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quinta-feira, 31 de outubro de 2019

O que os jovens querem é qualidade de vida


                                                                                                                    
Diariamente leio notícias e vejo pesquisas sobre o que os jovens, da geração Y e até os millennials, procuram no mercado de trabalho. Algumas até já decorei: autonomia, alinhamento com o propósito da empresa, incentivos, entre outras ações. Realmente, concordo com tudo isso, mas acredito que duas palavrinhas definem bem o que nós realmente procuramos: qualidade de vida. Não queremos ficar mais da metade do dia presos no escritório ou horas no trânsito, muito menos usar aquela roupa social desconfortável e quente. Desejamos acordar e ter vontade de ir trabalhar, não chegar ao domingo e já estar sofrendo pela segunda-feira, por causa da pressão daquele chefe que, muitas vezes, não sabe estimular, ou chegar em um ambiente em que todos reclamam e falam mal dos coordenadores pelas costas.

Essa semana ouvi uma conversa entre dois empresários, com mais de 45 anos, falando que todos os jovens de 25 anos passam por momentos desestimulantes em que querem mudar de emprego ou estão insatisfeitos, só que, quando se tornam mais velhos, se acostumam e entendem que o trabalho é assim mesmo.

Será que tem que ser assim? Acordar e sair apressado, chegar em casa esgotado, muitas vezes se sentir desestimulado ou sobrecarregado? Com certeza, não. Muitos de nós não queremos mais passar 20 anos na mesma empresa ou se tornar escravos do trabalho. Queremos viver a vida em todos seus âmbitos: profissional, familiar, amoroso. Queremos viajar, ter novas experiências, fazer intercâmbio, conhecer pessoas novas e não nos tornarmos reféns do mercado de trabalho.

As companhias começaram a perceber isso, sentiram na pele seus talentos indo embora. As startups, então, surgem com medidas que agradam a nova geração, por apresentarem uma política de horário flexível, programas de gamificação, home-office, salas descoladas, além da permissão do uso de bermudas e até chinelos.

Mesmo me dando bem os chefes que tive, recentemente decidi optar pela minha qualidade de vida, trabalhar próximo de onde moro, com a roupa que eu estiver com vontade naquele dia. Posso dizer que foi a melhor escolha que fiz, poder acordar, ouvir os passarinhos, meditar, ir para academia fora do horário de pico, além de eliminar de vez o trânsito da minha rotina. Sem dúvidas, é isso o que quero, estar presente em cada momento do meu dia, trabalhando muito também, mas com propósito claro e feliz por saber que faço o que gosto, sem ter que estar enquadrada em um modelo de gestão que não faz mais sentido para a minha geração.

Caso os recrutadores ainda estiverem com dúvidas sobre o que desejamos, eu digo: queremos qualidade de vida e enxergar significado no trabalho e na empresa em que atuamos.


Não somos a geração mimimi, mas aqueles que acreditam na humanização das empresas.





Maria Carolina Rossi  - jornalista com experiência na área de relações públicas, com foco em assessoria de imprensa. Atende clientes em diversos segmentos: Construtoras, Arquitetos, Startup, Editoras, Psicólogos, Escolas, Advogados, Varejo, Saúde entre outros. É formada em jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e sócia-fundadora do Comunica PR.


Síndrome do Impostor: você sabe o que é e como evitar?


É comum pessoas de sucesso atribuírem seus feitos à sorte ou devido a ajuda de outras pessoas. Esse comportamento recebe o nome de Síndrome do Impostor, revelando que muitos profissionais tendem a se considerar indignos de tal conquista, se sentindo, muitas vezes, como uma fraude e nutrem até mesmo uma sensação de a qualquer momento poderem ser desmascarados. A desordem psicológica foi descoberta pelas psicólogas Pauline Rose Clance e Suzanne Imes, nos anos 70, após um estudo feito com profissionais mulheres que não se sentiam competentes ou qualificadas o bastante para determinada posição ou trabalho.

Recentemente, Michelle Obama trouxe o assunto à tona ao compartilhar suas próprias experiências com estudantes em Londres. Ela revelou que precisou trabalhar bastante seu hábito de sempre se perguntar se era boa o bastante para estar nas posições em que se encontrava. Depois deste relato da ex-primeira-dama dos Estados Unidos, não só mulheres, mas jovens do mundo todo têm compartilhado dos mesmos sentimentos em conversas e redes sociais.

No Brasil, foi realizada uma pesquisa pela USP com quase 500 estudantes. Cerca de 77% deles apresentavam sintomas da Síndrome do Impostor. A maior parte destes eram jovens que tinham entre 17 e 24 anos. O estudo revelou ainda uma forte ligação entre a síndrome e as diversas cobranças, desde a infância desses jovens, por parte dos pais e pela própria sociedade. Vivemos em uma sociedade de cobranças por excelência: devemos ser os melhores alunos da escola e, na fase da adolescência, a obrigação de passar em um bom curso em uma universidade renomada, também passa a assombrar os jovens desde muito cedo. Somos cobrados o tempo todo por bons resultados e, quando finalmente os conquistamos, achamos que não somos dignos deles ou mesmo que qualquer um poderia ter chegado onde chegamos.

