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quinta-feira, 16 de março de 2023

Nova lei facilita a adoção da Laqueadura e da Vasectomia para se evitar a gravidez, inclusive pelo SUS

Tradicionais métodos de esterilização, a laqueadura e a vasectomia se tornam mais acessíveis após a lei que passa a vigorar a partir desta semana (05 de março de 2023).

 

A laqueadura e a vasectomia, que são métodos de esterilização também disponíveis pelo SUS, foram tratadas em 1996 através da “Lei do Planejamento Familiar” (Lei 9.263, de 1996) que teve seu texto agora alterado, tornando a adoção destes métodos mais simples. A nova lei (fonte: Agência Senado):

. diminui de 25 para 21 anos a idade mínima, em homens e mulheres, de capacidade civil plena, para submeter-se a procedimento voluntário de esterilização;

. esse limite de idade, no entanto, não é exigido de quem já tenha ao menos dois filhos vivos e que tenha capacidade civil plena (a capacidade civil basicamente é: ter 18 anos ou ser emancipado, e não ter restrições quanto à sua capacidade de decisão);

. deixa de exigir o consentimento expresso de ambos os cônjuges para que ocorra a esterilização. Assim, basta a manifestação da vontade de quem vai se submeter ao procedimento, para que ele seja realizado;

. manteve o prazo mínimo de 60 dias entre a manifestação da vontade e o ato cirúrgico, para que nesse tempo a pessoa possa ter os esclarecimentos necessários com a sua médica ou o seu médico, ou utilizar o serviço público de regulação da fecundidade, com o acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, para possibilitar ao paciente uma possível desistência do procedimento de esterilização;

. passou a permitir que laqueadura seja realizada durante um parto, o que antes não era permitido. Isso fazia com que, antes, a mulher tivesse que se submeter a uma outra cirurgia específica para esta finalidade.

Independentemente do que cada um de nós pensa sobre a contracepção, ou seja, sobre a adoção de formas de se evitar uma gravidez, é indiscutível que o melhor momento para se engravidar deveria ser algo a ser considerado por todas as pessoas. Assim, cada relação sexual não precisa representar um risco pleno de se engravidar, já que existem diversas formas para evitar que isso aconteça.

Do Egito antigo, há cerca de 3.800 anos, foram encontrados registros escritos e gráficos da adoção de métodos contraceptivos artificiais como, por exemplo, tampões ou substâncias que eram introduzidos na vagina para evitar que os espermatozoides chegassem até o útero. Ao longo da história antiga, vários registros de outros povos também demonstram a preocupação com este tema.

Precisamos considerar que muitas mudanças sociais do último século trouxeram ingredientes novos à realidade, quer concordemos ou não com estas mudanças: casamentos mais tardios do que antigamente que, em geral, ocorriam na puberdade; diminuição da importância da virgindade feminina; aumento do número de parceiros sexuais ao longo da vida, tanto por homens quanto por mulheres; a legalização do divórcio; a maior autonomia das mulheres quanto ao estudo, trabalho e independência pessoal; surgimento e disponibilidade de métodos contraceptivos em larga escala; entre outros.

Entre todos os métodos contraceptivos hoje disponíveis, inclusive através do SUS, sem dúvida os métodos esterilizantes como a laqueadura e a vasectomia, que muitas vezes não podem ser desfeitos, devem ser objeto de profundo esclarecimento e reflexão antes de serem adotados. Por isso uma consulta à sua médica ou ao seu médico é fundamental para a escolha do melhor método contraceptivo para o seu caso. 


Dra. Elis Nogueira - Ginecologista e Obstetra, e concluiu a graduação em medicina na Universidade de Mogi das Cruzes em 1999. Especializou- se em Ginecologia e Obstetrícia pela Faculdade de Ciência Médicas da Santa Casa de São Paulo em 2004 e obteve o título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Associação Médica Brasileira – Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia. Posteriormente: obteve o título em Advanced Life Support in Obstetrics; especializou- se também em Ginecologia Endócrina, Contracepção e Planejamento Familiar, Climatério, Patologia Cervical e Cirurgia Íntima. Faz parte do corpo clínico dos Hospitais e Maternidades: São Luiz Star, Vila Nova Star, Albert Einstein, ProMatre Paulista, Santa Joana, Sírio Libanês, São luiz itaim, Santa Catarina, Oswaldo Cruz, e Santa Maria.

 

terça-feira, 11 de julho de 2023

Dor frequente na relação sexual não é normal e a mulher deve procurar ajuda médica

Não se deve confundir uma dor, incomodo ou ardência muito eventual durante a relação sexual causada por falta de lubrificação durante a penetração vaginal, com dores frequentes que podem ser causadas por doenças físicas ou mesmo por questões psicológicas.

 

Toda e qualquer dor, ardência, ou sensação de incomodo frequente durante relações sexuais deve ser motivo de uma consulta médica, independentemente do local da dor ou do desconforto. Em geral, as principais queixas podem incluir dores, incômodos e ardência na própria vagina e região genital, uretra, útero, bexiga, reto, e “no pé da barriga”, entre outros possíveis locais na pelve.

