O mundo foi surpreendido pela
vitória do candidato Donald Trump na eleição dos Estados Unidos. A maioria
absoluta das pesquisas apontava a vitória da candidata do partido Democrata,
tornando o resultado inexplicável à luz dos modelos preditivos utilizados. Em
alguns casos, a disparidade foi exagerada como o indicador do jornal The New
York Times, que apontava na véspera da eleição, a probabilidade de 84% na
vitória da candidata Hillary Clinton.
Há algumas semanas, a mesma
surpresa aconteceu – talvez em menor intensidade – quando o candidato a
Prefeito de São Paulo, João Dória, foi eleito ainda no primeiro turno.
O que está acontecendo com as
pesquisas? Elas deixaram de ser instrumento de avaliação confiável?
Vivemos um momento de intensa
transformação de nossas vidas pela evolução tecnológica. Nossa percepção sobre
os fatos é influenciada por uma série de fatores instantâneos não existentes há
alguns anos. Os modelos preditivos precisam ser atualizados, pois se tornaram
obsoletos frente a esta nova realidade. Novas variáveis e novas premissas de
modelagem precisam ser consideradas. Além disso, a capacidade de processamento
de informação evoluiu tanto que se tornou viável o tratamento de uma quantidade
absurda de dados em frações de segundos. Os novos modelos podem ser mais
assertivos à luz desta capacidade, mas também precisam ser atualizados com
novas informações influenciadas pela realidade e opinião da sociedade.
A Ciência dos Dados,
disciplina recente para tratamento e análise de informações em larga amplitude
e escala, se propõe a tratar este desafio, avaliando uma infinidade de dados
oriundos das mais diversas fontes possíveis e cruzando informações para
identificar novas relações explicativas e preditivas. Tudo isso com dinâmica de
atualização e refinamento constante.
Os negócios digitais demandam
e se beneficiam do uso desta tecnologia. A Ciência dos Dados já é uma
disciplina utilizada em várias empresas, sendo que os profissionais nesta área
são altamente disputados. Nas vendas online, por exemplo, modelos analíticos
usando “Data Science” trabalham com múltiplas variáveis de natureza diferente,
como dados da navegação do consumidor: de onde ele veio antes de chegar ao site
da loja; para onde foi; se comprou; como pagou; se não comprou, a partir de
onde saiu da loja; dados geofísicos do cliente; tipo de acesso (mobile,
desktop, tablet); browser utilizado; sistema operacional e até mesmo dados
circunstanciais como: qual o clima do momento da compra e local do potencial
cliente (se está chovendo e qual a temperatura)... São apenas alguns exemplos
da infinidade de informações possíveis de análise para uma simples navegação
online.
Os modelos preditivos para
qualquer propósito precisam considerar este novo ambiente digital, onde o custo
de processamento de dados cai em velocidade exponencial e a dinâmica de
influências e tendências se transforma com frequência não observada
anteriormente, devido à interação frenética das pessoas usando dispositivos
móveis, mídias, canais sociais e digitais.
Donald Trump venceu e foi
surpreendente. A indicação desta vitória foi perdida entre dados não tratados
por modelos de análise ultrapassados.
Gastão Mattos - Com experiência de mais de 20 anos na indústria de
pagamentos eletrônicos, Gastão Mattos foi diretor na Credicard entre 1990 e
1995, vice-presidente de marketing da Visa por mais de 6 anos, presidente da
M-Cash de 2006 a 2011 e fundou a consultoria GMATTOS Projetos de Marketing, empresa
responsável desde 2002 por desenvolver projetos com foco no e-commerce
como negócio. Graduado em Engenharia e
com pós-graduação em Engenharia de Produção, ambas pela Escola Politécnica da
USP, foi presidente da Câmara Brasileira de Comércio (www.camara-e.net) entre 2003 e 2005. Desde 2011 é CEO da Braspag, empresa do grupo Cielo
e líder em soluções de pagamento para e-commerce na América Latina.
Sobre a Braspag
Empresa do
grupo Cielo, a Braspag é líder no desenvolvimento de soluções para
processamento de pagamentos (gateway de pagamentos), conciliação, antifraude,
virtualização e checkout com certificação de segurança PCI DSS 3.1 e ISO 22301
que fortalece a governança corporativa e garante a continuidade dos negócios.
Possui presença direta nos principais países da América Latina e conectividade
nos Estados Unidos por empresa do mesmo grupo. No Brasil, tem como clientes as
principais empresas de comércio eletrônico, oferecendo soluções inovadoras,
confiáveis, seguras e com o melhor custo-benefício do mercado. Além disso, a
Braspag é a única empresa do setor que está formalmente comprometida com o Pacto
Global da ONU, mantendo suas estratégias alinhadas aos princípios
relacionados aos Direitos Humanos, Trabalho, Meio Ambiente e Contra a
Corrupção.
Nenhum comentário:
Postar um comentário