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quinta-feira, 12 de outubro de 2017

Ômega 3 na primeira infância fortalece respostas imunológicas contra reações alérgicas



Os primeiros 1.000 dias de vida apresentam uma janela de oportunidade única de efeitos positivos para a saúde do bebê. A Dra. Kai Lin Ek e o Dr. Dietrich Rein, gerentes de marketing científico da BASF Nutrição e Saúde, abordam que os cuidados adequados nesse período podem ser a melhor defesa contra o desenvolvimento de doenças alérgicas, que envolvem o consumo de alimentos com propriedades anti-inflamatórias como omega 3 (EPA/DHA).


Além da programação metabólica há evidências que a alimentação na primeira infância tem efeitos em algumas áreas da programação imunológica também. A prevalência de doenças alérgicas aumentou no mundo todo e, embora a causa possa ter origens diversas, há um amplo consenso que a epidemia de alergia pode ser atribuída às mudanças ambientais, inclusive fatores de estilo de vida e hábitos alimentares.


Nos primeiros 1.000 dias de vida, desde a concepção até os dois anos de idade, os ácidos graxos de cadeia longa, ácido docosahexaenoico (DHA) e o ácido eicosapentaenóico (EPA) são componentes essenciais para o sistema nervoso de uma criança em crescimento e moléculas de sinalização para a resposta imunológica.

Para a mãe, a gravidez é caracterizada pela reestruturação e pelo crescimento do tecido e, portanto, associada à elevada inflamação sistêmica. Assim, nesse período tanto o feto quanto a mãe têm uma grande demanda por DHA e EPA.


Embora a taxa de acréscimo de DHA no cérebro fetal só comece a acelerar a partir do último trimestre, os eventos que dão início às doenças alérgicas ocorrem antes no desenvolvimento imunológico, com reatividade a antígeno específico encontrado no sangue umbilical e já na 23ª semana de gestação no feto.


Como os humanos não conseguem sintetizar o EPA e o DHA, as mães devem receber complemento de ômega-3 com DHA e EPA pré-formados durante toda a gravidez.




Evitando a marcha atópica ou alérgica

A marcha atópica ou alérgica, como a Organização Mundial de Alergia (World Allergy Organization - WAO) define, se refere à história natural de manifestações atópicas, caracterizadas por uma sequência típica de respostas de anticorpos imunoglobulina E (IgE) e sintomas clínicos que podem aparecer nos primeiros anos de vida, persistir por anos ou décadas e, geralmente, diminuir espontaneamente com a idade.


Abaixo estão descritas as doenças atópicas e alérgicas mais comuns e onde a ingestão de ômega 3 de cadeia longa pode fazer efeito:




Dermatite atópica - uma doença alérgica que causa inflamação na pele, induzida por uma reação imunológica ao pólen, à poeira e a alimentos alergênicos. Foi observada uma associação inversa entre o consumo de peixe e ômega 3 durante a gravidez e lactação e o eczema desde o nascimento até dois anos de idade. A suplementação de DHA e EPA maternos durante a gestação suprimiu os sintomas de dermatite nas crianças.




Rinite alérgica - comumente conhecida como febre do feno, é mediada pela IgE. É a irritação e inflamação do nariz, causadas por uma reação extrema do sistema imunológico aos alergênicos existentes no ar. Um estudo observacional entre mulheres britânicas mostrou que o maior consumo de peixe está associado ao menor risco de casos confirmados de febre do feno e eczema nas crianças.




Asma - uma doença comum inflamatória das vias aéreas e do pulmão nas crianças, geralmente associada a um chiado rouco. Um grande estudo dinamarquês com crianças de até sete anos de idade associou o consumo frequente de peixe (2 a 3 vezes por semana) pela mãe ao menor número de diagnósticos de asma. Quando as mães complementavam esse consumo com óleo de peixe a partir do terceiro trimestre, o número de casos de asma e infecções do trato respiratório diminuía.




Sensibilização imunológica - a indução de uma resposta alérgica geralmente é confirmada por um teste de punção cutânea.  De 4 a 8% das crianças com menos de três anos têm alergia alimentar a um dos alergênicos do leite de vaca, ovos, amendoim e frutas secas (CDC 2008 e US Census Bureau 2010). Estudos randomizados controlados mostram evidências convincentes das respostas alérgicas ao teste de punção cutâneo em crianças com 12 e 24 meses de idade quando as mães receberam complemento com ácidos graxos de cadeia longa do ômega 3.




Como o Ômega 3 de cadeia longa faz a diferença?

Para apresentar um quadro mais completo, Best et. al consolidaram e analisaram os resultados de 13 estudos de observação e sete estudos randomizados controlados. A complementação diária pré-natal com 0.8 - 3.1 g de DHA e EPA nas últimas 10 a 20 semanas de gravidez gera um efeito de proteção contra as reações alérgicas em bebês e crianças até a idade escolar.


Mulheres grávidas com risco de ter um bebê alérgico também podem se beneficiar. Um estudo recente na Suécia demonstrou a associação entre uma complementação diária de 2.7 g de EPA e DHA da 25ª semana de gestão aos três meses de lactação, a menos eventos de alergias relacionadas à IgE em crianças de até dois anos de idade.

A programação metabólica e a epigenética abriram novas oportunidade para entender os mecanismos nutrientes que afetam o desenvolvimento da criança. Como as recentes descobertas corroboram, a complementação com uma quantidade suficiente de ômega-3 de cadeia longa, desde a gestação até a infância, apresenta uma janela de oportunidade para influenciar positivamente o desenvolvimento do sistema imunológico do bebê.







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