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sexta-feira, 16 de abril de 2021

Brasil precisa criar protocolos para tratamento da síndrome pós-COVID-19

Parte dos pacientes recuperados apresenta nos meses seguintes à alta hospitalar problemas cardíacos, neurológicos, dermatológicos e pulmonares, entre outros. Em evento promovido pela Academia Nacional de Medicina, médicos defendem unidades dedicadas a lidar com as sequelas da doença (foto: Isabela Carrari/Prefeitura de Santos)

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Nem sempre a alta hospitalar é o fim dos problemas causados pela COVID-19. No mundo todo, profissionais de saúde observam uma série de complicações decorrentes da doença, que vão de manifestações dermatológicas a distúrbios cardíacos e podem surgir meses após resolvido o quadro agudo da infecção pelo SARS-CoV-2. Para que a carga da pandemia não se torne ainda maior para o sistema de saúde do país, pesquisadores recomendam a criação de protocolos clínicos e unidades para tratamento de pacientes com a chamada síndrome pós-COVID.

O assunto foi debatido em seminário on-line promovido no dia 08 de abril pela Academia Nacional de Medicina (ANM).

“Temos observado que o doente se cura da COVID-19, sai da UTI [Unidade de Terapia Intensiva], mas permanece no hospital, pois não consegue voltar para casa. Ele precisa de reabilitação. Por isso, temos de pensar num modelo que passei a chamar de unidade pós-COVID, onde teríamos atendimento ambulatorial, hospital-dia e algumas áreas para internação daqueles pacientes que não têm condição [de ter alta]”, disse Fábio Jatene, diretor-geral do Instituto do Coração (InCor) e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP).

Jatene falou sobre a ocorrência de problemas cardiovasculares decorrentes da COVID-19, que não necessariamente ocorrem apenas em pacientes com histórico prévio de doença cardíaca.

“A literatura tem várias observações a respeito de pessoas absolutamente sem doença cardiovascular e que acabaram desenvolvendo no pós-COVID. Inclusive atletas universitários, pessoas sem risco cardiovascular. Estudos revelaram que 55% dos pacientes no pós-COVID apresentaram alterações no bombeamento cardíaco. Num estudo realizado na Alemanha, 78% dos pacientes diagnosticados com COVID-19 mostraram evidência de alguma lesão cardíaca, causada até semanas depois da recuperação da doença propriamente dita”, explicou o pesquisador, que é apoiado pela FAPESP.

Para o presidente da ANM, Rubens Belfort Jr., a síndrome pós-COVID é uma amostra do papel das doenças infecciosas no desenvolvimento de outras moléstias. Segundo o médico, a pandemia está trazendo novos conhecimentos sobre essa relação. Um exemplo anterior é a zika que, embora não cause problemas graves em adultos, pode levar à microcefalia nos fetos em desenvolvimento. Outro é a toxoplasmose, recentemente relacionada à ocorrência de esquizofrenia.

“O problema vai muito além da COVID-19. Quem poderia imaginar que tantas alterações aparentemente não relacionadas a doenças infecciosas decorrem delas? Com toda certeza, muitas outras doenças virais podem causar manifestações tardias, mas a medicina ainda as desconhece”, disse Belfort, que é professor da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (EPM-Unifesp).

Segundo Carlos Alberto Barros Franco, membro da ANM e professor da Escola Médica de Pós-Graduação da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), o Brasil ainda está na fase da pandemia em que a preocupação mais urgente é conter a transmissão do vírus, mas os problemas decorrentes da COVID-19 vão persistir por muito tempo.

“Essa é uma preocupação de países europeus e norte-americanos, que vêm se preparando para essa segunda fase, a da síndrome pós-COVID ou COVID longa. Isso terá consequências da maior gravidade no Brasil. Haverá pessoas que não vão poder voltar a trabalhar normalmente. Então é fundamental que o Brasil se prepare”, disse o acadêmico.


Câncer e COVID-19

Os palestrantes relataram casos e apresentaram estudos realizados no Brasil e no exterior das mais variadas manifestações ocorridas após a resolução da fase aguda da COVID-19. Alterações gastrointestinais, pulmonares, do fígado e das vias biliares; diferentes manifestações dermatológicas, renais e otorrinolaringológicas; problemas psicológicos e até da retina já foram relatados na literatura médica.

Como um dos efeitos colaterais da pandemia, não necessariamente ligados à doença em si, pesquisadores apontaram uma redução significativa no número de diagnósticos e tratamentos de câncer.

Segundo Paulo Hoff, diretor-geral do Instituto do Câncer (Icesp) e professor da FM-USP apoiado pela FAPESP, a pandemia trouxe queda significativa nos exames preventivos e, consequentemente, no diagnóstico precoce de tumores.

Uma vez que quanto mais cedo ocorre o diagnóstico, maiores são as chances de cura, a pandemia deverá trazer um número maior de ocorrência de câncer e de mortes no futuro. Estudo realizado na Inglaterra estimou quase 18 mil mortes a mais por câncer naquele país por conta da interrupção dos tratamentos ou pela falta de diagnóstico.

“São dados que se repetem ao redor do mundo. Tivemos redução na ordem de 70% a 90% nos exames de rastreamento de tumores importantes como de mama, próstata e colorretais. [Houve ainda] redução significativa nas cirurgias relacionadas ao diagnóstico de câncer e, talvez mais importante, dados originados nos laboratórios de anatomopatologia mostram até 30% de redução nas biópsias de câncer nesse período. Lembrando que esses casos continuam acontecendo, só não estão sendo diagnosticados no seu estágio mais precoce, o que seria desejável”, contou o pesquisador.

O médico afirmou que a incidência de COVID-19 é similar entre pessoas com e sem câncer, mas que a mortalidade é maior no primeiro grupo, como deve mostrar um estudo realizado por sua equipe, ainda não publicado. Os pacientes especialmente afetados pela COVID-19 são os imunodeprimidos por conta da doença ou do tratamento, os que têm comprometimento pulmonar prévio ou portadores de neoplasias hematológicas.

O médico oncologista afirmou ser essencial que os pacientes diagnosticados mantenham o tratamento, ainda que seguindo protocolos de segurança contra a COVID-19. Além disso, pessoas saudáveis não devem deixar de fazer exames de rotina que possam detectar tumores. Pacientes em tratamento contra o câncer que tenham sido diagnosticados com COVID-19 devem retomar as terapias para os tumores entre 14 e 21 dias depois da resolução dos sintomas da infecção pelo SARS-CoV-2, alertou.

A íntegra do evento estará disponível em www.youtube.com/watch?v=B-UOLY51Iis.

