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quarta-feira, 12 de abril de 2023

Festa do Domingo da Misericórdia

A Festa da Divina Misericórdia tem sua fonte nos escritos de Santa Faustina, onde o próprio Jesus manifestou seu desejo: “Eu desejo que haja a Festa da Misericórdia” (Diário de Santa Faustina, 49). Nessa festa, os padres teriam uma missão especial. Jesus explicou: “Nenhuma alma terá justificação enquanto não se dirigir com confiança à minha misericórdia. E é por isso que o primeiro domingo depois da Páscoa deve ser a Festa da Misericórdia. Nesse dia, os sacerdotes devem falar às almas desta minha grande e insondável Misericórdia” (Diário, 570).

Antes de Jesus pedir a criação da Festa da Misericórdia, pediu a Ir. Faustina a pintura de uma imagem onde deveria retratar Jesus com os raios branco e vermelho saindo do seu coração, com uma inscrição embaixo: “Jesus eu confio em Vós”. E deveria ser exposta publicamente, nesse domingo.


Em resposta ao pedido de Jesus, São João Paulo II, quando papa, instituiu a Festa da Divina Misericórdia, determinando que a partir daquela data (ano 2000), em todos os anos, o segundo domingo do tempo pascal seja o Domingo da Misericórdia., O Papa refletiu: “O que nos trarão os anos que estão diante de nós? Como será o futuro do homem sobre a terra? A nós não é dado sabê-lo. Contudo, é certo que ao lado de novos progressos não faltarão, infelizmente, experiências dolorosas. Mas a luz da misericórdia divina, que o Senhor quis como que entregar de novo ao mundo através do carisma da Irmã Faustina, iluminará o caminho dos homens do terceiro milênio” (homilia em 30 de abril de 2000).


No ano de 2002, no dia da Festa da Divina Misericórdia, o Senhor deu ao padre Jonas Abib uma Palavra, que está em 2Cr 7,15-16: “Meus olhos estarão abertos e os ouvidos atentos à oração feita neste lugar. Pois agora escolhi e santifiquei esta casa dedicada a meu nome para sempre. Meus olhos e meu coração estarão nela todo o tempo”. Foi durante um retiro do  PHN em Araras (SP) que,  vendo pela TV que a canção Nova estava repleta por uma multidão, padre Jonas reconheceu a confirmação da palavra. E assim, foi movido a proclamar essa palavra e mais uma vez, consagrar a Canção Nova para que fosse “o lugar  da Divina Misericórdia”.


Com essa proclamação, tudo foi direcionado para que a Canção Nova, a partir de seus membros, fosse a “Casa da Misericórdia”, no coração e na vida. E foi por inspiração de Deus que o Santuário do Pai das Misericórdias foi projetado e construído.

 

Neste ano de 2023, entre os dias 13 e 16 de abril, será a 21ª festa da Divina Misericórdia que celebramos na Canção Nova, e pela 9ª vez em nosso Santuário do Pai das Misericórdias.


Todas as pessoas precisam receber o Anúncio do Evangelho e saber que Nosso Senhor Jesus virá um dia como Justo Juiz e, portanto, o tempo que Ele nos dá para a reconciliação é o da Divina Misericórdia. Não percamos esse tempo em que Deus oferece a todos nós pecadores a oportunidade de sermos curados e perdoados de nossos pecados. “Buscai o senhor, enquanto Ele se Deixa encontrar!” (Is 55,6).

 

 

Padre João Gualberto Ribeiro da Silva -Reitor do Santuário do Pai das Misericórdias

 

Utilização de medicamento para tratamento da Diabetes Mellitus é ampliado no SUS e deve beneficiar cerca de 200 mil pessoas por ano

Ampliação na distribuição da dapagliflozina ocorreu com base em estudos da Academia VBHC, organização que busca transformar o sistema de saúde, através do conceito de Cuidado à Saúde Baseado em Valor e projetos inovadores. 

 

Pacientes portadores de Diabetes Mellitus (DM) terão a partir de agora o acesso ampliado no SUS ao medicamento dapagliflozina. O anúncio foi feito pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (CONITEC). Até então, a Comissão havia incorporado a dapagliflozina apenas para pacientes com mais de 65 anos e que já haviam apresentado complicações da doença, como infarto ou acidente vascular. 

No entanto, estudos realizados pela Academia VBHC (www.academiavbhc.org) - Value-Based Health Care - Cuidado à Saúde Baseado em Valor, permitiram esclarecer que os benefícios do medicamento são muito significativos na população que ainda não apresentou complicações. Os estudos indicam que a dapagliflozina pode prevenir complicações da diabetes, evitando custos e sofrimentos desnecessários. A Academia VBHC calcula que essa mudança deve beneficiar anualmente cerca de 200 mil brasileiros. 

A dapagliflozina é um medicamento específico para o tratamento de pacientes com DM, que age reduzindo a absorção de glicose (açúcar) pelos rins e aumentando a sua eliminação pela urina, ajudando a controlar os níveis de glicose no sangue. Além disso, estudos recentes mostram que o medicamento traz outros benefícios significativos, como a redução do risco de complicações no coração e nos rins em pacientes com diabetes.


Incorporação com base em estudos científicos da Academia VBHC

Essa incorporação foi possível graças a uma parceria com a Academia VBHC, que realizou estudos que incluem conceitos de Health Economics and Outcomes Research (HEOR) e Value-Based Healthcare (VBHC) para investigar o valor da nova tecnologia no SUS. 

Os estudos incluíram revisão sistemática e meta-análises, estudos que sintetizaram os benefícios do medicamento, assim como estudos econômicos de custo-efetividade por microssimulação que analisaram os impactos do medicamento em todo o ciclo de cuidado do diabetes, incluindo desfechos de longo prazo. Desta forma, foi possível verificar que o medicamento, além de melhorar significativamente os cuidados ao diabetes, reduz significativamente custos de longo prazo para o SUS, como decorrentes de infarto e insuficiência renal.

