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sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Dez perguntas e respostas sobre a relação entre fumo e câncer


 O tabagismo é diretamente relacionado ao câncer de pulmão e também ao desenvolvimento de câncer de cabeça e pescoço, de boca, laringe, faringe e bexiga


Segundo dados do Ministério da Saúde, aproximadamente 10% dos brasileiros fumam – o que significa que temos uma população de cerca de 20 milhões de fumantes no país. Em comparação com os dados mundiais o Brasil mostra redução da população tabagista em decorrência das campanhas e proibições desde a década de 90, entretanto o número absoluto de tabagistas ainda é alarmante – 20 milhões. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), 20% das pessoas do mundo fumam, e um em cada cinco desses indivíduos não sabe que existe uma relação entre o vício em cigarros e doenças como o câncer ou as do sistema cardiovascular.

Mas a ligação entre o fumo e o desenvolvimento de problemas de saúde existe e é forte: ainda segundo a OMS, 7 milhões de pessoas morrem por ano no mundo devido a doenças causadas pelo tabaco, e 12% são fumantes passivos. No Brasil, são 400 mortes por dia (ou 146 mil por ano) decorrentes do tabagismo.
A seguir, com a ajuda da oncologista clínica Mariana Laloni, do Centro Paulista de Oncologia, do Grupo Oncoclínicas de São Paulo e com informações do Inca (Instituto Nacional de Câncer) e da OMS, esclarecemos dez dúvidas sobre a relação entre fumo e câncer.


Em que medida o fumo aumenta o risco de câncer de pulmão?

O tabagismo é diretamente relacionado ao câncer de pulmão e aumenta em aproximadamente 20 a 30 vezes o risco de desenvolver esta doença.


Quais são os principais sintomas do câncer de pulmão?

Infelizmente o câncer de pulmão nas fases iniciais, onde a chance de cura é maior é silencioso, ou seja, não apresenta sintomas. Em fases mais avançadas os sintomas estão relacionados ao próprio aparelho respiratório, como tosse, falta de ar e dor no peito.


Quais são os principais tipos de câncer de pulmão?

Existem dois tipos: o carcinoma de pequenas células e de não pequenas células. O segundo corresponde a 85% dos casos e se divide em carcinoma epidermóide, carcinoma de grandes células e adenocarcinoma – este último é o mais comum e representa quase 50% dos pacientes com câncer de pulmão.


Como é o tratamento para câncer de pulmão?

O tratamento depende da fase da doença. A cirurgia é o tratamento de escolha para casos iniciais. As técnicas minimamente invasivas com vídeo e robótica melhoraram os desfechos do tratamento cirúrgico, com menor tempo de internação. Para pacientes que apresentam contra-indicações para a cirurgia a radiocirurgia pode ser uma alternativa. A quimioterapia complementar (adjuvante) ao tratamento cirúrgico pode estar indocada para alguns pacientes – a intenção é de destruir células tumorais microscópicas residuais que ainda possam estar circulando no paciente. Para pacientes diagnosticados em uma fase mais adiantada a combinação de radioterapia com quimioterapia seguida de imunoterapia é uma excelente opção de tratamento.

Para pacientes não candidatos ao tratamento loco regional com cirurgia e radioterapia ou combinação de terapias, o tratamento é sistêmico. Isso pode incluir imunoterapia isolada, imunoterapia associada a quimioterapia, quimioterapia ou droga alvo direcionada para alguma mutação específica do câncer de pulmão.

A imunoterapia é uma modalidade de tratamento que ativa o próprio sistema imunológico do paciente para que ele consiga combater as células do câncer.


Além do câncer de pulmão, o tabagismo aumenta o risco de outros tipos de câncer?

Sim, o fumo aumenta especialmente o risco de câncer de cabeça e pescoço, boca, laringe, faringe e bexiga.


Quais são os principais elementos cancerígenos dos cigarros convencionais?

São quase cem substâncias cancerígenas, entre elas monóxido de carbono, amônia, cetonas, formaldeído, acetaldeído, acroleína, nicotina e alcatrão. A principal e mais perigosa em termos cancerígenos é a nicotina.


Qual dessas substâncias causa dependência em cigarros?

É justamente a nicotina, uma substância psicoativa que produz a sensação de prazer e pode levar ao vício. A dependência à nicotina faz parte da CID (Classificação Internacional de Doenças) da OMS.


