Excesso de sensibilidade dos bigodes de felinos
pode atrapalhar a alimentação
A hora da refeição nem sempre é o momento mais
agradável na vida de um gato. Às vezes, eles têm o hábito de comer a ração que
está no meio da tigela e deixar a borda cheia de grãos e, ainda assim, reclamam
que está sem comida.
Outra
situação é quando eles começam a comer e param, voltam a comer e param
novamente, levando vários minutos para se alimentar de uma porção pequena. Tem
ainda alguns felinos que puxam a comida para fora do prato, fazendo sujeira por
toda a volta. Há, também, aqueles que são mais obedientes, mas quando estão em frente
ao prato de comida se tornam mau humorados e bravos, especialmente com outros
gatos da casa.
Para
o médico veterinário da Max Cat e Gerente Técnico Nacional, Marcello Machado,
tudo isso ocorre devido ao excesso de sensibilidade nos bigodes, os felinos se
irritam quando estes encostam na borda de pratos e potes de ração. “Os bigodes
dos gatos, também chamados de vibrissias, são órgãos sensoriais, receptores
táteis, que são conectados aos músculos da face e ao sistema nervoso que enviam
para o cérebro diversos sinais para ajudar o felino a entender o ambiente”,
explica.
Não
importa a quantidade de ração que você coloca no pote, o gato sempre come o
meio e deixa o restante nas beiradas. E depois fica miando para repor a ração,
como se o prato estivesse vazio. Também pode acontecer do gato jogar a ração
para fora do prato antes de comer. “Pode parecer frescura ou que está sem fome,
mas o motivo é a ‘Fadiga dos Bigodes’ que confunde as informações que enviam ao
cérebro sobre o ambiente em que se encontram”, declara Machado.
Outro
motivo pelos quais os gatos não comem a ração na beirada do prato é basicamente
uma questão de geometria: gatos têm focinhos que dificultam que eles alcancem a
beirada do comedouro tradicional. Quando tentam pegar a ração dos cantos, eles
batem o focinho sensível na borda e precisam girar a cabeça e puxar os grãos
com a língua.
Marcello
explica que os bigodes também são capazes de detectar a menor mudança de
direção do vento, ou ondas de som e vibrações. “Por isso, é importante encontrar
uma melhor forma de alimentá-lo, um pote adequado e não o estressar, caso ainda
persista a dificuldade da alimentação, é importante procurar um veterinário”,
finaliza.
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