 


André Julião

Agência FAPESP 

https://agencia.fapesp.br/brasil-precisa-criar-protocolos-para-tratamento-da-sindrome-pos-covid-19/35648/


Dia Mundial da Voz (16/4): especialista da BP dá dicas para cuidar bem da voz e alerta para cuidados durante a pandemia

Hoje é comemorado o Dia Mundial da Voz. A data surgiu em 1999 no Brasil e se espalhou pelo mundo. A voz é muito utilizada na comunicação, nas artes, na expressão de sentimentos e ideias, sendo uma importante ferramenta social e profissional. Por conta disso, a data também é o momento de chamar a atenção para os cuidados com a voz, para as doenças que podem comprometê-la e a necessidade de diagnosticá-las precocemente. 

De acordo com Fernão Costa, médico otorrinolaringologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, os problemas de voz mais comumente relatados são a tosse, a rouquidão e o pigarro. “A voz é produzida nas pregas vocais, localizadas na laringe, durante a passagem de ar, que provoca uma vibração. Como a prega vocal é uma mucosa úmida, pessoas que falam muito ou muito alto – seja por conta da profissão ou por hábito – podem ter um desgaste dessa estrutura, o que gera um escape de ar e, por consequência, a rouquidão”, relata o especialista. “Por conta disso, a primeira medida que deve ser adotada para melhorar a voz é intensificar a hidratação, não apenas pelo ato de beber água, mas pela umidade da laringe, que é maior quando o organismo está bem hidratado”, destaca Costa. 

Junto da rouquidão normalmente vem a falta de ar por conta desse escape irregular que ocorre ao articular as palavras. O especialista recomenda repouso vocal, hidratação via oral e observação. “Se os sintomas persistem por 15 dias ou mais é necessária avaliação de um médico otorrinolaringologista para verificar as causas”, afirma Costa, reforçando que o uso de soluções caseiras como pastilhas, sprays e gargarejos deve ser evitado para não mascarar ou agravar o quadro. 

Para garantir a saúde da voz é importante evitar o tabagismo e a ingestão de álcool, que também desidratam e agridem as cordas vocais – e exigem uma frequência maior de visitas ao médico. Uma alimentação saudável, ingestão correta de água, sono em dia e atividade física regular são também importantes para o cuidado com a voz. No caso de profissionais que se utilizam dela no trabalho como jornalistas, atores, professores, cantores, vendedores, entre outros, é necessário um cuidado ainda maior como respeitar as pausas, aumentar a hidratação, realizar inalações com soro fisiológico e exercícios de aquecimento da voz antes de iniciar o trabalho.

 

Voz x pandemia de Covid-19

A voz também sofre com os efeitos da pandemia de Covid-19, pois quem teve a doença pode ter a voz afetada. “Por se tratar de uma doença que atinge as vias aéreas superiores, a rouquidão e o enfraquecimento da voz por conta da falta de ar podem ser consequências presentes até no quadro pós-doença. Quem teve que ser intubado por tempo prolongado para o tratamento também deve respeitar um período de repouso vocal após a retirada dos equipamentos. 

O uso de máscara é essencial para a proteção contra o novo coronavírus e ela em si não danifica a voz, mas algumas medidas devem ser observadas. Como a voz fica mais abafada (especialmente com os equipamentos mais espessos) e não há como realizar a leitura da articulação labial das palavras, as pessoas muitas vezes aumentam o volume da voz para se fazer entender. Para evitar essa sobrecarga, é importante aumentar a hidratação e, sempre que possível, respeitar o silêncio para descansar a voz. 

Para comentar sobre esse assunto e outras novidades da área, a BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, instituição de referência em atendimento médico no País, disponibiliza o otorrinolaringologista Fernão Costa e outros especialistas para entrevistas. Não deixe de nos procurar quando necessitar de uma fonte médica para sua pauta.

 


BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo 


Serviço de Transplante de Medula Óssea oferecido em Curitiba se consolida como um dos maiores do Brasil a atender pelo SU


 Em uma década, mais de 300 procedimentos foram realizados para tratar desde leucemias até doenças raras. Pacientes vieram de todas as regiões do país


O Serviço de Transplante de Medula Óssea (TMO) do maior hospital pediátrico do Brasil, o Pequeno Príncipe, com sede em Curitiba (PR), completa uma década de atendimento neste mês. Durante esse período foram mais de 300 vidas transformadas com a realização de procedimentos para tratar desde leucemias até doenças raras. A instituição filantrópica comemora ainda seu reconhecimento como referência nacional nessa área. “Nesse período, nos tornamos um dos maiores centros de transplante pediátrico da América Latina, principalmente na área de transplantes alogênicos [quando as células transplantadas vêm de outro doador]”, conta a médica-chefe do Serviço, Carmem Maria Sales Bonfim.

Mesmo com a pandemia do coronavírus, o Hospital realizou 61 transplantes em 2020. Um deles foi o de Henry, que nasceu com a mesma doença rara do irmão, a SCID (Imunodeficiência Combinada Grave), também conhecida como doença do menino da bolha. Como havia chances de ele ter o mesmo diagnóstico, sua mãe, Kelly Akemi Bueno, foi acompanhada durante toda a gravidez. A família foi integrada a um projeto do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe que investiga as doenças raras, e com 2 dias de vida o bebê foi diagnosticado. Dois meses depois, ele recebeu a medula óssea doada pelo pai e agora está curado. “O diagnóstico precoce, que foi possível por meio da pesquisa, e a excelência da equipe do TMO fizeram toda a diferença na vida do meu filho mais novo”, declara a mãe.

Nestes dez anos, 26% dos transplantes realizados foram em crianças com idade abaixo de 3 anos. O atendimento de crianças de pouca idade e com doenças raras é uma das especificidades que fizeram com que o Serviço de TMO do Pequeno Príncipe recebesse pacientes de todo o país – 61% dos atendimentos são de fora de Curitiba. O reconhecimento nacional também se deve aos procedimentos realizados com doadores haploidênticos – quando a compatibilidade não é de 100%, uma vez que encontrar um doador compatível é um dos grandes desafios para realizar um TMO. Mesmo dentro da família, as chances de conseguir um doador 100% compatível é de apenas 25%.

O Pequeno Príncipe conta com uma pessoa exclusivamente dedicada a essa busca. Ela pode identificar rapidamente as chances que um determinado paciente tem para encontrar um doador nos bancos nacionais ou internacionais. “Se esta chance for pequena ou a disponibilidade do doador não for imediata, temos experiência para prosseguir com outros tipos de doadores, como, por exemplo, os doadores haploidênticos identificados dentro da própria família”, explica a chefe do serviço.

