Em 25 de julho de 1978 nascia na Inglaterra Louise
Joy Brown, a primeira bebê de proveta do mundo. O procedimento criado por
pesquisadores britânicos revolucionou a medicina reprodutiva com o método
inovador de juntar os óvulos com os espermatozoides dentro de um laboratório,
transferindo posteriormente os embriões para o útero. A realização desse
procedimento foi o pontapé inicial para o avanço tecnológico que permitiu
ampliar as possibilidades de tratamento da fertilidade.
Para se ter dimensão do quanto a medicina
reprodutiva evoluiu nos últimos 40 anos, até o final da década de 1980 as
chances de sucesso nas fertilizações não ultrapassavam 15%. Não existia o
ultrassom transvaginal, os laboratórios e os equipamentos eram bem menos
desenvolvidos e o procedimento era realizado por meio de laparoscopia,
tornando-o mais arriscado e menos eficaz. Diante desse cenário, as chances de
uma gravidez acontecer eram quase nulas.
De lá para cá muita coisa mudou. O método para
realização de uma fertilização in vitro (FIV) hoje é minimamente
invasivo. A evolução tecnológica possibilita que as chances de sucesso no
tratamento variem de 50% a 60% em mulheres de até 35 anos. A técnica evoluiu
tanto que, a cada ciclo de fertilização in vitro, a chance de gravidez é maior
do que em um ciclo natural de um casal jovem e saudável.
No Brasil, o primeiro bebê de proveta nasceu em
1984 no interior do Paraná. Nesta época, ainda não estava disponível no país a
tecnologia para avaliar a qualidade dos embriões e, com isso, os médicos
optavam por transferir vários embriões em desenvolvimento. O entendimento era
que quanto mais embriões o útero recebesse, maior seria a chance de uma
gravidez.
Hoje, a precisão de técnicas de seleção e
congelamento de embriões em uma FIV já tem permitido a transferência de apenas
um embrião ao útero e, na maioria das vezes, em estágio de blastocisto, com
maior chance de gravidez. Para contribuir com isso, clínicas de reprodução tem
usado equipamentos de última geração, como o Embryoscope Plus. Esse aparelho
permite que todo o processo de avalição dos embriões seja realizado sem a
manipulação externa.
Seu sistema de vídeo possibilita que embriologistas
acompanhem de forma contínua e ao vivo cada estágio do desenvolvimento,
permitindo selecionar de forma mais adequada quais os embriões de melhor
potencial para a transferência ao útero, no momento certo, proporcionando um
ganho na fertilização in vitro.
Além dos equipamentos, as técnicas de congelamento
de óvulos também evoluíram. Elas permitem, por exemplo, que mulheres que
queiram adiar a maternidade ou irão passar por algum tratamento de saúde por
conta de uma doença, como câncer, preservem seus óvulos saudáveis e escolham o
melhor momento para engravidar.
Em 2011, uma resolução do
Conselho Federal de Medicina (CFM) estabeleceu o número máximo de embriões que
podem ser levados ao útero durante o processo de fertilização in vitro.
Em mulheres até 35 anos, é permitida a transferência de até dois embriões. Já
para mulheres de 36 a 39 anos o número aumenta para três; e para mulheres de 40
anos ou mais são permitidos até quatro embriões.
A medicina reprodutiva
continua em constante avanço, oferecendo técnicas cada vez menos invasivas e
sofisticadas. As informações e os recursos tecnológicos possibilitam realizar
procedimentos cada vez mais precisos para alcançar resultados efetivos,
permitindo, assim, que mais pessoas possam realizar o sonho de ter filhos.
Huntington Medicina
Reprodutiva
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