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quarta-feira, 6 de junho de 2018

Como diminuir o estresse do seu cão com fogos de artifício na Copa do Mundo



Fogos de artifício colocam pets em risco, pois os bichinhos podem entrar em pânico e tentar escapar do local a qualquer custo; especialista em comportamento animal Cleber Santos dá dicas

Durante competições de destaque no futebol, é quase impossível não haver vizinhos que utilizam os fogos de artifícios como forma de comemorar o desempenho dos seus times. E, durante a Copa do Mundo, certamente o uso de fogos aumentará de forma significativa. Segundo o Sindicato das Indústrias de Explosivos no Estado de Minas Gerais - maior produtor de fogos de artifícios do país- a expectativa é de que o campeonato mundial gere um aumento de 20% nas vendas.

Nessas horas, o mais prejudicados são os pets, pois a audição dos animais é bem mais aguçada que a dos humanos, e muitos cães costumam sofrer com medo excessivo do barulho dos fogos. "Muitos cães entram em um estado de estresse intenso, ficando desesperados e até mesmo tentando fugir pulando através de janelas, sacadas ou portões, o que coloca a segurança e a integridade deles em risco. Por isso, os fogos de artifício são um perigo em potencial muito grande para os cachorros", alerta o especialista em comportamento animal e adestrador Cleber Santos, da ComportPet

Nessas horas, nem todos os tutores sabem como agir para tentar acalmar os bichinhos, e por falta de informação podem acabar até mesmo agravando o estresse do animal. É fundamental estar preparado para proteger seu cão da exposição ao barulho dos fogos. 

Confira as dicas do especialista para utilizar com seu pet nessa Copa do Mundo:


Aprenda a condicionar seu cão



É importante condicionar o cão ao som alto dos fogos diariamente, assim o estresse do animal com o ruído será cada vez menor. "Recomendo que o treinamento seja diário e dure cerca de 20 minutos. Uma boa estratégia é fazer com que o cão se alimente ouvindo o som de fogos. Assim, irá associar à alimentação, a uma coisa positiva. O tutor deve ligar o som e em seguida oferece alimentação para o pet", ensina Cleber.

"Esse condicionamento pode ser feito no caso dos filhotes e dos cães que não apresentam um nível de estresse tão alto com o barulho. Toda vez que o dono ligar o som, ele ganhará comida. Assim, é feito um condicionamento positivo com o barulho. Também é possível associar o som estressante a petiscos e brinquedos. Quanto mais for feita essa associação, mais rapidamente esse cão irá perder esse medo", aponta.


Coloque música para trazer tranquilidade



Fazer uso de outros sons para abafar o barulho intenso vindo dos fogos ajuda que o animal fique menos conectado ao som principal. "Se possível, abafe ao máximo o barulho dos fogos, fechando portas e janelas. Depois, coloque uma música tranquila, que ajudará a proporcionar um ambiente mais calmo. O uso de florais também é indicado para manter o cão mais relaxado e com menos medo", indica Cleber.


Proporcione um espaço adequado



Se o cão é daqueles que, ao primeiro sinal de estresse, busca por um lugar para se esconder, crie um ambiente só para ele, que seja seguro e que não possibilite fugas.

"Deixe seu cão em um quarto tranquilo e onde fique isolado do barulho, com tela de proteção na janela. Ligue um som relaxante dentro do quarto, para abafar o som alto dos fogos que está vindo de fora. Dessa forma, o cão se sentirá mais confortável", diz.


Não dê carinho



Um erro comum dos tutores, de acordo com o especialista, é colocar o cãozinho no colo ou fazer carinho para tentar "distraí-lo" do ruído que o estressa. "Não é recomendado dar carinho ao animal, pois se o dono agir dessa forma, estará ensinando o cão que, a cada vez que ele sente medo, ganha carinho. Ou seja, estará incentivando o animal a ficar com ainda mais medo", explica Santos.
Por isso, a melhor forma de agir é deixar o cão seguro, quieto, em um quarto preparado especalmente para ele, sem dar carinho ou atenção excessiva ao animal.


