Pesquisar no Blog

terça-feira, 21 de março de 2023

Indígenas da Amazônia possuem variante genética que protege contra a doença de Chagas

Constatação foi feita por pesquisadores daUSP com base na análise do genoma de 118 indivíduos pertencentes a 19 povos da região. Resultados publicados na revista Science Advances podem ajudar na busca por novos tratamentos (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

 

A baixa ocorrência de doença de Chagas entre povos indígenas da Amazônia pode ter uma explicação genética. Estudo publicado na revista Science Advances mostra que uma variante genética, presente na imensa maioria dos indivíduos analisados na região, possui importante papel na resistência à infecção pelo parasita transmissor da doença.

“O continente americano foi o último ocupado pelos humanos modernos e tem uma grande variedade de ambientes. Isso certamente causou uma pressão seletiva sobre esses povos e induziu adaptações, como essa que estamos vendo agora”, explica Kelly Nunes, pesquisadora do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP).

Nunes divide a primeira autoria do estudo com Cainã Couto Silva, à época doutorando na mesma instituição e bolsista da FAPESP.

As conclusões são fruto da análise de 600 mil marcadores do genoma de 118 pessoas de 19 populações indígenas, que representam a maior parte do território da Amazônia, tanto no Brasil como nos outros países que abrigam a floresta.

Com auxílio de diferentes técnicas, os pesquisadores encontraram diferenças em genes envolvidos no metabolismo, no sistema imune e na resistência à infecção por parasitas como o Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas. Uma das variantes mais frequentes, presente no gene conhecido pela sigla PPP3CA, ocorre em 80% dos indivíduos analisados.

A variante também está presente em outras populações, porém, numa frequência bem menor: 10% na Europa e 59% na África. Os autores acreditam que não é uma coincidência, uma vez que o continente africano possui regiões com condições ambientais similares à da Amazônia e abriga outra espécie do parasita, o Trypanosoma brucei, causador da doença do sono. O dado reforça o papel da variante como protetora contra infecções por protozoários.

“Ao analisarmos as regiões endêmicas da doença na América do Sul, a área das populações analisadas é justamente onde a doença menos ocorre. Isso poderia se dar por uma baixa frequência do barbeiro, mas não é o caso, pois é onde ele tem a maior diversidade”, conta Tábita Hünemeier, professora do IB-USP que coordenou o estudo.

O trabalho integra o projeto “Diversidade genômica dos nativos americanos”, apoiado pela FAPESP (leia mais em: revistapesquisa.fapesp.br/ascensao-e-declinio-dos-tupi/ revistapesquisa.fapesp.br/filhos-de-ypykuera/).


Variante genética protetora

Para compreender o papel do gene PPP3CA na interação com o T. cruzi, o grupo converteu células-tronco pluripotentes, que podem ser transformadas em qualquer outra célula humana, em células cardíacas. Uma parte teve a expressão do gene PPP3CA reduzida em cerca de 65%. Outra parte realizava a expressão normal.

Nas células com a expressão reduzida do gene, a capacidade de infecção dos protozoários foi aproximadamente 25% menor do que naquelas que tinham a expressão normal do PPP3CA.

“Isso mostra que o gene, em sua condição mais comum em outras populações, favorece a replicação do protozoário. Esse fator provavelmente levou os ancestrais dos indígenas amazônicos que tinham a variante protetora a serem menos infectados e sobreviverem mais à doença, passando esse traço para seus descendentes”, diz Nunes.

Cerca de 30% dos pacientes com doença de Chagas desenvolvem a forma crônica da doença, que leva à insuficiência cardíaca e mesmo à morte. Uma hipótese levantada pelos autores é que a variante genética encontrada no estudo, além da menor infectividade, favoreça uma forma mais leve da doença, que não avança para a fase crônica.

“Não quer dizer que os povos nativos amazônicos nunca tenham Chagas, mas os que são infectados poderiam não desenvolver com tanta frequência essa fase crônica e até mortal”, esclarece Nunes.

Porém, nem todas as variantes encontradas são necessariamente vantajosas para os indígenas atuais. As análises também encontraram traços genéticos que favorecem doenças metabólicas e cardíacas.

Estudos de populações indígenas brasileiras mostram altos índices de pessoas obesas e de cardiopatas. Entre os Xavante, por exemplo, 66% sofrem de obesidade, diabetes e doença arterial coronariana.

Em populações de caçadores-coletores da Ásia e da África, variantes ligadas ao coração já foram apontadas como uma adaptação compensatória à baixa estatura dos indivíduos desses povos, o que pode ser também o caso dos indígenas analisados no estudo brasileiro.

Foram encontradas ainda variantes relacionadas ao chamado comportamento de busca por novidade. No passado, esse traço pode ter sido importante para a exploração de novos territórios e busca por recursos. Em populações modernas, porém, genes que favorecem esse comportamento são ligados ao consumo de álcool, cafeína e nicotina.


Busca pela cura

Modelagens matemáticas apontaram para o surgimento da variante protetora contra a doença de Chagas cerca de 7,5 mil anos atrás, após as populações amazônicas se separarem das dos Andes.

Algumas evidências corroboram essa data. Uma análise de tecidos mumificados de 238 indivíduos do sul do Peru e norte do Chile, de um período que vai de 9 mil a 450 anos atrás, mostra um aumento na taxa de infecção pelo T. cruzi naquela parte da América do Sul ao longo do tempo. A região hoje é endêmica da doença.

Outra evidência são ossos humanos de 7 mil anos encontrados no Brasil que continham sinais de infecção pelo parasita. Isso mostra que ele já existia por aqui naquele período, mas mesmo assim a doença não se tornou endêmica na região estudada.

