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terça-feira, 17 de maio de 2022

ENXAQUECA CRÔNICA: UMA DAS DOENÇAS MAIS INCAPACITANTES DO MUNDO

·         No mês de Conscientização da Cefaleia, atenção para a dor de cabeça, que compromete a qualidade de vida dos pacientes, trazendo impactos significativos à economia.

·         Ansiedade, stress, depressão, rotina inadequada de sono são algumas condições que podem disparar crises de enxaqueca, que pode perdurar por até 72 horas

 

É difícil encontrar alguém que nunca teve uma dor de cabeça incomoda. Quando os episódios duram por mais de 15 dias, pode se tratar de enxaqueca crônica, a segunda maior causa de incapacidade entre todas as doenças, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS)1. Para chamar a atenção da população para os cuidados com a doença, foi criado o Dia Nacional de Conscientização da Cefaleia, em 19 de maio.

No Brasil, a prevalência da enxaqueca crônica está em torno de 5% da população2, com predomínio entre as mulheres3. Muitas vezes, as dores intensas limitam os pacientes a realizarem suas atividades diárias, comprometendo a qualidade de vida e aumentando a procura pelos recursos de saúde ­– consultas, exames, atendimento emergencial e internações hospitalares -, trazendo um impacto significativo inclusive à economia4.

O estresse está entre os fatores que podem desencadear as crises de enxaqueca. Outras causas importantes são a insônia, o jejum prolongado, a pouca ingestão de água, o sedentarismo e o consumo em excesso de cafeína e bebidas alcoólicas. "Como muitos dos gatilhos das crises de enxaqueca também estão relacionados aos hábitos de vida, manter uma rotina de alimentação e atividades físicas equilibradas favorece a qualidade de vida de quem sofre com a doença", explica Doutora Thaís Villa, médica neurologista e neuropediatra.

A enxaqueca também tem relação direta com aumento de risco cardiovascular e associada a comorbidades como depressão, ansiedade, dor crônica, e sintomas alérgicos5.


Tratamento e controle da doença - Embora a enxaqueca crônica não tenha cura, é possível controlá-la, espaçando a ocorrência de crises e amenizando a intensidade dos sintomas. Para isso, o paciente precisa procurar um neurologista. "Hoje existem medicamentos injetáveis, administrados em pontos nas regiões frontal, occipital (posterior da cabeça), temporal e posterior do pescoço, que relaxam a musculatura. Desta forma, impede que os neurotransmissores levem os sinais de dor até o músculo, reduzindo a percepção pelo sistema central", esclarece Dra. Thais. "Além disso, quando o assunto é enxaqueca, é importante alertar para o uso indiscriminado de analgésicos em médio e longo prazo, que pode gerar um efeito rebote. Muitos pacientes de enxaqueca crônica trocam os tratamentos prescritos por médicos por medicamentos de fácil acesso – mas esses medicamentos, em excesso, também podem disparar episódios de enxaqueca", alerta a neurologista.

 

Referências

  • Natoli JL, Manack A, Dean B, Butler Q, Turkel CC, Stovner L, et al. Global prevalence of chronic migraine: a systematic review. Cephalalgia. 2010;30(5):599–609;
  • Queiroz LP, Peres MF, Piovesan EJ, et al. A nationwide population-based study of migraine in Brazil. Cephalalgia. 2009;29(6):642-649. doi:10.1111/j.1468-2982.2008.01782.x
  • Bigal ME, Lipton RB. The epidemiology, burden, and comorbidities of migraine. Neurol Clin. 2009 May;27(2):321-34
  • Steiner TJ, Stovner LJ, Vos T, Jensen R, Katsarava Z. Migraine is first cause of disability in under 50s: will health politicians now take notice?. J Headache Pain. 2018;19(1):17. Published 2018 Feb 21. doi:10.1186/s10194-018-0846-2;
  • Carod Artal FJ. Tackling chronic migraine: current perspectives. J Pain Res. 2014 Apr 8;7:185-94; Krymchantowski AV, Moreira Filho PF. [Update on migraine prophylactic treatment].

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5% das mulheres deixam de ser mãe por conta do vaginismo

Cerca de 18% das mulheres sentem dor durante a relação sexual e, dentro desse número, cerca de 5% são sexualmente ativas e sente dor por causa do vaginismo. Essa condição impede muitas mulheres de serem mães, porque uma mulher com vaginismo não consegue ter uma relação sexual que a deixe grávida.

 

Embora a maioria dos casos de vaginismo possa ser curada, a condição é dolorosa e perturbadora e faz com que muitas mulheres abandonem o sexo para sempre. O vaginismo é erroneamente entendido como sexo doloroso - na verdade, é onde alguns ou todos os tipos de penetração vaginal são impossíveis. 

A condição é a reação automática do corpo ao medo da penetração e, quando tentada, os músculos vaginais se contraem por conta própria. “É claro que isso não exclui todos os tipos de contato sexual, mas torna a relação sexual impossível até que a condição seja totalmente tratada”, explica a fisioterapeuta pélvica, Débora Pádua de SP, especialista neste tipo de disfunção, que alerta: “Temos muitas pacientes que têm filhos. A probabilidade é muito menor, mas ela pode sim engravidar”. 

Porém, vale lembrar que a grande questão vem depois: realizar os exames ginecológicos. “Esse é o problema de muitas das nossas pacientes, pois precisam encontrar um obstetra que entendam suas condições, sejam mais gentis e humanos, para compreender que não é possível realizar alguns exames ou tratamentos necessários”, avisa a especialista. 

Ou seja, é muito importante buscar tratamento antes de engravidar! “Engravidar curada do vaginismo evita desconfortos e problemas durante e após a gestação”, comenta Débora. 

As mulheres são propensas a se preocupar com seus “relógios biológicos”, e o vaginismo é outra coisa que aumenta o estresse neste sentido. “Seja solteira ou não, buscar o tratamento para o vaginismo é sinônimo de uma vida mais livre para realizar o sonho da gestação já que o vaginismo tem cura e é através da fisioterapia pélvica que tornamos possível se livrar dessa dor tão incômoda”, finaliza a fisioterapeuta.

 

Débora Padua - educadora e fisioterapeuta sexual. Graduada pela Universidade de Franca (SP) durante 5 anos fez parte do corpo clínico da Clínica Dr. José Bento de Souza e foi responsável pelo setor de Uroginecológia do Centro Avançado em Urologia de Ribeirão Preto (SP). Atualmente atende em sua clínica na capital paulista especializada no tratamento de vaginismo. Telefone: (11) 3253-6319.


