Pesquisar no Blog

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

'TransBalho'



Sem dúvida nenhuma o trabalho é um importante elemento da dignidade. Não é meramente um meio de subsistência, apesar de muitos inconscientemente o diminuírem assim. Ele nos transmite a ideia de serviço. O professor que se sente responsável pelo futuro dos alunos, o motorista que faz o transporte de pessoas ao trabalho, família, hospitais, o pedreiro que se vê erguendo uma catedral. É no trabalho que nos sentimos gratificados pela esforço da nossa força. É no trabalho que temos uma identidade: é o sou padeiro, sou empresário sou vendedor. Por fim, é no trabalho que colocamos a nossas aspirações profissionais e de uma vida melhor.

No caso dos transgêneros é muito difícil, e para alguns praticamente impossível encontrar este elemento da dignidade. Vamos entender isto melhor neste artigo.

É comum eu ouvir e até ver, travestis e transexuais serem considerados vagabundos, pessoas que optaram por própria vontade e gosto a prostituição. Pessoas que estão lá por pura depravação. Isto é querer ver somente o resultado final sem se importar com a causa. A trajetória que trouxe a pessoa para esta vida. Uma análise muito simplista, que vamos nos aprofundar aqui.
As estatísticas da ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais ) mostram que o alarmante número de 90% dos travestis e transexuais estão na prostituição, 6% trabalham por conta própria e 4% estão empregados.

As estatística atuais vem de entidades nacionais e internacionais tais como ANTRA, ABGT, UNESCO, TGEU.

Este problema tem sua raiz logo no início da transição de gênero. A imensa maioria, provavelmente a totalidade destes 90% dos transgêneros, em especial travestis e transexuais, relatam um processo dramático da expulsão das seus lares pela família. Há casos que envolvem violência e espancamento, principalmente por pais e padrastos. Há ainda, outros casos em que as mães pedem ou pagam para terceiros espancarem seus filhos. Irmãos que os agridem todos os dias ou simplesmente a família o proíbe de entrar em casa.

E quanto a isto não importa a idade, há um exemplo de uma travesti, hoje muito conhecida pelos seus brilhantes artigos, que relata ter sido expulsa aos 12 anos.

Uma vez forçada a sair de casa, esta pessoa não encontra qualquer porta aberta. Em primeiro lugar porque a maioria dos lugares a desprezam e a querem longe. São comuns depoimentos de pessoas que são expulsas do local onde procuram trabalho, que tem seus currículos rasgados e jogados na lata do lixo ou dizem simplesmente “não trabalhamos com pessoas como você”

As que fazem sua transição mais tarde encontram um pouco mais de oportunidade, se antes de fazerem a transição já alcançaram alguma qualificação ou têm a vida profissional bem estabelecida. Porém, mesmos as mais qualificadas são expulsas do mercado privado de trabalho, percebem a queda no interesse de contratação ou de consumidores do seus produtos, e relatam que após passar em todas as etapas de recrutamento são repentinamente dispensadas após apresentarem suas carteiras de trabalho com o nome civil. Daí uma das motivações para que se facilite a retificação do nome e sexo nos documento de transgêneros.

Uma vez na rua, não resta absolutamente nada para a sobrevivência de transgêneros que a prostituição ou a criminalidade. A primeira é a opção mais comum e legítima, já que prostituição não constitui crime, mas sim a exploração da prostituição. E ao contrário do ditado, não é uma vida fácil. A pessoa tem de estar todo dia na rua (ou na pista), muitas vezes à noite, sofrendo com o frio em roupas curtas. Estando sujeita a todo tipo de risco de
violência, não só xingamentos, mas pedradas, pauladas, tortura e até mesmo a morte. Não tem a quem recorrer e alguns policiais não tem se mostrado preparados para estas situações. Infelizmente, segundo várias publicações, alguns membros da força pública de segurança, levados pelo preconceito podem constituir, também, um fator de insegurança e até violência.

No seu “trabalho”, têm de entrar em carros de desconhecidos, sem saber o que carregam lá dentro. Alguns bêbados, drogados e que pedem para elas usarem drogas também. Não sabem se receberão pelo programa ou se serão agredidas por se recusarem a pedidos esdrúxulos, como fazer sexo sem camisinha entre outros.