“O estudo traz ainda um novo conhecimento sobre a infecção que pode ajudar no desenvolvimento futuro de novos tratamentos”, afirma Nunes.

A doença de Chagas é listada entre as 20 moléstias tropicais negligenciadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse conjunto de doenças afeta sobretudo pessoas pobres e não dispõe de tratamentos específicos sem efeitos colaterais fortes.

Nos últimos anos, o aumento de casos da doença na Europa e nos Estados Unidos finalmente tem chamado a atenção para a necessidade de se criar novos medicamentos (leia mais em: agencia.fapesp.br/35136/).

O artigo Indigenous people from Amazon show genetic signatures of pathogen-driven selection pode ser lido em: www.science.org/doi/10.1126/sciadv.abo0234/.


André Julião
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/indigenas-da-amazonia-possuem-variante-genetica-que-protege-contra-a-doenca-de-chagas/40934/


Março amarelo: mês de conscientização sobre a endometriose

Entenda como alimentos adequados beneficiam a diminuição dos sintomas da doença


Na endometriose, o tecido que reveste o útero cresce fora dele, no ovário ou na tuba uterina. Essa doença é capaz de gerar dor crônica, inflamação e, em algumas mulheres, infertilidade. Entre os sintomas, pode-se destacar a fadiga, cansaço, diarreia, sangramento menstrual intenso e irregular, irritabilidade e insônia. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a enfermidade afeta a vida de mais de sete milhões de brasileiras. Com o diagnóstico tardio, a endometriose compromete a qualidade de vida dessas mulheres. Assim, na campanha Março Amarelo, são realizadas ações de conscientização a fim de incentivar a prevenção, o cuidado e promover informação sobre como reduzir os sintomas.

A alimentação se torna uma grande aliada na busca por amenizar e refrear esses sintomas, pois é capaz de prevenir e controlar inúmeras alterações de doenças. Diante disso, mulheres com essas condições precisam realizar uma dieta correta e reeducação alimentar, sendo acompanhadas por profissionais que podem ajudar nesse processo.

A nutricionista e coordenadora do curso de Nutrição da UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau, em Paulista, Fabiana Freire, sugere alimentos que sejam ricos em fibras, vitamina C e ômega 3 para aliviar dores da doença. "As fibras devem estar presente para uma alimentação adequada. Além disso, é apropriado consumir produtos para melhorar os níveis de ômega 3, que são: salmão, sardinha, cavala, atum e anchova. Alimentos com ação antioxidante e anti-inflamatórias também são muito bem-vindos para reduzir os impactos da enfermidade, alguns são açafrão, azeite de oliva, chá de gengibre, chá de vitex, chá verde, frutas vermelhas, frutas cítricas e linhaça”, explicou.

Quem sofre com a endometriose deve se atentar para a redução do consumo de certos alimentos, como "carnes vermelhas, gorduras trans e álcool. Também recomendamos evitar alimentos ultraprocessados, ricos em açúcares refinados, laticínios e cafeína, esses são alimentos que provocam processo inflamatório agravam as dores da endometriose", alerta a nutricionista Fabiana.


Um esforço de muitas mãos no combate à depressão pós-parto

Ao contrário do que muita gente pensa, médicos não trabalham sozinhos quando atuam em consultório. Em qualquer situação, o sucesso do nosso trabalho depende das mais diversas parcerias. Com o paciente, com a família, com profissionais como enfermeiros, especialistas em exames específicos e, principalmente, com outros médicos. 

No caso da psiquiatria, que é a minha área e uma especialidade que tem foco total na saúde mental dos pacientes, a parceria com outros médicos é mais do que importante, ela é fundamental. Isso porque a saúde mental se relaciona diretamente com a saúde física das pessoas, o que nos move a falar em saúde global. 

Neste Mês da Mulher, vale falar da parceria de ginecologistas e obstetras, responsáveis pelo pré-natal de gestantes, e de psiquiatras – que, juntos, ajudam as pacientes que apresentam qualquer tipo de transtorno mental, inclusive depressão. Esses dois profissionais podem atuar de forma proativa no sentido de identificar antecipadamente possíveis casos de depressão pós-parto – que atinge de 10 a 15% da população de mulheres em todo o mundo – e aqueles casos ainda mais complexos, que chegam a resultar em psicose puerperal. Atualmente, ela pode acontecer em um a cada mil partos no Brasil. Quase 3200 casos por ano se considerarmos a média de nascimentos entre 2010 e 2020. É preocupante. 

Por isso, eu defendo veemente essa atenção que começa no ginecologista/obstetra em forma de observação e acolhimento, e vira acompanhamento e tratamento adequado nas mãos do psiquiatra em situações em que se pode antecipar possíveis quadros de depressão ou psicose pós-parto. Embora ter filhos seja maravilhoso, levar uma gestação a cabo, parir e cuidar de um bebê nos primeiros meses de vida colocam a saúde mental de qualquer mulher à prova, mesmo quando ela tem um parceiro que a apoie. É desafiador, estressante, mexe expressivamente com os hormônios, com o peso, com a saúde em geral da paciente. Isso sem mencionar outras dificuldades importantes em muitas situações, como pais ausentes, falta de dinheiro, alimentação, acesso a condições dignas de saúde e apoio familiar. 

A depressão pós-parto é uma condição tratável, mas também prevenível quando se conhece bem a paciente. Com o ginecologista e obstetra atuando nesta frente, sendo que muitos acompanham suas pacientes por muitos anos, a parceria com o psiquiatra pode reduzir muito a incidência dessa condição, favorecendo a qualidade de vida e a saúde mental das mães nesse período de adaptação à maternidade – seja a primeira ou outras. 