Saiba o que é psicofobia e conheça os prejuízos que pode causar

Crédito: canva


Preconceito contra quem sofre de algum transtorno psiquiátrico gera um estigma nesse pacientes e pode afastar pessoas em sofrimento de procurar ajuda especializada; embora maioria não saiba, psicofobia já é considerada crime

 

Aproximadamente 1 bilhão de pessoas vivem com algum transtorno mental, de acordo com informações da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). É um número alto, mas que pode ser ainda maior se consideradas as subnotificações de pacientes devido ao preconceito da sociedade-- e das famílias - em assumir o transtorno e procurar ajuda especializada. 

Esse preconceito contra quem sofre de algum transtorno psiquiátrico já tem nome: psicofobia, que é inclusive considerada crime.

Em 2018, o PLS 74/2014, que tipificava a discriminação como crime chegou a ser aprovada pela Comissão de Direitos Humanos do Senado mas foi arquivado. No entanto, há outros artigos do Código Penal que tratam a psicofobia como crime.

De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria, entre as dez maiores causas de afastamento do trabalho em todo o mundo, cinco são transtornos mentais, como depressão e ansiedade. No entanto, o preconceito e a falta de informação dificultam o diagnóstico, pois as pessoas evitam procurar tratamento por temerem o estigma em torno da doença mental. 

“Infelizmente, até hoje o adoecimento mental ainda é encarado por muitos como ‘loucura’, o que é totalmente equivocado”, avalia o médico psiquiatra e diretor da SIG Residência Terapêutica, Ariel Lipman. Ele acrescenta que não é incomum que o preconceito aconteça dentro da própria família do paciente, ou entre aqueles que convivem com a pessoa afetada de forma mais próxima. 

“O preconceito é antes de tudo social, e acontece inclusive entre familiares, amigos próximos, vizinhos, colegas de trabalho. Isso é muito ruim e precisa ser combatido por meio da conscientização da população sobre a importância de não ‘sofrer calado’ e de procurar ajuda ao notar sinais de transtorno mental em si mesmo ou em alguém próximo. Esse é o primeiro passo em prol da saúde mental”, diz Lipman. 

O psiquiatra explica que o preconceito pode acontecer de várias formas, desde uma situação mais explícita- como, por exemplo, a dificuldade que pessoas com transtornos psiquiátricos têm para conseguir um emprego, sendo eliminadas do processo seletivo pelo RH da empresa ao informarem sobre o transtorno mental, mesmo que controlado, até atitudes mais sutis. “Pessoas próximas podem acabar se afastando da pessoa, o que é uma forma velada de preconceito. Esse tipo de situação por agravar o quadro, pois o paciente percebe a rejeição por parte de pessoas que estima, como também as negativas por parte do mercado de trabalho”.

 

Combate ao preconceito 

Em 2014, o Senado aprovou também a criação do “Dia Nacional de Enfrentamento à Psicofobia”, que estabelece o dia 12 de abril como a data oficial para combater o preconceito contra quem possui alguma doença ou transtorno mental. Para Lipman, esse tipo de iniciativa é bem-vinda, mas cabe à sociedade como um todo agir para que esse tipo de preconceito diminua gradativamente, até, quem sabe, ser extinto. 

“O tema está cada vez mais em discussão na mídia e no Estado, e não é à toa que as empresas têm se preocupado com a saúde mental da população e colaboradores. Hoje há companhias que dão incentivos para que os funcionários cuidem da saúde mental - tais como custear parte do valor de sessões de psicoterapia para os colaboradores, ou conceder “day off” para cuidados com a saúde mental, isso tudo pensando de maneira preventiva. São iniciativas positivas, mas é preciso fazer mais, principalmente em relação à conscientização”, avalia ele. 

Para Lipman, o cenário de hoje é significativamente melhor do que já foi há algumas décadas, por exemplo. “Estamos no caminho, mas o percurso ainda é longo. Cabe a nós, profissionais da área de saúde mental, e a todos os setores da sociedade, como um todo, continuar trabalhando em prol do combate à psicofobia”, finaliza ele.

 

Ansiedade compromete a qualidade do sono?

Foto por jcomp - freepik
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 9,3% da população brasileira é diagnosticada com transtornos de ansiedade


No primeiro ano de pandemia, a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou em 25%, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), e isso impactou diretamente como as pessoas enxergam e cuidam da saúde. Mas ainda se fala muito mais sobre alimentação e exercícios físicos, que representam 40,6% e 34,4% do mercado wellness respectivamente, do que saúde mental e assuntos relacionados ao sono, que compõe a terceira fatia (24,9%) do bem-estar. De acordo com a pesquisa Acorda, Brasil!, realizada no final de 2020 com 2 mil pessoas nas cinco regiões geográficas do país, 57% dos respondentes estavam dormindo menos ou pior depois da pandemia. 

Segundo a especialista em sono, Roberta Martins, Gerente de Conteúdo do Persono, unidade de negócios do grupo Coteminas, a resposta para a pergunta se a ansiedade compromete a qualidade do sono, é sim! Quem sofre com esta doença, não apenas tem mais dificuldade em pegar no sono, como também atingir estágios mais profundos nele. “A insônia é um dos sintomas mais comuns de quadros de ansiedade. Pessoas ansiosas tendem a ter mais problemas relacionados ao sono, e o descanso de baixa qualidade também pode levar ao agravamento de sintomas de ansiedade no dia seguinte, ou seja, é um ciclo. A longo prazo, uma noite mal dormida pode ser igualmente prejudicial para a saúde como má alimentação e falta de exercícios físicos”, esclarece Martins.

 

Mas o que é possível fazer para dormir melhor e, por consequência, cuidar da sua saúde mental?

A especialista em sono explica que mudar pequenos hábitos no dia a dia pode transformar o seu sono. Veja abaixo algumas dicas.

 

Crie a sua Higiene do Sono, que nada mais é do que elaborar rotinas e técnicas a serem aplicadas antes de dormir visando alcançar um sono mais saudável. A higiene do sono pode contemplar, por exemplo, a leitura de um livro a meia-luz, tomar um chá, ligar um aromatizador calmante e/ou fazer o skincare. Essa rotina vai “ensinar” o cérebro quando é hora de dormir.