Muitas vezes esta dor impossibilita qualquer tipo de acesso à vagina, incluindo exames clínicos, além de qualquer tipo de penetração durante o ato sexual. Mas a dor é sentida de forma diferente em cada mulher, seja quanto ao local, intensidade, ou mesmo quanto à causa que pode ter origem física, psicológica ou ambas, já que é comum a potencialização emocional de uma dor física de fato existente.

 

O fator emocional

As dores e incômodos frequentes causados por questões emocionais possuem o medo do contato íntimo e a insegurança como principais causas, além do stress, depressão, baixa autoestima e problemas de relacionamento. Esses sentimentos provocam a falta de relaxamento e de lubrificação vaginal durante a relação sexual e consequentemente a dor ou o incomodo frequentes. O vaginismo, que se caracteriza por contrações e espasmos involuntários da vagina é a principal disfunção experimentada por muitas mulheres.

Muitas vezes esses sentimentos podem possuir origem em traumas causados por abuso sexual ou algum tipo de violência de gênero. Esses casos merecem uma atenção ainda mais especial através do tratamento e acompanhamento com um psicólogo ou psiquiatra.

As questões emocionais, por sua vez, não devem ser rotuladas como a única causa das dores ou incomodo. Muitas vezes as mulheres assumem que possuem dores devido ao medo, por exemplo, e deixam de ir à médica ou médico para uma análise mais completa do seu caso, que pode incluir doenças e causas físicas.

 

Dores de causas físicas

A falta de lubrificação vaginal é uma causa muito comum de dores e incômodos. A falta de lubrificação causa fissuras que deixam a vagina machucada. Além dos fatores emocionais mencionados, a menopausa, o diabetes, assim como problemas hormonais causados pelo mal funcionamento da tireoide ou o uso indevido de hormônios, estão entre os principais fatores da “secura vaginal”.

Outro fator muito comum causador de dores ou incômodos são as inflamações de qualquer natureza na região pélvica, incluindo a própria vagina, vulva, uretra, bexiga, colo do útero, etc. seja por causas infecciosas (bactérias, fungos ou vírus), lesões ou traumas incluindo os decorrentes de cirurgias, parto ou acidentes. Nesta categoria também estão as doenças sexualmente transmissíveis (IST), vaginites, cistites, uretrites, herpes vaginal, entre outras.

Outras duas causas físicas merecem destaque especial. A endometriose e os miomas cervicais.


Endometriose

A doença se caracteriza pela presença de tecido endometrial fora do útero. Este tecido passa a se desenvolver e penetrar em outros órgãos causando processos inflamatórios, em regiões como os ovários, cavidade abdominal, intestino, e etc., causando dores durante o ato sexual.


Miomas cervicais

Os miomas são tumores benignos formados, em parte, por tecido muscular. Apesar de raramente surgirem no colo do útero, quando ocorrem podem sangrar, provocar secreção vaginal e causar dor durante o ato sexual com penetração vaginal.

         Independentemente da causa, que será descoberta com a ajuda de uma médica ou médico ginecologista, toda mulher deve evitar a automedicação e buscar ajuda médica em caso de dores durante relações sexuais. 



Dra. Elis Nogueira - Ginecologista e Obstetra, e concluiu a graduação em medicina na Universidade de Mogi das Cruzes em 1999. Especializou- se em Ginecologia e Obstetrícia pela Faculdade de Ciência Médicas da Santa Casa de São Paulo em 2004 e obteve o título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela Associação Médica Brasileira – Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia. Posteriormente: obteve o título em Advanced Life Support in Obstetrics; especializou- se também em Ginecologia Endócrina, Contracepção e Planejamento Familiar, Climatério, Patologia Cervical e Cirurgia Íntima. Atualmente é referência em parto normal, gravidez de alto risco , infertilidade, e também em cirurgia ginecológica, e cirurgia íntima, inserção de DIU de cobre e prata, SIU, trombofilias e implantes hormonais. É membro de entidades médicas reconhecidas como a SOGESP - Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo, da APM - Associação Paulista de Medicina, e FEBRASGO - Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia. Faz parte do corpo clínico dos Hospitais e Maternidades: São Luiz Star, Vila Nova Star, Albert Einstein, ProMatre Paulista, Santa Joana, Sírio Libanês, São luiz itaim, Santa Catarina, Oswaldo Cruz, e Santa Maria.
CRM 98344

sábado, 16 de maio de 2020

Gravidez e a pandemia do Coronavírus


Em tempos de pandemia do Coronavírus a vida de fato não para. As mulheres engravidam, vivem a gravidez, e os bebês nascem. Todos os dias!

As grávidas recentemente passaram oficialmente a fazer parte do grupo de risco, e por isso os cuidados de prevenção precisam ser rigorosamente tomados. Em especial aquelas que possuem alguma outra doença que por si só já as colocariam no grupo de risco, como por exemplo, diabetes, hipertensão ou doenças respiratórias.