Essa era a condição de Maria Eduarda Fransozi, 13 anos, de Dionísio Cerqueira (SC). Seus pais mobilizaram aproximadamente 300 pessoas para se cadastrarem no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), mas ninguém completamente compatível foi localizado. A equipe médica do Pequeno Príncipe decidiu então realizar o transplante com a medula do pai de Duda – que era 50% compatível. “O procedimento em si foi muito tranquilo, e recebemos a melhor notícia de todas quando descobrimos que a medula tinha funcionado! Foi uma nova chance para nossa família”, diz Uilson Fransozi, o pai da adolescente que venceu a leucemia durante a pandemia.

Equipe multidisciplinar

O fato de ser um hospital que oferece 32 especialidades e dispõe de equipes multidisciplinares também é determinante para o sucesso do Serviço de TMO do Pequeno Príncipe. O atendimento é realizado por médicos com formação em transplante pediátrico, que recebem o suporte diário de profissionais de outras especialidades, como infectologistas, intensivistas, nefrologistas, cardiologistas, neurologistas, endocrinologistas, dermatologistas e hemoterapeuta. O trabalho é realizado em conjunto com uma equipe multidisciplinar, formada por psicólogos, nutricionistas, assistentes sociais, fisioterapeutas, dentistas e farmacêuticos. O serviço também atua em parceria com as unidades de terapia intensiva do Pequeno Príncipe, o Laboratório Genômico e o Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe, por exemplo. Esse trabalho em equipe garante um atendimento de excelência e faz diferença no tratamento dos pacientes e nos resultados dos transplantes.


Planos futuros

O Serviço de TMO do Pequeno Príncipe iniciou sua história no Setor de Oncologia e foi implantado em abril de 2011, inicialmente com três leitos. Um sonho realizado em parceria com o médico Eurípides Ferreira. O hematologista foi pioneiro no Brasil ao realizar o transplante de medula óssea (TMO), nos anos 1970. Em 2016, o TMO foi ampliado, passando a ter dez leitos e proporcionando a um número maior de crianças e adolescentes um tratamento humanizado e de qualidade, referência no país. Em 2021, o objetivo é inaugurar mais dois leitos. “Com esta nova ampliação, acreditamos que poderemos transplantar mais dez pacientes por ano”, planeja a atual chefe do serviço. 


6 em cada 10 brasileiros acreditam que pandemia de Covid-19 será controlada em menos de um ano


Estudo com 30 países mostra que expectativas brasileiras para contenção do vírus e retorno à normalidade são mais otimistas do que a média global


Para 61% das pessoas no Brasil, levará menos de 12 meses até a total contenção do novo coronavírus. É o que aponta o levantamento One Year of Covid-19, realizado pela Ipsos para o Fórum Econômico Mundial com entrevistados de 30 países. Questionados sobre quanto tempo demoraria até que a pandemia fosse contida, 9% dos brasileiros responderam “entre 0 e 3 meses”, 15% disseram “entre 4 e 6 meses”, 36% - ou seja, a alternativa com maior número de respostas - opinaram “entre 7 e 12 meses”, 35% acham que demorará mais de um ano e 4% acreditam que a crise na saúde nunca será controlada.

Assim como o Brasil, em outras 19 nações o período entre 7 e 12 meses foi o que apresentou porcentagem mais alta. Dois grupos diferem deste resultado. O mais positivo, com Índia, China e Arábia Saudita, aposta na contenção da pandemia daqui 4 a 6 meses. Por outro lado, Japão, Suécia, França, Polônia, Espanha, Austrália e África do Sul possuem uma visão mais negativa e acreditam majoritariamente que demorará mais do que 12 meses até uma completa recuperação da situação sanitária global.

Na média de todos os entrevistados dos 30 países, 13% acreditam que a Covid-19 será contida nos próximos 3 meses, 13% acham que será entre 4 e 6 meses, 32% responderam “de 7 a 12 meses”, 35% avaliam que a contenção só acontecerá daqui um ano e 7% disseram que a pandemia não será controlada nunca.


Retorno à normalidade

Ainda que 39% dos brasileiros apostem que a pandemia demorará mais de 12 meses para ser contida, o percentual de entrevistados no Brasil que acredita não ser possível voltar à normalidade em menos de um ano é de 35%. Considerando a média global, o pessimismo cresce: 4 em cada 10 (41%) não veem qualquer possibilidade de vida normal pelos próximos 12 meses.

Enquanto 35% dos respondentes no Brasil creem que a volta à normalidade não acontecerá nos próximos 12 meses, 15% acreditam que o retorno à normalidade acontecerá entre 0 e 3 meses, 14% acham que demorará de 4 a 6 meses e 36% responderam “entre 7 e 12 meses”

Na média global, são 14% os que apostam em um retorno à rotina pré-Covid entre 0 e 3 meses, 13% disseram que será entre 4 e 6 meses, 32% escolheram o período entre 7 e 12 meses e 41% não acreditam que será possível voltar à vida normal nos próximos 12 meses.

A pesquisa on-line foi realizada com 21.011 entrevistados, com idades entre 16 e 74 anos, de 30 países – sendo mil brasileiros. Os dados foram colhidos entre os dias 19 de fevereiro de 05 de março de 2021. A margem de erro para o Brasil é de 3,5 pontos percentuais.

 



Ipsos

www.ipsos.com/pt-br


Odontofobia? Cirurgiões-dentistas falam de alternativas para otimizar tratamentos de pacientes com esse problema

 Pacientes odontofóbicos contam com novas opções de tratamento! São as abordagens multidisciplinares para quem foge da cadeira do cirurgião-dentista, mas precisa de uma intervenção odontológica. Para lidar com o medo, somente um planejamento completo e com mais de um profissional pode ser capaz de atender às necessidades da saúde bucal de forma segura e tranquila para os portadores da fobia. 

“As fobias, por si só, se caracterizam como patologias que têm como natureza a necessidade de uma atenção multidisciplinar. Às vezes com envolvimento de especialidades além da Odontologia, com psicólogo, médico psiquiatra em casos mais severos, e até o médico anestesista”, explica José Roberto Barone, presidente da Câmara Técnica de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP). 

Seja pelo medo de contaminação na pandemia ou por situações traumáticas do passado, não é recomendado abrir mão do acompanhamento odontológico. Deixar de fazer as visitas periódicas ao consultório pode acarretar em sérios problemas. “Os problemas mais frequentemente encontrados são de cárie, que, muitas vezes, chegam a estágios avançados precisando de tratamentos mais radicais, como a extração”, conta Nelson Corazza Jr, membro da mesma Câmara Técnica do CROSP. 