A saúde mental da mulher merece essa atenção, principalmente nesse momento de tanta vulnerabilidade. 

 

Kalil Duailibi - psiquiatra, e Gabriel Monteiro, ginecologista e obstetra, são professores do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro – Unisa. 

 

Dieta mediterrânea pode proteger cérebro de Alzheimer, sugere estudo

De acordo com a nutricionista Marianne Fazzi, a dieta é baseada em gorduras boas que fazem bem para o cérebro

 

Se alimentar bem é uma premissa para uma vida longa, saudável e de uma velhice livre de demência, segundo um novo estudo publicado em março na revista Neurology. Os pesquisadores da Universidade RUSH, em Chicago, nos Estados Unidos, sugeriram que as pessoas adeptas das dietas Mind e Mediterrânea tendem a acumular menos proteínas associadas à doença de Alzheimer no cérebro. De acordo com a nutricionista Marianne Fazzi, essas dietas são baseadas em alimentos frescos, isto é, in natura. Por isso, possuem vários nutrientes, que beneficiam a saúde mental e a prevenção de doenças crônicas. 

Para a realização do estudo, os pesquisadores rastrearam a dieta de 581 norte americanos idosos, com idade média de 84 anos. Eles foram orientados a responderem questionários anuais sobre suas alimentações até falecerem e concordaram em ter seus cérebros estudados após a morte. Depois do falecimento, os cientistas examinaram a mente de cada voluntário a fim de descobrirem quantas placas amiloides ou emaranhados da proteína tau haviam se formado. Ambos os componentes estão associados à doença de Alzheimer. 

Os pesquisadores descobriram que os idosos que eram adeptos da alimentação englobada na dieta Mediterrânea se mostraram 18 anos mais jovens do que os idosos com outros tipos de alimentação. Já os adeptos da dieta Mind aparentaram ser 12 anos mais jovens. 

Marianne explica que a dieta Mediterrânea consiste no consumo de frutas, verduras, legumes, leguminosas, peixes, laticínios e gorduras boas. Já a dieta Mind possui o mesmo princípio da Mediterranêa, mas com um maior estímulo ao consumo de alimentos que promovam a saúde cognitiva. “Ingerir alimentos ricos em flavonoides e antioxidantes, que são aqueles alimentos avermelhados e roxos, que ajudam a preservar a função cognitiva”, pontua. 

Segundo ela, o ômega-3 é essencial na formação das membranas cerebrais, assim como proteínas do complexo B e vitaminas E, C e Selênio. “As membranas das bilhões de células cerebrais são construídas a partir do ômega-3. Há evidências que relacionam o baixo consumo desse ácido graxo a problemas cognitivos e que ele auxilia no tratamento de inflamações no cérebro. Além disso, as proteínas do complexo B estão associadas a produção de neurotransmissores, enquanto as vitaminas E, C e Selênio possuem ação antioxidante retardando o envelhecimento das células do cérebro”, ressalta a nutricionista. 

 

Marianne Fazzi - nutricionista formada pela Universidade Paulista (UNIP) e há 10 anos atua em consultório de emagrecimento. À frente da Clínica Trivita, desenvolveu o próprio método de emagrecimento, a Nutrição Smart, onde desenha uma estratégia personalizada para cada paciente emagrecer, de acordo com seu perfil comportamental e os sabotadores da dieta de cada um. O método identifica o porquê a pessoa não consegue seguir o plano alimentar e oferece várias soluções práticas, facilitando o resultado do paciente.


O poder emocional para enfraquecer a Esclerose Lateral Amiotrófica?


De acordo com dados da UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo) a Esclerose Lateral Amiotrófica acomete cerca de 40/50 mil brasileiros e é considerada a segunda causa de incapacidade neurológica no país.

O psicoterapeuta Dr. Angelo Monesi, da equipe multidisciplinar de reabilitação do Dr. Beny Schmidt, afirma que estar emocionalmente saudável, feliz com as conquistas de toda a trajetória e grato pela vida é uma arma potente para inibir a progressão da doença.

“Quanto mais a pessoa estiver preenchida dela mesma contando a sua história e ouvindo de outras pessoas um feedback sobre suas conquistas, a pessoa fica preenchida dela mesma. Se o eu próprio estiver preenchido, a doença não entra, ela não cresce. Ela não progride. A pessoa precisa se preencher da própria história, porque a biografia de cada pessoa é sagrada”, pondera Monesi.

Segundo Monesi, a evolução da ELA está diretamente ligada a condição psicológica. As restrições físicas vão surgir, por ser um diagnóstico que atinge a capacidade motora, mas a saúde emocional e capacidade cognitiva podem ser preservadas. E até a capacidade motora pode ser trabalhada com a inteligência neuromuscular para retardar a fraqueza e a atrofia muscular.

Conversamos com o Dr. Angelo Monesi para aprender a trabalhar melhor o nosso emocional e inibir a progressão da ELA:
 

Dr. como é possível estimula a saúde emocional para pacientes com a ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica)?

Primeiro é preciso fazer uma revisão serena da biografia da própria pessoa. Os pacientes recebem o diagnóstico como se fosse um câncer e automaticamente vem o momento do enfraquecimento. A primeira coisa é a negação, depois vem o momento de blasfemar “por que eu?” e depois entra em uma outra fase que é a busca pela culpa “sou eu o culpado pela doença?”. São processos que não levam a nada. O início do trabalho terapêutico é de desmistificar essas coisas e de dizer que o diagnóstico não é um diagnóstico de finitude. Ninguém está determinando um tempo de vida. Tem pacientes que receberam diagnóstico de 6 meses de vida e hoje estão com 8/9 anos de evolução de tratamento. Estão hígidas. Estão mentalmente saudáveis, conseguem se comunicar. As pessoas vão tendo restrições físicas ao longo do tempo, por conta da doença do neuromotor, mas a capacidade cognitiva está preservada. A pessoa está totalmente lucida.