Seguindo Daniela Andrade, não estão lá esperando uma carreira, promoção, curso de inglês etc. Estão lá pelo mais primário objetivo, a sobrevivência. O viver mais um dia, sabendo que no outro dia estará lá novamente. Tudo para pagar o ponto que é alugado, a comida do dia seguinte, o pequeno cubículo que moram e dividem. Por isso,não tem força de luta. As companheiras que se protegem são na verdade concorrentes, lutando pela necessidade de viver. Algumas sonham em encontrar um cliente que queira se casar ou uma ilusória vida melhor por uma “transferência” para a Europa. Mas, sabem que isto é para poucas. A expectativa de vida de uma travesti, devido a violência e ausência de interesse do setor público, é de 35 anos, não dá para se ter muita perspectiva.

Além da questão do direito de existir na família e sociedade, que só vai ser resolvido quando se tratar este assunto nas escolas e nas famílias, há o problema da falta de qualificação desta população. Basta lembrar que 82% não conseguem terminar o ensino médio. Em algumas escolas sofrem violência por parte dos colegas, ignoradas por
professores, orientadores educacionais e diretores. Nestas escolas não reconhecem o seu gênero, recentemente vem sendo adotado o nome social, e ainda são obrigadas a usar um banheiro em que se sentem constrangidas e onde se efetuam as piores agressões. Por tudo isto, não se sentem bem-vindos nestas escolas, e ao perceber que este não é o seu local, não aguentam, e acabam evadindo.

A prefeitura de São Paulo vem desenvolvendo o projeto TransCidadania que visa oferecer alguma qualificação e formação para as travestis de rua.

Porém, de nada adianta a qualificação se as empresas se recusarem a empregar transgêneros. Uma iniciativa positiva é o Fórum de Empresas LGBT, que é uma associação de grandes empresas que adotam a missão de “promover os direitos humanos, a valorização e respeito a diversidade, garantindo uma melhor qualidade de vida profissional para as pessoas LGBT”. Atualmente são mais de 10 grandes empresas patrocinadoras e mais de 100 empresas signatárias, que assumem 10 compromissos de estabelecimento da diversidade dentro da empresa e o respeito à população LGBT no ambiente de trabalho. Elas recrutam, contratam e treinam LGBTs, inclusive transexuais.

Além deste, cumpre destacar o projeto TransEmprego, uma entidade independente, que realiza um cadastro de transexuais e travesti que querem se inserir no mercado de trabalho, e os encaminham a estabelecimentos e serviços que façam o recrutamento sem discriminação.

Segundo Márcia Rocha, do TransEmprego, as empresas relatam que funcionários transgêneros, por sua visão na diversidade, trazem novas soluções para os desafios na empresa. Além de oxigenar o ambiente de trabalho. Estas pessoas, por saberem da dificuldade de encontrar um novo trabalho são funcionários dedicados. Por fim, empregar
transgênero é uma importante iniciativa de combater o preconceito, pois além de colocar estas pessoas com poder econômico e vivência social, leva os outros funcionários a entenderem e respeitarem a diversidade e transmitirem suas experiências. Um bom exemplo é quando a pessoa transgênero ocupa cargos de chefia. Rocha também diz que as empresas que contratam LGBTs, acabam contratando mais funcionários posteriormente. A IBM conta hoje com cinco funcionários contratados paulatinamente através do TransEmprego.

Um ponto importante, que são também tratados nestes projetos, é que não basta somente empregar um transgênero. É preciso que haja um ambiente de trabalho acolhedor. É comum que um transgênero que faça sua transição dentro de uma empresa, mesmo as públicas, passem por humilhações, perseguições e chacotas. Institucionalmente algumas destas empresas não respeitam o nome social, banheiro e não dão atenção para as queixas das vítimas. Colocam a culpa na própria vítima por não saber se “comportar” lá dentro até que chega um ponto de não aguentarem e se verem obrigados a sair.