Em situações de muita gravidade, o auxílio de um anestesista faz toda a diferença. “Em casos que se faz o tratamento sob anestesia geral em ambiente hospitalar, o procedimento fica mais confortável e o limite de tempo de intervenção pode ser maior, uma vez que o paciente está sedado e entubado, com controle de respiração e monitoração hemodinâmica”, afirma Barone. “Já tivemos experiências bastante gratificantes com até quatro cirurgiões-dentistas e dois técnicos em Higiene Dental, auxiliados por um médico anestesista e um auxiliar de Anestesia”, relata. Com isso, a vivência do paciente é de cuidado completo em atenção ao seu emocional.

E como sugerir isso a um paciente que já apresenta resistência? “A avaliação e discussão do caso com todos os envolvidos na problemática emocional é a chave para o sucesso das abordagens”, defende Corazza. Fora o trabalho realizado por trás disso. Os exames para o planejamento de procedimentos com anestesia incluem os mesmos necessários a um regime hospitalar para que se conheça a realidade fisiológica do paciente e seus limites orgânicos. Avaliação com clínico geral, cardiologista e o próprio anestesista é o recomendado. Também há o ‘risco cirúrgico’, que é aquele relacionado à sedação. Por isso, é importante um ambiente preparado, com todos os equipamentos necessários para o procedimento e suas possíveis intercorrências. O que acaba resultando em custos maiores do que os tratamentos convencionais. 

As abordagens multidisciplinares com sedação para pacientes odontofóbicos surgem como mais uma ferramenta da Odontologia e já são realidade, sendo indicadas para situações específicas onde a qualidade de vida do paciente é limitada pelo medo. Por isso, um acompanhamento completo e humanizado é tão importante para tratar não só do problema de saúde bucal, como também de suas origens.

 



Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP)

www.crosp.org.br


Durante a primeira onda da pandemia de coronavírus, os idosos saíram de casa principalmente para praticar exercícios físicos

Na primavera de 2020, quando a primeira onda da pandemia de coronavírus atingiu a Finlândia, os idosos reduziram drasticamente suas atividades fora de casa. Durante o período de restrições governamentais, o exercício físico foi o motivo mais comum para sair de casa, concluiu um estudo recente da Faculdade de Ciências do Esporte e Saúde da Universidade de Jyväskylä.

"Este estudo mostra que o exercício físico era o motivo mais comum para sair de casa", acrescenta Portegijs. "Caso contrário, os participantes mais velhos tinham poucos motivos para ir, além das compras de supermercado durante a primeira primavera da pandemia."

Pesquisas anteriores mostraram que todas as atividades fora de casa são benéficas para a atividade física. Como as razões para sair de casa foram marcadamente limitadas durante a primeira primavera da pandemia, mais estudos são necessários para determinar os efeitos de longo prazo sobre a mobilidade e a manutenção da capacidade funcional.

"Esta pesquisa é única, embora tenha sido baseada nos dados de apenas 44 participantes", diz Portegijs. "Anteriormente, não sabíamos para onde os idosos se mudavam e por que razão. É possível estudar para onde as pessoas vão usando um questionário baseado em mapas. Este é um dos primeiros estudos utilizando esse tipo de questionário entre os idosos."

Como as medidas relacionadas ao coronavírus variaram significativamente entre os países, não é certo se esses resultados são generalizáveis para outros países. Na Finlândia, os toques de recolher não foram implementados e as restrições governamentais baseavam-se principalmente em recomendações, em vez de regulamentos impostos.

"À medida que as habilidades de uso de dispositivos digitais melhoram entre a população idosa, a relevância dos métodos de pesquisa baseados em mapas aumentará ainda mais", diz Portegijs.

 



Fonte: Erja Portegijs et al. Older adults' activity destinations before and during COVID-19 restrictions: From a variety of activities to mostly physical exercise close to home, Health & Place (2021). DOI: 10.1016/j.healthplace.2021.102533

 

Rubens De Fraga Júnior - professor da disciplina de gerontologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná. Médico especialista em geriatria e gerontologia.


Home office na pandemia: Desenvolva habilidade para resolver problemas em uma crise

Uma das habilidades que ganhou mais destaque no Relatório 'Futuro do Trabalho', veja as 5 dicas para simplificar o desenvolvimento dessa habilidade


Todos temos alguns problemas complexos para resolver em algum momento da vida, e essa habilidade de resolução de problemas já era um atributo notável em profissionais antes mesmo da pandemia. Hoje, após um ano vivendo uma crise, o que não falta são desafios, enquanto rotina, estabilidade e segurança passaram a ser realidade cada vez mais rara na rotina profissional. Rebeca Toyama, especialista em estratégia de carreira, comenta sobre a ‘Resolução de Problemas Complexos', uma habilidade que ganhou mais destaque no ranking de habilidades do relatório ‘Futuro do Trabalho’ do Fórum Econômico Mundial de 2021. A especialista traz ainda 5 dicas para descomplicar e desenvolver essa tão importante competência.

A pandemia de COVID-19 reforçou ainda mais a dimensão da competência em resolver problemas complexos, seja na esfera pública, privada ou pessoal. E quando não desenvolvida essa habilidade, as pessoas perante o problema geralmente expressam comportamentos como falta de coragem, soluções rápidas e não efetivas e até mesmo pode resultar na busca de um culpado ou acreditar que tudo está conspirando contra, tudo por não ter entendido a raiz do problema e pela influência das emoções.

Para a especialista em estratégia de carreira, a postura negativa que podemos desenvolver diante de um problema só acontece quando se ignora o conceito ‘lifelong learning’, o chamado aprendizado contínuo.

“Esse conceito nos mostra que a jornada de desenvolvimento nunca cessa, pois é por meio dela, que os profissionais conseguem preencher as lacunas para entender e resolver a complexidade de um problema. E para exemplificar melhor, precisamos entender que: o problema é formado por partes, e essa compreensão ajuda a dividir o problema em etapas menores e a mapear a solução. Além disso, é necessário ampliarmos a nossa compreensão sobre ele, e ainda compreender as causas e consequências, assim conseguiremos encontrar soluções mais efetivas e eficazes.”, explica Rebeca Toyama, especialista em estratégia de carreira.


 A estratégia

Fugir e negar um problema não é o melhor caminho, pois sempre vão surgir mais desafios e normalmente novos problemas poderão aparecer, afinal todos estão em constante aprendizado, mas o segredo está no caminho para passar por esses obstáculos.

Diante de qualquer situação, pare e analise o contexto, pois o melhor procedimento para se resolver um problema complexo é utilizar uma estratégia onde se consegue definir, estruturar, priorizar questões, sintetizar os resultados e trazer a solução do problema.