O cigarro eletrônico também aumenta o risco de câncer de pulmão?

O cigarro eletrônico vaporiza um líquido que contém uma grande quantidade de nicotina. Porém, ainda não é sabida a extensão do impacto dele no desenvolvimento de cânceres, devido ao tempo de existência desses dispositivos e também porque seu uso é muito variado: há pessoas que fumam apenas ele, outras que consomem cigarros eletrônico e convencional, aquelas que nunca fumaram cigarro convencional e foram direto para o eletrônico, as que substituíram o convencional pelo eletrônico.


Depois de quanto tempo sem fumar há a diminuição do risco de desenvolvimento de cânceres ligados à nicotina?

Os benefícios à saúde são perceptíveis em horas e dias, e o risco de desenvolvimento de cânceres diminui com o passar dos anos. Após 10 anos longe dos cigarros a pessoa pode se considerar com um baixo risco. Mas dependendo da carga tabágica (número de maços por dia multiplicado pelo número de anos que a pessoa fumou) a vigilância sempre deve acontecer.


Que impacto haveria nos diagnósticos de câncer se todos os fumantes do mundo conseguissem se livrar do vício agora?

O principal impacto seria a diminuição de aproximadamente 33% do número de casos de câncer diagnosticados. E ao longo do tempo uma redução ainda mais expressiva.

sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Cigarro eletrônico causa dependência e pode levar a morte

A OMS diz que seu uso provoca uma exposição a muitas substâncias tóxicas
 

Segundo pesquisa realizada pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), um em cada cinco jovens brasileiros, entre 18 e 24 anos, fuma cigarro eletrônico. O dispositivo não tem certificação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e sua venda é proibida no Brasil desde 2009. 

Vários são os fatores para que a adesão dos jovens ao cigarro eletrônico seja crescente. “Questões sociais como fatores estéticos (designer dos dispositivos), apelo infantilizado dos múltiplos aromas disponíveis e os altíssimos e viciantes níveis de nicotina. Além de conter Tetra-Hidrocarbinol (THC), princípio ativo da Canabis, caracterizando um novo modo de uso da maconha”, explica Janaina Pereira Dina Toreli, professora do curso de Pós-graduação em Fisioterapia Cardiorrespiratória da Faculdade Santa Marcelina. 

A seguir, a especialista fala dos perigos para quem utiliza o dispositivo eletrônico.
 

Quais são os perigos de quem usa esse dispositivo eletrônico?

A composição química dos líquidos para cigarros eletrônicos é muito mal esclarecida em seus rótulos e extremamente diversificada em quantitativo e número de elementos químicos, podendo conter em sua composição metais pesados, cafeína, glicerina, propileno glicol, formaldeino, nitrosaminas, acetato de vitamina E, tetra-hidrocarbinol, ácido benzoico e nicotina. 

Estes elementos químicos desencadeiam reação inflamatória, podendo ser extremamente grave. Conhecida como EVALI (E-cigarette or Vaping product use-Associated Lung Injury) a lesão pulmonar associada ao uso de cigarro eletrônico é hoje uma nova e preocupante doença. O quadro de inflamação aguda grave tem levado a busca por ajuda médica e internações de usuários de cigarros eletrônicos, podendo determinar a morte diante da grave inflamação até quadros de doença crônica devido a destruição do tecido pulmonar e fibrose pulmonar.
 

Quantos cigarros “normais” correspondem ao uso do cigarro eletrônico?

Cigarros regularmente reconhecidos e liberados pela ANVISA possuem em torno de 1 mg a 2 mg de nicotina por unidade, desta forma um maço terá 40 mg de nicotina. Em contrapartida os cigarros eletrônicos além de não disponibilizarem claras informações sobre sua composição química variam absurdamente no quantitativo de nicotina disponível, sendo encontrados no mercado dispositivos com até 85 mg/dl.
 

O cigarro eletrônico também causa dependência?

Além da absurda oferta de nicotina dos cigarros eletrônicos, indústrias produtoras de líquidos para cigarros eletrônicos associaram ao sal de nicotina ácido benzoico e adequaram o pH dos líquidos para cigarros eletrônicos. Esta modificação molecular aumenta a absorção de nicotina pelos tecidos o que determina os efeitos de dependência mais precocemente. Considerando os líquidos para cigarros eletrônicos que contém Tetra-Hidrocarbinol (THC) devemos considerar os efeitos de dependência deste também.
 

