Pesquisar no Blog

terça-feira, 27 de outubro de 2020

A vulnerabilidade do trabalho informal: qual a influência da pandemia?

A pandemia causada pelo novo coronavírus potencializou o índice de trabalhadores informais – os mais vulneráveis à crise. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 68% dos trabalhadores que ficaram sem trabalho no segundo trimestre de 2020 (quase nove milhões) foram de postos informais. Até o fim de 2019, essa categoria representava 38 milhões de pessoas.

O que isso significa na prática? Que muitos brasileiros foram dispensados durante a pandemia e que, por serem informais, não tiverem direito ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), ao seguro-desemprego, ao acerto pelo tempo trabalhado, ao pagamento de férias e 13º, ou a qualquer outro direito garantido se tivesse carteira de trabalho assinada.

Estamos falando apenas da esfera econômica, mas é importante dizer que, além das dificuldades financeiras, o trabalhador também pode ter sua saúde afetada. Há quem precise trabalhar diversas horas durante o dia, exposto, correndo o risco de ser infectado, pois não possui a opção de ficar em isolado em casa, já que necessita de remuneração para a sobrevivência própria e da família.

Nessas horas, mais que a criatividade, torna-se necessária a reinvenção e adaptação. Muitas pessoas começaram a produzir e vender diversos itens artesanais, como pães, bolos, salgados, roupas, sabonetes etc., e o que começou sem pretensão, apenas como um hobby, pode ter se tornado um negócio, provendo a principal fonte de renda do lar.

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada no dia 30 de setembro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o número de empregados com carteira assinada no setor privado chegou ao menor nível desde 2012, com 29,4 milhões de trabalhadores registrados. O aumento da taxa de desemprego, de certa forma, predispõe o cidadão a aceitar um cargo mesmo sem os benefícios estabelecidos na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Outro motivo do avanço do trabalho informal é a preferência de algumas empresas pela contratação de Microempreendedores Individuais (MEIs), visto que essa modalidade demanda menos impostos e não garante ao trabalhador direitos determinados pela CLT, pois não há vínculo formal de emprego.

Com a Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467/2017) e a consequente flexibilização das Leis do Trabalho, a informalidade tornou-se ainda mais forte e é papel da Justiça garantir que esses vínculos estejam em conformidade com a legislação vigente. Importante ressaltar que ao trabalhar para uma empresa, sem carteira assinada, por exemplo, o funcionário não possui o dever de cumprir horários fixos, com jornada semanal e horas mensais estipuladas. Nesses casos, o trabalhador deve, somente, atender às necessidades do contratante conforme a demanda solicitada, de forma autônoma.

O Direito do Trabalho deve se fazer presente, amparando os trabalhadores que têm seus direitos violados. A informalidade acaba sendo uma saída para milhares de pessoas que precisam de emprego e dinheiro, mas o respaldo do Estado com relação à proteção social, o trato correto das empresas com os trabalhadores e o incentivo a melhores condições de trabalho devem se sobressair.

 


Marcia Glomb - advogada especialista em Direito do Trabalho e atua no Glomb & Advogados Associados, também formada em Administração de Empresas.

 

Glomb & Advogados Associados

www.glomb.com.br.

 

Finanças: dicas para equilibrar as contas no pós-pandemia

Especialista em finanças e gestão FGV analisa e dá dicas para o equilíbrio das empresas no cenário atual


A Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo (CNC) revisou de 6,9% para 5,7% a previsão de retração no volume das vendas no varejo ampliado em 2020. Estimativa é otimista e toma como base os dados da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) de julho, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com base nisso, empresários esperam um aumento da procura, porém sentem a dificuldade devido ao endividamento dos primeiros meses da pandemia.

Pensando nisso, o professor de gestão financeira da IBE Conveniada FGV, Cleber Zanetti, elenca alguns pontos que podem ser fundamentais para o empresário sair do sufoco e atingir um patamar de equilíbrio. “Um ponto inicial seria mudar as estratégias de vendas e logística”, explica ele. O e-commerce cresceu muito e os consumidores vêm confiando mais em recursos digitais, se comparado com o momento anterior à pandemia. Já no setor logístico o foco é buscar alternativas mais velozes e baratas.

Outro ponto analisado por Zanetti, que também é professor de contabilidade, é o controle financeiro  adequado. “É importante rever custos fixos e renegociar valores, assim como investir em nichos de mercados que se mostram resistentes a crises”. Para ele, o processo de contabilidade interno é chave para isso.

“Sem dúvida, nesse momento, o trabalho de um consultor especialista se faz mais do que necessário para verificar os pontos fracos e fortes do negócio de forma imparcial e profissional”, pontua o professor. Além disso, Zanetti alerta para a importância de entender o segmento em que se está inserido. “Tanto para empresas, quanto para profissionais autônomos, é fundamental estudar o mercado em que estão inseridos, checar os efeitos da pandemia no setor e então conseguir buscar alternativas inteligentes para essa nova percepção de mercado”, avalia.

O especialista também explica a necessidade de negociar bem as dívidas. “O ideal é verificar se a empresa está alavancada com bancos e renegociar esses empréstimos. Este é um momento delicado e manter dívidas muito altas mensais podem dificultar o processo de equilíbrio”.

Zanetti conclui que o ideal é com apoio especializado rever os custos fixos, recalcular as margens de lucro atuais e projetar um orçamento para os próximos meses. “Isso trará um horizonte do efeito e das causas de cada uma das ações da empresa, possibilitando planejamento e evolução”, demonstra o professor.

  

O Instagram será o novo shopping neste Natal?

A Covid-19 tornou o ano de 2020 o mais difícil até agora para os varejistas - de cortes de empregos a fechamentos de lojas, tem sido um teste após o outro para a indústria. Com a aproximação do Natal e da Black Friday, as campanhas e a agitação em direção a esse período do ano, conhecido como Golden Quarter nos EUA, normalmente estariam a pleno vapor. 

As marcas já teriam planejado estratégias de anúncios festivos, dedicado uma grande parte de capital para investir em influenciadores e e-mails convidativos para compras. O impacto da pandemia significa que as marcas não podem mais contar com a experiência do cliente em comprar na própria loja, de ter desde o assistente prestativo até música e luzes de Natal para oferecer uma ótima vivência. Agora, a experiência marcante precisa começar na rede social e terminar com o cuidado pós-compra. No entanto, o que as marcas podem fazer para tornar o quarto trimestre ótimo para seus clientes e seus negócios?