A especialista ainda traz uma reflexão sobre o modo como nos posicionamos perante os problemas, pois são esses problemas que nos fazem observar algo relevante que, provavelmente, não estava dando a devida atenção. “Experimente observar seus problemas, tenho certeza de que você também fará descobertas incríveis e grandes aprendizados sobre a vida nesses momentos, como eu já tive. ”, finaliza Rebeca Toyama.


E para simplificar a habilidade de Resolução de Problemas Complexos, confira as 5 dicas da especialista em estratégia de carreira, Rebeca Toyama.


1. Entenda como sua mente funciona, desenvolva um processo de raciocínio diagnóstico duplo, em que o sistema 1 (não analítico) interage com o sistema 2 (analítico);

2. Observe a influências de suas emoções, evitando diagnósticos rasos e soluções precipitadas que podem amplificar o problema;

3. Fique atento a sua postura perante o problema, evite bancar o herói, a vítima ou o justiceiro, isso apenas prolonga o problema;

4. Analise não apenas os impactos financeiro do problema ou da solução, custo emocional e a demanda de energia e tempo merecem ser consideradas;

5. Procure dar um significado positivo ao problema, por mais complexo e desconfortável que seja, você pode transformá-lo em aprendizado.

  



Rebeca Toyama - fundadora da ACI que integra competências e inteligências e transforma propósitos em carreiras e negócios. Especialista em estratégia de carreira e bem-estar financeiro. Possui formações em administração, marketing e tecnologia. Especialista e mestranda em psicologia. Atua há 20 anos como coach, mentora, palestrante, empreendedora e professora. Colaboradora do livro Tratado de psicologia transpessoal: perspectivas atuais em psicologia: Volume 2; Coaching Aceleração de Resultados e Coaching para Executivos. Integra o corpo docente da pós-graduação da ALUBRAT (Associação Luso-Brasileira de Transpessoal), da Universidade Fenabrave e do Instituto Filantropia.


Proprietários x Inquilinos - Quem é responsável por que?

Muitas dúvidas cercam essa relação, portanto é importante conhecer direitos e deveres de locatários e locadores, para garantir uma boa convivência no condomínio, especialmente porque a locação de apartamentos tem crescido sistematicamente no Brasil, principalmente em cidades grandes, onde as pessoas optam por esse tipo de imóvel pela praticidade e segurança.

Com o aumento de inquilinos nos condomínios, algumas dúvidas são levantadas com maior frequência, principalmente sobre as despesas relacionadas ao condomínio. Muitas vezes a relação de direitos e obrigações não ficam tão claras quanto deveriam. Por isso elencamos algumas das dúvidas mais frequentes sobre esse assunto, como por exemplo: Inquilino é um condômino? Antes de mais nada é importante esclarecer que apesar de ter direitos bem parecidos com os demais condôminos, o inquilino não é considerado condômino. Segundo o Código Civil, o termo só se aplica ao proprietário do imóvel.

Outra dúvida frequente é: Quais as despesas do condomínio são de responsabilidade do locador e quais são do locatário? Vamos tentar ser didáticos, as despesas ordinárias, como salário dos funcionários, consumo de água e luz, limpeza, conservação, manutenção, pintura, seguro condominial são de responsabilidade do inquilino.

As despesas extraordinárias, no entanto, como mudança na fachada do prédio, uma área gourmet, modernização das cabines do elevador, que são alguns exemplos de despesas extraordinárias ficam sob a responsabilidade do proprietário.

As chamadas melhorias uteis, como por exemplo a impermeabilização, que visa conservar e evitar a deterioração do bem, também deverá ser de responsabilidade do proprietário, enquanto que o locador/proprietário deve ser responsável por todas as despesas extraordinárias que ocorram no condomínio.

Outra dúvida muito frequente é se os inquilinos devem contribuir para reposição do fundo de reserva? E a resposta é sim, mas apenas se o fundo de reserva foi usado para pagamento de despesas ordinárias no período em que o inquilino já morava no prédio e em

casos de dúvidas, é sempre válido consultar a convenção do condomínio.

Com relação às reformas do imóvel, uma das principais obrigações de quem aluga o imóvel,ou seja, do proprietário é entregá-lo em boas condições, de modo que ele sirva ao uso que se destina. Qualquer problema que atrapalhe ou prejudique de alguma forma o inquilino, deve ser consertado antes de entregar o imóvel, sendo assim, a primeira despesa com reforma fica a cargo do proprietário. Ao entrar no apartamento, caso o inquilino perceba que tem infiltrações, vazamentos (ou qualquer defeito na estrutura), o locador deverá ser acionado para providenciar o conserto.

De outro lado, é dever e obrigação do inquilino conserva-lo, sendo o locatário responsável pelo pagamento de reformas e manutenções que envolvam o mau uso do local, ou incidentes que venham a ocorrer depois da entrega do imóvel.

Com relação às benfeitorias que valorizam o imóvel, se forem em áreas privadas , caso o inquilino queira fazer melhorias no interior do imóvel, como por exemplo: trocar os armários da cozinha, mudar as cores da parede, mudar o box ou as louças do banheiro etc, ele deverá assumir as despesas com as mudanças.

O locador, porém, deve ser informado, e tal mudança deve ser acordada entre ambas as partes. Qualquer mudança na estrutura sem previa autorização do proprietário, poderá ser desfeita, visto que o imóvel deve ser entregue como estava no início do contrato.

As melhorias nas áreas externas, no entanto, que sejam feitas por estética, como mudança na cor da fachada do prédio, construção de uma piscina, área gourmet etc., será de responsabilidade do proprietário.

E para finalizar, é importante lembrar que a relação legal sempre será entre condomínio e condômino (proprietário), portanto, todo documento de cobrança emitido para a unidade deverá estar em nome do proprietário, cabendo a ele cobrar do inquilino.

 



Jose R. Iampolsky - CEO da Paris condomínios, empresa criada em 1945 para administrar condomínios e alugueis. www.pariscondominios.com.br

 

Como iniciar uma carreira em TI?

O mercado de tecnologia está mais aquecido do que nunca. Ao mesmo tempo em que a demanda por profissionais do ramo vem aumentando cada vez mais por empresas de todo segmento – especialmente devido à transformação digital impulsionada pela pandemia – o interesse em ingressar nessa área vem se tornando altamente popular entre os jovens.

Segundo dados do Banco Mundial, a expectativa é de que até 2024 haja a criação de novas 420 mil vagas na área de Tecnologia da Informação. As perspectivas para esse setor são muito positivas, contudo, este mercado também vem enfrentando um contraste preocupante: uma dificuldade de contratação.