Quais os problemas que os usurários podem desenvolver?

O uso de cigarro eletrônico pode determinar o desenvolvimento de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, Câncer de pulmão, EVALI (síndrome respiratória aguda causada pelo uso de cigarro eletrônico), exacerbações de asma, embolia pulmonar, dentre outras doenças.
 

O que diz a Organização Mundial da Saúde (OMS)?

Segundo a Organização Mundial da Saúde o uso de cigarros eletrônicos representa uma ameaça, pois aumentam a exposição das pessoas à nicotina e a um grande número de substâncias tóxicas.
 

Como abandonar o vício?

Para abandonar o vício do cigarro, o tratamento com uma equipe multidisciplinar com o uso de medicações e acompanhamento emocional, são alternativas eficazes.
 

Faculdade Santa Marcelina


terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Aumento do uso do cigarro eletrônico tem relação com aumento do vício entre os jovens

Neurocientista, Dr. Fabiano de Abreu, comenta o cenário de risco com o uso dos ‘vapes’

 

Os chamados ‘vapes’ ou cigarros eletrônicos têm se popularizado entre os jovens, fato que merece receber atenção da sociedade, já que está atingindo, inclusive, pessoas que antes não fumavam. São inúmeros sabores e essências que chamam atenção e se baseiam na crença de que o cigarro eletrônico faz menos mal do que o convencional. Porém, para o neurocientista, PhD e biólogo, Dr. Fabiano de Abreu, antes de afirmar isso, deve-se considerar outros prejuízos causados pelo uso de ‘vapes’. “O consumo de cigarros eletrônicos é menos tóxico do que o tabagismo, mas isso não significa necessariamente que os cigarros eletrônicos sejam isentos de efeitos perigosos”, pontua.

 

De acordo com ele, não há nenhum estudo que comprove que o cigarro eletrônico cessa o vício no tabagismo. “Os cigarros eletrônicos que contêm nicotina podem aliviar o desejo de fumar, mas não o hábito de fumar de cigarro convencional”, explica. Além disso, componentes da fumaça do cigarro, incluindo a nicotina, estão associados à imunidade prejudicada, afetando as funções imunossupressora e imuno ativadora e ao risco elevado de infecções pulmonares e doenças autoimunes. “Estudos demonstraram que as células epiteliais alveolares do pulmão humano tipo II tratadas com o vapor do cigarro eletrônico tinham maior morte celular em comparação com as células expostas ao ar. A inalação de vapor de cigarro eletrônico resulta em aumento significativo nos marcadores inflamatórios”, detalha.

 

Os líquidos de cigarro eletrônico comumente disponíveis contêm concentrações de nicotina que variam de 0 a 36 mg / mL onde 30 baforadas são necessárias para fornecer nicotina em uma quantidade equivalente à fornecida por um cigarro combustível. Em adolescentes, o uso promove a dependência à nicotina já que a maturação neurológica ainda não está completa. “Estudos comprovaram ainda, que a exposição aromatizante diminui  significativa e rapidamente a resistência transepitelial em células epiteliais brônquicas humanas, sugerindo disfunção da barreira epitelial e uma resposta inflamatória prejudicada”, afirma o especialista.

 

Além de todos esses problemas, os tóxicos formados durante a vaporização incluem aldeídos, metais, compostos orgânicos voláteis e hidrocarbonetos aromáticos policíclicos. “A exposição a compostos orgânicos voláteis, encontrados nas emissões de milhares de produtos diferentes, pode provocar efeitos na saúde, incluindo irritação nos olhos e no trato respiratório, comprometimento neurológico e dano ao fígado. Fora isso, há também a questão do câncer e outros prejuízos à saúde que o cigarro eletrônico pode causar, não amenizando nem substituindo o cigarro convencional”, defende. 

 

 

Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues - PhD em Neurociências, Mestre em Psicanálise, Doutor e Mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Psicologia e Neurociências com formações também em neuropsicologia, licenciatura em biologia e em história, tecnólogo em antropologia, pós graduado em Programação Neurolinguística, Neuroplasticidade, Inteligência Artificial, Neurociência aplicada à Aprendizagem, Psicologia Existencial Humanista e Fenomenológica, MBA, autorrealização, propósito e sentido, Filosofia, Jornalismo e formação profissional em Nutrição Clínica. Atualmente, é diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, diretor da MF Press Global, membro da Sociedade Brasileira de Neurociências e da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências do mundo, nos Estados Unidos. Membro da Mensa e Intertel, associação de pessoas de alto QI e especialista em estudos sobre comportamento humano e inteligência com mais de 100 estudos publicados.