Segundo, Dr. Henrique Diegoli, um dos sócios fundadores da Academia VBHC, este case de sucesso é um exemplo de como a interação entre VBHC e HEOR pode auxiliar o sistema de saúde a tomar decisões, que aumentem o valor para os pacientes, ampliando expectativa e qualidade de vida e reduzindo custos potencialmente evitáveis. “A avaliação de novas tecnologias em saúde é um processo importante para determinar se uma nova tecnologia é eficaz e segura para uso na saúde. VBHC e HEOR são abordagens diferentes, que ajudam a avaliar se a nova tecnologia é valiosa para os pacientes e se pode ser incorporada ao sistema de saúde com custos razoáveis”, explica ele. 

Academia VBHC atua como uma ponte entre VBHC e HEOR, utilizando ferramentas como revisões sistemáticas em saúde, avaliações econômicas em saúde e estudos de Real-World Evidence (RWE), que investigam o uso de novos tratamentos na prática no Brasil. Também oferece educação e consultoria para a implementação de escritórios de valor, reorganizando os ciclos de cuidado para entregar o que importa para os pacientes. 

Juntas, VBHC e HEOR podem ajudar a aumentar o valor da incorporação de novas tecnologias, garantindo que elas tragam benefícios reais para os pacientes e sejam economicamente viáveis para o sistema de saúde. Com essas ferramentas, a Academia tem contribuído para que o SUS e o sistema de saúde privado ofereçam cada vez mais valor no tratamento de diversas condições de saúde de brasileiros. Esperamos que outras tecnologias que possam aumentar a qualidade de vida dos pacientes e reduzir custos para o SUS também sejam incorporadas em breve, finaliza o Dr. Henrique.

Mais informações:
www.academiavbhc.org/
www.linkedin.com/company/academiavbhc/
www.instagram.com/academiavbhc/

  

Osteopatia auxilia no tratamento de doenças respiratórias

Com a chegada do outono, é comum enfrentarmos climas instáveis, com oscilações de temperatura e baixa umidade relativa do ar. O ar mais seco aumenta a concentração de poluentes na atmosfera, e as baixas temperaturas e poluição do ar aumentam os riscos de doenças respiratórias, como resfriado, gripe, bronquite, sinusite e pneumonia. 

Recentemente, por exemplo, tivemos um expressivo aumento de VSR (Vírus Sincicial Respiratório). Tendo seus maiores índices em bebês e crianças de zero a quatro anos, o vírus pode apresentar grandes problemas também para grupos de risco, como idosos e pessoas com comorbidades. 

Esse vírus afeta principalmente os pulmões e as vias respiratórias, tornando a respiração mais difícil e causando sintomas como tosse, falta de ar e chiado no peito.  

Alguns hábitos e cuidados já conhecidos, como alimentação balanceada, hidratação, e manutenção da carteira de vacinação em dia, ajudam na prevenção e proteção do nosso organismo. 

Ainda assim, estamos suscetíveis e expostos a esses tipos de doenças. Desse modo, o tratamento osteopático se apresenta também como um importante aliado para evitar sequelas e o aparecimento de quadros graves nos pacientes. 

Prática de tratamento manual que busca restaurar a função normal do corpo através do equilíbrio do sistema músculo-esquelético, nervoso e circulatório, a osteopatia atua de forma eficaz e preventiva no tratamento de doenças respiratórias, promovendo melhoria na mobilidade da caixa torácica, da função do diafragma, e da função pulmonar. 

A caixa torácica é composta por uma série de ossos, músculos e articulações que se movem juntos durante a respiração. Quando a caixa torácica não se move adequadamente, pode haver uma diminuição na expansão pulmonar, o que pode levar a sintomas respiratórios. A atuação da osteopatia ajuda a restaurar a mobilidade da caixa torácica, permitindo que os pulmões se expandam, facilitando a respiração. 

No caso do diafragma, músculo importante que ajuda a mover o ar para dentro e para fora dos pulmões, a técnica osteopática permitirá o seu funcionamento correto, de modo a permitir que o ar flua mais facilmente pelos pulmões. 

Além disso, a osteopatia alivia a tensão muscular e melhora a circulação sanguínea, passando a diminuir os casos de fadiga respiratória. O trabalho preventivo no sistema circulatório auxiliará no fornecimento de mais oxigênio aos pulmões, bem como propiciará a melhora no sistema imunológico.  

Com isso, o corpo passa a agir melhor a infecções do sistema respiratório e outros estressores, reduzindo assim o risco de desenvolver doenças respiratórias.

  

Luís Henrique Zafalon - fisioterapeuta especialista em osteopatia, professor e palestrante. 

  

Renovação do ar é estratégia para combater doenças respiratórias no outono

Com o aumento da circulação de vírus causadores de gripes, resfriados e Covid-19 na estação, climatizador evaporativo de ar é alternativa para proteger ambientes, com redução do consumo de energia em até 95% 

 

As quedas nas temperaturas e da umidade relativa do ar, com diminuição dos períodos chuvosos, caracterizam o outono no Brasil. Mas além dos dias iluminados, de céu azul e clima ameno, a estação vem ganhando destaque nos noticiários pela intensa circulação de diferentes vírus que comprometem a saúde de crianças e adultos. Diante do aumento significativo de casos de doenças respiratórias registrados pelo Ministério da Saúde nos três primeiros meses de 2023, infectologistas são unânimes em recomendar que se evitem ambientes fechados e aglomerações para reduzir os riscos de transmissão dos vírus.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, o vírus sincicial respiratório (VSR) está presente em 30% dos casos de doenças respiratórias registradas no País nos três primeiros meses deste ano. De janeiro a março, foram mais de 3,3 mil infecções. Do total, 95% atingiram bebês e crianças de zero a 4 anos de idade. O boletim InfoGripe, da Fiocruz, destaca ainda o aumento percentual de Covid-19 (58% do total de doenças respiratórias), de rinovírus, com sintomas de resfriado comum, e também a alta circulação do vírus influenza, responsável por síndromes gripais dos tipos A e B do patógeno.