A alta competitividade do mundo corporativo impulsionada pela pandemia, gerou um aumento da rigorosidade da contratação de profissionais de TI cada vez mais qualificados e preparados para lidar com as constantes transformações e mudanças características desse mercado. Inclusive, isso vem acontecendo em organizações que não operam diretamente no setor de tecnologia, mas que necessitam desses profissionais para digitalizarem seus processos e atenderem as demandas de seus clientes de forma online.

As possibilidades de crescimento e destaque para quem trabalha nesse ramo são enormes – mas para isso, é necessário construir uma jornada assertiva desde o momento de ingresso na universidade. Existem muitos caminhos e escolhas a serem tomadas para se tornar um profissional de TI, e uma decisão errada pode impedi-lo de conquistar grandes oportunidades.

Para quem está começando a construir uma carreira em TI, o primeiro passo é definir a área de especialização desejada. Existem diversas possibilidades de atuação no mercado, cada uma com suas necessidades e exigências de conhecimentos e habilidades – portanto, escolha a que lhe chamar maior atenção e invista em se aprofundar.

Em todas elas, alguns conhecimentos que podem servir como base de aprendizado são: linguagem de programação (Python, JavaScript, PHP); design de experiência do usuário; HTML e CSS; Git, Unity e SQL; e protocolos de segurança virtual.

Com esse objetivo em mente, trace o caminho certo para conquistá-lo. Busque por cursos complementares específicos sobre o que deseja aprender, eles são ótimas fontes de especialização com propostas flexíveis e tão eficientes quanto as ementas universitárias.

Agora, não podemos falar sobre investir nos estudos sem incluir o aprendizado em línguas estrangeiras – principalmente o inglês. Boa parte das tecnologias e sistemas usados no dia a dia dos profissionais vêm do exterior, e portanto, são programados e escritos em outra língua. É impossível trabalhar nessa área sem ter esse conhecimento, então invista nele desde cedo.

Por fim, nunca deixe de praticar tudo o que aprender. O setor de tecnologia está em constante evolução e transformação, e ficar desatualizado frente a tantas mudanças não é uma opção.

Um profissional de TI deve ser um entusiasta nato, curioso e proativo. Essa área é uma mina de ouro para quem deseja de aventurar, com amplas oportunidades de crescimento especialmente nessa era de inclusão digital. Para aqueles que desejam iniciar uma carreira no setor, o planejamento e aprendizado constante são as grandes chaves para o sucesso.

 



Priscilla Mariano - diretora acadêmica na escola de tecnologia Skill Lab Brasil.

https://skilllabbrasil.com.br/


Transformação digital e gestão de dados: caminho sem volta para sobrevivência empresarial

O cenário atípico provocado pela pandemia da Covid-19 trouxe grandes desafios para as empresas em todo mundo e a transformação digital foi a principal. A adoção de tecnologias em todas as fases da cadeia de valor de negócios é a alternativa de sobrevivência para organizações de todos os portes e segmentos. E evolução da tecnologia no mundo corporativo é responsável pelo suporte de todo o planejamento e estratégia, que sustenta a eficiência, influencia positivamente na redução de custos, na efetividade de processos e na logística, além do aumento na performance e nos resultados. A necessidade do isolamento social refletiu na aceleração das mudanças e fez com que as empresas adotem novas medidas de migração e aperfeiçoamento de suas operações, como gestão, vendas, logística, atendimento e assistência técnica, para o mundo virtual.

E a evolução digital e do negócio passa, atualmente, pela aplicação correta da gestão de dados. A organização de dados tem sido fundamental para a estratégia e sobrevivência de muitas empresas. A partir de uma boa gestão dessas informações é que se consegue gerar insights para criar novas oportunidades de negócio e superar as dificuldades causadas pela pandemia.

Entretanto, muitas empresas ainda não fazem uma boa gestão dos dados de que dispõem, deixando de dar a devida atenção à sua qualidade e ao seu uso efetivo. É importante trata-los de forma adequada, com soluções inovadoras para sua validação e organização, e com isso tirar deles o melhor proveito. O acervo de dados certamente é um dos principais ativos que a companhia possui.

Estima-se que a pandemia adiantou em cinco anos a transformação digital e tornou a tecnologia uma peça fundamental para o futuro das companhias brasileiras e mundiais. E nesse contexto, aspectos como a segurança da informação e a qualidade dos dados precisam ser repensados e tornaram-se estratégias essenciais para o desenvolvimento da empresa.

Para dispor de informações completas e atualizadas, são essenciais iniciativas de gerenciamento de dados como, por exemplo, o MDM (Master Data Management), tarefa na qual as áreas de negócio e tecnologia trabalham juntas para garantir a uniformidade, a precisão e a consistência dos dados oficiais compartilhados na empresa.

E no meio do turbilhão provocado na pandemia, em meio a este processo de revolução digital, entrou em vigor a Lei Geral de Proteção de Dados - LGPD em agosto do ano passado. Vale frisar que a nova lei trouxe mudanças significativas na forma de funcionamento e operação sobre coleta, armazenamento, tratamento e compartilhamento de dados pessoais, impondo um padrão mais elevado de proteção e penalidades significativas para o não cumprimento da norma.

A nova legislação entende por dados pessoais a informação relacionada à pessoa e por tratamento de dados a operação realizada com dados pessoais, como as que se referem à coleta, classificação, utilização, acesso, reprodução, processamento, armazenamento, eliminação, controle da informação, etc. Assim, as empresas precisaram mergulhar de uma forma mais profunda na definição de normas e regras de conscientização do uso e coleta dos dados, além de implementar, necessariamente, ferramentas e processos para não infringir a nova lei e ficar exposto à sanções, como pagamento de multas.

O ano de 2021, sem dúvidas, será decisivo para os novos rumos da tecnologia e da gestão de dados no Brasil. A transformação é um caminho sem volta. E para promover a transformação digital, as empresas devem implementar novos processos e soluções tecnológicas adaptadas às demandas do negócio.




André França Cardoso - CEO da Assesso, provedora de software e consultoria para Gestão da Informação e Qualidade de Dados, que atende empresas como Natura, Gol, Santander e Sodexo.


A importância do tratamento homeopático em animais

A homeopatia veterinária é um tratamento terapêutico que atua nos problemas físicos e comportamentais. Sua atuação pode ser em caráter preventivo, curativo e melhora o desempenho animal, o que incrementa a produção. Nos animais de companhia, permite equilíbrio da saúde física e comportamental, promovendo indiretamente a saúde dos humanos que convivem com os pets.