Outro ponto importante para trazermos para essa discussão é que para passar por todas essas cobranças, muitas vezes, os jovens se espelham em alguém que já conquistou grandes feitos e acabam por quererem comparar suas conquistas às de seus ídolos. Isso naturalmente gera frustração já que não se veem no mesmo patamar da pessoa admirada. Além disso, esse tipo de comparação também gera autossabotagem, uma vez que, eles acreditam que só conseguiram conquistar o que conquistaram porque foram ajudados por alguém. 

O mesmo comportamento de insegurança pode se perpetuar na fase adulta, apresentando consequências no trabalho. Em ambientes corporativos tóxicos, em que se costuma destacar apenas as metas e os resultados individuais, a pressão só aumenta. Com as comparações acirradas e um ambiente altamente competitivo, em que workaholics são vangloriados por trabalharem horas e mais horas sem descanso, este sentimento de nunca ser bom o bastante é alimentado. Isto acaba por trazer muitos prejuízos para a saúde física e emocional dos funcionários, podendo inclusive agravar-se até se tornar um caso da também conhecida Síndrome de Burnout, por exemplo.

Estas práticas de elevado desempenho a qualquer custo não trazem vantagens nem para a empresa, nem para seus colaboradores, visto que vivemos em uma sociedade em que as companhias são cada vez mais valorizadas por proporcionarem qualidade de vida e equilíbrio entre a vida profissional e pessoal dos funcionários, além de um propósito bem definido.

Para evitar estes ambientes, é necessário criar espaços abertos para uma comunicação clara e transparente. E esse é um trabalho que deve ser feito de forma conjunta, entre o RH e os gestores de cada área. Para que todos se sintam incluídos e valorizados na equipe, o reconhecimento deve ser feito continuamente.
A prática sistemática de feedback também ajuda muito a fazer o profissional entender que suas conquistas são resultados de seus esforços e que todos são capazes de crescer mais e mais rápido com a ajuda uns dos outros, que a colaboração é sim benéfica e que cada integrante da equipe tem um papel importante na entrega dos resultados como um todo.

Por fim, digo ainda que o profissional que perceber comportamentos ou discursos próprios que desvalorizem seus feitos pode, por iniciativa própria, procurar uma mentoria para ajudá-lo no planejamento, adaptação e reconhecimento do seu valor.  Além disso, caso o indivíduo perceba que possui estes sintomas, procurar é indicado que ele busque ajuda profissional, como um psicólogo, por exemplo. Reconhecer seus pontos fortes e se julgar merecedor de seu sucesso é um passo importante e motivador para que o alcance de um desenvolvimento contínuo. 






Felippe Virardi - formado em administração de empresas, executivo com mais de 10 anos de experiência na área de marketing e vendas e headhunter na Trend Recruitment, consultoria boutique de recrutamento e seleção para marketing e vendas.
 

Qual cadeira custa mais caro, a vazia ou a mal preenchida?




Demissões podem diminuir se a empresa olhar além do currículo ao contratar
 
É comum que ao fazer uma entrevista, a empresa olhe o currículo do profissional, sua formação, experiências e até entre em contato com locais de trabalho anteriores no momento de decidir a contratação. Porém, é preciso levar em conta mais que o QI – Quociente intelectual.

O QE – Quociente Emocional, quando levado em conta, pode avaliar os índices de sentimentos primários no ser humano: raiva, medo, tristeza, felicidade e amor.
“Os profissionais de RH das empresas não avaliam esse tipo de fator. Demissões seriam evitadas já no momento da contratação, assim como gastos da empresa com o recém-admitido”, conta Leandro Cunha, Especialista em Inteligência Emocional e Terapeuta comportamental.

Mas por que realizar o teste de QE antes da contratação? Aquele profissional com alto índice de raiva ou tristeza, além de não ser produtivo em sua própria vida, não será para a empresa.

“É importante avaliar também os funcionários mais antigos, que apesar de terem sido lucrativos para a empresa, mudaram de comportamento. É possível tentar resolver o problema, ou então, após entender o caso, desligá-lo do cargo. Afinal, uma cadeira mal preenchida custa mais caro que uma vazia”, relata o especialista.
As cadeiras mal preenchidas são comprovadamente mais caras e prejudiciais à empresa, e é preciso reverter a situação para alcançar o potencial e lucro esperado.

“Hoje, muitos profissionais são contratados pelo QI e demitidos pelo QE, pois as empresas não sabem como trabalhar a Inteligência Emocional desde o início, quando deveriam andar de mãos dadas”, finaliza.





Leandro Cunha - Treinador em Inteligência emocional e Espiritual e presidente da FBIE - Fundação Brasileira de inteligência emocional
@leandrocunhaie - Instagram

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