 

Pratique exercícios físicos, eles são fundamentais para dormir bem. Apenas evite exercícios de maior intensidade como cardio e musculação perto da hora de ir para a cama. Isso aquece o corpo e atrapalha o início do sono.

 

Alimente-se leve à noite, pois alimentos muito condimentados ou gordurosos provocam uma digestão mais lenta e podem fazer você dormir mal. Evite também comidas açucaradas e com cafeína no período noturno, elas são fontes de energia e não deixam o corpo desligar.

 

Relaxe! O estresse atrapalha o sono. Técnicas de meditação, de relaxamento e respiração antes de dormir são um caminho que merece ser testado.

 

Procure ajuda. Não desista caso os tópicos anteriores não resolvam o seu problema do sono. Converse com o seu médico de confiança sobre o assunto ou procure um médico do sono.


Persono - unidade de negócios do grupo Coteminas


Medicina suplementar: Banco de leite do Hospital Anchieta completa 17 anos no mês das mães

Crédito: Hospital Anchieta
Pediatra aponta a importância das doações de leite humano e explica como lactantes podem doar, mesmo sem sair de casa


No mesmo mês do dia das mães, também é celebrado o Dia Internacional de Doação de Leite Humano (19/05), como forma de celebrar as mais diversas formas de amor materno e as diversas “mães” que existem espalhadas pelo mundo. Uma coisa que representa a maternidade, principalmente no seu início, é a amamentação, mas muitas mães passam por desafios nesse processo e necessitam de uma rede de apoio profissional. 

O Hospital Anchieta de Brasília inaugurou o seu próprio Banco de Leite Humano em 1995 e faz parte da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (RBBLH) desde a sua criação. É um representante ativo na medicina suplementar do Distrito Federal e funciona como Centro de Lactação, presta atendimento a mães de prematuros que estão internados em unidades neonatais, apoia as nutrizes que apresentam dúvidas ou dificuldades na amamentação, além de coletar, processar, armazenar e distribuir leite humano a bebês prematuros e de baixo peso, explica a pediatra / neonatologista e responsável técnica pelo Banco de Leite do Hospital Anchieta, Dra. Mariana Palhares Temer.
 

Falando em doação de leite humano. Quem pode doar? 

Toda mulher que amamenta é uma possível doadora de leite humano. Basta ser saudável e não tomar medicamentos que interfiram na amamentação. A pediatra aproveita o momento e faz um apelo às mães que estejam amamentando, no sentido de que contribuam para aumentar os estoques do Banco de Leite Humano: “Qualquer quantidade de leite humano doado pode ajudar os bebês internados, esse gesto pode salvar a vida de várias crianças”, enfatiza Dra. Mariana.
 

Baixa no estoque 

A pediatra ressalta que o estoque de leite humano está baixo por conta da diminuição das doações, podendo estar relacionada ao aumento das síndromes gripais no início do ano. “Em fevereiro registramos o menor estoque que já tivemos, por isso, mais do que nunca devemos sensibilizar as pessoas e reforçar a importância da doação e o impacto que esse gesto pode causar”, finaliza Mariana. 

É importante frisar que o atendimento no Banco de Leite do Hospital Anchieta de Brasília é individualizado, humanizado e composto por uma equipe multidisciplinar, com pediatra, fonoaudiólogo, técnicos em enfermagem, enfermeiro e nutricionista. O hospital segue as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Pediatria.  

A mãe doadora pode fazer o cadastro diretamente no BLH do Hospital Anchieta através do telefone (61) 3353 - 9136.


ENTENDENDO A DEPRESSÃO

O QUE É E QUAIS SÃO AS CAUSAS?


Estudos conduzidos em famílias com irmãos gêmeos ou pessoas adotadas concluíram que a genética tem bastante peso sobre a doença. Em geral, ocorre depressão quando os níveis de determinados neurotransmissores (como a serotonina, a dopamina e a noradrenalina) estão em níveis inadequados. Além disso, alguns eventos estressantes, como a morte de uma pessoa próxima, podem desencadear a doença em quem já tiver uma predisposição.

Além do estresse e da genética, outros fatores de risco incluem: problemas hormonais, abuso de álcool ou outras drogas, traumas psicológicos, conflitos de relacionamento, problemas financeiros, desemprego, crises familiares, entre outros.


QUAIS SÃO OS SINTOMAS PSICOLÓGICOS DA DEPRESSÃO?

Muito mais do que uma simples tristeza, a depressão é caracterizada por uma desmotivação profunda, em que a pessoa tem dificuldade em encontrar um sentido para as suas ações. Não são raros os casos de pessoas que têm dificuldade de sair da cama, trabalhar, sair de casa, estudar, enfim, concentrar-se nas suas atividades.

Sair com amigos ou fazer aquelas atividades que antes eram prazerosas agora já não oferecem graça nenhuma. Pensamento lento, falta de energia, problemas de concentração e memória e desânimo também são sintomas constantes. Em alguns casos, podem surgir sensações de culpa, uma visão exclusivamente negativa sobre a vida e pensamentos suicidas.


QUAIS SÃO OS SINTOMAS FÍSICOS DA DEPRESSÃO?

Pessoas deprimidas relatam fraqueza e cansaço, mesmo sem grandes esforços, uma sensação de que o corpo está pesado e sem energia. Além disso, as alterações nos neurotransmissores também podem causar insônia ou sonolência excessiva. O mesmo acontece com o apetite, que pode aparecer exagerado ou bastante reduzido.

Uma sensação geral de mal-estar pode vir acompanhada de problemas digestivos, suor excessivo, coração acelerado e cansaço. A falta de desejo sexual também é bastante frequente entre pessoas com depressão.


QUANDO PROCURAR AJUDA?

Todos nós temos dias ruins ou fases ruins da vida. Especialmente quando elas têm causas definidas, precisamos entender que a tristeza é algo natural. Se falhamos em algum projeto, se perdemos um ente querido ou se fomos demitidos, é natural que uma sensação negativa nos domine.

Os quadros depressivos, porém, não se resumem à tristeza, mas incluem uma total falta de esperançade que as coisas possam melhorar. É uma grande falta de vontade de fazer qualquer coisa, que se prolonga por dias, até semanas, sem sinal de melhora. Além disso, nem sempre há um evento específico que desencadeia a depressão.