Aprender com o bloqueio. Assim que a pandemia chegou, mudanças dramáticas em nossas vidas diárias aconteceram da noite para o dia. Para a maioria das pessoas, isso significa mais tempo online e muito menos tempo com amigos e familiares. Para as marcas, os planos e estratégias de marketing existentes tiveram de se ajustar rapidamente a este novo mundo de hábitos de consumo, com empresas como o Walmart até mesmo afirmando que seus negócios passaram por cinco anos de mudanças em cinco meses a fim de atender às necessidades dos clientes no mundo digital.

Com o bloqueio, vimos as marcas restringirem seus orçamentos de marketing. Em março, uma queda acentuada nos gastos com publicidade foi observada na Europa e nos EUA. No final de junho, no entanto, os investimentos em propaganda global aumentaram e voltaram aos níveis pré-pandêmicos, indicando que as empresas estavam se ajustando e se adaptando rapidamente à crise. Na verdade, o comportamento do consumidor durante o bloqueio forneceu às companhias insights valiosos sobre seus públicos e mostrou-lhes a importância do marketing digital na construção de comunidades e nas vendas durante uma crise. Agora, as marcas devem fazer bom uso desses insights para descobrir o que podem fazer para trazer a magia de volta neste Natal - para seus clientes e seus resultados financeiros.

Pense na experiência do consumidor primeiro. A prioridade agora para as organizações é comercializar com a experiência do cliente em mente. Neste Natal, é improvável que os fregueses queiram passar horas examinando lojas físicas. Portanto, as empresas precisarão girar e atender a um público online, garantindo que os consumidores ainda possam descobrir novos produtos e comprá-los com facilidade e simplicidade, sem ter que entrar de fato nos estabelecimentos.

Embora alguns usem plataformas de comércio eletrônico de propriedade externa, os profissionais de marketing experientes irão (se ainda não o fizeram) aos recursos de comércio social, que envolvem os consumidores conforme eles navegam por seus feeds de mídia social. Quando se trata de reconhecimento e descoberta de produtos, 60% dos usuários do Instagram agora dizem que encontram novas mercadorias no Instagram. É aqui que o comércio social é estimulante para os clientes e inestimável para as marcas.

Diferentes táticas e canais desempenham papel no alcance de públicos mais amplos e na construção da fidelidade do cliente. Se uma empresa deseja atingir a Geração Z, ela sabe que uma parceria de marca no TikTok é uma aposta segura. Para os com mais de 50 anos, os anúncios do Facebook costumam ser a melhor escolha. Uma área que se provou popular para todos os grupos demográficos nos últimos anos é o marketing de influenciadores. No entanto, conforme a pandemia se instalou, os orçamentos para esse propósito também foram reduzidos, resultando em uma diminuição de 11% no uso de influenciadores e #ad nas redes sociais durante o segundo trimestre do ano. Apesar de um declínio geral, vimos as marcas se voltando para formadores de opinião menores, que eram capazes de conduzir campanhas com sua base leal de seguidores a um custo reduzido. Olhando para o quarto trimestre, podemos esperar que o marketing de influência permaneça uma ferramenta poderosa para os profissionais da área, à medida que as marcas alavancam influenciadores de menor escala com comunidades altamente engajadas para se conectar com seu público e contar uma história mais autêntica.

A razão pela qual os próximos três meses são tão críticos para as marcas é simples: o dinheiro está curto. A pandemia não mudou apenas o estilo de vida das pessoas, mas também a forma como gastam seu dinheiro. Agora, mais do que nunca, os consumidores procuram marcas que lhes proporcionem uma experiência excepcional. Então, o que as companhias podem fazer para oferecer aos clientes uma experiência que eles adoram?

Assim como os consumidores se relacionam com os influenciadores em um nível pessoal, os profissionais de marketing devem pensar de forma criativa sobre como podem fornecer aquele toque pessoal aos seus clientes de outras maneiras - mesmo quando os consumidores não podem visitá-los pessoalmente. Um ótimo exemplo de uma marca que pensa criativamente é a empresa de beleza britânica Natural Living. Sua fundadora, Bella Middleton, mudou a experiência online, enviando amostras grátis, reescrevendo descrições de produtos e melhorando imagens para encorajar as pessoas a comprar online.

Isso fez com que os clientes existentes voltassem ao site em um momento em que os produtos de beleza caíam para o fim das listas de compras. A marca viu um grande aumento nas pessoas que compram presentes "Miss You" para entes queridos que não podiam ver pessoalmente. Qual foi a chave para seu sucesso? Simples. Ela entendeu o cenário de seu público e como seus clientes se relacionam com a empresa - então, adaptaram seus negócios às necessidades deles.

Com os compradores ainda sem vontade de correr para a rua, as marcas precisam buscar novas maneiras de trazer a experiência da loja para dentro de casa. Seria o momento de os profissionais de marketing adotarem a realidade aumentada? A FittingBox introduziu uma solução de provador virtual que permite aos compradores experimentar óculos sem entrar em uma loja. Uma alternativa divertida para atrair os consumidores online.

Embora, de acordo com John Donahoe, CEO da Nike, os consumidores estejam mais fundamentados digitalmente do que nunca, a morte do marketing físico não está próxima - apesar do que o catálogo da Argos possa sugerir. Vimos a John Lewis abrir sua loja de Natal mais cedo para impulsionar o movimento e as vendas em um momento em que muitos de nós ainda queremos tocar e sentir - e desfrutar um pouco da magia do Natal.

Com a aproximação do período de festas, o que sabemos é o seguinte: a pressão sobre os profissionais de marketing para gerar impactos reais nos negócios é maior do que nunca. Para conquistar novos compradores, as marcas devem ser capazes de se adaptar a eles, ao que eles querem e onde querem, desde o início, como nas redes sociais, até o atendimento pós-compra. Hoje, mais do que nunca, os clientes estão exigindo uma experiência omnicanal excepcional, quer saibam disso ou não. Do Facebook ao TikTok, da realidade aumentada a anúncios de TV e até mesmo promoções na loja. Os profissionais de marketing precisam das ferramentas úteis para capturar o público certo, com a mensagem correta, no momento exato. É assim que eles vão desenvolver sua comunidade e trazer seus negócios de volta aos trilhos.

À medida que os profissionais de marketing de marca concentram seus esforços de marketing ainda mais no mundo digital, podemos ter certeza de uma coisa: pelo menos neste ano, o mundo digital pode ser apenas o novo shopping.