Para os infectologistas, há várias condições que favorecem a transmissão de vírus nesta época do ano. No topo da lista aparecem os locais com pouca ventilação e sistemas ineficientes para a renovação do ar. Estes ambientes propiciam, além de disseminação de vírus, desenvolvimento de processos alérgicos, entre outros problemas de saúde.

Mas à medida que a cultura de segurança e salubridade de ambientes com grande afluxo de pessoas em empresas, shopping centers e centros de eventos passa por aprimoramentos, o mercado se empenha em desenvolver e apresentar soluções que priorizem a saúde, com sistemas econômicos e ecologicamente corretos.

Referência no mercado nacional, a Ecobrisa Climatizadores Evaporativos desenvolveu e aprimorou ao longo dos anos um equipamento que reduz a temperatura de maneira eficaz, ao mesmo tempo em que expulsa o ar potencialmente infectado destes ambientes, tornando-os mais saudáveis.

Diferentemente dos aparelhos de ar-condicionado, outra característica notável do climatizador evaporativo de ar da Ecobrisa é a possibilidade de manter abertas as portas de residências, escritórios, escolas, lojas, shopping centers e grandes espaços de eventos. “Esta tecnologia permite a circulação de pessoas, sem que haja interferência ou prejuízos na climatização e renovação do ar”, afirma Carlos Gusmão, gerente de Projetos e Engenharia da Ecobrisa.

Segundo Gusmão, diante da situação atípica, determinada pela grande circulação de vírus causadores de doenças respiratórias, a procura pelo climatizador evaporativo de ar cresceu 30% em 2023, na comparação com o mesmo período do ano passado. “No outono, já é normal que as empresas busquem soluções para seus ambientes com a condição mais seca do clima. Mas o que registramos este ano foi um aumento significativo da procura”, observa o engenheiro.

Em versões portáteis, de parede ou de telhado, o climatizador evaporativo de ar não produz névoa e não dispersa gotículas de água. “Nos ambientes industriais, por exemplo, há diminuição da insalubridade, com a eliminação de gases, poeira ou vapores que prejudiquem a saúde”, destaca.

Se comparado a outros equipamentos de resfriamento, o climatizador da Ecobrisa representa uma economia de energia de até 95%. “Diante da realidade econômica e considerando os impactos ambientais, esta é uma condição importante para quem avalia as melhores soluções para residências e negócios”, finaliza Carlos Gusmão.



Beijar é bom, mas é preciso cautela: entenda os motivos

No Dia do Beijo, celebrado em 13 de abril, especialista do CEJAM orienta sobre algumas das doenças mais populares que podem ser adquiridas durante a troca afetiva 

 

Sendo um ato de demonstração de afeto, que mantém laços afetivos entre pessoas, o beijo carrega consigo um papel bastante importante nas relações humanas. Esse gesto cultural bastante popular tem seus primeiros registros há 1200 a.C. e é, sem dúvidas, um dos comportamentos mais prazerosos à criação de conexões humanas.

Mas, apesar das diferentes sensações positivas no corpo, a ação de beijar pode também transmitir doenças, principalmente se o sistema imunológico de uma das pessoas envolvidas estiver comprometido.

No Dia do Beijo, celebrado em 13 de abril, a estomatologista Lígia Gonzaga Fernandes, do Centro de Especialidades Odontológicas II Vera Cruz (CEO), gerenciado pelo CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas "Dr. João Amorim" em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, afirma que, em muitos casos, as doenças são transmitidas pela troca de saliva.

“Há situações em que apenas as gotículas do fluido já são suficientes para transmitir vírus respiratórios como a gripe, Covid-19 e H1N1, além de outras doenças, como mononucleose (doença do beijo), catapora e caxumba”, explica.

Não só isso, existem também os quadros que se originam a partir da presença de feridas na boca. Nestes casos, a pessoa infectada pode transmitir enfermidades como herpes, HPV, sífilis e candidíase oral, apelidada entre os brasileiros de “sapinho”, entre outras doenças.

“O ideal é evitar o contato íntimo com pessoas que apresentem esse sintoma. Mas, é importante lembrar que a maioria, muitas vezes, nem sabe que está infectada, o que acaba facilitando ainda mais o contágio”, alerta a especialista.

Entre as doenças de maior incidência durante o beijo, a profissional destaca o herpes labial; a mononucleose, popularmente conhecida como “doença do beijo”; e as doenças respiratórias, causadas por vírus.

Confira mais detalhes sobre cada uma delas:


Herpes labial

O herpes labial é uma infecção viral, causada pelo herpes simplex 1 (HSV-1). Normalmente, quando infectada, a pessoa apresenta sintomas como coceira, ardência e sensação de formigamento na boca.

Logo após o aparecimento destes sinais, é comum o surgimento de pequenas bolhas na região, que podem se romper e liberar um líquido que contém o vírus. É exatamente nesta fase que o risco de transmissão para outras pessoas é maior, exigindo um cuidado redobrado.



Doença do beijo

A mononucleose, ou doença do beijo, também é uma infecção viral causada pelo Epstein-Barr (EBV). Transmitida pela saliva, a doença afeta principalmente o público mais jovem. Neste quadro específico, é comum que as pessoas infectadas sintam dor de garganta, fadiga, febre e inchaço dos gânglios.