É neste segundo cenário que você deve se preocupar em procurar ajuda. O lado bom é que, com psicólogos e psiquiatras, a depressão tem cura, e o indivíduo pode voltar plenamente a viver como antes. Portanto, tanto por meio de medicamentos prescritos como de práticas terapêuticas, não hesite em pedir ajuda!


ENTENDENDO O TRANSTORNO DE ANSIEDADE


POR QUE SENTIMOS ANSIEDADE? EXISTE ALGUM LADO POSITIVO NELA?

A resposta é: sim. Ela tem um lado bom e importantíssimo, por sinal. A ansiedade é uma antecipação mental de possíveis situações problemáticas e de sofrimento físico ou emocional. Ela é importante para que todos nós, ao antecipar essa possibilidade, sejamos capazes de fazer o que for preciso para evitá-la. Resumindo, sentimos ansiedade para nos prepararmos para os desafios da vida.

Aliás, a ansiedade tem uma importante função evolutiva. Se não fosse por ela, o homem primitivo não sairia do lugar, não procuraria alimentos por meio da caça e da pesca, não teria descoberto o fogo, não teria desenvolvido a agricultura e, você, Homo sapiens do século XXI, não estaria lendo este texto agora. Aliás, sem o sistema de “luta ou fuga”, a nossa espécie provavelmente teria sido dizimada por algum animal de grande porte.


EXISTE UM NÍVEL SAUDÁVEL DE ANSIEDADE?

Como é possível perceber, a ansiedade não apareceu nas nossas vidas sem motivo. Na vida contemporânea, ela também é essencial. Sem essa preocupação com o futuro, você não procuraria trabalho, não compraria comida, nem casa, nem carro, nem qualquer coisa necessária para viver com o mínimo de qualidade e tranquilidade.

Sem ansiedade, os adolescentes não se preparariam para as provas, e os adultos não pagariam as suas contas, ou seja, ninguém sairia do lugar. Na verdade, a total ausência de ansiedade é também um problema grave, pois demonstra que o indivíduo pode estar com um quadro profundo de depressão, desmotivado e sem qualquer interesse pela vida, o que também exige tratamento imediato.


QUANDO A ANSIEDADE EXTRAPOLA OS NÍVEIS SAUDÁVEIS E SE TORNA UM TRANSTORNO?

Podemos concluir que a ansiedade é fundamental para a nossa existência, desde que ela se apresente em níveis adequados. O excesso desse sentimento também é prejudicial.

Quando a ansiedade começa a ser desproporcional aos acontecimentos e a causar muito sofrimento psicológico, ou mesmo físico, ela também está “descalibrada”. Nesses casos, a ansiedade pode configurar um verdadeiro transtorno, caracterizado por sintomas como: preocupação excessiva, cansaço frequente, inquietação, irritabilidade, tensão muscular, problemas de concentração e noites mal dormidas.

Outros sintomas físicos podem incluir: alterações gastrintestinais, suor excessivo, dores de cabeça, taquicardia, palpitação, respiração ofegante e elevação da pressão arterial. Obviamente, esse tipo de ansiedade é patológico e precisa de um tratamento imediato, geralmente com acompanhamento psiquiátrico e psicológico.

Portanto, nós precisamos, sim, de ansiedade, mas em níveis funcionais. Isso significa que a ansiedade precisa existir para nos motivar a fazer o que é preciso, principalmente para nos prepararmos para os momentos difíceis, como uma prova ou uma apresentação no trabalho, por exemplo.

Ela é prejudicial se estiver tanto em níveis muito baixos quanto em níveis muito altos. A ansiedade saudável é aquela que nos leva à ação e a uma rotina de produtividade para alcançarmos os nossos objetivos. Se essa energia está em falta, ou se ela está se apresentando de forma excessiva, de um jeito ou de outro ficamos paralisados.

Portanto, agradeça diariamente pela sua ansiedade, pois ela o trouxe até aqui. Apenas não permita que ela apareça mais do que o necessário, a ponto de prejudicar a sua vida pessoal, profissional e social. Cuide-se e procure ajuda quando for necessário!


POR QUE AS DUAS DOENÇAS SÃO TÃO CONFUNDIDAS?

Nos consultórios psiquiátricos, nem sempre a pessoa chega sabendo aquilo que tem. Os sintomas podem ser confundidos, de modo que apenas o psiquiatra, entrevistando o paciente e compreendendo a sua vida, pode estabelecer um diagnóstico. Basicamente, os transtornos ansiosos e a depressão mexem com os mesmos neurotransmissores e podem ser tratados com medicações semelhantes, mas são doenças distintas.

A depressão é marcada pela perda do prazer e da capacidade de ver sentido na vida, caracterizando-se pela desmotivação, pelo pessimismo e pela falta de vontade de fazer qualquer coisa no presente. Os transtornos ansiosos, por sua vez, correspondem a um medo excessivo de tudo o que pode dar errado no futuro, pois a mente está sempre acelerada e preocupada, desencadeando os sintomas físicos e psicológicos citados acima.

As duas doenças têm alguns sintomas em comum e até mesmo podem ocorrer simultaneamente. Entretanto, apenas os médicos e os psicólogos podem fazer o diagnóstico de cada paciente, com base no seu relato e nos sintomas vivenciados. A boa notícia é que as duas condições têm cura, por meio da psicoterapia e do uso de medicamentos, quando for necessário. Por isso, em caso de suspeita, não hesite em procurar ajuda especializada!

 


José Roberto Marques - referência em Desenvolvimento Humano. Dedicou mais de 30 anos a fim de um propósito, o de fazer com que o ser humano seja capaz de atingir o seu Potencial Infinito! Para isso ele fundou o IBC, Instituto que é reconhecido internacionalmente. Professor convidado pela Universidade de Ohio e Palestrante da Brazil Conference, na Universidade de Harvard, JRM é responsável pela formação de mais de 50 mil Coaches através do PSC - Professional And Self Coaching, cujo métodos são comprovados cientificamente através de estudo publicado pela UERJ, onde na média de 46,5 % após 6 meses sua metodologia exclusiva diminuíram o escores de ansiedade, stress e depressão (https://lp2.ibccoaching.com.br/avalicao-de-impacto-psc/ ). A pesquisa também indicou um aumento expressivo nos escores de felicidade, otimismo e autoeficácia. Esses dados científicos são inéditos no mercado de autoconhecimento. Além disso, é autor de mais de 61 livros publicados.