Alexandra Avelar - country manager da Socialbakers no Brasil, empresa líder global em soluções para a otimização de performance corporativa em redes sociais.


Poupatempo oferece agendamento até a próxima sexta-feira (30) aos interessados em ingressar na rede pública de ensino

Serviço é oferecido nas 75 unidades do programa, mediante agendamento de data e horário pelo portal do Poupatempo 

  

Termina na próxima sexta-feira (30), o prazo para os interessados em ingressar na rede pública de ensino solicitar agendamento nos postos do Poupatempo.  

Para ser atendido nas 75 unidades do programa, basta realizar o agendamento de data e horário pelo portal – wwwpoupatempo.sp.gov.br ou em totens de autoatendimento, disponíveis nos postos localizados em estações do metrô e da CPTM, shopping centers, unidades do Descomplica SP, entre outros.  

A ação é uma parceria com a Secretaria Estadual da Educação e tem como objetivo facilitar a vida do cidadão que pretende se matricular nas escolas públicas de São Paulo. Em 2019, cerca de 600 atendimentos para intenção de matrículas foram realizados nos postos do Poupatempo. 

Além das unidades do Poupatempo, o aluno também tem a opção de solicitar o serviço pelo aplicativo Minha Escola SP ou pela plataforma Secretaria Escolar Digital (SED). Os pais daqueles que desejam ingressar na rede pública de ensino podem ainda procurar qualquer escola estadual, diretoria de ensino, ou agendar atendimento nos postos do Poupatempo até o dia 30 deste mês.  

No dia e horário marcados, basta comparecer à unidade agendada com o RG ou a Certidão de Nascimento e o comprovante de endereço do estudante. Para os menores de 18 anos é necessário estar acompanhado pelo representante legal, devidamente identificado. 

Após o atendimento no Poupatempo, o cidadão receberá um protocolo, com o qual poderá consultar as vagas disponibilizadas no site da Secretaria da Educação - www.educacao.sp.gov.br. A efetivação da matrícula se dará somente após a entrega dos documentos na escola indicada pela Secretaria da Educação.  

Para informações sobre o Poupatempo, acesse www.poupatempo.sp.gov.br. Para mais detalhes sobre a matrícula escolar 2021, consulte o site da Secretaria da Educação (www.educacao.sp.gov.br). 


Futurologista britânico prevê como a micromobilidade transformará o transporte urbano

Pós-covid pode acelerar o uso de bicicletas elétricas, além de incentivar a tendência de locação de carros, e não a de compra, afirma estudo


Com o fim da pandemia global, surgirá uma nova maneira de viver e o mundo, com certeza, será muito diferente. Tendo em vista antecipar algumas mudanças que moldarão essa nova realidade, a Allianz Partners, líder em assistência 24 horas e seguro viagem, produziu, em parceria com o Futurologista Ray Hammond, o relatório "Life after COVID-19".

Durante o período de quarentena, as pessoas descobriram que podiam pedir suas compras ou outros itens de compras online com facilidade e rapidez. Muitos ainda trabalham em casa, e agora se perguntam se faz sentido possuir um automóvel. É provável que isso acelere a tendência de locação de veículos a curto prazo, e não a posse deles. Além disso, o compartilhamento de carros estará entre as novas soluções, e deverá ganhar mais adeptos.


Nos últimos meses, milhares de quilômetros de ciclovias foram construídas em algumas cidades. O uso da bicicleta foi adotado massivamente no mundo todo ao longo dos meses de isolamento social. Para lazer ou trabalho, isso terá um impacto positivo na utilização das novas opções de micromobilidade, como bicicletas elétricas, patinetes e scooters (compartilhadas e próprias). Essas alternativas podem levar as pessoas para diversos lugares e ainda evitar o uso de transporte público, ajudando a reduzir as emissões de gases de efeito estufa e melhorando a qualidade do ar.

Ao mesmo tempo, as autoridades locais precisarão fornecer pontos de carregamento, para bike elétrica, por exemplo, investir em mais ciclovias e regular o uso para garantir que os motociclistas estejam seguros. Em contrapartida, os usuários deverão respeitar os limites de velocidade, usar capacete e ter responsabilidade pelos itens compartilhados. Com o aumento do uso e por ser um equipamento que muitos utilizarão, os fornecedores precisarão garantir a proteção de todos e seguir regras de higiene e dicas de seguranças básicas.


O relatório completo está disponível para leitura aqui: http://www.allianz-partners.com/en_US/press-and-media/reports/life-after-covid.html






Ray Hammond - tem quase 40 anos de experiência escrevendo e falando sobre as tendências que moldarão o futuro. Ele foi premiado com a Medalha de Ouro das Nações Unidas em Serviços para Futurologia em 2010. O longo histórico de previsão precisa de Hammond é único na Europa e ele agora vive no futuro que descreveu há quase 40 anos. O futurologista oferece discursos, palestras e workshops para empresas, governos e universidades em todo o mundo. Ele ministrou palestras na Oxford-Martin School da Universidade de Oxford, na CASS Business School e na Lund University. Hammond também é membro eleito da Royal Society of Arts (FRSA).



 Allianz Partners 


Educação Midiática é a vacina mais eficaz contra fake news, dizem especialistas

Desenvolvimento de senso crítico e da capacidade de analisar situações complexas são fundamentais para que novas gerações consigam reconhecer mentiras e combater a desinformação e o discurso de ódio


Com as pessoas consumindo e compartilhando livremente um número cada vez maior de informação originada em todos os cantos, o fenômeno das fake news cresce a cada dia de forma acelerada, e combatê-lo já se tornou um dos grandes desafios da vida moderna. Segundo estudo publicado no American Journal of Tropical Medicine and Hygiene, em 2020, o fenômeno das fake news já matou mais que a Covid-19. Um levantamento feito no início de maio pela Rede Globo revelou que nove entre cada dez brasileiros com acesso à internet já haviam recebido pelo menos um conteúdo falso ou desinformação sobre o coronavírus, por exemplo. Desses dez brasileiros, sete acreditaram no que leram. 