Doenças respiratórias

No geral, a gripe destaca-se como uma das doenças respiratórias mais transmissíveis por meio de beijos. A infecção é causada pelo vírus influenza e pode provocar sintomas como febre e dores na garganta, no corpo e na cabeça, além de tosse e outros sintomas. Dentro desta doença, o H1N1 é classificado no grupo A do vírus e também pode ser facilmente transmitido, causando sintomas muito semelhantes, porém, mais fortes.

E, claro, não podemos esquecer da Covid-19, que ainda é bastante presente na população, apesar da diminuição no número de casos. Essa enfermidade, causada por diferentes variações do vírus, é grave e pode gerar dores de cabeça e garganta, febre, tosse seca, perda do olfato e paladar, diarreia e, em casos mais graves, dificuldades para respirar e dor no peito, entre outros sintomas.



Sapinho

A candidíase oral, ou sapinho, é uma micose na boca que se origina a partir do acúmulo do fungo Candida albicans, que costuma viver na pele e em mucosas. A sua principal característica é a presença de pontos esbranquiçados na língua, gengiva, parte interna das bochechas e, dependendo do grau da infecção, nos lábios.


Mas quando buscar ajuda?

Que beijar é prazeroso, todos sabemos. Mesmo assim, é preciso ficar em alerta ao sentir qualquer um dos sintomas mencionados. Em todo o caso, o indicado é buscar o atendimento especializado ao perceber qualquer alteração nas regiões da boca e lábios.
“O aparecimento de feridas dentro e ao redor da boca, mal-estar, febre, dor de garganta e inchaço no pescoço são alguns dos principais sinais para buscar ajuda profissional”, afirma Lígia.

A partir do atendimento médico, é possível atingir o diagnóstico correto através de exames e o melhor tratamento. Por isso, a importância desse tipo de assistência. “O tratamento varia de acordo com a doença. O herpes labial, por exemplo, é tratado com terapia antiviral. Já o sapinho, com medicações antifúngicas. Quanto a outras infecções, eventualmente, é necessário esperar o curso da doença e apenas controlar os sintomas com antitérmicos, anti-inflamatórios e analgésicos, como é o caso da mononucleose”, finaliza a profissional.

 

 CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”



Conhecimento e troca de experiências ajudam a combater mitos sobre crianças e adultos com Transtorno do Espectro Autista

Primeira edição de 2023 do Ciclo de Palestras AMRIGS ocorreu na noite de terça-feira (11/04) em formato virtual 

 

Você já deve ter ouvido falar que cada vez mais crianças são diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Será que o autismo virou uma epidemia? A resposta é “provavelmente não”, de acordo com o médico pediatra Renato Santos Coelho, um dos convidados da primeira edição deste ano do Ciclo de Palestras da Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS). Além do pediatra, o evento contou com palestras da médica psiquiatra da Criança e do Adolescente, Ana Soledade; da jornalista e apresentadora, Shana Müller; e da médica clínica geral, Ana Brandão.

Durante sua fala, Renato Santos Coelho explicou os motivos para que os casos de diagnósticos de TEA saltassem de um para cada 2 mil crianças na década de 1990, para um a cada 36 em 2023.

“Uma das razões para esse aumento na prevalência nas últimas décadas é a mudança de critérios que eram utilizados em 1995 e os critérios utilizados atualmente. Hoje, conseguimos colocar pessoas que ficariam de fora antes e que possuem o TEA, mesmo que de uma forma leve. Um paciente com quadro de nível 1, leve, passou e ainda passa despercebido sem diagnóstico”, destacou.

O médico reforçou que o mundo não passa por uma epidemia de crianças com autismo.

“Hoje, conseguimos trazer para esse grupo de pessoas um olhar especializado da ciência, que antes não tinha. Muitos pacientes adultos jovens procuram ajuda médica em busca de um diagnóstico. Falam sobre perrengues e situações que viveram durante toda vida e eram incompreendidos. Após o diagnóstico, se sentem aliviados para explicar momentos ainda da infância e da juventude”, afirmou.

Em sua palestra, a médica psiquiatra Ana Soledade explicou como funciona a cognição social de pessoas típicas e de pessoas atípicas, forma como são chamadas aquelas com TEA.

“A teoria da intencionalidade compartilhada mostra que os humanos interagem e desenvolvem atividades colaborativas complexas. Cada indivíduo tem um papel e isso faz com que um grupo faça atividades de forma mais precisa. Assim, crianças conseguem perceber e colaborar com tarefas e tomar iniciativas. O que entendemos é que crianças com TEA conseguem entender, mas muitas vezes não têm habilidades e motivação para compartilhar essas cognições sociais”, ressaltou.

A palestrante esclareceu um dos mitos mais ouvidos sobre crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA): o de que elas não interagem nem se comunicam.

“Eu ouço muitos relatos sobre crianças que apresentam dificuldades em comunicação. Mas precisamos prestar atenção na comunicação que não é falada. Crianças com TEA possuem uma sutileza na forma de não comunicar, o que muitas vezes surpreende quem está em volta quando surge o diagnóstico de autismo” afirmou a médica.


Mães relatam experiências

O Ciclo de Palestras da AMRIGS ainda contou com duas participações especiais. Duas mães relataram seus casos com filhos atípicos, emocionando os participantes e encorajando familiares que estão em busca do diagnóstico para TEA. A primeira a contar sua experiência foi a jornalista e apresentadora, Shana Müller, mãe do Francisco, de 3 anos, diagnosticado com autismo, e de outros dois filhos, Gonçalo, de 6 anos, e Mercedes, de 2.

Shana iniciou sua participação lendo o conto Bem-vindo à Holanda, de Emily Kingsley, que fala sobre a expectativa da família quando nasce um bebê e o sentimento de frustração que um diagnóstico de TEA pode causar nos pais.