Assim, estes projetos, também promovem palestras e estabelecem diretrizes de acolhimento e respeito para os funcionários transgêneros. E os resultados têm sido positivos. Uma coisa que percebo é que a resistência das pessoas para este grupo está no total desconhecimento sobre o assunto. De entender que nada é uma escolha e tudo é um processo.

Outro ponto necessário é preparar o funcionário para a nova vida. Eles estavam acostumados a uma vida de rua e receber o próprio dinheiro, mesmo que muito pouco. Na vida do trabalho eles têm horários, chefia, obrigações e metas. Se não forem conscientizados e preparados para a nova vida, podem ter um sentimento de estranhamento e deslocamento, e acabam voltando para a vida antiga. Porém, após um período de adaptação, eles logo se sentem mais à vontade, se sentindo fazer parte da sociedade de novo. Em suma, passas a se sentir cidadãos.

Obviamente vivemos um problema de desemprego, que tem de ser pensado e resolvido. Mas, aqui a questão é outra. Não o é um problema político econômico. Mesmo que nosso país vivesse uma era de prosperidade, estas pessoas continuariam desempregadas. Portanto, é um problema social. Mais ainda, é um problema de preconceito e discriminação. Há estes e outros projetos, que o espaço não me permite descrever, para atenuar este problema. Isto é bom, porém, o problema persiste e ainda é grave. Espero aqui ter desmistificado a ilusão, que alguns têm, que travestis e transexuais estão próximo a algumas casas se prostituindo por opção e depravação. Eles são o que são, e não poderiam ser diferentes. São pessoas, e deveriam ter os mesmos direitos como eu e você. Inclusive o direito ao trabalho, que para nós é natural e uma conquista, mas para eles não passa de um sonho eles aprenderam a se aceitar, e falta o mundo os aceitarem.




Daniela Cardozo Mourão - professora da Faculdade de Engenharia da Unesp de Guaratinguetá

Fonte: http://www.unesp.br/ 




Nova lei torna obrigatória a adoção de protocolo médico para identificar autismo em crianças até os 18 meses



Lei aprovada no Senado este ano entra em vigor no final de Outubro. Entenda como deve funcionar o prognóstico do autismo e veja os benefícios do tratamento precoce em crianças


Segundo dados do CDC (Center of Diseases Control and Prevention - Centro de Controle e Prevenção de Doenças), órgão ligado ao governo dos Estados Unidos, existe hoje um caso de autismo a cada 68 crianças. Estima-se, que no Brasil, cerca de dois milhões de famílias convivem com o transtorno. 

O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento. Ele é caracterizado por dificuldades de comunicação e interação social, podendo apresentar padrões de comportamentos restritos e repetitivos, como também déficits intelectuais.

A detecção precoce e um adequado tratamento de conduta podem melhorar significativamente a vida das crianças com autismo. Alguns indicadores antes dos 18 meses de idade podem alertar sobre a aparição do transtorno. E é a partir dessa premissa que a nova Lei, que deve entrar em vigor em Outubro, tem papel fundamental.


O que diz a Nova Lei

A Lei 13.438/2017, sancionada este ano no Diário Oficial da União diz que pediatras vão ser obrigados a adotar o protocolo com padrões para a avaliação de riscos ao desenvolvimento psíquico de crianças de até 18 meses de idade. A Lei vai evitar que o diagnóstico tardio comprometa o desenvolvimento das crianças.

O novo protocolo poderá detectar, precocemente, o transtorno do espectro autista, o que permitirá um melhor acompanhamento no desenvolvimento futuro da criança, assim como atesta o psiquiatra da infância e adolescência, Dr. César de Moraes:

“Esse passo é essencial para que se possa identificar grupos de risco e diagnósticos precoces de autismo. A obrigatoriedade é dada no SUS (Sistema Único de Saúde), mas é claro que é de bom tom pediatras aplicarem em situação de consultório, assim, a criança tem chances de evolução e desenvolvimento infinitamente maiores. Uma Lei muito importante no que diz respeito ao cuidado com as crianças.” 

O protocolo consiste em cerca de 20 perguntas, que avaliam os riscos ao desenvolvimento psíquico de crianças no período em que o sistema nervoso está em formação.