A alta taxa de analfabetismo no Brasil (11,5 milhões de pessoas, segundo o IBGE) faz com que as pessoas estejam suscetíveis a receber uma informação, não compreendê-la corretamente e repassá-la (mesmo podendo ser falsa) apenas por não saber interpretar um texto. De acordo com a empresa de cibersegurança Kaspersky, 16% dos brasileiros desconhecem completamente o termo fake news e 62% da população não sabe reconhecer uma notícia falsa. Os últimos números do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes, (Pisa, na sigla em inglês) mostram ainda que apenas 2% dos estudantes brasileiros são capazes de compreender textos longos, lidar com conceitos abstratos e estabelecer distinções entre fato e opinião, com base em pistas implícitas relativas ao conteúdo ou fonte das informações.

Mas afinal, como diferenciar uma informação falsa de outra verdadeira? Como saber identificar que o discurso, apesar de atraente, pode ser mentiroso? De acordo com especialistas no tema, isso só é possível com o desenvolvimento de uma análise crítica, que as pessoas só têm condições de exercitar a partir do domínio de competências e habilidades de leitura e escrita que estão no cerne da formação de leitores críticos e, portanto, mais preparados para discernir as armadilhas das fake news. Prevista na nova BNCC (Base Nacional Comum Curricular), a Educação Midiática é a abordagem que permite a construção dessa aprendizagem sobre o que é e como se produz a informação, com o objetivo de combater a desinformação.

E não é só no Brasil que a Educação Midiática vem sendo a aposta da sociedade contra as fake news. Inúmeras pesquisas em todo o mundo atestam que a Educação de qualidade está diretamente relacionada à disposição para não acreditar em fake news. Um estudo realizado em 2016 por um grupo de pesquisadores de psicologia social na Holanda constatou que pessoas adequadamente educadas estão menos suscetíveis às teorias conspiratórias. Para a coordenadora editorial do Sistema Positivo de Ensino, Milena dos Passos Lima, um dos principais objetivos da escola atualmente deve ser oferecer uma preparação que permita ao aluno analisar situações complexas, que desenvolva nesse aluno a capacidade de olhar uma informação e fazer uma interpretação correta, de enxergar o que está por trás dessa notícia, o que ela reflete, qual a influência do contexto, da cultura local e a quem ela interessa. "Um dos desafios da Educação como um todo é garantir que o aluno adquira a capacidade de ter diferentes olhares sobre um mesmo assunto e, para isso, precisamos envolver todas as áreas do conhecimento: Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas e Sociais. A Educação Midiática é um caminho tão importante para a escola percorrer com os alunos porque ela faz parte da vida do aluno o tempo todo", destaca Milena.

E para que a Educação consiga formar cidadãos com independência e senso crítico para decidir sobre o consumo de qualquer tipo de informação, Milena defende que isso precisa começar desde cedo, já na infância. "A Educação Midiática deve ser introduzida nas escolas já nos níveis iniciais de ensino. O ideal é trabalhar essa abordagem em todos os níveis do ensino, promovendo uma construção - permeada tanto pela análise dos meios de comunicação, das diferentes mídias, como também por um aprendizado mediado pela tecnologia."

A coordenadora acredita que a reforma do Ensino Médio vai permitir que todo esse trabalho seja ampliado e aprofundado. "Com a legislação que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e estabelece uma mudança na estrutura do Ensino Médio, é possível fazer um trabalho ainda mais aprofundado. O Novo Ensino Médio amplia o tempo mínimo do estudante na escola de 800 horas para 1.000 horas anuais e define uma nova organização curricular, mais flexível, com uma Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e ainda a oferta de diferentes possibilidades de escolhas aos estudantes, os Itinerários Formativos, com foco nas áreas de conhecimento e na formação técnica e profissional. Teremos um espaço fértil para esse tipo de trabalho nos Itinerários Formativos, que passam a compor a grade curricular a partir do ano que vem nas mais de 1.800 escolas conveniadas ao Sistema Positivo de Ensino. Vamos poder trabalhar gráficos e fake news em Matemática, realizar trabalhos em paralelo com Língua Portuguesa e com as Ciências da Natureza, para atestar, por exemplo, o quanto de ciência há por trás das fake news e como elas são construídas, muitas vezes se aproveitando de elementos científicos para conferir credibilidade", enfatiza Milena.

 


Sistema Positivo de Ensino

 

Pesquisa mostra visão dos estudantes sobre o futuro do ensino no Brasil

Estudo da Minds & Hearts ouve 1.099 alunos e revela percepções
sobre os avanços na educação, EAD, Enem e cursos complementares


A vivência do ensino durante a pandemia trouxe nova perspectiva sobre a educação para os estudantes brasileiros. A experiência das aulas remotas, no modelo atual, está longe de agradar a maioria deles, evidenciando o anseio dos alunos por profundas mudanças no sistema educacional, como a criação de novos métodos de avaliação, melhor remuneração dos professores, maior interatividade nas aulas, participação dos pais no processo educacional, entre tantos aspectos. Essas percepções ficam evidenciadas na pesquisa Expectativas do Ensino no Brasil, realizada pela Minds & Hearts, empresa da HSR Specialist Researchers, com objetivo de entender como os alunos veem o ensino nos próximos anos e o que eles mudariam se fossem responsáveis por melhorar a educação do Brasil. O estudo foi realizado junto a 1.099 alunos da rede pública e privada de todo o País, com idade entre 15 e 44 anos.

Uma das principais expectativas - para 60% dos entrevistados - é o desenvolvimento de novos métodos de avaliação dos alunos que não sejam apenas provas convencionais. Mais da metade dos estudantes (60%) também afirma que seria importante se os professores fossem mais valorizados, principalmente pelo pagamento de melhores salários. Para 56%, o caminho está em romper com o modelo mais convencional de aulas, mais interativas, com maior troca de ideias entre alunos e professores. Já para 52%, o ensino deveria contribuir com a conscientização social, promovendo mais ações para combater o racismo de qualquer espécie e esse mesmo percentual respondeu que melhoraria a capacitação dos professores e que integraria o ensino médio às experiências corporativas, aumentando a vivência para escolha de uma profissão.

Os entrevistados também acreditam que a participação dos pais na educação dos filhos, desde o começo dos estudos, pode fazer a diferença no seu desenvolvimento, no seu processo educacional, bem como pode contribuir para ampliar a sua visão de mundo: 82% reforçaram a relevância de acompanhar a vida escolar dos filhos desde o início. Já 85% acreditam que os pais deveriam estimular a leitura na infância e 74% acreditam que os pais deveriam incentivar os filhos a conviverem com diversidade de pessoas e pensamentos

Enem, diploma superior e cursos técnicos - O diploma universitário continua sendo muito valorizado para entrada no mercado de trabalho. Perguntados sobre a sua necessidade, 91% consideram que o diploma universitário é importante ou muito importante para entrada no mercado de trabalho. Somente 4% não acham relevante e 5% são indiferentes. Os alunos de escola pública são os que veem maior diferencial no diploma: 94% contra 84%.