Evite deixar o cão sozinho



Deixar o bichinho sozinho em casa nos momentos em que o barulho dos fogos tende a ser intenso - como, por exemplo durante os jogos do Brasil- irá deixá-lo ainda mais estressado. "Quando o cão fica com muito medo, pode entrar em estado de pânico e tentar fugir. Caso o tutor precise se ausentar, o ideal é recorrer a um hotel para cães que tenha uma equipe especializada para dar suporte aos animais", recomenda


 Imagens: iStock

Cleber Santos - Especialista em comportamento animal, atua como adestrador de cães há 12 anos, quando cuidava do canil de treinamento durante o serviço militar. Trabalhou para grandes canis do interior de São Paulo, treinando cães de policiais de todo o Brasil. Além da experiência profissional, fez diversos cursos, estágios e especializações, inclusive em outros países - Canadá, Estados Unidos, Argentina, Chile e Alemanha. Desde 2010, está também à frente da ComportPet, centro que oferece consultoria comportamental, adestramento e serviços de hotelaria e creche, além de atendimento veterinário, estética animal e terapias alternativas para pets, como a musicoterapia. É um dos únicos profissionais do Brasil que também adestra gatos, e vem sendo requisitado como adestrador de pets de famosos, entre eles o DJ Alok.

 

Fogos de artifício provocaram mais de 5 mil internações nos últimos dez anos


O manuseio inadequado de fogos de artifício levou à internação hospitalar mais de cinco mil pessoas entre os anos de 2008 e 2017, segundo levantamento elaborado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), em parceria com as Sociedades Brasileiras de Cirurgia da Mão (SBCM) e de Ortopedia e Traumatologia (SBOT). O alerta integra uma série de ações de alerta preparadas pelas três entidades sobre os riscos de acidentes e queimaduras durante as festas juninas e as festividades ligadas à Copa do Mundo.

Nos últimos 21 anos, o Brasil registrou 218 mortes por acidente com fogos de artifício. No período, foram 84 acidentes fatais na região Sudeste, seguido de 75 na região Nordeste e 33 na região Sul. Já nas regiões Centro-Oeste e Norte, foram registrados, juntos, 26 óbitos. Além de mortes – aproximadamente dez a cada ano –, o uso de fogos de artifício pode provocar queimaduras, lesões com lacerações e cortes, amputações de membros, lesões de córnea ou perda da visão e lesões auditivas.

Em média, são registradas nos serviços públicos de saúde cerca de 80 internações somente no mês de junho. “Se considerarmos que em algumas regiões as festas juninas têm início nas quermesses de maio e vão até julho, podemos verificar que um terço de todas as hospitalizações acontecem apenas neste período de 90 dias. É preciso, portanto, ter cautela no manuseio desses fogos, sobretudo promovendo ações de proteção às crianças”, destacou Carlos Vital, presidente do CFM.

“É importante falarmos francamente sobre esse assunto e educar as próximas gerações. Não há fogos seguros para o manuseio de crianças, elas não devem manipular e nem ficar expostas a nenhum tipo de fogos, mesmo os de classificação livre. As crianças devem saber que fogos são perigosos e que só devem ser manipulados por adultos, seguindo instruções de segurança ou por profissionais. Essa postura é que reduzirá os acidentes de forma eficiente”, afirma o presidente da SBCM, Milton Pignataro.


Ranking – Segundo dados do Sistema de Informação Hospitalar (SIM), nos últimos dez anos 5.063 pessoas foram internadas para tratamento por acidentes com fogos de artifício. Na série analisada, o ano de 2014 foi o que registrou o maior número de acidentes. Naquele ano, o Brasil foi palco da Copa do Mundo, o que pode ter motivado o aumento no número de casos.

Entre os estados, a Bahia aparece com o maior número de casos em quase todos os anos. Ao longo da última década, 20% das internações ocorreram em municípios baianos. Outros destaques foram os estados de São Paulo, com 962 casos (19%), e Minas Gerais, onde houve 701 internações (14%). Juntas, as três unidades da federação representam mais da metade dos todos os casos registrados no período (53%). Entre os estados com menor número de notificações estão Roraima (17), além de Tocantins e Acre, ambos com apenas 14 internações. CONFIRA A LISTA COMPLETA POR ESTADO.

Na avaliação por município, Salvador lidera com folga o ranking das cidades com o maior número absoluto de acidentes com fogos de artifício: 686 internações ao longo da década. Em outras palavras, pelo menos um em cada dez acidentes acontece em Salvador. Em segundo lugar aparece a capital paulista (337), seguido por Belo Horizonte (299). CONFIRA A LISTA COMPLETA POR MUNICÍPIO.  