 

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

STF julga proibição de aditivos nos cigarros nessa quinta-feira (19/10)



 Especialista condena utilização de substâncias e dá recomendações a quem quer parar de fumar 


Deixar de fumar já não é fácil, e um vilão torna tudo ainda mais difícil: o uso de aditivos na produção do cigarro. Proibidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), elementos como amônia, mentol e açúcar aumentam as chances de dependência e do desenvolvimento de doenças como o câncer. Essas e outras substâncias continuam a ser utilizadas pela indústria do tabaco no Brasil, amparada por uma liminar concedida à Confederação Nacional da Indústria (CNI) pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A questão (Adin 4.784) está pautada para ser julgada em definitivo nessa quinta-feira (19/10) pelo Plenário do STF.

Especialistas em saúde demonstram preocupação e alertam a população sobre os riscos. Ex-coordenadora do Programa Municipal de Combate ao Fumo do Rio e atual presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Tabaco (Abead), a psicóloga Sabrina Presman trata pacientes dependentes do fumo na clínica Espaço Clif, em Botafogo, Zona Sul do Rio. Ela afirma que os aditivos são grandes responsáveis pela iniciação de jovens na dependência de cigarro e podem diminuir as chances de quem quer parar de fumar.

"Os aditivos deixam o cigarro com um sabor mais palatável e fazem com que crianças e adolescentes, especialmente os que ainda não experimentaram o fumo, não sintam tanta dificuldade na primeira tragada. Um verdadeiro convite à dependência", explica Sabrina Presman. "Além disso, substâncias como a amônia potencializam os efeitos da nicotina, dificultando ainda mais as chances de quem tenta se livrar do fumo".

Entre as principais substâncias que a Anvisa condena, o açúcar, a amônia e o mentol são apenas três exemplos de riscos à saúde a ao aumento da dependência. Cada um cumpre uma função cujo único objetivo, apontam os especialistas, é conquistar mais fumantes, principalmente entre o público mais jovem.

Veja, a seguir, os danos causados pelas principais substâncias, e dicas da psicóloga sobre o que fazer para quem quer parar de fumar:


Açúcar - Melhora o sabor e a sensação de irritação causada pela fumaça do cigarro, reduzindo reações como a tosse. Também ajuda a potencializar a capacidade do cigarro de causar dependência. Por outro lado, sua combustão no cigarro resulta na produção de outras substâncias altamente tóxicas e consideradas cancerígenas.


Amônia – Potencializa a ação da nicotina, interferindo na velocidade de sua absorção, tornando-a mais potente.


Mentol – Atua como anestésico local, permitindo inalações mais profundas da fumaça do tabaco.


Flavorizantes em geral – Aromas de canela e outros sabores agradáveis tornam a sensação da primeira tragada mais amigável, fazendo com que crianças e adolescentes de "primeira viagem" não sintam tanto desconforto. Pesquisas indicam que a maioria das pessoas se torna dependente de cigarro antes dos 19 anos.


Números no Brasil

Desde quando foi concedida liminar à CNI, em 2013, permitindo a utilização de aditivos nos produtos de tabaco, o número de marcas de cigarro com sabor no Brasil aumentou em pelo menos 1.900%, segundo relatório da ONG ACT Proteção à Saúde.

A Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) a ser julgada pelo Supremo foi ajuizada pela CNI em novembro de 2012, contestando a resolução da Anvisa, daquele mesmo ano. No ano seguinte, a ministra do STF Rosa Weber atendeu, em caráter liminar, o pedido, liberando o uso de aditivos, até que a questão fosse decidida pelo Plenário.

Uma pesquisa publicada pelo NCBI, órgão da Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos, realizada por especialistas da Fiocruz e do Instituto de Efectividad Clínica y Sanitaria de Buenos Aires, mostra que os malefícios do tabagismo levam ao menos 428 pessoas a óbito por dia no Brasil.