Quando a mulher engravida, há uma série de mudanças no seu organismo, e uma delas é diminuição da atividade do sistema imunológico, para que o bebê, desde a fecundação, possa ser abrigado e não expulso do organismo da mamãe. Se esta diminuição de atividade do sistema imunológico não acontecesse, o organismo das mulheres rejeitaria e “expeliria” o embrião como um “corpo estranho” por identificá-lo como um possível causador de doença no seu corpo.


A grávida pode ficar doente mais facilmente, ao contrair um vírus como o Coronavírus? E depois do nascimento do bebê?

Sim, durante o período de gestação e até 6 semanas após o parto, aproximadamente, a mulher pode ficar doente mais facilmente ao contrair um vírus, como o Coronavírus.

Pelo fato de estar mais frágil, o cuidado da mamãe com a sua saúde tem que ser muito maior. Os cuidados que qualquer pessoa geralmente tem com o seu corpo devem ser redobrados durante este período: alimentação, sono, higiene, tratamento de doenças pré-existentes e, claro, o acompanhamento pré-natal.

Por isso, todas as medidas que as pessoas devem adotar neste momento para evitar se contaminar com o Coronavírus, precisam ser observados de forma ainda mais responsável e intensa pelas grávidas:

. manter o isolamento social;

. não colocar as mãos na boca, olhos ou nariz;

. higienizar com frequência as mãos lavando-as e utilizando álcool gel;

. se for necessário sair de casa, SEMPRE usar máscara;

. lavar ou higienizar frutas, verduras, e utensílios, em especial os que terão contato com a nossa mão durante o momento de cozinharmos ou de comermos;

. os mesmos cuidados acima devem ser tomados pelas pessoas que convivem ou têm contato frequente com a grávida.


Mas e como fica o pré-natal? A grávida deve ir ao consultório médico para realizá-lo. Pode ir a menos consultas? Dá pra fazer a consulta pela Internet?

A saúde integral da mulher precisa ser sempre avaliada e tratada considerando uma quantidade muito grande de fatores e detalhes. E muitos destes detalhes dependem da avaliação clínica, aquele exame físico que realizamos nas consultas. Esta avaliação precisa ser feita especialmente no caso das grávidas, onde outros problemas de saúde podem afetar diretamente a saúde e a vida da mamãe e do bebê, como o aumento muito rápido e grande de peso corporal, aumento da pressão arterial, sinais de infecções ginecológicas e outras infecções, mesmo as causadas por vírus.

O intervalo entre as consultas definido pela sua médica ou médico deve ser cumprido com responsabilidade pela futura mamãe.  Muitas vezes, alguns problemas de saúde podem representar um grande risco para a mamãe e para o bebê neste período. Um contato por telefone com a sua médica ou seu médico pode ajudá-la a decidir pela ida ou não a um pronto socorro. 


Os casos de Coronavírus em grávidas e puérperas (mulheres que deram à luz) costumam ser mais graves? O Coronavírus pode motivar um parto prematuro ou uma má formação? Se eu contrair o Coronavírus meu bebê contrairá também?

80 a 85% dos casos das grávidas ou puérperas com Coronavírus, sem outras doenças classificadas como de risco, apresentam sintomas leves, como as demais pessoas. Mas ninguém quer fazer parte dos 15 ou 20% que podem ter sintomas graves e complicações. Por isso a prevenção é fundamental!

Toda e qualquer infecção viral mais grave pode desencadear um parto prematuro, devido à reação inflamatória do organismo. Portanto os riscos de um parto prematuro serão maiores ou menores dependendo da gravidade da infecção por Coronavírus.

Não há qualquer evidência de que possa haver contaminação ou má formação do bebê durante a gestação devido à mamãe estar com Coronavírus.  Quanto ao aleitamento materno, já há evidência científica de que não há contaminação do bebê no caso da mamãe estar com o Coronavírus. Mas obviamente os cuidados com o bebê deverão ser maiores para que não haja contágio pela proximidade da mamãe com o seu filho.

Enfim, ainda é uma doença nova no nosso meio. Os estudos são recentes, os pesquisadores, médicos e epidemiologistas estão buscando respostas para muitas questões como tratamentos, medicamentos e métodos de diagnósticos da doença. Muito ainda está por ser descoberto; protocolos de condutas médicas mudam todos os dias. Vacinas ainda estão sendo pesquisadas e estudadas, e levará algum tempo para serem amplamente adotadas. No entanto, é possível que estejam disponíveis antes dos prazos normalmente obsevados devido ao grande número de cientistas no mundo que estão trabalhando seriamente no assunto, mas mesmo que consigam desenvolvê-la rapidamente, ainda levará muitos meses para serem testadas e para chegarem à população. Por enquanto o uso de máscaras, afastamento social e cuidados com a higiene é o que tem se demonstrado ser o mais eficaz na prevenção dessa doença ainda tão desconhecida.






Dra Elis Nogueira - Ginecologista e Obstetra. É membro da SOGESP (Sociedade de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo), APM (Associação Paulista de Medicina) e FEBRASGO (Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia). Faz parte do corpo clínico dos hospitais Albert Einstein, São Luís Itaim, Sírio Libanês , Santa Catarina, São Luís Morumbi, Oswaldo Cruz, ProMatre, Santa Joana entre outros.


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