A pesquisa apurou que 62% dos que estão no ensino médio pretendem fazer Enem. (Exame Nacional do Ensino Médio), entre janeiro e fevereiro do ano que vem, sendo que 45% apontaram como principal razão seria poder ter acesso a bolsas de estudos ou programa de financiamento. Fazer parte do Sisu (Sistema de Seleção Unificada), para ser selecionado por alguma instituição pública, foi a resposta de 31% dos entrevistados. Além disso, 24% afirmaram que iriam fazer somente para ter uma primeira experiência com a prova e não para entrar na faculdade.

A pesquisa Expectativas do Ensino no Brasil ainda verificou a intenção de fazer algum curso complementar (nível técnico) ainda neste ano. Inglês ou outro idioma foi apontado por 45% dos entrevistados. A área de tecnologia e informática/tecnologia da informação é o desejo de 19%, seguida de gestão e negócio (13%) e design (9%). Para o próximo ano, 19% disseram que não pretendem fazer um curso técnico. Dos 81% que disseram sim, 44% também farão outro idioma.

Ensino e a pandemia - A pesquisa também abordou como a pandemia da Covid-19 mudou o ensino de uma hora para outra. O isolamento social impôs muitas adaptações e uma das áreas com maiores mudanças foi a educação. Se o ensino a distância (EAD) já era realidade para alguns, pais, filhos e educadores precisaram viver uma nova forma de educação. O estudo revela que 66% dos estudantes estão odiando a experiência.

Somente 8% das pessoas entrevistadas já estudavam remotamente, enquanto 90% conheciam apenas cursos presenciais. Agora, 47% dos estudantes passaram a ter cursos online, 17% por vídeo-aula, 16% fazem ambas as formas e 3% afirmaram ter aulas tanto online, com professor, quanto presencial. No total, 13% disseram que estão com as atividades educacionais interrompidas. Quando perguntados se estão gostando ou não das aulas online, 66% confessaram que estão odiando ou curtindo quase nada. Interessante perceber que alunos de escolas públicas são os que reclamam menos do sistema remoto.

Bom ou ruim - O estudo também perguntou quais seriam as partes positivas da educação online. Para 29% dos entrevistados o destaque positivo fica por conta dos recursos de tecnologia utilizados. Além disso, didática/metodologia foram apontadas por 16% dos estudantes. Já 14% afirmaram que conseguem se concentrar mais, mesmo percentual dos que destacaram o preparo.

Em contrapartida, quando questionada a parte ruim, ficou evidente que as aulas online deixam a desejar. Para 45% dos pesquisados, esse modelo faz com que aprendam menos. Na opinião de 42%, o problema é a falta de concentração. Ademais, 40% reclamam do excesso de tarefas e 37% sentem falta das aulas práticas, incluindo laboratórios e educação física, entre outros aspectos. Nos casos de 36% dos estudantes, a dificuldade é não conseguir tirar dúvidas.

Na avaliação do aprendizado, 67% revelaram estar aprendendo menos do que antes da pandemia. De acordo com 20% está igual e 9% acreditam que aprenderam mais nesse período. Adicionalmente, o levantamento questionou sobre o modelo ideal de ensino depois da pandemia. Entre os entrevistados, 47% gostariam que não existissem aulas online/EAD e 46% esperam um modelo híbrido, com aulas online e presenciais.

"Todos fomos lançados em um novo patamar, em um novo momento econômico e social e isso não foi diferente para escolas, estudantes, educadores e pais de alunos. Este novo momento deixou ainda mais evidente as fragilidades do sistema educacional e a urgência da realização de mudanças, assim como convida todos os elementos da cadeia educacional a iniciarem um diálogo mais produtivo e transformador com a sociedade. Muitas oportunidades apresentam-se neste novo momento para o setor educacional e deixá-las passar seria interromper uma evolução que está sendo demandada", conclui Naira Maneo, sócia-diretora da Minds & Hearts e responsável pelo estudo.

Metodologia - Para realizar a pesquisa Expectativas do Ensino no Brasil, a Minds & Hearts ouviu, de 13 de setembro a 5 de outubro, 1.099 pessoas, incluindo homens e mulheres, entre 15 e 44 anos, das classes A, B, C e D. Todos são estudantes dos ensinos médio e superior, nas principais capitais e interior do Brasil, abrangendo escolas públicas e privadas e cursos extracurriculares.

 


Minds & Hearts

 

HSR Specialist Researchers

 

Marketing digital: 6 dicas para otimizar campanhas e fugir do óbvio

Utilize técnicas, métodos e ferramentas de marketing para potencializar campanhas e dar mais visibilidade para produtos

 

Utilizar o marketing digital para divulgar negócios, produtos ou serviços tornou-se algo mais do que necessário. Contudo, devido à falta de experiência prévia e conhecimento técnico causados pela abrupta transformação digital, diversas empresas e setores da indústria deparam-se com dificuldades para escolher o melhor caminho a seguir.

 

Por isso, a Gofind, localizador de produtos que utiliza inteligência artificial para ajudar  marcas a mostrar para o consumidor onde encontrar produtos disponíveis nas proximidades, lista seis dicas para otimizar as estratégias de marketing digital de pequenos, médios e grandes negócios. 

 

 

Lugar comum


É muito comum confundir ou limitar as estratégias de marketing digital apenas a mídias sociais e links patrocinados em sites de busca, como o Google e outros semelhantes. Isso pode ser causado, principalmente, pela pouca maturidade tecnológica das empresas ou por um vício de mercado, em que as agências de publicidade e áreas de marketing tendem a focar seus esforços em estratégias mais difundidas.

 

Apesar deste cenário, existem diversos canais digitais que uma estratégia de marketing pode contemplar em seu planejamento, como, por exemplo, e-mail marketing, sites, blogs, aplicativos, e-commerces, marketplaces e localizadores de produtos. 

 

 

Geomarketing


Com campanhas focadas na geolocalização, ou seja, marketing localizado visando levar o consumidor até a loja mais próxima, é possível atingir públicos-alvo, em localidades específicas. Isso ocorre graças ao GPS, presente em diversos aparelhos, como celulares, tablets e computadores.