 

O tratamento pode ser realizado remotamente?

Quando você vai para a terapia, você precisa digerir o que foi falado. Eu tenho pacientes que moram longe de São Paulo e normalmente levam 1 hora para chegar ao consultório. Eu sugiro a eles que gravem a consulta. Eles gravam e quando retornam, ouvem a consulta de novo. Então, ele faz a mesma consulta duas vezes. Essa segunda vez que ele ouve, ele está digerindo a consulta. E se ele quiser, na próxima consulta, ele pode ouvir de novo para absorver ainda mais tudo que foi falado na última sessão. Esses pacientes melhoram em uma velocidade meteórica. Já o paciente on-line ele fala com você, mas olha a tela porque está recebendo mensagem do WhatsApp. E para piorar, quando acaba a consulta ele já está conectado ao trabalho ou comendo um lanche. Enfim, ele não digeriu. A minha recomendação para pacientes com ELA é sempre fazer a terapia presencial.

 

E quando a coordenação motora avança e o paciente fica nervoso pelas dificuldades de falar e se locomover?

Por isso é importante iniciar a terapia anteriormente para auxiliar nesse processo. O que a gente precisa fazer antes desse estágio é descobrir caminhos de comunicação. Isso, como terapeuta, nós começamos a criar formas de se comunicar. Uma vez eu recebi um paciente e ele não abriu a boca. Nesse consultório, eu tinha duas gatas e por alguma razão essas gatas entraram na sala. Uma se colocou debaixo da cadeira dele e a outra subiu no colo. Minha assistente queria tirar, mas ao ver a reação do paciente eu pedi para deixar. Ele começou a fazer carinho no animal. Eu questionei se ele gostava de animal e ele balançou a cabeça que sim. Então, perguntei se ele tinha algum animal e ele, com dificuldades, respondeu que sim. E assim consegui fazer a consulta. Foram 50 minutos de conversa e eu consegui tirar toda a história que eu queria. Mas essa é uma situação convencional? Não. Foi um acidente. Mas foi impressionante a forma de conseguir mobilizar esse paciente. Esse paciente que vai se restringindo fisicamente, você muitas vezes consegue quebrar essa barreira de forma inusitada ou de forma criativa. O trabalho é provocar a conscientização de que, quanto mais você reduz a matéria, mais você eleva o espírito. Ou seja, quando mais você percebe a restrição física, fica nítido a importância do trabalho terapêutico para dar esse suporte. Chega um momento que o paciente tem a necessidade da terapia, eles aguardam as sessões, por ser uma forma de fortalecê-los emocionalmente.
 

Quais atividades no dia a dia podem fortalecer a saúde emocional do paciente?

Água cura. Sono cura. Musica cura. Passear com cachorro cura. Tomar banho de sol é remédio. Brincar com animal é remédio. Conversar com o amigo é remédio. Caminhar ao ar livre é remédio. Então, se nos mantermos aberto a tudo isso a nossa expansão continua e uma vez expandido e preenchendo os espaços dentro de você, a doença não entra. Você não permite que esse espaço para que ela evolua. Se a gente abre espaço para essas curas, não deixamos as doenças se proliferarem. 

E para finalizar, o Dr. faz um apelo público para ajudar esses pacientes. “É importante lembrar da questão financeira desses pacientes. A evolução desses casos demanda muito esforço da família. E vale um alerta ao poder público da necessidade de fazer projetos sociais para cuidar dos pacientes acometidos pela Esclerose Lateral Amiotrófica”, conclui o especialista.


Doença Renal Crônica

 Tratamento com diálise peritoneal pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes

 

Um paciente diagnosticado com doença renal crônica (DRG) deve fazer o tratamento de forma ininterrupta para que o seu quadro de saúde não se agrave. No método tradicional de hemodiálise são indicadas três sessões semanais externas em uma máquina, com quatro horas de duração em média. Mas há outro método menos conhecido pela população, a diálise peritoneal, que pode ser feito em casa, durante a noite, por meio de um filtro natural chamado peritônio, que substitui a função renal.

Segundo a médica nefrologista e coordenadora médica da Nefrologia do Hospital Evangélico de Belo Horizonte em Venda Nova, na capital mineira, Renata Lamego Starling, entre os benefícios da diálise peritoneal está a possibilidade de fazer o tratamento de maneira independente. Assim, o paciente consegue ter uma melhor qualidade de vida, pois terá os dias livres para trabalhar ou fazer outras atividades.

Outra vantagem desse método é que o paciente que faz a diálise peritoneal pode viajar, bastando que leve consigo o seu material para o tratamento. “Em viagens aéreas a clínica poderá fornecer um laudo de saúde a ser apresentado com antecedência à companhia aérea, para que não seja cobrado excesso de peso devido ao material para a diálise peritoneal que será transportado”, informa a nefrologista.


O tratamento

Na diálise peritoneal, o peritônio é uma membrana porosa e semipermeável que reveste os principais órgãos abdominais. Um líquido de diálise é colocado na cavidade e drenado por um cateter que é implantado no abdômen do paciente em uma pequena cirurgia.

Durante o processo, a solução de diálise é infundida e permanece por um determinado tempo na cavidade peritoneal, e depois é drenada. A solução entra em contato com o sangue e isso permite que as substâncias acumuladas como ureia, creatinina e potássio sejam removidas, bem como o excesso de líquido que não está sendo eliminado naturalmente pelo rim.