 

Saiba o Que é Ginecomastia. Condição Que Afeta a Mama Dos Homens.

Ginecomastia é uma condição que afeta os homens provocando o aumento descontrolado das mamas. Existem alguns tipos de ginecomastia que variam de acordo com o tipo e as características do tecido mamário em excesso. 

Numerosos mecanismos fisiopatológicos estão envolvidos na gênese da ginecomastia, todos levando a um aumento líquido da relação estrogênio/andrógeno no tecido-alvo (mama). A ginecomastia puberal requer estudo especial, pois 50-75% dos homens nesta fase do desenvolvimento apresentam aumento do tecido mamário.

Ginecomastia é hipertrofia das glândulas mamárias em homens. Costuma aparecer na adolescência, entre 10 e 16 anos, devido às grandes alterações hormonais nessa fase da vida. Geralmente as mamas voltam ao tamanho normal, mas, em 5% dos casos continuam na vida adulta. A ginecomastia pode ser uni ou bilateral e variar bastante o tamanho. As causas para ginecomastia são muitas: desbalanço hormonal, uso de alguns medicamentos, doenças da tireoide ou hipófise, entre outras. Em alguns casos, não há excesso de glândula mamária, mas somente excesso de gordura ou de pele, como em pacientes após cirurgia bariátrica ou grandes emagrecimentos. A correção com cirurgia é simples: 

- lipoaspiração: quando há somente excesso de gordura na região.

- retirada da glândula mamária: quando a glândula é pequena, sem excesso de gordura. Feita por uma incisão pequena no mamilo.

- retirada da glândula + lipoaspiração: para os casos de pacientes com glândula mamária e excesso de gordura nessa região.

- retirada de pele: nos casos de mamas grandes, pendulares ou alguns casos de pacientes após cirurgia bariátrica.
 

Quais são as causas da ginecomastia?

De acordo com o cirurgião plástico Dr. Hugo Sabath, da Clínica Sabath, as causas da ginecomastia estão relacionadas ao desenvolvimento anormal das glândulas mamárias nos homens por conta de um desequilíbrio hormonal, podendo atingir somente um dos seios ou os dois. Existem alguns fatores que podem contribuir para a produção anormal de hormônios no corpo, dentre eles: 

• obesidade;

• insuficiência renal;

• efeito colateral do uso de anabolizantes;

• infecções nos testículos;

• efeito colateral de alguns medicamentos. 


A ginecomastia pode ser glandular (somente excesso de glândula mamária), gordurosa (apenas com excesso de gordura) ou mista (além de gordura, há também tecido glandular em excesso).


“Na maioria das vezes, inicia-se a cirurgia realizando uma lipoaspiração nas mamas e em seguida é realizada a retirada do excesso de glândula. O paciente terá o resultado definitivo em apenas 3 meses.” esclarece o cirurgião plástico da Clínica Sabath.



Quais são os sintomas da ginecomastia?

“Os sintomas da ginecomastia podem aparecer em forma de desconforto social por conta do tamanho alterado de uma ou das duas mamas. Em relação aos problemas físicos, pode haver dor na região e a aréola pode ficar maior e mais escura.” explica Hugo Sabath
 

Ginecomastia tem cura?

Ginecomastia tem cura. O tratamento para ginecomastia deve ser orientado por um especialista experiente. Em geral, casos mais leves são resolvidos com medicamentos e mudanças de hábitos. Casos mais graves precisam ser resolvidos com cirurgia para retirar o excesso de mama.
 

Pós-operatório.

“Na primeira semana após a cirurgia é necessário realizar sessões de drenagem linfática, para reduzir o inchaço e remodelar as cicatrizes, evitando retrações e fibroses.” Finaliza o Dr. Hugo Sabath.
 


Hugo Sabath - Graduação em Medicina - Universidade Católica Boliviana -- UCB - Bolívia -- Residência - Especialização em Cirurgia Geral - Hospital Universitário Japonês – Bolívia. Graduação em Medicina. Universidade Federal do Rio Grande do Norte, UFRN, Brasil.  Orientador: UFRN -UFPB. - Residência - Cirurgia Geral - Hospital Stella Maris – Brasil. Residência - Cirurgia Plástica - Faculdade Medicina do ABC Hospital Santa Catarina
Reconstrução mamária com experiência na área de medicina , ênfase em Cirurgia Geral e Cirurgia Plástica. -- AC Camargo. Membro Titular da Sociedade Boliviana


Atendimentos em telepsiquiatria aumentam 12% em 4 meses e queixas por Burnout ganham destaque

A síndrome, reconhecida pela OMS como doença, está diretamente ligada ao estresse crônico no trabalho e apresenta impactos significativos na saúde integral dos indivíduos 

 

Que a dicotomia entre as mudanças provocadas pela pandemia e o modelo de trabalho poderiam gerar impactos na saúde ocupacional, já não era dúvida. Basta um breve acompanhamento das equipes para identificar que sintomas de exaustão e perda de eficácia não resultavam somente no efeito do trabalho remoto. Mais do que isso: é a Síndrome de Burnout se revelando aos poucos. Fato que pode ser comprovado pelos dados reunidos por Conexa, maior player de saúde digital da América Latina. Afinal, de novembro de 2021 a março de 2022, ocorreu um aumento de 12% nas consultas de telepsiquiatria com registros de quadros relacionados à doença.  As teleconsultas psicológicas também tiveram um boom em março, chegando a 120 mil atendimentos, contra apenas 5 mil no mesmo mês em 2020.

“Diferentemente do início da pandemia de Covid-19, hoje as empresas já conseguem analisar como está a saúde de seus colaboradores de uma forma mais ampla. Afinal, além dos mecanismos, como a telemedicina e a telepsicologia, há programas de bem-estar que oferecem uma nossa visão à liderança, a qual deixa de ser pautada no controle e passa a acolher e humanizar profissionais em quadro de estresse crônico”, destaca a psicóloga Luciene Bandeira, diretora de saúde mental de Conexa e responsável técnica por Psicologia Viva.