Na economia, o saldo também é negativo. O país tem uma despesa anual de R$ 56,9 bilhões com os males causados pelo fumo. Ao todo, R$ 39,4 bilhões são gastos com assistência médica e R$ 17,5 bilhões com custos indiretos ligados à perda de produtividade, devido a incapacitação de trabalhadores ou morte prematura. Por outro lado, a arrecadação de impostos com a venda de cigarros no país é de R$ 12,9 bilhões. O prejuízo é de R$ 44 bilhões.

"Os dados são alarmantes e incontestáveis. Esperamos que os juízes do STF levem em conta as inúmeras evidências de que não se pode voltar atrás numa legislação que mostrava avanços. Temos que progredir e acompanhar as medidas que já são adotadas em outros países, inclusive nos Estados Unidos, que inibem o uso dessas substâncias", finaliza Sabrina.


Estatísticas

Em 25 anos, o percentual de pessoas que fumam no Brasil caiu de 29% para 12%. Mas o país ainda é o 8º no ranking mundial de fumantes. Ao todo, quase 20 milhões de brasileiros são viciados em nicotina, sendo 7,1 milhões de mulheres e 11,1 milhões de homens. Os dados são de pesquisa publicada na revista científica The Lancet (abril/2017). 

Cerca de 90% dos fumantes se tornam dependentes até os 19 anos. Com a utilização de aditivos como amônia e açúcar, entre outros, as chances de dependência aumentam, mesmo com o consumo de menos cigarros, em comparação com aqueles que não contém as substâncias.

Segue link para a pesquisa citada: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/26200375



Sete passos para deixar o cigarro

Largar o cigarro é, com certeza, um grande desafio. O primeiro passo, diz Sabrina Presman, é reconhecer a dependência. O segundo é querer parar de fumar. A partir daí, há alguns caminhos, desde a tentativa individual de deixar o hábito até o tratamento multidisciplinar, com especialistas.

No caso de quem quer tentar largar o vício por conta própria, a psicóloga aponta os sete passos: 

1 – Marcar uma data
Marcar o dia certo para largar o cigarro é importante. Com isso, o fumante pode se preparar, avisar aos amigos, à família e ao mundo que está se despedindo do hábito.

2 – Jogar fora os cigarros
É preciso se livrar de todos os cigarros guardados em casa, no carro, no trabalho e onde quer que seja.

3 – Ter paciência
Vontade é coisa que dá e passa. Aquela vontade quase incontrolável de fumar dura de três a cinco minutos. Manter a calma e esperar um pouco vale a pena.

4 – Encontrar substitutos
Identificar as ações que levam a acender um cigarro, como ler jornal, tomar café ou falar ao telefone. Nesses casos, não se trata de mudar esses hábitos, mas de buscar outras formas de distração. Algumas dicas são mastigar gengibre, cravo ou mesmo pequenos pedaços de cenoura em forma de palitinhos. 

5 – Pare em até sete dias
Interromper de vez ou aos poucos depende de cada um. Mas se a decisão for diminuir gradativamente o número de cigarros, é importante cortar definitivamente o hábito de fumar em até sete dias. 

6 – Não conseguiu? Tente de novo
Se acontecer uma recaída, é importante não desistir, nem se sentir envergonhado. Sempre vale a pena tentar novamente. 

7 – Praticar atividade
Se ocupar com ações prazerosas, como passeios, exercícios físicos ou um bom filme ajuda bastante quem quer largar o fumo. 


Depois de parar

Após conseguir largar de vez o cigarro, é muito importante evitar o primeiro trago. Sabrina Presmam explica que os receptores cerebrais para a nicotina continuam lá, no mesmo lugar, esperando a pessoa voltar a fumar.

"Não existe essa história de fumar só um cigarrinho depois de parar de vez. Isso já seria o suficiente para o vício voltar, igualzinho como era antes", garante Sabrina.


Imersão em clínica dobra as chances de sucesso

No caso do tratamento especializado para largar o fumo, a imersão do paciente em uma clínica, por si só, já dobra as chances de sucesso. Pesquisa da Mayo Clinic mostra que 57% dos que fazem essa opção conseguem deixar o cigarro em definitivo, contra 27% dos que passam pelo tratamento convencional, feito apenas em ambulatório.

Sabrina Presman compõe uma equipe multidisciplinar na clínica Espaço Clif, no Rio de Janeiro, onde trabalha em conjunto com a psiquiatra Analice Gigliotti e outros profissionais focados em fornecer todo o suporte necessário a quem quer parar de fumar.