Como a Lei deve funcionar na prática?

São perguntas simples, mas fundamentais para detectar o prognóstico.
As questões vão desde: seu filho olha para você no olho por mais de um segundo ou dois, seu filho sorri em resposta ao seu rosto ou ao seu sorriso, seu filho imita você?”, comenta o psiquiatra da infância e adolescência, Dr. César de Moraes.

Tudo isso pode e deve ser observado desde que a criança é só um bebê.
A lei é decorrente do Projeto de Lei do Senado (PLS) 451/2011, aprovado na Casa em abril de 2013 e na Câmara dos Deputados este ano. A norma deve ser aplicada a partir de Outubro deste ano.


O caso Lorenzo: a importância do diagnóstico precoce

Quando diagnosticado precocemente, a criança com TEA tem chances de ter redução dramática dos sintomas, e até se tornarem crianças independentes.
Lorenzo, de 2 anos, filho da advogada Tatiane Ap. Neves Boscardi, foi diagnosticado precocemente. A mãe conta como todo o processo se iniciou até encontrar um caminho para o tratamento de Lorenzo.  

“Eu comecei a desconfiar que tinha algo diferente com o Lorenzo por volta de um ano e meio. Isso porque, até então, ele não falava nada. E percebi também alterações sensoriais, quase nenhum contato visual com a gente, chamava pelo nome e ele não atendia, e a questão de socializar e brincar com as outras crianças era mais difícil. Comentei com a pediatra que já encaminhou o Lorenzo para o neurologista, que realizou o pré-diagnóstico de autismo”. 

Mesmo apresentando apenas os primeiros sinais, ainda que não seja o diagnóstico conclusivo, Tatiane comenta da importância de ter buscado atendimento e tratamento precoce para o filho:

Quando recebi a notícia sobre o prognóstico de autismo foi muito difícil, fiquei sem chão. Mas se eu tivesse deixado pra depois, ele poderia estar bem pior. O médico logo indicou a Terapia ABA para o Lorenzo. Já no começo da Terapia ABA ele evoluiu muito bem, em todos os sentidos. Agora estamos todos mais tranquilos porque ele já teve um progresso muito grande. É outra criança hoje.”


Tratamento para autismo indicado pela OMS 

O tratamento ideal para um indivíduo com autismo envolve equipe especializada, assim como no caso de Lorenzo. Além do acompanhamento do médico, psiquiatra ou neurologista, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), a Terapia em ABA (Análise do Comportamento Aplicada) é a mais indicada para o tratamento do autismo, pois tem comprovação científica em sua eficácia. Outros profissionais, como fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais podem ajudar, de acordo com as necessidades de cada criança. 

Durante os primeiros anos de vida, o cérebro é ainda um órgão de enorme plasticidade. Tem a capacidade de se adaptar a novos mecanismos de funcionamento mediante os estímulos recebidos. Portanto, as terapias têm potencial de melhorar a comunicação, estimular o relacionamento afetivo e reduzir os comportamentos repetitivos.

“O tratamento fica comprometido conforme a idade da criança avança. Inserir a criança em terapias cientificamente comprovadas, com o número de horas indicada e com profissionais capacitados, antes dos 18 meses, irá contribuir para sua socialização e desenvolvimento mental e emocional. O autismo não tem cura, mas o diagnóstico precoce é fundamental para estimular o desenvolvimento do potencial de cada Indivíduo. Atendemos casos de intervenção precoce nos quais a criança adquiriu habilidades (comportamentos) muito próximos ou iguais a crianças consideradas típicas”, comenta Renata Michel, especialista em neuropsicologia e Analista do Comportamento Aplicada ao Autismo do Grupo Conduzir.


Tratamento em ABA – direito de todos

Toda criança com TEA tem direito ao acesso do tratamento em ABA. 

Para pleitear o direito gratuito os pais devem fazer um pedido via administrativa ou através de uma Notificação Extrajudicial requerendo ao Estado ou ao Plano de Saúde o custeio do tratamento de acordo com legislação brasileira vigente. Diante da negativa no atendimento pela via administrativa, a família deve procurar um advogado, e caso não tenha condições financeiras de arcar com os honorários, deverá procurar a Defensoria Pública, e ali será nomeado um defensor para cuidar de seus interesses.