Visão holística

O primordial, de acordo com Luciene, é o meio corporativo compreender o conceito de saúde como algo que não se restringe aos comportamentos e resultados no ambiente de trabalho, mas sim a uma ação global, que, inclusive, resvala nas premissas de ESG (Environmental, Social and Corporate Governance). “As organizações podem gerar relatórios variados para mostrar as iniciativas em prol da preservação ambiental, das relações com a comunidade, com acionistas e governo, mas se atentar ao social como uma forma de entender as particularidades do indivíduo e o que o aflige nos âmbitos profissional e pessoal se faz essencial. O bem-estar deixou de ser algo de responsabilidade particular e o mundo já está abrindo os olhos para o cuidado integral da saúde, sem dissociar os ambientes frequentados, suas práticas e impactos”, ressalta.


Desafios para o RH

Se antes seguir a legislação já era o suficiente para ofertar o básico à saúde dos colaboradores, hoje o verdadeiro desafio dos departamentos de recursos humanos é ir além. Com a pandemia, questões atreladas à produtividade e clima organizacional são relatadas de forma recorrente por líderes e funcionários e saber endereçá-las de forma propositiva se tornou parte de um processo de assessment em todos os níveis. “A adoção de protocolos de Covid-19, a manutenção de ritos que mantivesse o engajamento em dia, as orientações aos gestores para manter os times motivados e o tato para lidar com quadros de medo generalizado, necessidade de reintegração social e questões de ansiedade, depressão e burnout foram apenas algumas das atribuições incorporadas à área.

Por essa razão, segundo Luciene, a tendência de atuação humanizada e pautada em pessoas precisou sair rapidamente do discurso e entrar na prática. “A Conexa tem mais de 280 clientes B2B que decidiram ofertar os serviços de saúde digital e treinamentos à liderança como uma maneira de suportar as demandas destinadas ao RH. Vemos nisso um movimento interessante com ampla projeção de crescimento e do reconhecimento do bem-estar como o pilar prioritário na condução de qualquer estratégia de negócios”, pontua.

Recentemente, a empresa promoveu o lançamento do Programa BETI (Bem-Estar no Trabalho Importa), trazendo soluções modulares para que empresas de todos os portes possam repensar sua atuação na saúde ocupacional e agir em prol de um ambiente diferenciado, que retenha talentos e propicie o encaminhamento adequado para assuntos de cunho psiquiátrico e/ ou psicológico. A iniciativa estimula o colaborador, por meio do suporte ao departamento de recursos humanos e do treinamento da liderança, a adotar ações de cuidado, suporte, prevenção e promoção da saúde de forma contínua.

  

Conexa  - Player de saúde digital.

https://www.conexasaude.com.br/

 

As cefaleias


As dores de cabeça, ou cefaleias, compõem um grupo de disfunções dolorosas muito comuns que possuem grande impacto na qualidade de vida das pessoas, sendo atualmente considerada uma das principais causas de incapacidade na população adulta. Até 52% da população mundial, conforme estudo recente, relatam ter dor de cabeça pelo menos uma vez ao ano. Efetivamente, muitas pessoas não conseguem trabalhar ou estudar de forma adequada por sofrerem de cefaleia. 

Existem diferentes tipos de dores de cabeça, que geralmente são causadas por enxaqueca ou cefaleia tensional, mas também podem ser causadas por doenças mais complicadas, como tumores cerebrais, ruptura de aneurismas ou infecções cerebrais, entre outras. Cabe ao médico, ao atender o seu paciente, definir o correto diagnóstico da cefaleia e estabelecer o melhor tratamento para cada caso, podendo inclusive solicitar, quando necessário, exames complementares como tomografia de crânio e ressonância magnética de encéfalo. 

Dentre as várias causas, a enxaqueca se destaca pelo grau de incapacidade que pode gerar. Essa dor, que compromete entre 12 a 15% da população, se caracteriza por ser hemicraniana, intensa, pulsátil, acompanhada de náusea e/ou vômitos, aversão à luz e aos barulhos. A enxaqueca piora com atividades físicas rotineiras e tem duração superior a quatro horas, podendo ocorrer com uma frequência variável. Não raras vezes, a enxaqueca é antecedida por alterações da visão, denominadas de aura. 

Outra dor de cabeça muito comum é a cefaleia tensional, com duração podendo variar entre 30 minutos a sete dias. Esta cefaleia, que pode ocorrer em 31 a 72% da população ao longo da vida, é bilateral e opressiva, de intensidade fraca a moderada, não sendo agravada por atividade física rotineira e não apresenta náusea ou vômitos, podendo eventualmente acarretar aversão à luz e aos barulhos. 

Outro tipo de dor de cabeça é a cefaleia em salvas, que embora muito mais rara, acometendo em torno de 0,1% da população, é altamente comprometedora, sendo considerada uma das piores dores de cabeça que existe. Esta cefaleia pode ocorrer várias vezes ao dia, sendo sempre do mesmo lado, geralmente em torno do olho, que fica vermelho e lacrimeja, ocorrendo a obstrução da narina que está do mesmo lado da dor. 

É importante mencionar que o tratamento correto da dor de cabeça, estabelecendo a adequada profilaxia da mesma, além de melhorar muitos os sintomas dolorosos, ajuda a evitar o uso desnecessário de analgésicos ou anti-inflamatórios, que podem inclusive agravar a dor de cabeça, levando a quadros de cefaleia crônica. Por isso, é fundamental saber qual é o tipo de dor de cabeça que o paciente apresenta para que se possa fazer o correto tratamento e a melhor investigação para cada caso. 

 

Carlos Roberto Caron - professor de Neurologia da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR).

 

Maio Cinza: a importância da conscientização

Dra. Juliana Zuiani, médica neurocirurgiã

Crédito: Vanessa Galina

Maio Cinza é uma campanha para conscientização sobre o câncer no sistema nervoso central (SNC) e um alerta para cuidados relacionados à prevenção da doença. Responsável por 4% das mortes decorrentes de neoplasias em todo o mundo, o câncer de SNC está entre os dez tipos de cânceres mais letais. Em jovens com idade inferior a 15 anos, os tumores do SNC são a segunda principal causa de câncer. 

O diagnóstico precoce é fundamental para um bom resultado no tratamento. Não havendo indicação de rastreamento na população em geral, é importante não menosprezar alguns sintomas como: convulsões, desmaios, tontura, desequilíbrio, alterações da fala, deglutição ou da visão, dores de cabeça persistentes, vômitos, formigamentos e perda de força. A avaliação de um especialista é de extrema importância nessas situações. 