“Os resultados dos tratamentos por diálise peritoneal e hemodiálise são iguais. Cada um deles tem as suas vantagens e desvantagens. A escolha entre hemodiálise e diálise peritoneal depende das condições clínicas e da escolha do próprio paciente, em acordo com o médico nefrologista responsável”, ressalta a médica.


Modalidades

A diálise peritoneal tem duas modalidades. A primeira – Diálise Peritoneal Ambulatorial Contínua (DPAC), é realizada diariamente e de forma manual pelo paciente e/ou por um familiar. Geralmente, são quatro trocas ao dia (manhã, almoço, tarde e noite), que têm duração de aproximadamente 30 minutos. “No período entre as trocas, o paciente fica livre das bolsas”, ressalta.

Já a Diálise Peritoneal Automatizada (DPA) é realizada todos os dias, geralmente à noite, em casa, utilizando uma pequena máquina cicladora, que infunde e drena o líquido, fazendo as trocas, de acordo com a prescrição médica. Nesse método, antes de dormir, o paciente conecta-­se ao equipamento. A infraestrutura para o tratamento inclui uma linha de saída a um ralo sanitário e/ou recipiente rígido para grandes volumes.

  

HE – Evangélico de Belo Horizonte


Vírus Marburg: como acontece a transmissão?

Clizete Aparecida Sbravate Martins, professora e coordenadora do curso de Biomedicina da Braz Cubas, explica as características do vírus e como se prevenir desse agente infeccioso que pode ser letal


Dados da OMS mostram que a taxa de letalidade de casos do vírus Marburg variaram de 24% a 88% em surtos anteriores ao que o mundo tem observado em Guiné Equatorial. Mas o que é esse vírus e como ocorre a transmissão? 

Trata-se de um agente patogênico pertencente à família Filoviridae, a mesma do vírus Ebola. É causador da doença do vírus de Marburg, anteriormente chamada de febre de Marburg e febre hemorrágica de Marburg. Sua origem é zoonótica (transmissível de animais para seres humanos) e está relacionada às secreções de animais silvestres, especialmente morcegos africanos, considerados reservatórios naturais. 


Transmissão 

A profa. dra. Clizete Aparecida Sbravate Martins, coordenadora do curso de Biomedicina do Centro Universitário Braz Cubas, conta que a infecção aos humanos, na natureza, se dá por meio de secreções de animais silvestres, em particular de morcegos, seus hospedeiros naturais, em ambientes como minas ou cavernas, mediante exposições prolongadas, ou pelas secreções de animais doentes, quando retirados de seu habitat. 

“Após a infecção humana, de pessoa a pessoa a transmissão ocorre por meio do contato direto da pele e mucosas com fluidos corporais provenientes de pacientes sintomáticos. Os líquidos corpóreos que podem se apresentar contaminados pelo vírus são saliva, sangue, urina, vômito, fezes, suor, leite materno e sêmen. Como já mencionado, trata-se de um vírus com elevada taxa de letalidade, podendo alcançar até 90% dos indivíduos infectados”, considera. 

“Embora o vírus tenha sido detectado pela primeira vez no ano de 1967, na cidade alemã de Marburg, é no Continente Africano que ele ocorre com mais frequência, seja em casos esporádicos, seja em surtos epidêmicos como os descritos na África do Sul, em Angola, no Quênia, em Uganda e na República Democrática do Congo. A mais grave epidemia ocorreu em 2005, no norte de Angola, onde morreram 329 pessoas”, assinala a docente. 


Sintomas e prevenção 

Os sintomas da doença do vírus Marburg assemelham-se à febre hemorrágica da dengue. Contudo, são mais graves e intensos, podendo progredir para a falência múltipla de órgãos, principal motivo de óbito da doença. Martins elenca que “os sintomas iniciais são inespecíficos, podendo o paciente apresentar febre, calafrios, náusea, dor de cabeça, diarreia (podendo conter sangue), vômitos, erupção cutânea, mialgia, dor de garganta, dentre outros.” 

Como ainda não há fármacos específicos contra o vírus, as recomendações da OMS para que melhorem as chances de sobrevivência do paciente orientam para o tratamento dos sintomas, o que inclui o manejo individualizado das manifestações clínicas dos pacientes, incluindo intensa hidratação oral ou endovenosa. 

A prevenção, por sua vez tem dois grandes pontos a serem praticados, que são as medidas individuais e as coletivas. A medida individual de prevenção é evitar o contato com secreções de animais silvestres, em áreas endêmicas, e de pessoas infectadas. Já a medida coletiva de prevenção está associada à vigilância sanitária que envolve a testagem de casos suspeitos para o diagnóstico da doença, isolamento e monitoramento de casos registrados. 


Sem motivo para alarde: risco de o vírus se espalhar pelo Brasil é praticamente nulo 

Segundo a OMS, o período de incubação do vírus é de dois a 21 dias e, por isso, existe a possibilidade que ele se espalhe. Porém, como o vírus tem baixa transmissibilidade e, de forma geral, logo surgem os primeiros rapidamente os infectados buscam assistência médica, o que facilita a identificação e o controle da doença. 

A professora da Braz Cubas explica que a chance do agente infeccioso chegar ao Brasil é baixa. “Não há a espécie de morcego reservatório do vírus Marburg no país, portanto este modo de transmissão é praticamente nulo, mas turistas vindos da África podem trazer o vírus e isso exige atenção em termos de saúde pública.” 

Apesar de não haver registro de casos no Brasil, a RedeVírus MCTI, comitê de especialistas instituído em fevereiro de 2020 para auxiliar o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações no desenvolvimento de estratégias para enfrentamento da Covid-19, criou um grupo de trabalho destinado à realização de pesquisas de testes diagnósticos para o vírus Marburg. 

