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quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Associação Brasileira de Pedestres analisa situação do trânsito no País



Redução dos limites de velocidade e revisão do modelo de gestão de estradas e vias urbanas estão entre os itens avaliados

Este é o momento de se dar um basta ao achismo, típico de nossa cultura política, visando propor soluções para sérios problemas no trânsito que nos afetam e que necessitam de solução. Exemplo disso é a discussão sobre indústria de multas e redução de velocidade em nosso trânsito. Aí, surgem afirmações como a de que “aumentando a velocidade, aumenta-se a quantidade de veículos passando em determinada via”; ou que “existe uma indústria de multas, como se ela não estivesse associada a uma indústria de infrações”. Ao invés de buscarem explicações técnicas sobre o que está ocorrendo em nosso trânsito, os políticos improvisam saídas para agradar seus potenciais eleitores.

Enquanto isso, até hoje, não temos uma caracterização bem definida das vias arteriais, com o objetivo de se fiscalizar os 90% ou mais das vias que formam a rede local, cuja velocidade deveria se limitar a 30-40 km/h; enquanto nas arteriais, o limite deveria ser de 50/60. Somente em vias expressas, com vedação completa de acesso a pedestres, a velocidade poderia ser até 80 km/h -  mortal para o pedestre atropelado – desde que a via tivesse sido projetada e executada para esse limite.  

Ao contrário de soluções improvisadas, este é o momento de se realizar um diagnóstico amplo e profundo do sistema de transporte e trânsito rodoviário,  a fim de desestatizar sua gestão pelo setor público, até onde for possível, de maneira a integrá-lo com os demais modos e serviços de transporte, liberando-o para ser o que sempre foi: atividade econômica relacionada à  movimentação de insumos e produtos de nossa matriz de produção de bens e serviços, hoje altamente prejudicada pela deterioração e estrangulamento da infraestrutura rodoviária.   A falta de recursos públicos, associada a um sistema de impostos e taxas pagos direta ou indiretamente pelos usuários em volume e incidências distantes da racionalidade econômica, despertou-nos para a gravidade do problema que paira sobre o setor rodoviário.

É surpreendente que, num território de 8,5 milhões de km2 e com uma população de mais de 200 milhões de habitantes, somente agora se tomou consciência de que o setor de transporte e trânsito rodoviário está inserido no processo produtivo que dele depende visceralmente na busca de eficiência e competitividade. E, como tal, sua gestão e desenvolvimento devem se integrar no processo produtivo, como já o fizeram outros serviços públicos, destacando-se entre eles as telecomunicações, a produção de energia e serviços de transporte marítimo, ferroviário e aéreo.

Assim como se pode cobrar qualidade e segurança nas rodovias já concedidas a empresas organizadas e operadas pelo setor privado, espera-se, em futuro próximo, que essa seja a regra em outras rodovias e estradas, assim como na rede viária urbana. Quando, então, serão cobradas das empresas concessionárias responsáveis pela gestão e desenvolvimento da infraestrutura viária urbana a qualidade e segurança do trânsito em nossas cidades. E é no trânsito que estão inseridas a mobilidade e segurança dos pedestres, bem como de motoristas e passageiros de veículos públicos e privados que pagarão pelos serviços prestados pelo concessionário por meio de tarifas de circulação.

Enquanto se der continuidade às concessões de rodovias, é imprescindível que se realizem estudos e pesquisas sobre tarifação de circulação de veículos nas áreas urbanas e suburbanas, por se tratar de projeto pioneiro no mundo pelo simples fato dos países desenvolvidos disporem de recursos públicos para continuar financiando sua infraestrutura urbana.

Eduardo José Daros -Presidente da Associação Brasileira de Pedestres
E-mail daros@transporte.org.br
http://ejdaros.blogspot.com

O que os millennials buscam nas redes sociais?



Basta dar uma olhada rápida no feed do Facebook para perceber que a maioria do conteúdo disponível na plataforma é produzido e/ou compartilhado pelos “millennials”, jovens nascidos entre o fim da década de 1980 e começo da década de 1990. Hoje, eles são o público principal de muitas marcas e empresas em todo o mundo. Isso acontece porque a geração Y, como também são conhecidos, está mudando o panorama de como a internet é consumida, uma vez que são a primeira geração nativa do mundo digital.

