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quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Mulheres sobreviventes frente à violência doméstica



Geledés
 Pesquisa enfoca tema no Brasil e no Uruguai 


A pesquisa 'Falar ou callar? Realidades de mulheres sobreviventes frente à violência doméstica no Brasil e no Uruguai (2002-2006)' está inserida na proposta do Laboratório Interdisciplinar de Estudos de Gênero (LIEG/Unesp/Marília) de incentivar e atuar para o fortalecimento do campo dos estudos de gênero e tem como autora a doutoranda Camila Rodrigues da Silva.

A pesquisa tem objetivo identificar o impacto no que se refere a implementação da Lei de Violência Doméstica instaurada no Uruguai em 2002 frente a Lei de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de 2006, mais conhecida como Lei Maria da Penha no Brasil, bem como suas possíveis mudanças, permanências e conflitos no cotidiano de mulheres urbanas e todos os níveis sociais.

A ideia em privilegiar as cidades de São Paulo e Montevidéu como foco de análise deve-se ao fato de que nestas cidades as transformações e mudanças provocadas pelo movimento feminista assumiram novas configurações e novas formulações produzindo novos modos de vida. A aluna foi guiada pela morosidade do judiciário brasileiro e as dificuldades de aprovação e real implementação da Lei Maria da Penha (constatações realizadas em sua pesquisa de mestrado na cidade de Marília em 2012) e o cenário de lutas das mulheres uruguaias e as inúmeras dificuldades apresentadas para a aprovação e efetivação da Lei de combate a Violência Doméstica no Uruguai.

Essas realidades que se assemelham, também são observadas nas participações em eventos internacionais que motivaram e influenciaram na luta pelos direitos e combate a violência contra as mulheres que, entendidos como processos, resultaram nas instaurações das Leis de Combate a Violência Contra as Mulheres em cada país.

Como metodologia de análise utiliza o olhar comparativo sob a perspectiva das histórias cruzadas frente as realidades jurídicas nas cidades de São Paulo (Brasil) e Montevidéu (Uruguai), pertencentes a países latino-americanos inseridos no bojo de mudanças e transformações dos movimentos feministas contemporâneos que assumem novas reconfigurações e formulações.

O uso das histórias cruzadas e do método das oralidades permite buscar especificidades destas configurações que não são isoladas e que se cruzam e entrecruzam evidenciando as tramas de vida, as experiências e cotidianos distintos de mulheres que, diante de anos de silêncio, decidiram contar a sua história vivenciando uma nova condição além-sobrevivência.

Diante de um novo contexto latino-americano que evidencia as diferenças entre as mulheres e suas demandas ressaltando lugares de poderes privilégios, geradas por classe, raça/cultura, identidade sexual, lugar ou idade que o trabalho se propõe trazer colaborações para o campo das pesquisas sobre violência de gênero e experiências subjetivas de mulheres sobreviventes frente ao impacto das leis de combate a violência contra a mulher a partir de um olhar comparativo sob a perspectiva da história cruzada em países como Brasil e Uruguai. Olhar com mais atenção para as possibilidades da comparação e dos cruzamentos contribui para a produção historiográfica brasileira trazendo para a reflexão novos problemas e questões promovendo o que Prado (2005) chama de “conexões globalizantes” (PRADO, 2005:30).






Camila Rodrigues da Silva - Doutoranda em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista, Campus de Marília. Mestra em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista, Campus de Marília (2016). É pesquisadora do Laboratório Interdisciplinar de Estudos de Gênero (LIEG/Unesp), membro do Grupo de Pesquisa Cultura e Gênero e membro do Grupo de Estudos Mundo Contemporâneo (GEMUC/Unesp) . Revisora eletrônica e apoio técnico da Revista Aurora – Revista dos discentes de pós-graduação em Ciências Sociais da Unesp/Marília (2015-2016). Graduada em Ciências Sociais – Bacharel pela Universidade Estadual Paulista campus de Marília (2013). Licenciada em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista campus de Marília (2012). Tem experiência na área de Sociologia e Antropologia com ênfase em Relações de Gênero, Feminismos, Violência contra a mulher.


Fonte: http://www.unesp.br/


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