Segurança mobile
É muito provável que você esteja
lendo este artigo de um dispositivo móvel e muito provável também que use o
sistema operacional da maçã ou do robozinho. No final de agosto do último ano,
segundo a Anatel, o Brasil tinha 116,53 celulares para cada 100 habitantes, o
que totaliza 242,2 milhões de
celulares. Grande parte das atividades do
nosso cotidiano - seja pedir comida em um delivery, acompanhar seu
desempenho em um app fitness ou se locomover pela cidade - é realizada
usando o nosso melhor amigo: o smartphone. Por isso pergunto: você já se
questionou quão seguro está seu?
Lojas de aplicativos
O risco ao instalar um App fora da
loja oficial é muito grande, tornando o usuário um alvo fácil para criminosos
que podem obter acesso às suas informações confidenciais, como dados de e-mail,
senhas, fotos e vídeos, além de monitorar o que você digita, acessar sua
câmera, ver históricos de acessos, instalar outros Apps e muito mais. O Google
e a Apple mantém suas lojas de aplicativos para que seus usuários os baixem com
tranquilidade e segurança. Mas como sabemos, não existe segurança 100%.
Recentemente foi descoberto que 8 aplicativos da Play Store conectavam os dispositivos nos quais estavam instalados a uma
rede botnet, segundo informações da Symantec.
Outra prática comum é a instalação de
sistemas operacionais totalmente customizados em uma versão mais atualizada que
não foi disponibilizada oficialmente pelo fabricante. Neste caso o risco é
ainda maior, pois na maioria das vezes é requerida a liberação de acesso de
administrador ao dispositivo, permitindo um acesso completo ao seu gadget
e podendo, dessa forma, facilmente danificá-lo.
O que cada App tem acesso em meu
dispositivo?
Outro cuidado refere-se aos acessos
que os Apps têm ao serem instalados. A maioria dos usuários não se atenta para
isso e dá acesso “voluntariamente” aos seus dados. Uma das formas de melhorar
essa segurança é usar o próprio sistema operacional para visualizar tais
informações para decidir se aquele App de fotos tem mesmo motivos para acessar
seu microfone, por exemplo. Em sistemas operacionais com versões mais antigas,
talvez seja necessário de um outro App para visualizar esse tipo de permissão.
Para ter uma camada a mais de
proteção, todo sistema, por padrão, vem configurado de fábrica para bloquear o
acesso administrativo ao aparelho e é aí que mora o perigo dos procedimentos
que quebram intencionalmente tal proteção.
Boas práticas de segurança
Boa parte dos danos e prejuízos são
causados pelo comportamento displicente de seus usuários, que desconhecem
algumas práticas de segurança, tai como:
Manter
o sistema operacional sempre atualizado bem como os seus Apps.
2.
Desconfiar
de tudo e só instalar Apps provenientes de sua loja oficial.
3.
Ter
um software de proteção atualizado contra ameaças virtuais
4.
Manter
backups (atualizados periodicamente) das informações mais críticas em outro
lugar.
5.
Usar
uma senha forte no armazenamento em nuvem.
6.
Trocar
o PIN por uma senha de maior complexidade na tela de bloqueio.
7.
Não
utilizar padrões fáceis de desenhos para desbloqueio de tela e, se possível,
utilizar recurso de biometria.
8.
Habilitar
e configurar serviços de gerenciamento remoto no dispositivo. Em caso de
emergência será possível localizá-lo, bloqueá-lo e até formatá-lo.
9.
Anotar
o IMEI (*#06#) para emergências em casos de furto. Ele é o número de identificação
do aparelho celular.
10.
Evitar
conectar-se em redes públicas. Caso seja inevitável, optar pelas conexões
3G/4G.Os sistemas operacionais dos dispositivos móveis têm evoluído continuamente, mas ainda estão longe de serem um ambiente seguro no qual podemos confiar cegamente.
É preciso que cada usuário faça sua parte.
Samuel Guimarães, especialista em
cibersegurança da Arcon
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