Por fim, a docente salienta a importância da atenção a esse agente infeccioso. “Os trabalhos de vigilância epidemiológica são fundamentais, visto que, a doença não possui tratamento específico ou vacinas contra o agente causal. O Laboratório de Virologia Molecular do Instituto de Biologia da UFRJ está desenvolvendo testes RT-PCR para diagnóstico do vírus de Marburg, o que contribuirá para a prevenção da disseminação do vírus.” 

 

Braz Cubas
www.brazcubas.br

 

Rinoplastia funcional ajuda a restaurar o bem-estar de pacientes

O procedimento não está relacionado apenas com melhoria de estética, mas também com proporcionar maior qualidade de vida.
 

De acordo com a ISAPS Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética, o Brasil liderou o ranking de rinoplastias realizadas no ano de 2020. De acordo com os dados, foram realizadas mais de 87.879 cirurgias e o número só tende a crescer. O procedimento é muito procurado por pessoas que querem mudar a aparência do nariz, porém é muito comum que a cirurgia seja realizada para corrigir problemas respiratórios. 

Conhecida também como rinoplastia funcional, o procedimento tem como objetivo melhorar a qualidade respiratória do paciente. “Se o paciente tiver problemas com desvio de septo, ele pode ser corrigido com a operação”, ressalta Arnaldo Korn, Diretor do Centro Nacional — Cirurgia Plástica. 

O desvio de septo é uma condição muito comum. No Brasil, estima-se que três em cada dez brasileiros tenham problemas com o desvio nasal. O problema ocorre quando a parede que separa as narinas não é alinhada como deveria ser, podendo causar desconforto como dores de cabeça, no rosto, apneia e até mesmo sangramento no nariz.

Para aqueles que possuem receio quanto ao modo que a cirurgia é realizada, Korn explica que em 80% dos casos o acesso é interno, sem necessidade de cortes na pele. Essa técnica bastante utilizada por cirurgiões garante que não haja indícios externos como cicatrizes. Dessa forma é importante que o paciente conheça o profissional e a forma como ele realiza seus procedimentos. 

Em relação à escolha do profissional para a realizar o procedimento funcional, “o cirurgião deve estar atento aos problemas de saúde do paciente, pois existem restrições, solicitando exames mais detalhados e fora do padrão convencional”, pontua o diretor. Além disso, Korn ressalta, “por envolver saúde, a segurança é o que deve ser prioridade, independentemente do procedimento.”


Bolinha branca com odor na boca: entenda por que elas existem e como tratar

Entre o início de sua adolescência até o presente momento, você já deve ter se deparado com uma pequena bolinha branca que saiu na sua boca, possuindo um forte odor. Essa ocasião não se repete com frequência, acontece uma vez ou outra, mas ocasionalmente vai aparecer. Afinal, o que são essas bolinhas ou melhor dizendo: os cáseos amigdalinos? 

A palavra cáseo é derivada do latim caseum, que significa queijo. Essa denominação, possivelmente, relaciona-se com o seu odor ácido e azedo, semelhante ao queijo curado. É uma pequena massa, alojada temporariamente nas criptas amigdalinas, formada por depósitos de alimentos macerados que gradualmente são deixados nos caminhos das amigdalas, no momento da mastigação e deglutição. Após um determinado tempo, dependendo do volume e quantidade de criptas destas amigdalas, as bolinhas se deslocam para a base da língua quando são engolidas involuntariamente ou expelidas para fora da boca no momento de um espirro, ou quando percebido pelo paciente. 

Os cáseos não são classificados em tipos ou graus de gravidade. Não impactam a saúde da mucosa oral, bem como não evoluem para uma doença grave, eles apenas são constrangedores quando o acúmulo é exagerado. Quanto a prevalência destas bolinhas em relação a idade, não predomina em nenhuma faixa etária, mas é menos comum antes dos 12 anos e no idoso longevo. 

Estudos mais recentes, dentro da especialidade, direcionam as conclusões para o tratamento mais eficaz, sendo eles: a cirurgia denominada tonsilectomia das palatinas (amigdalectomia) e a relação dos cáseos com a halitose crônica. 

Outras alternativas que ajudam na eliminação e tratamento dos cáseos são: gargarejos com água morna e sal, gargarejos com chás de diversas ervas, aumento da ingestão de ervas ácidas principalmente o alho, jejum de determinados alimentos derivados do leite e carboidratos, enxaquatórios diversos, sprays e uso de pomadas dentro das criptas amigdalinas. 

Também como forma de prevenção, uma medida de tratamento é realizar a retirada dos cáseos com objetos longos ou com os próprios dedos sempre que formar massas mais doloridas. Este é um procedimento que precisa ser realizado com muito cuidado ou com profissionais habilitados, isso porque feito de forma errada pode provocar uma infecção ou lesão na mucosa. 

Existem também medicamentos até com uma efetividade maior, por exemplo, compostos que contêm iodo ressublimado, além dos remédios fitoterápicos, estes últimos com pouca eficácia se comparado ao tratamento cirúrgico. 

Por fim, no que se relaciona com a indicação do tratamento cirúrgico como solução da amigdalite crônica caseosa, é necessário esclarecer que a eficácia está no fato de não haver mais a possibilidade de acúmulo dos cáseos. Já outros sintomas associados podem apenas melhorar em partes, como a halitose. Sendo assim, esse problema deve ser diagnosticado com precisão pois a intervenção cirúrgica implica em riscos cirúrgicos e sintomas às vezes desagradáveis no pós-operatório. 