Essa é uma doença com poucos fatores de risco conhecidos: o tabagismo e a exposição à radiação -- inclusive a radioterapia para tratamento de outros tipos de câncer. Estes dois são os principais agentes quando falamos de tumores primários do SNC. Porém, a maior parte dos tumores do SNC não são primários, ou seja, não se originaram ali. São tumores secundários, originados de uma neoplasia em outro órgão, conhecidos como metástases. Diante disso, os fatores de risco são relacionados ao câncer no órgão de origem. 

Os pacientes mais jovens, mesmo vitimados com tumores malignos, respondem bem ao tratamento e podem chegar entre 70% a 80% de cura. Já nos adultos os resultados não são tão animadores. O Gliobastoma, tumor primário maligno mais comum no SNC, é bastante agressivo e letal em mais de 70% dos casos em até cinco anos de duração da enfermidade. 

O tratamento dos tumores malignos vai depender o seu tipo histológico, grau e localização, mas, em geral, o paciente é submetido a cirurgia, radioterapia e quimioterapia. 

Os tumores benignos, em sua quase totalidade, têm a cirurgia como principal arma terapêutica, sendo curativa na grande maioria das vezes. Em outras situações podemos apenas acompanhar a lesão com exames de imagem e avaliação clínica periódica.

Conscientizar é uma das melhores formas de prevenir e salvar vidas.
  
 

Dra. Juliana Zuiani - Formada em Medicina pela Unicamp, onde também fez Residência Médica em Neurocirurgia; Especialização em Neurocirurgia Funcional na Universidade de Toronto - Canadá, e aperfeiçoamento na Cleveland Clinic -- EUA; Especialização em microcirurgia no ICNE - SP com o Prof. Dr. Evandro de Oliveira; Título de especialista em Neurocirurgia; Membro da Sociedade Brasileira de Neurocirurgia e da Sociedade Brasileira de Estereotaxia e Neurocirurgia Funcional; Coordenadora da Divisão de Neurocirurgia Funcional do Hospital da PUC Campinas.

Gravidez e nutrição: porque suplementar pode ser a melhor estratégia


Além de provocar um turbilhão de emoções, a gravidez gera uma série de alterações fisiológicas, bioquímicas e anatômicas na mulher. O organismo trabalha sem parar para desenvolver o embrião e todo esse esforço causa sono e cansaço. Por isso, a cada semana a saúde do bebê e o bem-estar da futura mamãe exigem mais e mais cuidados. Um ambiente gestacional favorável requer o estabelecimento de novos hábitos e rotinas, o que inclui maior preocupação com as necessidades nutricionais.

A demanda imposta pelos processos que envolvem o crescimento, desenvolvimento e rápida replicação celular das células fetais, placentárias e maternas implica na adoção de uma dieta equilibrada, composta por macro (carboidratos, proteínas e lipídeos) e micronutrientes (vitaminas e minerais). Porém, alguns merecem atenção especial, como o ferro, mineral de extrema importância para o desenvolvimento do feto.

O aumento na absorção de ferro, principalmente do aparelho digestivo, ocorre devido à formação de glóbulos vermelhos da gestante, do bebê e da placenta. As necessidades diárias de ferro crescem ainda mais a partir da segunda metade de gestação, chegando a ser, em média, de 7,5 mg/dia nas últimas 10 semanas da gravidez. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 41,8% das mulheres grávidas em todo o mundo sejam anêmicas, sendo que pelo menos metade dos casos é resultante da deficiência de ferro.

A anemia pode ser fruto de alterações na produção das hemácias, da destruição precoce dessas células, da perda de sangue ou de um mix de fatores. Dentre as anemias relacionadas aos problemas de produção podemos citar as anemias nutricionais, sobretudo as causadas por deficiência de ferro (anemia ferropriva) e falta de vitamina B12 e/ou ácido fólico (anemia megalobástica).

As intervenções para evitar a anemia ferropriva na gestação incluem a suplementação diária oral do mineral. Tal medida faz parte do protocolo da assistência ao pré-natal e visa reduzir o risco de baixo peso ao nascimento, anemia materna e consequências futuras, como doenças cardiovasculares, neurodegenerativas e alergias alimentares. A OMS recomenda que as gestantes recebam de 30 a 60 mg, por dia, de ferro elementar e que a suplementação continue até seis semanas após o parto para reabastecer os estoques de ferro do organismo.

A absorção e fixação do ferro dependem também de nutrientes como o ácido fólico, folato, vitaminas do complexo B, além de cobre e magnésio. O folato faz parte do grupo de vitaminas essenciais e é encontrado em folhas verdes, legumes, gema de ovo, fígado, leite e frutas cítricas. Já a vitamina B12 - presente em carnes peixes, ovos e leite - desempenha papel importante na formação das hemácias e no equilíbrio do sistema nervoso. A deficiência de tais nutrientes é capaz de acarretar uma síntese inadequada do DNA, prejudicando o processo de multiplicação das células, a divisão celular.

O período gestacional também é considerado como de maior risco para a deficiência do ômega 3, ácido graxo mais importante para o desenvolvimento neonatal. O seu consumo diário pode favorecer o fortalecimento cerebral e visual do bebê, além de prevenir o parto prematuro, a eclâmpsia e a depressão pós-parto. Isso porque o ômega 3 desempenha diversas funções, como transporte de oxigênio, armazenamento de energia, regulação da pressão arterial e da resposta inflamatória e alérgica do organismo, além de atuar no processo de coagulação.

Vale destacar, ainda, que alguns alimentos são facilitadores da absorção do ferro -- como os sucos de laranja e de limão, o morango, o brócolis e a pimenta -- e outros são considerados vilões por prejudicar esse processo, como a soja, o chocolate, a ingestão de café e chás, e o uso de antiácidos.

Revisão sistemática sobre a nutrição durante a gravidez, abordando 20 estudos com mais de 141 mil mulheres, mostrou o impacto positivo da suplementação de múltiplos micronutrientes associados ao ferro e ao ácido fólico em vários desfechos do nascimento. O levantamento constatou a redução de bebês com baixo peso e pequenos para a idade gestacional, além da provável diminuição de partos prematuros.

Prever e corrigir situações de maior risco por deficiências nutricionais lançando mão de suplementos alimentares podem significar importantes benefícios para a saúde materna e do bebê. A gestação provoca alterações metabólicas que aumentam as necessidades nutricionais diárias. Encarar esse enorme desafio contando exclusivamente com a alimentação pode ser uma estratégia de alto risco. 


