Quais os principais tratamentos para
endometriose?
No Mês Mundial de Conscientização da
Endometriose, março, o assunto não poderia ser outro. Doença que afeta cerca de
6 milhões de mulheres só no Brasil, ainda causa muita dúvida em pacientes e até
em alguns profissionais pela dificuldade de diagnóstico.
A endometriose é considerada uma doença
crônica, portanto, sem cura definitiva, mas que regride de forma espontânea
após a menopausa em razão da queda na produção dos hormônios femininos. Apesar
de não ter cura, a notícia animadora é que os tratamentos disponíveis promovem
melhor qualidade de vida às mulheres portadoras da doença.
O tratamento da
endometriose tem dois objetivos principais: melhora da qualidade de vida da
mulher (com melhora das dores e sintomas que a endometriose possa estar
causando), e melhora da fertilidade. “Certamente a melhora da qualidade de vida
da mulher é o principal objetivo, pois a maioria delas sofre muito com dor”, afirma
Tomyo Arazawa, ginecologista e obstetra da Alira Medicina Clínica.
Existem duas formas de
tratamento da endometriose: o clínico e o cirúrgico. “Alguns
fatores devem ser considerados e analisados pelo especialista antes do início
do tratamento como: idade, gravidade dos sintomas, gravidade da doença e se a
mulher quer engravidar”, ressalta.
Tratamento
clínico
A indicação de remédios
pode ter vários motivos: controle da dor, impedir que a endometriose piore e/ou
para minimizar a chance de reincidência da doença após tratamento cirúrgico.
O tratamento
medicamentoso é o indicado para a maior parte dos casos. “Um procedimento comum
é o bloqueio da menstruação para minimizar a dor por meio de anticoncepcionais.
Medicamentos analgésicos também são importantes para minimizar o sofrimento
durante as crises de dor. Mas, em algumas situações quando a dor é muito
intensa, o bloqueio da menstruação pode não ser suficiente para melhorar os
sintomas, afinal as lesões de endometriose continuam lá. Em muitos casos, inclusive,
ela pode evoluir e causar alterações na parte psicossocial: a dor crônica
começa a influenciar no relacionamento profissional, pessoal e na relação
sexual, e pode aumentar o risco de depressão e ansiedade”, explica o
ginecologista.
Outros tratamentos
combinados ajudam a amenizar os sintomas de dor, como a acupuntura,
fisioterapia, exercícios físicos e meditação. Mas esses tratamentos também não
farão as lesões sumir.
Tratamento
cirúrgico
Já o tratamento
cirúrgico é a opção mais indicada para as mulheres que não melhoram com o
tratamento clínico ou nos casos mais avançados da doença. A cirurgia tem como
objetivo a retirada ou cauterização das lesões de endometriose. A retirada das
lesões e das aderências propicia melhora da qualidade de vida com diminuição da
dor e retorno à fertilidade em grande parte das mulheres com a doença.
“A cirurgia para
endometriose é realizada por vídeo-laparoscopia. Além de menos invasiva, essa
técnica permite a ampliação da imagem, permitindo ao cirurgião melhor
visualização dos órgãos para uma cirurgia mais precisa”, explica. A cirurgia
robótica é uma evolução da vídeo-laparoscopia e que também pode ser utilizada
para cirurgias de endometriose. Essa alterativa proporciona visão ainda mais
detalhada através de imagens tridimensionais, além de oferecer maior precisão
dos movimentos das pinças cirúrgicas.
É importante que a
mulher saiba que cada caso é único, portanto, não existe fórmula mágica que
funcione para todas as pacientes. Na consulta, o médico especialista buscará os
tratamentos que serão mais adequados para cada paciente, levando em
consideração não só o estágio da doença, mas principalmente o impacto
sobre a saúde e qualidade de vida da paciente.
Dr.
Tomyo Arazawa - ginecologista e obstetra da Alira Medicina Clínica.
Especializou-se em cirurgias minimamente invasivas como cirurgias robóticas,
video-laparoscópicas e video-histeroscópicas (os quais incluem as cirurgias de
endometriose) e em medicina reprodutiva. É
membro da Sociedade Paulista de Ginecologia e Obstetrícia (SOGESP), da American
Society for Reproductive Medicine (ASRM), da American Association of
Gynecologic Laparoscopists (AAGL) e da International Pelvic Pain Society (IPPS).
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