 

Renato Tadeu Barufi - otorrinolaringologista e professor do curso de Medicina da Universidade de Franca – Unifran 

www.unifran.edu.br

 

9 benefícios da reposição hormonal

Indicada para minimizar os desconfortos que surgem na menopausa e para o tratamento de doenças ginecológicas


O corpo humano é uma verdadeira máquina, capaz de executar tarefas complexas e inimagináveis. Quando pensamos no funcionamento do corpo feminino, ficamos ainda mais impressionados com a vasta capacidade de desempenhar funções. Contudo, o desenvolvimento de doenças ginecológicas ou a chegada da menopausa provoca um declínio na produção de hormônios, que pode ser contido com a reposição hormonal. 

A reposição hormonal feminina é um tratamento que busca repor os hormônios que estão em déficit no organismo, desta forma, são utilizados hormônios bioidênticos, ou seja, que possuem a mesma composição química dos hormônios naturais.

Os principais hormônios utilizados na reposição são o estrogênio e a progesterona, mas em alguns casos a testosterona e a gestrinona também podem ser utilizadas. A ginecologista Dra. Loreta Canivilo explica:“O principal objetivo da reposição hormonal é minimizar os desconfortos que surgem com a queda dos hormônios e trazer mais bem-estar para a mulher”.

A reposição hormonal pode ser uma opção para minimizar os efeitos da menopausa ou para o tratamento de doenças ginecológicas, contudo alguns dos principais benefícios são:

  • Diminuição no risco de sofrer fraturas ósseas;
  • Colabora na diminuição do risco do desenvolvimento de Alzheimer;
  • Reduz as oscilações bruscas de humor e melhora os sintomas da depressão;
  • Melhora da qualidade do sono em mulheres que sofrem com os suores noturnos;
  • Redução das ondas de calor;
  • Melhora no aspecto da pele;
  • Aumenta a lubrificação vaginal e a libido feminina;
  • Melhora a disposição;
  • Evita e trata a queda capilar.

Alguns pacientes revelam sentir-se melhor quase instantaneamente, no entanto, em média os efeitos serão perceptíveis cerca de duas a três semanas após o início do tratamento. “Vale destacar que é necessária uma avaliação para entender as reais necessidades de cada paciente e só assim escolher de forma assertiva os hormônios que são utilizados na reposição”, ressalta Dra. Loreta. 


Dra. Loreta Canivilo - ginecologista, obstetra, ginecoendócrino e professora, formada pela Faculdade de Medicina ABC.  A médica também é especialista em assuntos relacionados a reposição hormonal, estética íntima e tratamentos de doenças do útero e endométrio.

 

Odontologia do sono pode ser a resposta para noites mal dormidas

Ainda pouco conhecida, especialidade trata problemas orofaciais responsáveis por distúrbios do sono, como bruxismo, apneia e ronco


Mudanças nos padrões de sono podem afetar a saúde física e mental causando cansaço, falhas de memória, queda na imunidade, alterações hormonais, instabilidade emocional e até mesmo problemas cardiovasculares. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), quatro em cada 10 pessoas não têm sono de boa qualidade e os motivos são muitos, entre eles a saúde bucal.


“Existem vários problemas relacionados ao sono que podem ser tratados na cadeira do dentista. Bruxismo, distúrbios respiratórios do sono e ronco são alguns exemplos”, explica o odontologista Milton Maluly Filho, Supervisor Técnico da Clínica Omint Odonto e Estética.


Segundo o profissional, o bruxismo, caracterizado por movimentos associados a contrações da musculatura mastigatória, pode ser uma ameaça à integridade do sistema estomatognático*. “Além de perturbar o sono, o bruxismo pode provocar diversos problemas, como lesões cervicais, desgastes e fraturas nos dentes, exacerbação de doença periodontal, disfunção temporomandibular (DTM) e hipertrofia do músculo masseter”, diz. Por isso, a condição precisa ser acompanhada de perto.


Já o ronco não é mais considerado uma alteração benigna que ocorre durante o sono ou apenas um motivo de chacota entre familiares e amigos. Atualmente é considerado um fator de alto risco para aterosclerose da artéria carótida, que é o acúmulo de gordura que gera a formação de placas nas paredes das artérias e, em casos mais graves, o espaço pode ser completamente obstruído, o que pode causar sérias doenças.


A Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS), um distúrbio respiratório crônico, progressivo, incapacitante e com graves repercussões sistêmicas, se agrava com o passar da idade e é bem mais comum do que se imagina. “Estudos indicam que a condição afeta de 33 a 35% da população brasileira, sendo que muita gente nem desconfia que sofre da doença”, diz. Porém, existem alguns sinais de alerta que podem ser facilmente identificados, como despertares frequentes durante o sono, sonolência e cansaço durante o dia, engasgos durante o sono, dor de cabeça ao acordar, problemas de memória ou concentração, arritmia cardíaca e hipertensão de difícil controle.


O cirurgião dentista tem um grande campo de trabalho respaldado pela literatura científica no tratamento dos distúrbios do sono. Na Clínica Omint Odonto e Estética existem profissionais especialmente habilitados para tratar casos como esses que, além de atacarem o distúrbio, também resolvem possíveis problemas bucais consequentes. “O profissional que se especializa em odontologia do sono conta com um amplo conhecimento em oclusão dental, tratamentos relacionados com a dor orofacial e disfunção da ATM”, finaliza Milton.

 

*Sistema estomatognático é um conjunto de estruturas bucais, formado pela maxila, mandíbula, arcadas dentárias, tecidos moles (glândulas salivares, suprimento nervoso e vascular), ATM (articulação temporomandibular) e músculos. Está intimamente ligado à função de outros sistemas, como o digestivo, respiratório, metabólico-endócrino e, inclusive, com a postura.