 

 

Local Search


Mais conhecido como estratégia de  “buscas locais”, baseia-se em aproveitar os termos de busca no Google (palavras-chave) para aumentar a relevância dos seus produtos ou negócios nas páginas de resultados. A estratégia é utilizar estratégias de SEO para tornar marcas e produtos mais relevantes para o público, levando o consumidor certo para a loja certa.

 

 

Digital Merchandising


O digital merchandising nada mais é do que a definição de onde, quando, para quem e por quanto tempo exibir o seu produto em vitrines e lojas virtuais. Mais do que ter um preço competitivo, um design de embalagem coerente e uma campanha atrativa, é preciso se preocupar também com a forma como o consumidor irá ver o seu produto. Para isso, escolher bem a plataforma ou vitrine virtual de exibição é essencial.

 

Jornada de compra online-to-offline

 

No ambiente digital, a jornada de compra passa, primeiramente, pelo processo de busca e aprendizagem, ou seja, o consumidor pesquisa tudo o que precisa saber sobre um produto antes de tomar a decisão de compra. Este comportamento do consumidor moderno fez com que empresas buscassem formas de impactar o público no digital, mesmo que seus produtos estejam disponíveis apenas ou em maior quantidade em lojas físicas.

Um processo chamado “online-to-offline”, que serve para atrair usuários na internet, oferecendo ofertas, reservas, recomendações e mostrar onde as pessoas podem encontrar a marca, cria oportunidades de compra em tempo real para varejistas.

 

Planejamento de mídia digital


Esta é uma etapa muito importante do marketing de qualquer empresa. Afinal, para que uma campanha de marketing digital seja bem sucedida, é essencial desenvolver estratégias de comunicação adequadas ao público-alvo para divulgar uma mensagem coesa e impactante, no momento correto.

Um bom planejamento de mídia, que contemple canais relevantes para a persona da sua marca, pode ser a diferença entre o fracasso e o sucesso da sua estratégia. Além disso, pode ajudar a não exagerar nos gastos, mantendo um baixo orçamento. Portanto, avalie todos os canais digitais disponíveis para escolher a melhor opção e considere as ferramentas de automação de marketing para gerenciar campanhas, coletar e analisar dados como taxas de conversão


Uso inteligente de dados pode alavancar a medicina

A crise do COVID-19 mudou para sempre a maneira como a sociedade aborda os serviços humanos mais valiosos, incluindo a assistência médica. A telemedicina está sendo amplamente adotada em todo o mundo, suplantando desafios de regulamentação - que foram adaptados para o momento que estamos vivendo - e de implementação tecnológica para viabilizar consultas virtuais. 

Para se ter uma ideia, só no mês de abril, mais de dois milhões de pessoas se consultaram pelo aplicativo do Ministério da Saúde e, destas, apenas 23,8% precisou de fato buscar um atendimento presencial - reduzindo o fluxo de pessoas nas ruas e tornando todo o sistema mais efetivo. Além disso, na Teladoc, empresa global de soluções de saúde virtuais, o número de consultas online no primeiro trimestre de 2020 cresceu mais de 90% frente ao mesmo período do ano passado.

Esses números deixam claro que vencemos as barreiras culturais e temos uma oportunidade única de modernizar o sistema de saúde mundialmente e também no Brasil. No entanto, com a crescente presença de médicos e pacientes no ambiente online, surgem novos desafios, como a segurança das informações, a garantia de que os protocolos estão sendo seguidos, além do faturamento e reembolso de consultas. E a tecnologia é a saída para todos eles.

Na corrida para instalar soluções de telemedicina em massa, as empresas priorizaram o acesso dos pacientes ao atendimento, sem ativar controles de qualidade, segurança e consistência em uma força de trabalho distribuída e que não estava acostumada com esse modelo. Muitas adotaram plataformas específicas para consultas virtuais, mas a maioria das instituições optou por soluções de teleconferência disponíveis comercialmente, como Zoom e Teams. Esse cenário favoreceu os ataques de ransomware a funcionários de hospitais e aos novos pontos de entrada nos sistemas de saúde, que aumentou 350% no primeiro trimestre.

Tecnologias de armazenamento e gestão de dados são fundamentais para a segurança das informações dos pacientes – extremamente críticas – garantindo o compliance com a Lei de Responsabilidade e Portabilidade de Seguro Saúde (HIPAA). Além disso, existem soluções que oferecem supervisão e controle de qualidade em relação aos protocolos médicos, monitorando as interações entre eles e os pacientes durante uma consulta virtual para garantir que as recomendações do setor estão sendo cumpridas. 

Essas soluções transcrevem todos os vídeos e áudios capturados usando tecnologia de "voz para texto", indexando e classificando os dados de arquivo para recuperação rápida. Isso ajuda a reduzir o tempo gasto pelos profissionais na documentação das consultas – o que vem consumindo cerca de 50% do seu tempo. Desta foram, os médicos podem priorizar a saúde dos cidadãos frente à burocracia sem correr o risco de não registrar informações importantes. 

Todo esse cenário traz um novo e enorme desafio: reunir e integrar informações dispersas oriundas de videoconferências, e-mails e redes sociais ao invés do portal regular de pacientes. Para isso, a tecnologia se torna ainda mais fundamental e classificação é a palavra-chave. Ao classificar os dados, os tomadores de decisão podem identificar informações valiosas – de registros eletrônicos dos pacientes a critérios de diagnósticos e tratamentos bem-sucedidos – em questão de segundos. E, por meio da inteligência de dados, conseguem ter uma visão mais organizada, abrangente e holística das informações, fornecendo resultados melhores para provedores, médicos, cuidadores, pacientes e pesquisadores.

Isso sem falar na classificação da enorme quantidade de informações relativas à COVID-19 que as instituições e profissionais do setor estão gerando por meio de consultas virtuais – ou presenciais – que, juntas podem agilizar a compreensão efetiva do vírus e, consequentemente, a definição do melhor protocolo de atendimento. Tudo isso pode ser feito de forma simples e rápida por meio de ferramentas de classificação de dados. Esse tesouro, identificado com tags relevantes, oferece aos provedores amplas oportunidades para tomar decisões melhores em relação aos pacientes e à eficácia clínica dos tratamentos, além de fornecer um rico banco de informações para pesquisas das autoridades de saúde federais, estaduais e municipais. É a tecnologia, mais uma vez, ajudando a salvar vidas.