Perfil do acidentado – Os homens representam a absoluta maioria dos registros no período analisado: 4.245 internações, número que representa 83% do total de casos. As mulheres representaram apenas 17% das ocorrências, com 853 internações.

“Quando se trata de fogos de artifício, todo cuidado é pouco. Além de sempre seguir as instruções do fabricante, nunca se deve carregar bombinhas nos bolsos, acender próximo ao rosto e é importante ainda evitar associar a brincadeira com fogos ao uso de bebida alcoólica. Não se deve deixar as crianças brincarem com os fogos. É importante lembrar que, além das mortes registradas por fogos de artifício, muitas pessoas ficam com sequelas para o resto da vida”, orienta a presidente da SBOT, Patrícia Fucs.

Para não transformar as festividades em uma tragédia, o especialista também recomenda evitar que as crianças estejam expostas aos riscos das explosões. De acordo com os dados apurados pelo CFM, 39% das internações envolviam crianças e adolescentes de zero a 19 anos. Já entre os adultos de 20 a 49 anos, foram registradas 46% das internações no período. CONFIRA A EVOLUÇÃO DE INTERNAÇÕES POR SEXO E IDADE. 


Precauções – Em caso de acidente, as pessoas devem lavar o ferimento com água corrente, evitar tocar na área queimada e não usar nenhuma substância sobre a lesão – como manteiga, creme dental, clara de ovo e pomadas. É recomendado que se procure o serviço de saúde mais próximo, para atendimento médico adequado.

O perigo dos rojões e fogos de artifício para a audição


Em época de festejos juninos e de Copa do Mundo, é importante manter distância dos artefatos

Muito comum nessa época de festas juninas e também na Copa do Mundo, a queima de fogos de artifício, rojões e bombas - barulhentos artefatos que ajudam a animar as comemorações -, pode trazer sérios e irreversíveis danos à audição.
Além dos riscos com a manipulação incorreta dos fogos, o som muito forte produzido por alguns deles pode acarretar um trauma acústico e perda de audição uni ou bilateral, temporária ou, nos casos mais graves, irreversível. Geralmente a perda de audição é unilateral (em um único ouvido) e se inicia com o aparecimento imediato de zumbido, problema que afeta cerca de 28 milhões de pessoas em todo o mundo.
Os danos à audição acontecem porque o estrondo dos fogos, principalmente dos rojões, é inesperado. O forte ruído, que pode chegar a uma intensidade de 140 decibéis, percorre todo o ouvido de forma rápida, atingindo as células da cócleaPara se ter uma ideia do quão forte é esse barulho, um avião durante a decolagem produz um som de 130dB. 
“O grande problema é a intensidade do barulho dos fogos, em especial do rojão. Em todo caso de trauma acústico, o mais indicado é procurar um médico otorrinolaringologista, para avaliar se o dano auditivo causado pelos fogos é temporário ou irreversível”, esclarece a fonoaudióloga Marcella Vidal, da Telex Soluções Auditivas.
Para evitar que o ouvido seja afetado, o ideal é manter-se distante do local da queima de fogos, porém, em meio a festa, se for inevitável, a fonoaudióloga Marcella Vidal, especialista em audiologia, aconselha o uso de protetores de ouvido.
"Se a pessoa estiver nestas áreas, é importante que se afaste o máximo possível ou use protetores de ouvido, conhecidos como atenuadores. Eles reduzem o volume excessivo, mas quem usa não deixa de ouvir o som ambiente. Dessa forma, é possível continuar aproveitando a festa, de forma segura", recomenda.
Existem no mercado vários tipos de protetores. Os da Telex, por exemplo, são leves e moldados de acordo com a anatomia do ouvido de cada pessoa, diminuem o barulho em 15 decibéis ou 25 decibéis, de acordo com o desejo do usuário e podem proteger a capacidade auditiva em até 10 anos.
Estima-se que 10% da população mundial têm algum grau de perda auditiva O envelhecimento é um fator natural que reduz o limiar auditivo progressivamente. As células do ouvido envelhecem, morrem e não há reposição. Mas pior do que isso é a perda de audição que vem ocorrendo cada vez mais cedo, por causa da exposição contínua a sons elevados, como o dos rojões, por exemplo.

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