ABA é direito de todos. Antes de escolher o profissional para o tratamento do espectro autista, tenha a certeza da qualificação, e fique atento para os critérios da especialização e supervisão de um especialista em ABA. Dessa maneira, a evolução no tratamento da criança com TEA pode ser realmente vista de maneira eficaz nos resultados apresentados.





terça-feira, 24 de outubro de 2017

100% dos medicamentos do SUS terão monitoramento online



A Base Nacional de Dados da Assistência Farmacêutica melhora a gestão da compra, distribuição e do vencimento dos medicamentos. Medida vai reduzir desperdício e ampliar oferta à população 


Um novo sistema criado pelo Ministério da Saúde vai integrar as informações de distribuição, estoques e acesso aos medicamentos do SUS em todo o país. A Base Nacional de Dados da Assistência Farmacêutica, lançada nesta terça-feira (24/10), permitirá o melhor planejamento da compra, do controle da data de validade e a realização de remanejamentos. A experiência em quatro estados mostrou que a iniciativa pode evitar desperdícios de até 30% dos fármacos entregues. Se essa economia for replicada em todo o Brasil, a cada ano, mais R$ 1,5 bilhão poderá ser revertido em mais medicamentos para a população.

A base nacional entra em funcionamento a partir de 25 de outubro e os estados e municípios têm 90 dias para enviar as informações. Até então, o Ministério da Saúde só recebia 20% dos dados por meio do Sistema Hórus, utilizado por 15 estados para gestão de medicamentos de alto custo. As demais unidades da federação, que representam 80% da demanda, repassavam por telefone ou planilhas. Agora, será disponibilizado o Web Service, ferramenta que permite que todas as secretarias de saúde do país que possuem sistemas próprios transmitam as informações.

“Essa é uma ferramenta fundamental para que a gente possa fazer economia e otimizar os recursos da saúde. Hoje existe uma consciência entre todos os gestores para a importância de alimentar o sistema para que possamos evitar o vencimento de medicamentos nas prateleiras, evitar que os medicamentos sejam desperdiçados e fazer o remanejamento dos medicamentos que eventualmente estejam sobrando em um determinado estado ou município para um melhor aproveitamento.  Já verificamos em projeto-piloto que esse processo demostra um potencial de economia de bilhões de reais e com esses recursos vamos comprar mais medicamentos e ampliar acesso a população”, afirmou ministro Ricardo Barros.

Essa integração dos dados foi pactuada no início desse ano na Comissão Integestores Tripartite, que reúne representantes dos estados, municípios e do Ministério da Saúde. Pela Portaria nº 938 de 2017, os gestores que não enviarem as informações para a base nacional ou não apresentarem justificativa poderão ter os recursos da assistência suspensos temporariamente.

Além do estoque, entrada, saída e dispensação de medicamentos, também poderão ser monitoradas em tempo real informações do paciente e das unidades de saúde. Todo o processo será automatizado, ou seja, o sistema já calcula possíveis perdas, sugere remanejamento de produtos ou mesmo indica o quantitativo que deve ser comprado para atender à necessidade.


SEM DESPERDÍCIO – O novo sistema servirá de apoio para evitar o desperdício e desabastecimento de produtos. Foi o que mostrou o projeto-piloto realizado em Tocantins, Alagoas, Rio Grande do Norte e Distrito Federal. Nessas localidades, no terceiro trimestre desse ano, foi possível economizar R$ 20 milhões. Pelos dados, verificou-se que, em média, 30% do quantitativo poderia ser remanejado para outras regiões do Brasil, sem risco de perder o prazo de validade. Em todo o país, significaria uma economia ao Ministério da Saúde de R$ 1,5 bilhão por ano.

A informatização da saúde é uma das prioridades da atual gestão do Ministério para qualificar o atendimento prestado ao cidadão e, ao mesmo tempo, melhorar as informações de gestão, a programação das políticas públicas e o gerenciamento dos recursos do setor.





Alexandre Penido
Agência Saúde






Posts mais acessados