"A internação auxilia na reprogramação mental de quem quer superar a dependência em cigarro. Orientamos sobre as diversas técnicas para os pacientes se manterem longe do fumo, sendo que cada um tem uma prescrição conforme a sua realidade. Junto à medicação, mais o trabalho do nutricionista, evita-se com mais chances as recaídas", diz Sabrina Presman.






segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Seconci-SP alerta sobre os riscos à saúde provocados pelo tabagismo

No Brasil, o uso do tabaco provoca mais de 160 mil mortes por ano

 

Por ocasião do Dia Nacional de Combate ao Fumo (29 de agosto), o clínico geral do Seconci-SP (Serviço Social da Construção), dr. Hussein Yussef Lopes Zar, alerta sobre os riscos à saúde provocados pelo tabagismo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabaco é o agente causador de cerca de 8 milhões de mortes por ano no mundo. Apenas no Brasil, são mais de 160 mil mortes, 90% decorrentes do uso direto e o restante de não-fumantes expostos ao fumo passivo.

“Estamos falando de um problema que afeta diversos parâmetros de saúde, causando dependência comportamental e emocional. O cigarro é composto por 4.720 substâncias tóxicas. Mas a grande vilã é a nicotina, considerada substância psicoativa, que tem influência direta no sistema nervoso central e gera fluxo de dependência. Estudos apontam que leva de 6 a 10 segundos para a nicotina agir no cérebro e produzir sensação de prazer, efeito semelhante ao uso de drogas ilícitas. Isso, aliás, contribui para que o cigarro seja a porta de entrada de outras drogas, como a maconha, cocaína e crack”, afirma o médico.

O tabagismo é causador direto ou indireto de diversos tipos de câncer como: na cavidade oral (boca), laringe (cordas vocais), faringe (pescoço), pâncreas, esôfago, fígado, estômago, bexiga, rim e ureter, do colo do útero, cólon e reto, brônquios e pulmão, este último o mais prevalente.    

 

“Fumar também facilita a formação de coágulos no sangue, dificultando a sua circulação nas veias e artérias. O fumante tem três vezes mais risco de ter doenças cardiovasculares e nove vezes mais risco de ter doenças respiratórias. O uso do tabaco está associado às doenças crônicas não transmissíveis, como a hipertensão e também contribui para o desenvolvimento de outras enfermidades, tais como tuberculose, úlcera gastrointestinal, impotência sexual e infertilidade em mulheres e homens, osteoporose e catarata”. 

Cabe acrescentar o impacto dos altos prejuízos financeiros. De acordo com o Observatório da Política Nacional de Controle do Tabaco do Instituto Nacional de Câncer (INCA), são gastos anualmente no Brasil, mais de R$ 50 bilhões em custos médicos diretos, o equivalente a 7,8% de todo o gasto com saúde. Outros R$ 42,8 bilhões em custos indiretos, decorrentes da perda de produtividade devida à morte prematura e/ou incapacidade dos fumantes. “Os custos de saúde são três vezes maiores do que o país arrecada com a indústria do cigarro”.

 

Fumante passivo 

As pessoas que convivem com os fumantes também têm a saúde prejudicada, em especial, as crianças. “Elas podem desenvolver doenças respiratórias alérgicas, asma, bronquite, rinite, otites e têm maior probabilidade de ter câncer”, explica dr. Zar. 

Ele lembra também o uso dos cigarros eletrônicos, que mesmo proibidos no Brasil são vendidos livremente nos comércios de rua e pela internet e os narguilés, comuns entre os jovens. “Os narguilés são bastante prejudiciais, pois você acaba aspirando a fumaça quente, gerando uma combustão maior das vias aéreas, sem contar que essa prática da piteira ser usada por várias pessoas, pode transmitir doenças fúngicas ou virais, como a herpes”. 

Quando a pessoa está decidida a parar de fumar, ele recomenda que faça isso de uma vez, não ficar diminuindo o consumo de cigarro por dia até chegar a nenhum. “Por outro lado, a dependência à nicotina pode exigir o uso de adesivos ou goma de mascar com dosagem mínima dessa substância e, muitas vezes, apoio psicoterápico”. 

O médico lembra que o Seconci-SP está preparado para atender seus usuários (trabalhadores da construção e dependentes) que estejam dispostos a cessar o tabagismo, contando para isso com equipe multidisciplinar formada por pneumologista, psiquiatra, psicólogo, assistente social e nutricionista.