“É uma situação difícil e vivemos um luto de expectativas com os nossos filhos. Cada um tem uma maneira de lidar e aqui em casa eu e meu marido tivemos momentos e formas diferentes para entender. Hoje o Francisco tem quase quatro anos e nós fomos aprendendo a aprofundar essa vivência. Cada fase dele vai abrindo nossos olhos para diferentes quadros que o autismo nos traz”, afirmou.

Para a jornalista, uma das preocupações com o Francisco é sobre a educação escolar que ele vai ter, resumindo uma angústia de todos os pais atípicos.

“Com o passar dos anos, começamos a nos preocupar em como vai ser a educação deste filho na escola. Estes espaços estão, de fato, preparados para a inclusão? Na rede pública e na rede privada, temos professores e escolas preparados para alfabetizar essas crianças? Numa sociedade em que mostra um caso para cada 36 crianças, urge que o poder público e a comunidade prestem atenção para questões de diversidade e inclusão”, destacou.

Médica clínica geral, Ana Brandão é mãe da Gabriela, de treze anos e diagnosticada com TEA. Brandão contou um pouco da sua experiência durante o evento.

“Nós também passamos pelo choque do diagnóstico quando a Gabriela tinha dois anos de idade. Meu pai já tinha me alertado sobre o desenvolvimento dela, mas eu não percebia assim, pois acreditava que ela interagia comigo. Quando o atraso no desenvolvimento ficou evidente, corri atrás e entendi a situação. Foi o começo de uma nova trajetória de vida com aprendizados e desafios”, salientou.

A médica aconselhou pais e mães de crianças atípicas para que aprendam sobre TEA, porém, sem deixar de lado as especificidades dos filhos.

“Se eu puder deixar uma dica importante é: aprenda sobre autismo, veja palestras, converse com pessoas que também tenham casos de TEA na família. Não precisa ser expert sobre isso. Você precisa ser expert sobre seu filho. Precisa saber o que pode fazer com que ele desorganize. Entender o limite do seu filho para que não desorganize no dia a dia. Tentar mil abordagens diferentes e saber que a maioria pode falhar, mas que alguma tentativa vai funcionar”, falou. A clínica geral finalizou sua palestra com uma participação da Gabriela, que conversou com a mamãe em frente às câmeras.


Ciclo de Palestras AMRIGS

O diretor Científico da AMRIGS, Guilherme Napp, abriu o evento desta terça-feira (11/04) ressaltando que o Ciclo de Palestras é uma forma de aproximar a população a temas médicos, de forma menos acadêmica.

O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento que afeta cerca de 1 em cada 36 crianças nos Estados Unidos e em muitos outros países. Embora tenham sido feitos avanços significativos no diagnóstico e tratamento, ainda existem muitos estereótipos e equívocos associados a esse tema.

“Eu costumo dizer que é um dos meus eventos favoritos da AMRIGS, pois busca aproximar profissionais da saúde com o público geral. Com este evento, tentamos contribuir para a saúde da população de forma leve e compartilhando informações”, afirmou o diretor.

O Ciclo de Palestras: Conscientização e Tratamentos do Transtorno do Espectro Autista (TEA) foi promovido pela AMRIGS e ocorreu em formato online. A primeira edição do ano do evento teve o apoio da Sociedade de Pediatria do RS e da Associação de Psiquiatria do Rio Grande do Sul.

 

Mariana da Rosa



Hipertensão arterial: uma ameaça silenciosa

Abril é marcado pelo Dia Nacional de Prevenção e Combate à doença 

 

Relatório do Ministério da Saúde mostra que o número de adultos com diagnóstico médico de hipertensão aumentou 3,7% em 15 anos no Brasil. Os índices saíram de 22,6% em 2006 a 26,3% em 2021. Os dados mostram ainda um aumento na prevalência do indicador entre os homens, variando 5,9% para mais.

Já os dados de 2019 da Pesquisa Nacional de Saúde, trazem os Estados com maiores prevalências de diagnóstico médico de hipertensão arterial. São eles: Rio de Janeiro (28,1%), Minas Gerais (27,7%) e Rio Grande do Sul (26,6%).

Para conscientizar e alertar a população sobre o principal fator de risco para as doenças do coração e, que atualmente é a principal causa de óbitos no mundo, celebramos no dia 26 de abril, o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial.

“A hipertensão tem como principal causa os maus hábitos. Além disso, o histórico familiar é um dos primeiros fatores de risco para a doença. Em seguida, vem o avanço da idade, a obesidade e sobrepeso, assim como o sedentarismo, tabagismo, alto consumo de sal, gorduras e açúcares e outras doenças, quando não tratadas”, explica o Dr. Elcio Pires Junior, cirurgião cardiovascular e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular.

 

Diabetes e obesidade x hipertensão

Duas doenças crônicas que estão fortemente ligadas com a hipertensão e merecem destaque são o diabetes e a obesidade. Vale reforçar que a obesidade é um fator de risco para o desenvolvimento de diabetes e hipertensão.

“Estar acima do peso faz com que o pâncreas trabalhe mais, podendo levar à resistência insulínica, causando o diabetes tipo 2. E tanto o diabetes quanto a obesidade podem causar a hipertensão, o que aumenta as chances do infarto do miocárdio. O paciente que tem diabetes deve sempre estar com a consulta no cardiologista em dia, pois os sinais de infarto podem ser atípicos. Em apenas 30% dos casos de infarto de diabéticos, os pacientes sentem tontura e dificuldades para respirar”, contou o especialista.

 

Pressão alta pode ser assintomática

Em muitos casos, a hipertensão não provoca sintomas claros, mas provoca sérios danos à saúde, sendo algumas das consequências o acidente vascular cerebral, o infarto, o aneurisma arterial e a insuficiência renal e cardíaca.

