, tablets ou videogame pode interferir em seu
desenvolvimento.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS),
crianças de até 5 anos devem passar, no máximo, uma hora por dia em frente às
telas, sendo que as menores de 1 ano não deveriam nem ter o contato inicial. O
estudo aponta que o excesso de tempo em frente aos eletrônicos atrapalha o sono
e diminui a incidência de atividades físicas. “A criança precisa ter uma vida
equilibrada e o contato com a natureza é essencial, pois constrói um repertório
de atividades e vivências reais que contribuem para a construção de um
pensamento crítico, de entender que tem muita vida lá fora e ficar só na tela
não é legal”, acrescenta Laís.
Envolvimento com a natureza
O contato com a natureza desde cedo é benéfico para
o desenvolvimento e bem-estar da criança, com grandes chances de torná-la um
adulto mais consciente e preocupado com o meio em que vive. Segundo pesquisa
realizada nos Estados Unidos, pequenos que brincam e interagem com a natureza
tendem a ser adultos que se importam com o meio ambiente devido às suas
memórias afetivas. Além disso, se desenvolvem melhor em aspectos físicos,
cognitivos, emocionais, sociais e sensoriais.
“É importante que a criança se movimente em um
ambiente aberto, que possa sentir, tocar, vivenciar o natural. Assim, ela
também nutre a criatividade. A criança na natureza cria o próprio brinquedo e
estimula a imaginação, relacionando os elementos naturais em infinitas
possibilidades”, salienta Laís.
Sugestões de atividades ao ar
livre
Laís dá algumas dicas para os pais explorarem a
criatividade das crianças em meio à natureza, como fazer móbiles com galhos,
carimbos com folhas ou curadoria de livros relacionados à natureza. Levar as
crianças para brincar em praças e parques, acampar – mesmo que no quintal de
casa –, trocar o carro pela bicicleta e caminhada ou sugerir o fechamento de
parte de uma rua sem movimento em determinado dia e horário para que as
crianças possam usá-la com mais segurança também são boas possibilidades.
A especialista ainda destaca o GPS da Natureza,
ferramenta criada pelo Programa Criança e Natureza que conta com o mapeamento
de áreas verdes, parques, espaços urbanos, com filtros e sugestões de
atividades. “É preciso priorizar estar ao lado de fora e as oportunidades ao ar
livres para deixar as crianças mais soltas em prol do seu desenvolvimento e da
conscientização sobre a importância de proteger a natureza”, finaliza.
Rede de Especialistas
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