Para muitos, a sensação é de que os millennials estão envolvidos em toda e qualquer iniciativa tecnológica, e não é para menos: segundo dados divulgados pela empresa de análise de mercado Statista em maio deste ano, 93% dos millennials participantes da pesquisa acessam a internet regularmente, e 90% deles têm smartphones. Ou seja, eles estão conectados o tempo todo.

A maior parte do tempo gasto por esses jovens na rede é utilizado nas redes sociais, que muitas vezes não consegue atender as necessidades ou oferecer material interessante para esse público. Mas, afinal, o que um millennial busca quando utiliza uma rede social? O DeeMe, aplicativo que é uma mistura de Instagram, Snapchat e WhatsApp montou uma lista sobre o assunto:


1- Originalidade e criatividade
Sabe aquele meme que você deu um like na semana passada? É provável que você já tenha dado de cara com eles muitas outras vezes desde então, uma vez que, geralmente, memes engraçadinhos são compartilhados à exaustão por dezenas de páginas diferentes no Facebook. Ninguém aguenta mais esse tipo de postagem, muito menos os millennials. Uma característica dessa geração é que ela utiliza uma grande variedade de fontes pra se informar e entrar em contato com conteúdos interessantes, e por isso, supor que os jovens irão se prender a um material batido só porque ele já esteve em alta é um erro. A criatividade e originalidade no conteúdo, além de contar para aumentar a qualidade da rede social, também atrai público e estimula os usuários a se manterem engajados com a plataforma.


2- Diversidade de redes
Sete diferentes redes sociais foram analisadas pelo American Press Institute, assim como a relação dos millennials com elas, e percebeu-se que o padrão para a geração Y é o uso de diversas plataformas simultaneamente. Ao contrário de gerações anteriores, os millennials não utilizam apenas um canal ou veículo para manterem-se em contato com o mundo, e sim um mix de redes dependendo do conteúdo buscado. Para notícias, a rede social predileta é o Facebook, análises de produtos e demonstrações, o YouTube é uma boa pedida, customização e edição de imagens, temos o DeeMe, enquanto o Instagram é povoado por aqueles que acompanham as tendências da moda.

A dica para quem quer produzir material para atingir a geração Y é saber qual é a mensagem que você quer passar e qual canal é mais efetivo para ser ouvido. Planeje com cuidado e escolha a rede social que mais tem a ver com o seu projeto. As chances de dar tudo certo são altas!


3- Proximidade com o interlocutor
Você provavelmente já viu em sites de notícias posts sobre como os social medias de empresas como Netflix interagem de maneira super descolada e pessoal com clientes, algo que, pelo menos há algum tempo atrás, era muito celebrado em toda a internet. A questão aqui é lembrar que com o advento das redes sociais os clientes e as empresas estão mais próximos do que nunca um do outro. É importante que a rede social traga pontes para os usuários, e não mais barreiras. Uma comunicação fácil e efetiva é uma necessidade para os millennials, que ao estarem sempre conectados, não admitem dificuldades de comunicação em tarefas que deveriam ser fáceis. Tratar o millennial com pais personalidade também é uma boa pedida.


4- Compreensão de público
É bem incômodo quando alguém tenta te oferecer um produto que não tem nada a ver com você, e pior ainda se ela insiste em dizer que o conteúdo oferecido é a sua cara. Embora os millennials tenham alguns comportamentos que se repetem entre eles mesmos, a geração em si é bem heterogênea, então aplicar uma estratégia pensando em todos como detentores de um perfil único não é um bom plano.

Para produtores de conteúdo, um passo que deve ser mandatório é o estudo do público a ser atingido. O que ele gosta? Qual o tipo de conteúdo mais faz sucesso com ele? Quem são os ícones e influenciadores que lideram o público? Saber a resposta para essas e outras perguntas ajudam a criar conteúdo relevante e passível de "viralização" nas redes sociais. Não adianta criar um material bom, mas que não se conecte em nenhum nível com o público pretendido.

 * Country manager do DeeMe, um aplicativo gratuito que permite a troca de mensagens por telefone, usando foto e texto.


Gisele Giardelli



Dessalinização, ficção ou realidade?



 “Vale a pena tirar o sal do mar para termos mais água?” 

 Assisti há algum tempo, já meio atrasado, a nova versão da ficção Mad Max, pois faz tempo que o filme saiu do cinema. Esta história marcou muito a minha adolescência. A violência é igualmente exagerada, o povo é mais macabro e a temática da água continua maravilhosa. Pois é, a falta de água pela falta de florestas é o centro desde o primeiro filme com o tão famoso Mel Gibson. Só tem areia e mais areia o filme inteiro.