O Seconci-SP também colabora com as empresas que queiram implementar programas de combate ao tabagismo em seus escritórios e canteiros de obra. Informações: relacoesempresariais@seconci-sp.org.br ou (11) 3664-5844.


quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Tabagismo é responsável por mais de 200 mil mortes ao ano




29 de agosto é o Dia Nacional de Combate ao Fumo

De acordo com o Ministério da Saúde, o hábito de fumar é responsável por cerca de 200 mil óbitos ao ano, no Brasil. Atualmente, 14,7% da população brasileira com mais de 18 anos é fumante e o hábito predomina entre os homens.
Para o cardiologista do Hospital VITA Mohamad Kamal Sleiman, o tabaco, além de ser responsável por vários tipos de câncer, aumenta o risco de doenças respiratórias e está associado a problemas cardiovasculares, como infarto e aumento da pressão arterial. Além de ser responsável por doenças crônicas, o fumo também é um fator de risco para o desenvolvimento de outras doenças, como tuberculose, infecções respiratórias, impotência sexual, úlceras pépticas, infertilidade em mulheres e homens, osteoporose, catarata, variadas formas de câncer, entre outras enfermidades.
O médico explica que a dependência maior do cigarro é por causa do uso da nicotina. De acordo com ele, a substância é um artefato para que os indivíduos criem dependência, já que esta age no cérebro dando ao indivíduo sensação de prazer e relaxamento. Em cada tragada são inaladas 4.700 substâncias tóxicas. Entre elas, três são consideradas as piores.
A primeira é a nicotina, que provoca dependência e chega ao cérebro mais rápido que a temida cocaína, estando associada aos problemas cardíacos e vasculares (de circulação sanguínea). A segunda é o monóxido de carbono (CO), aquele mesmo que sai do cano de escapamento dos carros. Ele combina com a hemoglobina do sangue (responsável pelo transporte de oxigênio) e acaba reduzindo a oxigenação sanguínea no corpo. É por causa da ação do CO que alguns fumantes ficam com dores de cabeça após passar várias horas longe do cigarro. "Nesse período de abstinência o nível de oxigênio circulando pelo corpo volta ao normal e o organismo da pessoa, que não está mais acostumado a esse ‘excesso’, reclama por meio das dores de cabeça", explica. A terceira substância tida como grande vilã é o alcatrão, que reúne vários produtos cancerígenos, como polônio, chumbo e arsênio.

Tratamento - A dependência provocada pela nicotina traz prejuízos físicos e psicológicos ao indivíduo que tenta abandonar o vício. Segundo Sleiman, o incômodo psicológico compromete a abstinência, por isso, torna-se tão difícil abandonar cigarro. Entretanto, hoje em dia há métodos específicos e eficazes para tratar o tabagismo, como medicamentos, adesivos e chicletes que contêm nicotina. O tratamento medicamentoso consiste na diminuição dos sintomas de abstinência, os adesivos fazem a liberação lenta de nicotina e concomitantemente o paciente pode mascar e absorver a nicotina liberada.
O grande problema é que quase todas as pessoas que fumam não conseguem se desfazer deste hábito. De acordo com várias pesquisas, a cada 25 fumantes, pelo menos 22 precisam de seis tentativas para conseguir deixar o vício. "O fumante precisa contar com muito esforço e apoio médico para deixar a dependência, por isso, não é da noite para o dia que o indivíduo consegue deixar o cigarro", destaca o médico.

Cigarro eletrônico - O uso do produto não tem função terapêutica e seu uso não é uma forma eficaz de se livrar da dependência da nicotina, pois também possui substâncias nocivas à saúde. Segundo o cardiologista, quando o uso do cigarro eletrônico é interrompido, a pessoa pode apresentar os mesmos sintomas da síndrome de abstinência provocados pela privação do cigarro convencional.

Livre do vício
O que você ganha se ficar sem fumar por...
20 minutos: a pressão sanguínea e a pulsação voltam ao normal;
2 horas: não tem mais nicotina circulando no sangue;
8 horas: o nível de oxigênio no sangue se normaliza;
2 dias: o paladar ganha sensibilidade novamente;
3 semanas: a respiração fica mais fácil e a circulação sanguínea melhora;
5 a 10 anos: o risco de sofrer infarto passa a ser igual ao de quem nunca fumou.

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