Agora, é hora de analisar as melhores práticas desenvolvidas ao longo dos últimos meses e estruturar modelos capazes de tornar a telemedicina compatível, sustentável e escalonável para as necessidades futuras, garantindo a satisfação dos pacientes, o cumprimento de protocolos, além do faturamento e reembolso correto das consultas virtuais. Tudo isso com segurança e simplicidade. 

 


Gustavo Leite - country manager da Veritas no Brasil


Direitos fundamentais no mundo digital

Quando pensamos em direito fundamental, somos remetidos a ideia de que são decorrências do simples fato de que somos seres humanos, não conseguimos perceber que o que está aí é resultado de conquistas realizadas ao longo dos anos. Direitos simples, como o de propriedade, não são naturais ao homem, nascendo de reflexos históricos que resultaram na sua consolidação em principais normativos.


Na verdade, em sociedades de base constitucional como a nossa, os direitos fundamentais são ferramentas de freio ao Estado. Formas de evitar que as instituições se excedam em relação as pessoas. Exatamente por isso que, para serem oponíveis e verdadeiros, precisam estar presente na Constituição - enquanto lei máxima; não sendo e nem tendo os mesmos valores e pesos em todos os países.

Dentre vários destes exemplos de direitos, encontra-se a Liberdade de Expressão, que é muito mais valorizada por documentos e cortes constitucionais como a norte americana que em outras como a alemã. Este é um dos direitos que possui maior valia e aplicabilidade no meio digital.

Nossa constituição nos garante essa liberdade, incluindo no rol dos direitos e garantias fundamentais o da “livre a manifestação do pensamento”. Mas isso significa que eu realmente possa manifestar o que quer que eu queira nas redes sociais? Tenho realmente essa garantia e proteção legal baseada na lei máxima do nosso país?

Na verdade, não. Os direitos fundamentais não podem ser vistos como entes isolados de garantia e precisam conviver com a ponderação relativa à força e importância de outros direitos de mesmo nível. A livre manifestação de pensamento precisa limitar-se frente a proteção que garante que “ninguém será submetido (…) a tratamento desumano ou degradante”. Uma colocação em rede social que fira esta segunda proteção, poderá sim ser alvo de ação restritiva do Estado.

Todo direito fundamental precisa ser visto como parte de um sistema dentro do ordenamento, funcionando como princípios ponderável e que pode ser legalmente tolhido. Basta lembrar das leis que restringiram nossa “livre (…) locomoção” durante o período da pandemia de COVID-19.

Por isso, ao expressar suas ideias, lembre-se que também são direitos fundamentais a igualdade de gêneros, o direito de resposta, a inviolabilidade da intimidade, a honra e imagem da pessoa, o sigilo de correspondência, o acesso à informação, a livre associação, a propriedade (que inclui a propriedade intelectual), dentre outros. Ou seja, você é livre para expressar o que quiser na rede mundial de computadores, mas não está isento das responsabilidades frente aos direitos dos outros.



 

Christiano Sobral - diretor-executivo do escritório Urbano Vitalino Advogados, especializado em marketing, economia e negócios.


Check Point alerta para os principais riscos da rede 5G à cibersegurança

Segundo os especialistas da empresa, o aumento da superfície de ataques e a falta de controle de acesso e visibilidade da ameaça são os riscos primários


A Check Point Software Technologies alerta que a tecnologia 5G não só oferece vantagens, e muitas por sinal, como também pode acarretar uma série de riscos à cibersegurança, pois isto implica em mais vetores de ataques. Por design, a rede 5G foi projetada para conectar todos a tudo, e rápido. Em outras palavras, quanto maior o número de equipamentos interconectados, maior será a superfície de ataque. Espera-se que dezenas de bilhões de dispositivos inteligentes se conectem a esse tipo de rede, mas apenas uma pequena porcentagem deles incorporaria sistemas de segurança além de uma simples senha. Portanto, todo dispositivo habilitado pelo 5G, principalmente de IoT (Internet das Coisas), torna-se um potencial vetor de ataque.

Em razão disto, os especialistas da Check Point alertam para os dois riscos primários de 5G à cibersegurança:


1. Aumento da superfície de ataque devido a mais dispositivos conectados. O 5G representa uma ameaça à segurança em parte porque há mais vetores pelos quais um cibercriminoso pode se aproveitar para atacar. Por sua configuração, o 5G é definido para permitir um número significativo de dispositivos conectados, cada um dos quais expande a superfície de ataque a partir da qual um atacante pode trabalhar.


2. Falta de controle de acesso e pouca visibilidade de ameaças. As redes 5G são mais distribuídas e descentralizadas. Os dispositivos são conectados diretamente à Internet por meio do provedor de serviços. À medida que os dispositivos 5G são implementados em escritórios, fábricas e hospitais, o risco de violações de dados e ataques aumenta drasticamente, pois as comunicações de e para esses dispositivos vão contornar a rede corporativa e seus controles de segurança. Da mesma forma, os funcionários que usam dispositivos móveis 5G para acessar recursos corporativos baseados na nuvem aumentarão o risco de violações e perdas de dados.

Em uma pesquisa global da Check Point*, com pouco mais de 400 profissionais de segurança e de TI, foram relatados alguns problemas relacionados a riscos aos dispositivos IoT: 90% dos entrevistados indicaram que suas empresas têm dispositivos "shadow IoT" (dispositivos IoT não gerenciados oficialmente pela equipe de TI) em suas redes, enquanto 44% declararam que menos da metade dos seus equipamentos estavam conectados sem o conhecimento dos responsáveis do departamento de TI ou de segurança. Apenas 11% dos entrevistados afirmaram ter implementado completamente uma solução de segurança para dispositivos IoT, e 52% não têm qualquer ferramenta de segurança para as infraestruturas IoT já implementadas.

Mesmo assim, 67% das empresas e 82% das empresas do setor da saúde sofreram incidentes relacionados com a Internet das Coisas. A tendência de crescimento de ataques contra dispositivos e sistemas de IoT, combinados com a mudança para trabalho remoto, ou home office, imposto pela pandemia da COVID-19, exigem a mais avançada e completa rede de segurança que possa reconhecer os dispositivos IoT vulneráveis, aplicar a proteção adequada e impedir ciberameaças mais evasivas.


Como proteger os dispositivos 5G:

Ter um sistema avançado de prevenção de ameaças: como a rede 5G conectará usuários e aplicativos por meio de smartphones, redes ou nuvem, entre outros, é essencial ter sistemas avançados de prevenção de ameaças para proteger todos os equipamentos em qualquer lugar.