Considerada uma terapêutica sem resíduos, o tratamento ajuda na garantia da qualidade dos alimentos, atendendo aos mais exigentes mercados que buscam produtos de origem animal sem resíduos e com respeito ao bem-estar. O procedimento não possui efeitos colaterais, resistência microbiana e age preservando o organismo do paciente e o meio-ambiente.  Atua também no equilíbrio orgânico, diminuindo o estresse em todas as suas dimensões (térmico, de manejo, nutricional e ambiental), resultando na promoção “limpa” da saúde animal. 

A homeopatia foi a primeira especialidade médico-veterinária a ser reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), em 2000; e os trabalhos de médicos-veterinários nesta área já são reconhecidos mundialmente. 

Em celebração ao Dia Mundial da Homeopatia, em 10 de abril pp, o CFMV entrevistou a médica-veterinária Mônica de Souza, ex-presidente da Associação Médico Veterinária Homeopática Brasileira (AMVHB).

 

1. Em quais áreas da Medicina Veterinária a homeopatia é aplicada?


Em todas: clínica, cirurgia de grandes e pequenos animais, produção animal, piscicultura, apicultura e no meio ambiente, na melhora da qualidade de carne e leite. É possível tratamento ambiental de animais silvestres em seu habitat, através da administração de homeopáticos em mananciais de água, conforme trabalho realizado na contenção da febre amarela silvestre em primatas, na cidade de São Paulo. Promove a cura, a melhora qualidade de vida em todos seus aspectos, alivia o que não pode ser curado, não há risco de intoxicação, não gera resíduos para o ambiente, é uma terapêutica 100% natural.

 

Como a homeopatia trabalha o animal como um todo, ela pode contribuir para a redução de doenças e melhorar a qualidade de vida. Quando a enfermidade não tem cura, a homeopatia trará diminuição dos sinais clínicos, permitindo que o animal se sinta melhor. A homeopatia não é capaz de curar o incurável, porque não é milagre e sim ciência médica. Porém, a sensação de bem-estar, está garantida, desde que o médico-veterinário acerte a medicação

 

2. Em quais tratamentos a homeopatia veterinária pode ser indicada?

 

Em todos os casos, salvo problemas que precisam ser resolvidos com intervenções cirúrgicas ou imobilizações, e nas doenças incuráveis. No entanto, a homeopatia é eficaz na prevenção e no controle de dor, inflamações, infecções secundárias e outras intercorrências pós-cirúrgicas.

 

Casos de sucesso são incontáveis. Na clínica de pets, o desvio comportamental de coprofagia, a eliminação de papilomatose oral, o tratamento de desvios de comportamento como a agressividade e o medo de ruídos altos são alguns dos tratamentos com sucesso. Mas a utilização da homeopatia na pecuária de corte que nos dá a real dimensão da especialidade, pois a ação ocorre em milhares de animais, através da administração na comida ou na água.  Isso demonstra que não há efeito placebo, porque os animais não sabem que estão sendo tratados. O controle de infestação de carrapatos em um rebanho de 26 mil cabeças de bovinos da raça Aberdeen Angus, o controle de desvios de comportamento em bois não castrados (sodomia ou bull steer syndome) em 11 mil bovinos em sistema de confinamento e a promoção de melhoria da cobertura de gordura de carcaça em animais magros são algumas das ações da homeopatia, com trabalhos científicos que comprovam essa ação.

 

3. Quais são os principais mitos da homeopatia?

 

“A homeopatia é lenta”

MITO – O medicamento homeopático respeita a velocidade orgânica. Começa a agir assim que entra em contato com o corpo e pode produzir efeitos visíveis em segundos ou levar semanas para demonstrar modificações externas, na dependência de cada caso clínico. Então, se o caso clínico é agudo, o animal reage muito, muito rápido. Se a questão é crônica ou comportamental, pode demorar um pouco mais. Existe também diferença entre as espécies. No caso dos animais silvestres, a resposta é muito rápida. Nas aves, cujo o metabolismo é rápido, as respostas à homeopatia são surpreendentemente rápidas. Em répteis, no qual o metabolismo é mais lento, a resposta é um pouco mais lenta. Os animais de produção e equinos também têm uma resposta muito rápida aos tratamentos.

 

“Há necessidade de dar medicação de hora em hora”

MITO – O número de tomadas vai variar de acordo com o problema. em casos crônicos, o animal tomará a medicação de forma mais espaçada, mas vai depender da conduta de cada profissional homeopata.

 

“A homeopatia não tem pesquisa”

MITO – Grande engano. Muitas vezes o indivíduo não procura nas bases corretas e com os termos corretos. Não basta buscar no Google. Há um trabalho científico que compara as décadas e a produção científica da homeopatia na pesquisa básica e o Brasil na última década do estudo foi o país que mais produziu material científico nessa área, seguido pela Índia, Alemanha e França.

 

“A homeopatia é placebo”

MITO – O pior cego é aquele que não quer ver. Os resultados da homeopatia são impressionantes. Trabalho há mais de 20 anos somente com homeopatia e consegui meus títulos de mestrado doutorado e pós-doutorado com pesquisas com homeopatia e todas publicadas. Mas pode-se falar também sobre os trabalhos em granjas, onde as galinhas não sabem o que tomam e têm a sua imunidade modulada pela homeopatia, como explicar? As plantas que recebem homeopatia e têm um crescimento mais significativo do que as plantas que não recebem, como explicar? Um animal com insuficiência renal crônica, que tem um período estimado de vida de no máximo um ano (na dependência da gravidade do quadro), e vive com qualidade de vida por mais cinco anos com os medicamentos homeopáticos, como explicar?  E finalizo falando sobre a importância de acertar a medicação, pois se o medicamento não for o bem indicado, não haverá resposta, pois, a medicação que está errada. Assim como muitas vezes um antibiótico não consegue exterminar uma bactéria e é necessário outro antibiótico, com a homeopatia, às vezes, não há resposta, pois a medicação está incorreta e precisa ser mudada.

 

AMVHB

 

A Associação Médico Veterinária Homeopática Brasileira (AMVHB) foi fundada em 1993 e congrega, aproximadamente, 200 médicos-veterinários. Oferece congressos bianuais, participação de seus associados pesquisadores em eventos nacionais e internacionais e qualifica e credencia cursos de pós-graduação nessa especialidade. Para saber mais sobre a AMVHB, acesse aqui o site.


Você está pronto para mais uma revolução industrial?

