Conselho
Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo orienta sobre o perigo
de intoxicação alimentar nas festividades de dezembro
O fim de
ano se aproxima e junto com ele a expectativa dos detalhes das festas e
confraternizações. Os preparativos são muitos e entre eles deve estar também a
preocupação e os cuidados com os pets. Nesta época do ano, aumenta o número de
casos de intoxicação alimentar em animais domésticos. Muita gente pensa que vai
agradar o pet dando a ele a comida do próprio prato, mas aquele 'pedacinho' da
ceia pode ter graves consequências. Isso sem contar que, além do que está na
mesa, a decoração natalina também pode representar um risco.
O
médico-veterinário Rodrigo Soares Mainardi, presidente da Comissão de Clínicos
de Pequenos Animais e conselheiro do Conselho Regional de Medicina Veterinária
do Estado de São Paulo (CRMV-SP), explica que os pratos festivos, como peru,
tender e pernil, por exemplo, são muito condimentados e podem ser irritantes e
até tóxicos para os animais.
"Como
a maioria dos pets é acostumada com ração, eles possuem uma flora
gastrointestinal preparada para uma dieta de composição balanceada e uma
mudança repentina na alimentação, com excesso de proteína e gordura, já é o
suficiente para causar vômitos e diarreias severas", afirma Mainardi.
Apesar
de parecerem inofensivos, os tradicionais panetones, bolos, e frutas secas são
perigosos para os animais de estimação. "Alimentos simples como uvas e
passas predispõem o surgimento de insuficiência renal grave nos cães. Chocolate
também é contraindicado devido sua alta capacidade de intoxicar os animais. A
resistência individual de cada pet é que vai dizer o grau de severidade do
problema, porém os animais mais sensíveis podem evoluir ao óbito", explica
o médico-veterinário.
Como evitar e identificar
problemas
Para a
Noite Feliz não virar um pesadelo para o seu pet, é preciso ter cuidado
redobrado com os alimentos disponíveis nas mesas. Oriente seus convidados a não
compartilharem os alimentos da ceia com cachorros e gatos. Caso você queira
caprichar na refeição do seu pet nos dias de festa, opte por biscoitos ou
snacks desenvolvidos especialmente para animais.
Outra
opção é preparar um cardápio próprio para seu pet com o auxílio de seu médico-
veterinário de confiança. "Muitos animais passam o réveillon internados
por abusos e descuidos no Natal. A prevenção é sempre a melhor opção",
afirma Mainardi.
Se mesmo
seguindo todas as dicas seu pet ingerir algum alimento inadequado, fique atento
aos sintomas mais comuns de intoxicação alimentar: vômito, apatia, diarréia,
dor abdominal e convulsões. Não medique sem a orientação de um profissional e
procure um médico-veterinário imediatamente para iniciar o tratamento.
Fogos de artifício
Uma das
coisas mais divertidas no Réveillon é celebrar a passagem em meio às
tradicionais queimas de fogos. Porém, enquanto adultos e crianças se encantam,
os bichos de estimação sofrem com o barulho dos fogos de artifício. Cães e
gatos possuem audição mais aguçada e reagem mal devido ao som parecer
ensurdecedor para eles.
Falta de
ar, atordoamento, náuseas, convulsões, tentativas de fuga e, até mesmo, ataque
violentos às pessoas podem ser sinais de ansiedade e medo causados pelos estrondos.
O
presidente da Comissão de Clínicos de Pequenos dos Animais do CRMV-SP, o
médico-veterinário Rodrigo Mainardi, dá algumas dicas para poupar os pets do
stress:
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Durante o dia, antes da queima dos fogos, recomenda-se sair com o pet para passear
e estimular brincadeiras para gastar energia.
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Vídeos de fogos de artifício podem ser usados antes das festas para o preparo
prévio do animal para o que irá acontecer.
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Deixar seu pet dentro de casa, com portas e janelas fechadas, que ajudam a isolar
o local dos ruídos e também para evitar fuga descontrolada.
-
É importante que o local que o pet fique não dê acesso a varandas e outros,
pois o desespero faz com que o animal salte ? principalmente no caso de gatos.
Caso você tenha um pássaro, a gaiola deve ficar em um local no qual o som seja
abafado.
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Deixar nesse espaço tudo que o animal mais gosta, como cama, cobertas e
brinquedos. Deixe a disposição também as caixas de transporte para que eles
possam se refugiar nos momentos de medo.
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Não use guias. Eles podem ficar nervosos, correr e se enrolar, elevando o risco
de enforcamento acidental. As coleiras devem ser mantidas inclusive com
identificação do nome animal e telefone para contato.
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Caso esteja habituado a ouvir sempre TV, rádio ou outros, deixe ligado no
ambiente com o volume alto, pois isso ajuda a disfarçar o som dos fogos e a
fazer com que o animal sinta familiaridade e acolhimento.
-
Cachorros e gatos não devem ser postos juntos nesses momentos, pois podem se
atacar, mutuamente.
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Caso seu pet seja muito agressivo, consulte seu veterinário de confiança e
conversem sobre a possibilidade de ministrar um calmante neste dia. Porém isso
deve ser feito apenas em último caso e com acompanhamento profissional.
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Transmita tranqüilidade e carinho.
Seguindo
estas dicas, seu pet sentirá menos os efeitos dos fogos e você poderá
aproveitar sua festa tranquilamente.
CRMV-SP
http://www.crmvsp.gov.br/site/
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