A pressão acima de 140/90 mmHg (ou 14 por 9) faz com que o coração tenha que exercer um esforço maior do que o normal para fazer com que o sangue seja distribuído corretamente no corpo.

"A melhor maneira de se prevenir contra a hipertensão é mantendo bons hábitos para se afastar dos fatores de risco e estar com o check-up em dia. E, caso você já tenha sido diagnosticado com esta doença, o tratamento medicamentoso aliado com boas práticas é essencial para manter a saúde do hipertenso", finaliza o especialista. 

 

Dr. Elcio Pires Junior - coordenador da cirurgia cardiovascular do Hospital e Maternidade Sino Brasileiro - Rede D'or - Osasco, e coordenador da cirurgia cardiovascular do Hospital Bom Clima de Guarulhos. É membro especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Cardiovascular e membro internacional da The Society of Thoracic Surgeons dos EUA. Especialista em Cirurgia Endovascular e Angiorradiologia pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. E atualmente é cirurgião cardiovascular pela equipe do Dr. André Franchini no Hospital Madre Theodora de Campinas.
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“Não precisamos ser reféns dos nossos genes, há alternativas” Afirma especialista sobre condições genéticas

Geneticista Susana Massarani explica que a expressão dos genes é de enorme importância e pode ser influenciada por inúmeros fatores 

 

As doenças hereditárias são o grande pesadelo de muitas pessoas que acreditam serem reféns de “sentenças genéticas” por possuírem parentes com certas doenças, no entanto, essa pode não ser uma verdade.

 

Epigenética e seu papel na saúde

De acordo com a geneticista e bióloga molecular, Susana Massarani, a epigenética enfraquece a máxima de que “somos o que comemos”. 

A epigenética é a responsável por analisar como o ambiente, os comportamentos e hábitos influenciam a expressão gênica, ou seja, você pode até ter genes potencialmente perigosos para o desenvolvimento de certas doenças, mas seu estilo de vida pode contribuir para que eles se mantenham ‘adormecidos’” Explica. 

Isso joga por água abaixo a antiga máxima que dizia ‘somos o que comemos’, não somos só o que comemos apesar de a alimentação ser de suma importância para nossa saúde, todos os fatores do ambiente onde vivemos tais como o local, a temperatura, a pressão, exposição solar, com quem vivemos e trabalhamos, com o que trabalhamos entre outros, têm influência sobre a expressão do nosso DNA” Afirma Susana Massarani.

 

O que pode influenciar na expressão dos nossos genes?

“Diversos aspectos influenciam na expressão do nosso DNA, a prática de atividades físicas, alimentação adequada, qualidade da água, qualidade do ar, qualidade do sono, manter o cérebro ativo, entre outros” Explica Afirma Susana Massarani. 

De acordo com o Dr. Fabiano de Abreu Agrela, Pós PhD em neurociências, biólogo e aluno de genômica de Susana Massarani, manter o cérebro ativo é fundamental para prevenir doenças neurodegenerativas, mesmo que já haja casos na família manter o cérebro ativo, se alimentar apropriadamente com base na informação genética e exercitar-se é fundamental para evitar certas doenças. 

A epigenética é uma abordagem relativamente nova, assim como o conceito de neuroplasticidade, que explica como o cérebro se adapta e é capaz de criar novas sinapses, mostrando como nosso corpo não nasce fadado a um destino”. 

Os exercícios mentais ajudam a manter o cérebro ativo e em constante evolução, criação de novas sinapses e fortalecimento de aspectos importantes como memória e cognição, já é cientificamente comprovado que isso ajuda a prevenir doenças neurodegenerativas, claro, ter casos na sua família é um fator de risco, mas nem de longe é uma sentença” Afirma Dr. Fabiano de Abreu. 

 

Susana Massarani - geneticista, bióloga molecular e microbiologista, atua na primeira clínica digital do Brasil, Clínica DNA Massarani, Membro Científico e Palestrante do Instituto de Nutrição Cérebro Coração INCCOR-RJ e pós-graduada em prescrição clínica com foco em Nutrigenética e Nutrigenômica.


Receitaram ‘modulação hormonal’ para você? Corra, pois não há evidência científica!

Endocrinologista alerta para prescrições indevidas de hormônios 

 

“Modulação hormonal não é algo praticado, reconhecido ou recomendado por qualquer instituição médica do planeta que se preze. Este nome é dado a uma prática não reconhecida pelas sociedades médicas onde o prescritor tenta atingir níveis arbitrários de hormônios no corpo do seu paciente, com objetivos estéticos e, teoricamente, de saúde”, alerta Dr. Júlio Américo Pereira Batatinha, endocrinologista membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Regional São Paulo.

 

Nesta semana, o Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou resolução (leia aqui) proibindo a prescrição de esteroides androgênicos e anabolizantes seja para fins estéticos, ganho de massa muscular e de performance esportiva.

 

Conceitualmente, a terapia hormonal é um termo genérico que serve para designar as terapias onde, por uma deficiência hormonal ou em uma terapia afirmativa, se emprega o uso de hormônios, mais especificamente os hormônios sexuais: andrógenos, estrógenos e progestágenos. “Isso porque há diversas terapias em que se utiliza corretamente os hormônios, como diabetes e insulina, deficiência de hormônio de crescimento e uso do próprio hormônio do crescimento, mas que não chamamos, popularmente, de terapia hormonal”, explica Dr. Júlio.

 

Ele conta ainda que essas terapias com esteroides sexuais são comuns em pessoas com deficiências hormonais (homens ao longo da vida ou mulheres antes da menopausa), em mulheres pós-menopausa com os fogachos, em pessoas trans para a hormonioterapia cruzada, para a afirmação de gênero e diminuição de disforias associadas à ansiedade, depressão, entre outras.