Lilian de Paiva Rodrigues Hsu - professora adjunta da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e Chefe do setor de Gestação de Alto Risco do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

 

A Importância do Maio Roxo para a Conscientização da População Brasileira sobre as Doenças Inflamatórias Intestinais


Maio chegou. E com ele, algumas datas nos fazem lembrar de pessoas e momentos importantes em nossa vida: Dia das Mães, Dia do Trabalho, Abolição da Escravatura. Há outras datas, talvez menos divulgadas, mas muito importantes também, como o Dia Nacional da Adoção, o Dia Mundial da Língua Portuguesa, que coincide com o Dia Nacional da Comunicação e muitos outros. 

Em 19 de Maio, acontece o Dia Mundial da Doença Inflamatória Intestinal, que foi definido internacionalmente em 2010 como um dia para promover a conscientização da população sobre a doença inflamatória intestinal, uma condição que afeta e aflige milhões de pessoas em todo o mundo, notadamente jovens entre 20 e 40 anos, com crescimento significativo de novos diagnósticos nos últimos 20 anos em países em desenvolvimento, como o Brasil. 

Como as doenças inflamatórias intestinais são pouco conhecidas e o diagnóstico precoce e adequado impacta de maneira importante o próprio manejo da doença, bem como sua evolução e interferência na qualidade de vida dos pacientes e de seus familiares, a Federação Europeia de Colite Ulcerativa e Crohn (EFCCA, sigla em inglês) criou, em 2012, o Maio Roxo, uma forma de estender as campanhas de alerta por todo o mês, não apenas um dia, e conferindo à cor roxa um novo significado nesse período do ano. 

No Brasil, essa campanha começou a ser realizada pela Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) em 2016, com ações que reúnem pessoas de todas as partes do país para participar de eventos que esclarecem os desafios enfrentados por pessoas que sofrem dessas doenças, auxiliando-as, e a seus familiares e amigos, como adotar um estilo de vida saudável, além de esclarecimentos sobre os sintomas e apresentação das armas de que dispomos atualmente como tratamentos. 

Mas, afinal, o que são doenças inflamatórias intestinais? São um grupo de doenças inflamatórias crônicas do sistema digestivo, tendo a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa como mais prevalentes.1 A principal diferença entre as duas é o grau de extensão e a localização das lesões, sendo que a retocolite ulcerativa é mais superficial e acomete principalmente o intestino grosso e a doença de Crohn afeta o final do intestino delgado (íleo) e o início do intestino grosso (cólon), provocando, também, lesões mais profundas. Ambas podem causar cólicas severas, desconforto debilitante, perda de peso não intencional e outros sintomas que interferem na qualidade de vida do paciente. Podem ser de longa evolução e os sinais iniciais são, por vezes, ignorados. 

As DIIs possuem um caráter multifatorial, o que significa que vários componentes podem ser responsáveis pelo acometimento da doença. Acredita-se que genética, hábitos alimentares, flora intestinal e estilo de vida estejam relacionados ao crescimento dessas doenças, mas o conhecimento das reais causas e mecanismos pelos quais essas doenças se desenvolvem ainda não são inteiramente compreendidas.2-3 

Apesar dessas doenças se manifestarem ao longo da vida, não existindo cura, é importante salientar que elas não são fatais, nem contagiosas, e que há tratamentos médicos capazes que, junto com mudanças no estilo de vida e na dieta, permitem controlar os sintomas, o que se traduz em maior qualidade de vida aos pacientes. 

O Maio Roxo existe para ajudar as pessoas a aprender o máximo possível sobre essas doenças a fim de melhorar sua saúde geral. Além de promover o conhecimento e a conscientização para as doenças inflamatórias intestinais, o Maio Roxo também lança luz à necessidade de Políticas Públicas e Laborais que levem em consideração as situações de pessoas com condições crônicas, como as DII, trazendo benefícios para toda a sociedade. 

Além dos custos diretos que a doença provoca aos sistemas de saúde, alcançando bilhões por ano, é preciso também contabilizar os custos indiretos à sociedade, pela ausência no trabalho ou aula, pelo tempo perdido com a família e pelos danos psicológicos, como ansiedade e depressão, que a doença produz não apenas nos pacientes, mas também nas pessoas de convívio direto, como família e amigos, e indireto, como colegas de trabalho e da escola. 

Quando se vive com uma condição crônica como a DII, invisível por si só, posto que seus sintomas não são facilmente notados por outros ao redor, a sensação de inadequação, vergonha e o sofrimento decorrente podem ser tão grandes que a pessoa acredita ser a única a padecer desse mal. E isso faz com que hesitem em falar abertamente sobre a doença. No entanto, os pacientes dessa condição são milhões, não apenas no Brasil, onde a cada 100 mil pessoas, cerca de 13 são diagnosticadas com essas doenças, mas também em todo o mundo.4 

E o arsenal de tratamentos tem evoluído bastante na última década, com particular enfoque nos medicamentos biológicos, que produziram verdadeira revolução no manejo dessas doenças, modificando a resposta do paciente, de forma que o organismo volte ao seu equilíbrio anterior, contribuindo para o processo de melhora dos sintomas. 

É essencial que as pessoas reconheçam os sinais de DII e procurem tratamento, o que pode fazer com que a doença seja controlada e passe a regredir (remissão clínica), reduzindo o peso que a doença exerce na qualidade de vida de todos os envolvidos.

 


Aldacilene Souza da Silva - Ph.D e Medical Science Liaison (MSL) | Celltrion Healthcare

 

 

Referências

1- Vuyyuru SK, et al., 2022. Immune-mediated inflammatory diseases of the gastrointestinal tract: Beyond Crohn's disease and ulcerative colitis. JGH Open. 6(2):100-111. doi: 10.1002/jgh3.12706.

2- Gill PA, et al., 2022. The Role of Diet and Gut Microbiota in Regulating Gastrointestinal and Inflammatory Disease. Front Immunol.13:866059. doi: 10.3389/fimmu.2022.866059.

3- Santana PT, et al., 2022. Dysbiosis in Inflammatory Bowel Disease: Pathogenic Role and Potential Therapeutic Targets. Int J Mol Sci. 23(7):3464. doi: 10.3390/ijms23073464.

4- Lima Martins A, et al., 2018. The prevalence and phenotype in Brazilian patients with inflammatory bowel disease. BMC Gastroenterol. 18(1):87. doi: 10.1186/s12876-018-0822-y.


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