 Por meio da arte cinematográfica também se aprende o que sofremos nestes últimos meses com uma das maiores crises hídricas das décadas no estado de São Paulo e em outros locais do país. Se não é pelo amor, é pela dor que muitos brasileiros e, principalmente paulistas, começaram a economizar água, tomando banho com um balde ao lado para depois jogar na descarga, ou ainda utilizando água da pouca chuva que cai para regar as plantas.

 O sistema de meritocracia tão utilizada no liberalismo imperou também nas contas de água e energia, com “choques” de multas para aqueles que gastavam a mais do que sua cota e “brioches” de descontos para aqueles que economizavam. Para mim este sistema “educacional” devia vir mesmo de uma consciência plural e sistemática que vi e aprendi com batalhadores professores e pais, e inclusive com filmes apocalípticos de pessoas brigando por água como se briga por petróleo hoje em dia.

 Temos no país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza, cerca de 12% da água potável do mundo. E nas veias subterrâneas temos mais do que o ouro preto que é razão de guerras e invasões imperialistas, existe uma abundância da substância líquida que é a base para a vida no planeta. Alguns especialistas dizem que o Brasil não exporta grãos nem gado, mas sim água em forma de alimentos e carne. Entendeu? Não?  Isso mesmo, para exportarmos os alimentos e a carne precisamos de muita água para irrigar, alimentar, gerar energia, etc.
 Já ao contrário dos países que por questões geográficas tem em abundancia o líquido mais barato nos dias de hoje para gerar energia, muitas vezes não possuem a água  necessária para a sua população. E uma das suas soluções é tirar a água do mar e retirar o sal. Isso chama-se dessalinização. Óbvio que o processo é mais complicado: com a retirada também de micro-organismos, excesso de sais minerais e outras partículas sólidas desta água salobra.

 Para fazer este processo pode ser de duas maneiras, a osmose inversa e a destilação térmica. Lembrando das nossas professoras de ciência: a destilação térmica é fazer a água evaporar (transformar de estado líquido para estado gasoso) e depois pegar o vapor de água e condensar (transformar de estado gasoso para líquido) gerando um água “limpa”.  E o outro tem a ver com a osmose, que  é o deslocamento de um fluído através de uma membrana semipermeável, do meio menos concentrado para o meio mais concentrado, tentando equilibrar a quantidade líquida dos dois meios. A osmose reversa é passar do meio mais concentrado para o meio menos concentrado por meio de bombeamento num fluxo antinatural. Ou seja, a água “foge” do meio mais concentrado para o meio menos sal, deixando-a límpida. Tudo isso com muita energia para ir contra a corrente natural.

 Segundo o site do IDA (International Desalination Assossiation), em 2015, existiam cerca de 150 países que praticavam estes processos com mais de 18 mil plantas em operação. Cerca de 300 milhões de pessoas dependem destas “fabricas” de fazer água potável. Grande parte destas plantas realizam o seu processo por meio de geração de energia a base do outro líquido chamado petróleo. O processo acaba gastando muita energia, por isso economicamente é inviável em países com atual abundância de água “doce” ou com problemas financeiros.

 No Brasil, está tramitando uma medida para o desenvolvimento de incentivos para estimular a dessalinização de águas marinhas e de fontes salobras subterrâneas que pode fazer parte das diretrizes e objetivos da Lei Federal do Saneamento Básico. A medida está no projeto de lei (PLS 259/2015) aprovado pela Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) em maio de 2016. Ainda existem vários passos para tornar-se lei passando pela Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA); pela Câmara e pelo Senado.

 O caso mais famoso no Brasil é em Fernando de Noronha que 100% da água dessalinizada é consumida. Mas mesmo assim ainda falta água potável em algumas épocas para a população local e para os turistas. Isso sim é realidade e não ficção.

 Temos que começar a investir estudos, recursos e inteligência para continuarmos em total harmonia com este nosso planeta, de uma forma sistêmica, senão só sobrará areia e mais areia como naquele filme de ficção.




Marcus Nakagawa sócio-diretor da iSetor, professor da graduação e MBA da ESPM, idealizador e diretor da Associação Brasileira dos Profissionais de Sustentabilidade e palestrante sobre sustentabilidade, empreendedorismo e estilo de vida. 


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