 

“Quando nós pensamos na história da Medicina, principalmente atual, vemos um movimento científico crucial para a nossa prática que se chama Medicina baseada em evidência: o médico deve usar as melhores evidências disponíveis, por meio de estudos científicos, para guiar sua prática. Isso protege os pacientes de eventos adversos, desfechos ruins e aumenta a probabilidade de que um tratamento seja efetivo e tenha sucesso. Qualquer prática da área da Saúde que ignore a medicina baseada em evidência, é considerada má prática. É o caso de quem indica a terapia ou ‘modulação’ hormonal de forma arbitrária para fins estéticos ou de performance, pois não existem estudos que mostram essa prática como segura ou eficaz”, explica o endocrinologista.

 

Entre os riscos para saúde do uso indevido de hormônios, estão: aterosclerose, trombose, vasoespasmo, cardiotoxicidade. “Há, por exemplo, aumento de placas ateroscleróticas nas coronárias, artérias do coração. Majoritariamente um paciente jovem não terá um infarto, mas décadas após ter feito o abuso de anabolizantes sim. E muitos não correlacionam o infarto que tiveram agora com o abuso de anabolizantes no passado”.

 

Somam-se aos riscos: hepatotoxicidade com risco de tumores hepáticos, insuficiência hepática, necessidade de transplante, infecções no local de aplicação, problemas osteomusculares, infertilidade e riscos de disfunção sexual, disfunção erétil e diminuição da libido, piora da qualidade de vida (depressão, letargia, menor potência muscular), acne e ginecomastia.

 

“Nas mulheres pode acontecer atrofia das mamas, distúrbios menstruais e infertilidade além do hirsutismo, engrossamento da voz, alopecia e aumento de clitóris. No homem, é comum episódios de agressividade”, pontua o médico.

 

No corpo humano há um refinado sistema de regulação e contra-regulação dos níveis hormonais. Embora dois homens possam ter níveis diferentes de testosterona, ambos estarão saudáveis, pois para cada corpo existe um valor que, naquele momento e naquela condição, é saudável.

 

“Sempre que utilizarmos doses acima do que o corpo regulou como necessário, haverá superdosagem e, consequentemente, risco dos malefícios já descritos”, finaliza o médico.

 

Movimento para regulamentação - No final de março, 5 entidades médicas, entre elas a SBEM, pediram em carta conjunta ao Conselho Federal de Medicina a regulamentação sobre o uso de esteroides anabolizantes e similares para fins estéticos e de performance. Isso porque tem sido observado nos consultórios um número crescente de complicações advindas do uso indevido de hormônios. E muito disso é a apologia ao seu uso feita nas redes sociais, transmitindo um falso conhecimento e segurança na sua prescrição, colocando em risco a saúde da população. 

Em 11/04/2023, o CFM divulgou Resolução CFM Nº 2.333 proibindo a prescrição de esteroides androgênicos e anabolizantes seja para fins estéticos, ganho de massa muscular e de performance esportiva.

  

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Lipedema: qual médico devo procurar?

Instituto Lipedema Brasil e ONG Movimento Lipedema
Uma das principais confusões para quem tem a doença é qual a melhor especialidade médica para diagnosticar corretamente e iniciar o tratamento

 

 

Tenho Lipedema, e agora? Segundo o Instituto Lipedema Brasil, o primeiro centro de referência da doença no país, é importante que a mulher encontre um médico que faça a orientação correta sobre qual tratamento é adequado para o estágio da doença em que ela se encontra. O problema é que, atualmente, no Brasil, há poucos especialistas em Lipedema e não há uma área especifica na medicina que trate a doença. Então, como fazer? Quem procurar?

 

“Outro grande problema é que os médicos, por falta de conhecimento – mesmo a doença tendo CID 11 desde janeiro de 2022, acabam confundindo o Lipedema com outras doenças, especialmente, com obesidade ou linfedema, que são completamente diferentes. Isto dificulta o início rápido do tratamento para a mulher, pois ela vai de médico em médico e cada um diz uma coisa. É bem frustrante”, comenta o diretor do Instituto Lipedema Brasil e um dos pioneiros no tratamento do Lipedema no país, dr. Fábio Kamamoto.

 

A importância do tratamento multiespecialidade - A recomendação do Instituto é que a mulher deve procurar estar cercada de uma equipe multidisciplinar para o tratamento clínico como nutricionistas (para ajudar na alimentação anti-inflamatória), endocrinologistas (para ajudar na questão hormonal), vasculares (para cuidar de outros possíveis acúmulos e inchaços, vasos e veias etc), fisioterapeutas (para ajudar na locomoção), e cirurgiões plásticos (para a lipoaspiração), caso opte pelo tratamento cirúrgico.

 

“O tratamento clínico multiespecialidade para as mulheres com Lipedema significa acolhimento para elas, pois cada um acaba por colaborar e oferecer melhor qualidade de vida para esta paciente. O Lipedema pode ser bastante limitante fisicamente, principalmente, em certos estágios, e chega inclusive a afetar a saúde mental”, diz dr. Kamamoto.

 

 

Trocando em miúdos...

 

Instituto Lipedema Brasil e ONG Movimento Lipedema

Instituto Lipedema Brasil e ONG Movimento Lipedema


Linfedema ou Lipedema?

 

Lipo significa gordura e Edema significa inchaço. O Linfedema é o acúmulo de líquido nos tecidos que resulta em um inchaço. É unilateral, inclui o pé, é assimétrico. Já o Lipedema é o acúmulo de gordura em partes específicas do corpo como braços, pernas e quadris. É simétrico e não inclui o pé. "Pode apresentar garrote no tornozelo, não “some” com exercício físico ou dieta", comenta o cirurgião vascular do Instituto Lipedema Brasil, dr. Vitor Gornati.

 

Lipedema ou Obesidade?

