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terça-feira, 31 de março de 2015

DENGUE


O poder muda a pessoa




O poder torna as pessoas estúpidas e muito poder, torna-as estupidíssimas. (R. Kurz)
O psicanalista J. Lacan [1] ,observou que a partir do momento em que alguém se vê "rei", ele muda sua personalidade. Um cidadão qualquer quando sobe ao poder [2] , altera seu psiquismo. Seu olhar sobre os outros será diferente; admita ou não ele olhará "de cima" os seus "governados", os "comandados", os "coordenados", enfim, os demais.
Estar no poder, diz Lacan, "dá um sentido interiormente diferente às suas paixões, aos seus desígnios, à sua estupidez mesmo". Pelo simples fato de agora ser "rei", tudo deverá girar em função do que representa a realeza. Também os "comandados" são levados pelas circunstâncias a vê-lo como o "rei do pedaço".
La Boétie [3] parecia indignado em perceber o quanto o lugar simbólico de poder faz o populacho se oferecer a uma certa "servidão voluntária". Bourdieu chama-nos atenção para a força que o símbolo exerce sobre os indivíduos e grupos. Antes de ocupá-lo, o poder atrai e fascina; depois de ocupado tende a colar a alguns como se lhes fossem eterno. Aí está a diferença entre um Fidel Castro e um Nelson Mandela. O primeiro e a maioria dos ditadores pretendem se eternizar no poder, o segundo, mais sábio, toma-o como transitório, evitando ser possuído pelo próprio. ("Possuído", sim, pois o poder tem algo de diabólico, que tenta, que corrompe, etc).
Uma vez no poder, o sujeito precisará de personas (máscaras) e molduras de sobrevivência. A persona serve para enganar a si e aos outros. A moldura, é algo necessário para delimitar simbolicamente a ação dele enquanto representante do poder. A ausência de moldura ou o seu mau uso fará irromper a força pulsional do sujeito que anseia por mais e mais poder, podendo vir a se tornar uma patologia psíquica. A história coleciona exemplos: Hitler, Stalin, Mobutu, Collor de Melo, Pol Pot, Idi Amim, etc.
No filme As loucuras do rei George III [4] , da Inglaterra, somos levados a perceber duas coisas:  o quanto que as pessoas recusavam a idéia de um rei que perdeu a razão em função de uma doença e, que fazer para impedir alguém que representa o poder máximo de uma nação, devido a suas loucuras?   
O poder faz fronteira com a loucura. Não é sem motivo que muitos loucos se julgam Napoleão ou o Rei Luis XV. Parece que há algo de "loucura narcísica" nas pessoas que anseiam chegar ao poder político (governante de uma cidade, estado ou país, ministro, membro do secretariado local), ou ao poder de uma instituição, empresa, departamento, pequeno setor de uma organização qualquer ou grupo qualquer. O narcisismo de quem ocupa o poder, revela-se na auto-admiração (o amor a si e aos seus feitos), na recusa em aceitar o que vem dos outros e no gozo que ele extrai do poder, que, levado ao extremo poderia revelar loucura. R. Kurz, é direto ao declarar que "o poder torna as pessoas estúpidas e muito poder, torna-as estupidíssimas".
O sociólogo M. Tragtenberg certa vez observou como muitos intelectuais discursam uma preocupação pelo "social", mas estão  mesmo preocupados com a sua "razão do poder". Há uma espécie de "gozo louco" pelo poder, que faz subir a cabeça dos que estão jogando para ganhá-lo um dia.
Do ponto de vista psicológico, observa-se que o poder faz o ocupante perder a própria identidade pessoal e assumir outra, contornada pela "fôrma" do próprio poder. Os cargos executivos (presidente, governador, prefeito, diretor, reitor, etc), tem uma forma própria, um lugar que marca uma certa diferença em quem a ocupa em relação aos cargos de segundo escalão (ministros, secretários disso e daquilo, chefes de gabinetes, assessores, etc). As "pequenas autoridades" dos escalões inferiores - mas com algum poder -  costumam ter atitudes mais protofascistas que as grandes. São mais propensas a "vender sua alma ao diabo" que as grandes para estar no poder.
O psicólogo Ricardo Vieira, da UERJ, de quem me inspirei para continuar seu artigo, levanta os quatro primeiros indicadores de mudanças que ocorrem com  as pessoas que chegam ao poder: 
1) no modo de vestir: o terno, a gravata, o blazer e o tailleur que, antes eram utilizados em circunstâncias especiais, passam a ser usados cotidianamente, mesmo quando não é necessário utilizá-los. Alguns demonstram certo constrangimento em  trocar a surrada camiseta e passar a usar um blazer ou uma camisa de linho, pelo menos nas ocasiões especiais. Se antes usava um cabelo comprido, despenteado, logo é orientado a cortá-lo, penteá-lo, dar um trato. Na última eleição para prefeito de Maringá, um candidato foi orientado pelo seu marketeiro para mudar o cabelo enrolado por um penteado de brilhantina. Perdeu a eleição.
2) mudam as relações pessoais: os antigos companheiros poderão ser substituídos por novos, que o leva a sentir-se menos ameaçado. O sentimento persecutório de "ser mal visto", precisa ser evitado a qualquer preço por quem ocupa o poder.
3) altera o tratamento com o outro, que torna-se autoritário com seus subordinados; gritos e ameaças passam a ser seu estilo. Certa vez, perguntaram a Maquiavel se era melhor ser amado que temido? O autor de O príncipe respondeu que "os dois mas se houver necessidade de escolha, é melhor ser temido do que amado".
4) mudam os antigos apoios e alianças. Aqueles que o apoiaram para  chegar ao poder, transformam-se em arquivos vivos dos seus defeitos. O poder leva a desidentificação  com os antigos colegas de profissão. É o caso do presidente FHC e do seu Ministro da Educação Paulo Renato Souza, depois de executivos, ambos não se vêem mais professores.
5) Resistência em fazer auto-crítica. Antes, vivia criticando tudo que era governo ou tudo que constituía como efeito de governo. Mas, logo que passa a ocupar o poder, revela "sua outra face", não suportando a mínima crítica. O poder os torna cegos e surdos a crítica. Uma pesquisa de Pedro Demo, da Universidade de Brasília, constata que os profissionais de academias apreciam criticar a tudo e a todos, mas são pouco eficazes na crítica para consigo mesmos. Enquanto só teorizavam, nada resolviam, mas quando passam a ocupar um cargo que exige ação prática, terá que testar a teoria; agora é que "a prática se torna o critério da verdade" [5] . Por falta de referencial e por excesso de idealismo, é freqüente ocorrerem bobagens e repetições dos antigos adversários, tais como: fazer aumentos abusivos de impostos, aplicar multas injustas, discursos cínicos para justificar um ato imoral de abuso de poder, etc. Há um provérbio oriental que diz: "quem vence dragões, também vira dragão".
Os sujeitos quando no poder protege-se da crítica reforçando pactos de auto-engano com seus colegas de partido. Reforçam a crença de que representam o Bem contra o Mal, recusam escutar o outro que lhe faz crítica e que poderia norteá-lo para corrigir seus erros e ajudar a superar suas contradições. Se entrincheirarem no grupo narcísico, o discurso político tornar-se-á dogmático, duro, tapado, e podemos até prever qual será o seu futuro se tomar o caminho de também eliminar os divergentes internos e fazer mais ações de governo contra o povo, "em nome do povo".
Infelizmente assim é o poder: seduz, corrompe, decepciona e faz ponto cego e surdo nos seus ocupantes temporários.