Usar plug-ins em microescala: Dado este enorme volume e variedade de produtos - muitos dos quais terão recursos de segurança extremamente limitados ou nulos - as organizações precisam de uma maneira fácil de implementar e gerenciar a segurança em qualquer tipo de dispositivo. Uma das melhores abordagens inovadoras é usar plug-ins em microescala que podem funcionar em qualquer dispositivo ou sistema operacional em qualquer ambiente. Esses agentes de micro software controlam todos os atributos que entram e saem do dispositivo na rede 5G e se conectam à arquitetura de segurança consolidada para reforçar a proteção.

Conectar-se por meio de uma VPN: o uso de conexões privadas com a Internet é fundamental para evitar que os cibercriminosos acessem dados sem permissão e espionem a atividade online do usuário.

Mantenha todos os dispositivos IoT atualizados - Qualquer dispositivo que se conecta a um telefone celular deve ter todas as atualizações disponíveis. Desta forma, todos os dispositivos terão os patches de segurança mais recentes orbitando em torno de 5G.

Ter senhas fortes: criar senhas fortes e seguras, usando caracteres aleatórios e variados e misturando letras maiúsculas e minúsculas, números e símbolos de grafia.

"O 5G é uma faca de dois gumes. Por um lado, temos uma velocidade de Internet incrivelmente rápida. Do outro lado, estamos mais sujeitos a ciberataques porque existem mais vetores de ataque para os atacantes escolherem. Espera-se que tecnologias de rápido crescimento como a Internet das Coisas explodam com o 5G. Cada dispositivo é um ponto de violação potencial na visão dos atacantes para lançar possíveis ataques. Ao conhecer esses dois lados, as organizações e os usuários poderão usufruir dos benefícios da rede 5G praticando a prevenção contra ataques. Assim, é necessário usar uma VPN, manter seus dispositivos IoT atualizados e sempre usar as senhas mais fortes que puder imaginar, como pontos de partida para uma boa ‘higiene cibernética’ 5G, a fim de ter uma segurança mais avançada, visibilidade dos dispositivos conectados a sua rede, analisar firmware vulneráveis e ter capacidade de corrigi-los, bem como adotar segurança como serviço para proteger sua rede expandida e com qualquer dispositivo conectado a ela,", ressalta Fernando De Falchi, gerente de Engenharia de Segurança da Check Point Brasil.

 

 

Fernando De Falchi - gerente de Engenharia de Segurança da Check Point Brasil

 

 

*Estudo realizado com mais de 400 profissionais de segurança da informação e TI de empresas internacionais, realizada pela Dimensional Research

O que as melhores escolas públicas têm em comum?

As escolas públicas com melhor desempenho no Enem são as federais, as militares, e algumas escolas técnicas estaduais, como a ETESP, em São Paulo. O que essas escolas têm em comum é pouco explorado no atual debate sobre o ensino básico (contribui para isso a exclusão dos professores do ensino básico no debate). O que elas têm em comum é que são autarquias, ou seja, possuem autonomia administrativa. A ausência desta característica na maioria das escolas públicas brasileiras é o principal problema da nossa educação básica.

Certa vez, uma das salas da escola em que lecionávamos tinha mais de 40 alunos. É comum uma sala com mais de 40 alunos. Mas essa especificamente era frequentada por uma quantidade grande de alunos indisciplinados. Além do desgaste que isso gerava (para alunos e professores), o resultado foi uma aprendizagem ruim. Era consenso entre professores, equipe pedagógica, pais e os próprios alunos que o melhor era dividir a sala. Após uma reunião com a comunidade, fizemos um pedido à Secretaria de Educação para dividir a turma. A resposta foi negativa.

Há escolas autárquicas que, por exemplo, colocam professores para dar aulas de reforço em contraturno. Essa é uma medida muito eficiente para a melhoria de desempenho escolar. Muitos alunos com dificuldades usam essas aulas para compreender melhor o conteúdo - não só como um estudo a mais, mas também porque há menos alunos em sala e, assim, o professor pode se concentrar mais detidamente na dificuldade do aluno. Em reuniões pedagógicas, sempre cogitamos esse tipo de ação, mas a maioria das escolas públicas não têm essa competência, pois exige a contratação de mais professores e, às vezes, remanejamento de turmas, etc. Somente as Secretarias de Educação podem fazer isso.

Até mesmo a maioria das reuniões entre os profissionais da escola são pautadas pelas Secretarias de Educação. Isso significa que muitas vezes não podemos discutir questões mais urgentes da escola. Em muitos lugares, nem liberar professores para a participação em eventos acadêmicos é possível. Isso afeta bastante a qualidade do ensino. Na prática, a formação continuada oferecida aos professores são meros encontros tutelados pelas Secretarias - e de péssima qualidade. Formação continuada de verdade se faz principalmente em eventos e cursos acadêmicos.

A margem de entraves burocráticos em escolas sem autonomia administrativa é grande. E eles se estendem também à logística e à manutenção física. Às vezes, um simples reparo não é feito sem o aval da Secretaria de Educação - o  que pode contribuir na precarização da estrutura física da escola. Em outras situações, nos empurram tablets ultrapassados e sem condições de uso, sem considerar que a escola tem apenas um datashow para mais de 10 salas. Seria melhor comprar datashow. 

O grupo das melhores escolas, por serem autarquias, estão livres de vários desses entraves burocráticos que prejudicam a escola e também de arbitrariedades dos governantes do momento. Em qualquer boa instituição pública no mundo, o grau de autonomia administrativa é muito maior que o da maioria das escolas brasileiras. Isso por uma razão simples: quem melhor sabe o que deve ser feito é quem está no dia a dia da administração. E esses são profissionais, o que não acontece na maior parte dos casos com secretários e assessores. As chances de quem está de fora e não é do ramo errar são muito maiores. O resultado está aí para todos verem. A maior parte das escolas públicas do Brasil não são autarquias e são ruins.

 



Thiago Melo - filósofo e dá aulas na rede pública de ensino do Estado do Paraná. thiagobm3@gmail.com

 


Antonio Djalma Braga Junior - filósofo e historiador, doutor em Filosofia, foi professor da rede pública de ensino do Estado do Paraná e atualmente é professor da Universidade Positivo. antonio.braga@up.edu.br

  

Posts mais acessados