 

Existe diferença entre a gordura da obesidade e a gordura do Lipedema? Sim. A gordura da obesidade se perde com dieta e exercícios físicos. A gordura do Lipedema é doente, não “sai” sozinha, é preciso tratar clínica e cirurgicamente. Trata-se de uma doença do tecido adiposo, ou seja, uma doença da gordura. A sua inflamação leva à fibrose que, por consequência, leva aos edemas (inchaços), característicos da síndrome. Durante muito tempo, o Lipedema foi uma doença subdiagnosticada por médicos e pela sociedade. “Era mais fácil dizer à mulher que ela estava com obesidade do que orientá-la com ajuda e informação”, diz o endocrinologista do Instituto Lipedema Brasil, dr. André Faria.

 

 



Instituto Lipedema Brasil

O Instituto Lipedema Brasil (www.institutolipedemabrasil.com.br) é o primeiro centro de referência de Lipedema no país, criado para compartilhar informações, apresentar a doença para a sociedade e mobilizar milhões de mulheres. É o primeiro no país a dedicar estudos, pesquisas e ensino à população e aos profissionais de saúde. Criado e dirigido pelo dr. Fábio Kamamoto desde 2021, o Instituto Lipedema Brasil foi pensado para unir três pilares importantes dessa mudança: Transformação social, Educação e Pesquisa. Por meio de uma campanha no Youtube e no Instagram, o Instituto luta pela democratização do acesso ao tratamento da doença no país, como já acontece em outros países como os Estados Unidos. Atualmente, a campanha conta com mais de 23 mil assinaturas.


DR. FÁBIO KAMAMOTO – Diretor do Instituto Lipedema Brasil e idealizador da ONG Movimento Lipedema (https://movimentolipedema.org). Graduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, especialista em Cirurgia Plástica pelo Hospital das Clínicas da FMUSP, com mestrado e doutorado pela USP e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. É um dos poucos especialistas no tratamento cirúrgico do Lipedema no Brasil.


O que podemos aprender com o filme ‘A Baleia’: endocrinologista comenta


Reforço do estereótipo ou uma forma de conscientização? As opiniões divergem quando se trata do filme ‘A Baleia’. Para a endocrinologista Dra. Lorena Lima Amato a obra é positiva, já que mostra outros vários problemas associados à doença e que não é apenas a “força de vontade” do paciente capaz de curá-lo.  

 

O filme retrata uma pessoa com obesidade mórbida, o que não é comum na maioria dos casos, segundo Dra. Lorena. Porém, para ela, é importante mostrar que pessoas nessa situação têm transtornos psiquiátricos associados, como compulsão alimentar e depressão, e, para estes casos, o tratamento deve contar com uma equipe multidisciplinar.

 

Estudos apontam que um bilhão de pessoas em todo o mundo - incluindo 1 em cada 5 mulheres e 1 em cada 7 homens - viverão com obesidade até 2030.

 

“A história tem potencial para desenvolver empatia, mostrar que é uma situação complexa e que envolve muitos fatores, e tirar a ideia errônea de que a pessoa com obesidade é preguiçosa. Não é só força de vontade que pode mudar a situação, é uma doença e precisa ser encarada como tal. O filme traz isso com muita clareza”, reforça a endocrinologista.

 

A obesidade é uma condição multifatorial e precisa de acompanhamento do endocrinologista, psicólogo/psiquiatra e preparador físico. Já pacientes com indicação para cirurgia bariátrica ainda precisarão do gastroenterologista e cirurgião plástico. A cura da obesidade não depende da força de vontade da pessoa.

 

Para Dra. Lorena, o poder público pode trabalhar para reverter o estereótipo sobre a gordofobia, com campanhas de conscientização e informação de qualidade e objetiva.

 

“Mas eu acredito que precisamos agir antes da doença se instalar, ou seja, na prevenção da obesidade. É preciso fazer um trabalho intenso com a população sobre a importância da alimentação mais saudável e menos industrializada, aliada a trinta minutos de atividade física por dia – uma caminhada já traz benefícios. A adoção dessas medidas já pode mudar a saúde e a rotina de qualquer pessoa”, comenta Dra. Lorena.

 

Por parte da indústria alimentícia, a endocrinologista ressalta a importância de se dedicaram aos rótulos dos alimentos, disponibilizando leitura fácil e compreensiva para que o consumidor possa saber o que está comprando. Nos Estados Unidos, as embalagens dos alimentos estampam nitidamente o percentual de açúcares e gordura saturada presentes no produto.   



Dra. Lorena Lima Amato - A especialista é endocrinologista pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), com título da Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM), endocrinopediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria e doutora pela USP.
https://endocrino.com/ e www.amato.com.br
https://www.instagram.com/dra.lorenaendocrino/


Nova "moda" nas redes sociais de ensinar a estalar a coluna: ortopedista tira dúvidas sobre prática

Você já viu algum vídeo de uma pessoa estalando a coluna? As gravações são cada vez mais comuns nas redes sociais.


O médico ortopedista Dr. Luiz Felipe Carvalho explicou que de maneira geral, na maioria dos casos, não há problema em estalar as costas às vezes, porém o ideal é não colocar isso como rotina.

Conforme o médico, as lesões não são tão comuns ao estalar as articulações. No entanto, não é o recomendado a se fazer.

“Não é tão comum, mas dá para se machucar quando utilizada muita força ou pressão ou então quando há alta frequência”, disse.

Porém, conforme o médico, a longo prazo a atitude pode causar um desgaste nas articulações, causando tensão, edema e até mesmo uma pequena lesão nas cartilagens articulares da coluna.

“Fazer do estalo uma mania, instalando várias vezes não é a opção mais saudável em longo prazo”, disse.

Por fim, o médico lembrou a importância do alongamento, exercício físico e boa alimentação. “Com esses hábitos se faz uma boa manutenção da saúde como um todo”, finalizou.


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