RAYMUNDO DE LIMA - Psicanalista e professor da UEM



[1] Jacques Lacan, psicanalista francês, que propôs o retorno à leitura da obra de S. Freud. Cf.: Seminário 1. Ed. Zahar, 1979, p. 318.
[2]   Max Weber define que o"poder é toda chance, seja ela qual for de impor a própria vontade numa relação social, mesmo contar a relutância dos outros". Para M. Foucault, nas duas obras, Vigiar e Punir e Microfísica do poder,  faz uma genealogia do poder. Constata que o poder se exerce na sociedade não apenas através do Estado e das autoridades formalmente constituídas, mas de maneiras as mais diversas, em uma multiplicidade de sentidos, em níveis distintos e variados, muitas vezes sem nos darmos conta disso. 
[3] Etienne La Boétie, filósofo francês, autor do Discurso da Servidão Voluntária. Cf.: Brasiliense, 1982.
[4]   O rei George III reinou na Inglaterra no séc. 18 Ficou louco devido a uma doença, a porfiria, desconhecida na época.
[5] Dito por L. Feuerbach

segunda-feira, 30 de março de 2015

Saint-Gobain traz ao Brasil a Exposição Sensações do Futuro, em comemoração aos 350 anos do Grupo




Grandes cubos montados no Parque do Ibirapuera proporcionam uma experiência sensorial aos visitantes