2020 impôs de uma vez por todas a importância do uso das tecnologias nos negócios, mas, principalmente, trouxe impactos irreversíveis para as pessoas. Digo isso, porque já era muito claro para as empresas que, em algum momento, seria preciso se apoiarem nas tecnologias para conseguirem se desenvolver e manter suas operações. E, o ano passado, só reforçou esse posicionamento. Mas, e para as pessoas como essa revolução digital tem transformado os postos de trabalho e feito os colaboradores repensarem seus espaços dentro das corporações?  

Não é de hoje que se aponta as mudanças contínuas nas posições empresárias. Ainda se especula muito como o ser humano irá competir com as máquinas e cargos que devem desaparecer ou aparecer nos próximos anos. Mas, será que a tecnologia é mesmo a vilã? 

Desde 2000, falamos da chamada Indústria 4.0 ou a 4ª Revolução Industrial, para quem ainda tem dúvidas sobre este termo, ele permite a integração das principais tecnologias como Inteligência Artificial, Machine LearningBig DataIoT e Computação em Nuvem, a fim de promover impactos disruptivos nas empresas como, por exemplo, maior autonomia para as operações, aumento de produtividade e redução de custos e desperdícios. 

Passados mais de 20 anos, a 4ª Revolução Industrial e as soluções evoluíram e se mostraram cada vez mais indispensáveis para as empresas. Além de abrir novas oportunidades para as companhias não só no âmbito corporativo, mas também para a cultura empresarial. Já sabemos que não é possível ter uma empresa digital com midset analógica. Ou seja, a Indústria 4.0 trouxe a possibilidade de trabalhos colaborativos com times mais integrados, adaptabilidade e flexibilidade organizacional, lideranças mais humanas e compartilhadas, além de uma melhor análise e gestão de dados. 

Esse cenário que citei, talvez não seja mais novidade, e por que ainda temos profissionais e empresas que insistem em continuar nos modelos tradicionais? Arrisco dizer que muitos ainda vivem o negacionismo e que não entenderam a importância da tecnologia para os negócios e relações.  

Por isso, a importância dessa transformação vir de forma hierárquica, e com líderes cada vez mais alinhados a cultura digital e ao RH. Desenvolver o engajamento das equipes, reforçar o papel de cada um, criar futuro, conectar os times, identificar novas oportunidades, construir um propósito transformador massivo e assumir riscos, são algumas das habilidades que os líderes precisam ter. Mas, e os colaboradores? Qual é o papel deles nesta nova era? Como a 4ª Revolução industrial impactou essas pessoas? E, principalmente, como eles devem estar se preparando? 

Se você ainda não está nesta transformação, aconselho a começar agora. Mas, deixo aqui alguns pontos para que leve em conta nesta jornada. Começo a dizer que aprender, aprender e aprender, continua como regra para os profissionais que querem sobreviver a essa revolução. Nunca o lifelong learning foi tão significativo quanto agora. As softs skills também continuam em alta nos próximos anos, cada vez mais será exigido dos profissionais o pensamento crítico, visão estratégia e de negócio e inteligência emocional, características que nunca poderão ser substituídas pelas máquinas. Desenvolver e aprimorar capacidades cognitivas, aprender mais sobre as novas tecnologias e como funcionam e acompanhar seu mercado e novas tendências, também nunca é demais. 

A Industria 4.0 já é uma realidade e está trazendo rupturas importantes para o mercado de trabalho, para as empresas e sociedade. Novas oportunidades estão surgindo e o papel do colaborador está ficando cada vez mais em evidencia e ganhando novos desafios e significados. Enfim, uma infinidade de novas possibilidade estão se abrindo e o que você está esperando para desbravar esses novos caminhos? 

 


Paulo Lira - gerente de produtos da HSM University


Pediatra faz alerta aos profissionais da saúde

"É necessário observar o comportamento da criança durante o atendimento como por exemplo, sensação de intimidação e choro incontrolável"


A notícia da morte brutal do menino Henry Borel, de quatro anos, na cidade do Rio de Janeiro, tem chamado a atenção da população na mídia desde o dia 08 de março, quando o menino foi encontrado desmaiado no quarto onde dormia e chegou morto ao hospital com diversas lesões graves pelo corpo. Uma tragédia com mais dois personagens investigados como suspeitos do crime: a mãe de Henry e o padrasto da criança. Estamos vivendo um momento muito delicado, especialmente durante a pandemia, quando muitas famílias estão em isolamento social e muitos se perguntam o porquê de tanta crueldade.  

Maus tratos é um problema de saúde pública, além de ser crime previsto no código penal e no Estatuto da Criança e do Adolescente. É obrigação das unidades de saúde, seja ela pública ou privada, atentar-se para os casos suspeitos de violência contra a criança. 

 “Por serem indivíduos praticamente indefesos, na maioria das vezes é muito difícil identificarmos os casos apenas através da história clínica, é necessário observar manchas suspeitas no corpo e o comportamento da criança durante o atendimento (normalmente inibição, pouca fala, sensação de intimidação, choro inconsolável)”, explica o Dr. Gabriel Farias da Cruz, gerente da unidade de terapia intensiva pediátrica do Hospital Icaraí e membro titular da Sociedade Brasileira de Pediatria. 

O médico ressalta ainda que um grande percentual dos casos não chega às unidades de saúde ou quando chegam são omitidos, já que na maioria das vezes esses atos são cometidos por pessoas da própria família.  

“Os últimos acontecimentos tomaram uma proporção grande, por haver envolvimento de pessoas públicas, porém o desfecho foi o pior possível (em relação ao caso Henry), mas muitas outras crianças podem estar precisando de socorro urgente. Devemos proteger sempre as nossas crianças”, alerta o médico.

 

O caso

 

O caso refere-se ao assassinato do menino brasileiro Henry Borel Medeiros, de quatro anos, ocorrido no dia 8 de março de 2021, na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro. O menino foi assassinado no apartamento onde morava a mãe Monique Medeiros e o padrasto, o médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior, mais conhecido como Dr. Jairinho (sem partido) filho do ex-deputado estadual Coronel Jairo.

A polícia começou a investigar o caso afim de saber se Henry morreu por acidente ou se ele foi vítima de violência, já que o laudo do IML apontou lesões graves no corpo da criança. Os peritos acreditam na hipótese de agressão, já que ele sofreu hemorragia interna e laceração hepática provocada por ação contundente. No final de março, 12 pessoas já tinham sido ouvidas como testemunhas, incluindo as três médicas pediatras que o atenderam no hospital. Elas afirmaram que o menino já chegou morto ao local. 

O casal foi preso no dia 08 de abril, suspeito de atrapalhar as investigações e de ameaçar testemunhas para combinar versões, além de ter sido constatado pelos investigadores que Henry foi assassinado com emprego de tortura e sem chance de defesa da vítima.

 

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