 


Primeira clínica do Brasil a conquistar a certificação de boas práticas e qualidade


Em funcionamento desde 1999, a Clínica Omint Odonto e Estética conta com atendimento clínico e disponibiliza diversos exames e procedimentos em seus dois endereços, a Vila Omint no Jardim Paulistano e a unidade na Berrini, ambos na cidade de São Paulo. Ao todo são 22 consultórios e Central de Radiologia, espaço exclusivo para a realização de exames de imagem, como tomografias, radiografias panorâmicas e scanner oral. 


“Temos disponíveis 38 profissionais para um atendimento multidisciplinar e integrado. Nossos pacientes podem realizar desde procedimentos a exames dentro da própria clínica, uma facilidade que promove, além da comodidade, rapidez nos resultados e controle na qualidade dos exames”, afirma o coordenador técnico da Clínica Odontológica Omint, Marcus Azevedo do Amaral.


A Clínica Omint dispõe de 10 especialidades, com serviços em Clínica Geral, Prótese, Estética Odontológica, Odontopediatria, Ortodontia, Endodontia, Cirurgia Oral Menor, Implantes, Radiologia e Tomografia, Periodontia, Harmonização Orofacial, Disfunção Temporomandibular (DTM) e Prevenção. 


“Fomos pioneiros na odontologia brasileira ao receber a certificação Joint Comission International (JCI), principal certificação mundial de empresas de saúde, concedido em 2014”, explica Amaral.


Com tecnologia de ponta, os espaços não poupam quando o assunto é a segurança do paciente: no Centro de Radiologia Digital, os aparelhos emitem 90% menos de radiação que os convencionais do mercado e fornecem imagens em alta definição. Ainda há o escaneamento digital que fornece imagens bidimensionais ou tridimensionais da cavidade bucal, o que promove conforto e mais precisão no resultado.

 

Clínica Omint Odonto e Estética - UNIDADE VILA OMINT - CRO: 5623.
Rua Franz Schubert, 33 - Jd. Paulistano - SP
Responsável Técnico: Maurício Bellonzi Abissamra - CRO: 40238

UNIDADE BERRINI - CRO: 10732
Rua James Joule, 92 - Berrini - SP
Responsável Técnico: Milton Maluly Filho - CRO: 38955

www.omint.com.br/clinica-odontologica


Rinoplastia pode curar sinusite e rinite?

Especialista explica quais os aspectos funcionais da cirurgia de nariz que vão além da estética

 

Já imaginou conseguir realizar dois desejos com apenas um procedimento médico? É exatamente isso que pacientes de sinusite crônica e rinite esperam quando procuram por uma rinoplastia estética: remodelar a aparência do nariz e ao mesmo tempo ficar livre dos incômodos das doenças respiratórias. Atualmente, apenas no Brasil cerca de 15% da população sofre com sinusite de acordo com os dados da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial. Mas, será mesmo que a cura é possível?

De acordo com o professor da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e otorrinolaringologista da Clínica Dolci em São Paulo, Dr. Eduardo Dolci, tratar a parte funcional do nariz, melhorando a qualidade de vida do paciente, sempre é o objetivo primordial do cirurgião quando realiza uma rinoplastia. Porém, cada caso tem suas particularidades únicas que precisam ser respeitadas.

“No caso de pacientes com quadro de sinusite crônica, quando o tratamento medicamentoso não é suficiente, a rinoplastia pode ser um bom recurso. A sinusite é uma inflamação das mucosas dos seios da face devido a incapacidade de drenar o líquido excedente da região. Na cirurgia, além de realizar essa drenagem, é possível ampliar o calibre das vias naturais, facilitando o processo de escoamento e impedindo novas incidências”, enfatizou.

Quando o assunto é a rinite, a rinoplastia pode ajudar a diminuir os sintomas, mas não trará cura do quadro, já que os casos são de origem alérgica e não anatômica. Quando o organismo tem contato com o agente que causa a alergia, os cornetos aumentam de tamanho dificultando a passagem do ar. É a famosa carne esponjosa, que pode vir acompanhada de inflamação – a rinite.

“Quando a rinoplastia é realizada em pacientes com rinite, o objetivo é diminuir o tamanho dos cornetos que sofreram essa hipertrofia. Assim, conseguimos facilitar a passagem do ar, o que diminui a sensação de nariz entupido, a dificuldade de respirar para dormir e os outros sintomas, como secreção e roncos”.

Em ambos os casos, a verdade é que a intervenção cirúrgica pode ser uma boa alternativa para unir dois desejos: ter um nariz mais bonito e melhorar a qualidade respiratória. Mas, não existe a garantia de que ela possa curar a rinite e a sinusite. Afinal, muitas pessoas desenvolvem sensibilidades alérgicas ao longo da vida, o que pode evoluir para doenças crônicas.

A melhor conduta, então, é manter um acompanhamento com especialista mesmo depois de estar livre dos sintomas mais graves por conta do procedimento cirúrgico. Isso irá prevenir novas crises, outras doenças e garantir o bem-estar respiratório do paciente durante o ano inteiro.

 

Dr. Eduardo Landini Lutaif Dolci - sócio da Clínica Dolci Otorrinolaringologia e Cirurgia Estética Facial, em São Paulo; Professor Instrutor de Ensino do Departamento de Otorrinolaringologia da Santa Casa de São Paulo; Membro titular da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial; Membro eleito da Comissão de Residência e Treinamento da Sociedade Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial; Membro titular da Academia Brasileira de Cirurgia Plástica da Face. www.facebook.com/clinicadolci

 

Posts mais acessados