Saint-Gobain, líder mundial no mercado do habitat e materiais de alta performance, comemora 350 anos em 2015 e traz para o Parque do Ibirapuera, em São Paulo, a Exposição Sensações do Futuro. Dividida em quatro grandes cubos visitáveis, a mostra é uma jornada sensorial sem precedentes, criada com as mais modernas, inovadoras e tecnológicas soluções construtivas do Grupo. Cada pavilhão é capaz de provocar sensações únicas, separadas pelos temas Ver, Ouvir, Colorir Criar.
A mostra é itinerante e percorrerá apenas quatro cidades ao redor do mundo: Xangai (China), onde aconteceu em janeiro; São Paulo, de 29/03 a 04/04; Filadélfia (Estados Unidos), em maio; e Paris (França), em outubro. Gratuita, a exposição fica aberta das 10 às 22 horas e apresenta ao público a capacidade de inovação do Grupo, especialmente para o mercado do habitat.
Os pavilhões e seus estímulos
Ver: composto externamente por inúmeros espelhos incrustados com luzes de LED, o pavilhão é uma homenagem à tradição da Saint-Gobain no setor vidreiro. Durante o dia, as imagens refletidas criam perspectivas diferentes, e as mudanças do tempo, como os raios de sol e as nuvens, servem de pano de fundo para as figuras. À noite, o pavilhão torna-se um cubo de luz com LEDs gráficos que animam sua fachada. No interior, os visitantes mergulham em uma viagem pelos materiais e pela ciência por meio de por meio de perspectivas e jogos de luz.

Ouvir: um grande cubo acolchoado que proporciona uma experiência única de espacialização sonora, por meio de uma acústica extremamente refinada. Sons puros da natureza, o som do mar e até os ruídos urbanos embalam os visitantes em uma viagem interativa por meio da tecnologia acústica.

Colorir: o espaço é um verdadeiro carrossel montado com painéis de vidros coloridos e móveis, que forma um grande caleidoscópio e demonstra a convergência entre a luz, as cores e as texturas do vidro. Durante o dia e a noite, ele transporta os visitantes a um mundo multicolorido de sonhos.

Criar: por fora, o espaço evoca o movimento de uma escada, só possível arquitetonicamente pelo desenvolvimento de alguns materiais Saint-Gobain. À noite, suas bordas são marcadas com luzes de LED e a estrutura revela um movimento futurista.  Dentro, painéis de tecidos luminosos, elaborados em fibra óptica, brincam com a percepção do espaço. No teto, um show de laser anima o visual.

Pavilhão Saint-Gobain
Além destes, um quinto pavilhão compõe a exposição. Nesse espaço, o público tem a oportunidade de conhecer mais sobre a Saint-Gobain, especialmente no Brasil, Argentina e Chile, suas marcas e a tecnologia e inovação dos materiais para construção e de alta performance do Grupo, além de poder navegar pela Exposição Virtual e divertir-se com o Jogo Saint-Gobain.
A Exposição está montada na Arena de Eventos do Parque Ibirapuera, administrado pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente.
Exposição Sensações do Futuro
Parque do Ibirapuera
Av. Pedro Álvares Cabral, Vila Mariana – São Paulo/SP
até 04/04
das 10h às 22h*
Entrada gratuita
Duração da visita: entre 30 e 45 minutos
*Dia 30/3: fechada das 10h às 12h e das 20h às 23h

Chocolate ajuda na prevenção de doenças cardiovasculares e controle da pressão arterial




Veja quais são os benefícios do alimento preferido nesta época do ano

Toda Páscoa desperta os mesmos sentimentos na maioria das pessoas: uma vontade quase incontrolável de comer (muito) chocolate combinada a um medo de engordar a cada mordida.
Mas por que este alimento é tão consumido? Camila Giacomini, nutricionista do Hospital São Luiz Morumbi, explica que além de ter um sabor agradável, o chocolate estimula a produção da serotonina, neurotransmissor que melhora o humor e traz a sensação de bem-estar e prazer.  
Entre os benefícios do produto, o mais estudado é o efeito protetor de doenças cardiovasculares devido à presença de flavonoides no cacau. Eles melhoram o fluxo sanguíneo, ajudam na prevenção de coágulos, auxiliam no combate aos radicais livres, o que retarda o envelhecimento precoce. A nutricionista relata ainda que há estudos ainda envolvendo melhora da sensibilidade à insulina e controle da pressão arterial.
Porém, as vantagens não são as mesmas para todas as variedades de chocolate. Confira:
- Chocolate branco: não possui cacau, apresenta um teor maior de açúcar e gorduras, logo perde os benefícios presentes no cacau;
- Chocolate ao leite: possui cacau na composição, mas em menor quantidade em comparação ao amargo;
- Chocolate sem lactose: tem apenas indicação para pacientes com intolerância à lactose, sem nenhum outro benefício associado;
- Chocolate diet: é restrito de açúcar, indicado para pacientes diabéticos, no entanto deve-se tomar cuidado, pois para melhorar a palatabilidade algumas marcas adicionam uma quantidade maior de gorduras, o que restringe também seu consumo.
- Chocolate amargo: é o mais recomendado, uma vez que possui menos gorduras e açúcares, além de ser uma rica fonte de flavonoides.

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