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quinta-feira, 7 de dezembro de 2017

Ao atingir o overtraining, organismo de atletas para de produzir hormônio GH, aponta estudo



Pesquisa desenvolvida por especialistas brasileiros apresenta descobertas inéditas na área de endocrinologia do esporte


Muito se sabe sobre os benefícios da ação direta do Growth Hormone, conhecido popularmente como GH, o hormônio do crescimento, também utilizado por atletas e amadores do mundo da musculação. Um estudo inédito divulgado recentemente, produzido por médicos brasileiros, apontou que atletas saudáveis liberam quatro vezes mais GH do que sedentários, ainda que o estímulo não tenha relação com atividade física, esforço ou esporte.

O EROS (Endocrine and metabolic Responses on Overtraining Syndrome) Study, a maior pesquisa da história na área de endocrinologia do esporte foi desenvolvido por dois médicos endocrinologistas brasileiros, Flávio Cadegiani e Claudio Kater, pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A pesquisa é dividida em quatro estudos e analisou em diversos aspectos do metabolismo e dos hormônios, de como o esporte age sobre o corpo humano - é também o primeiro estudo na história a analisar este tipo de comportamento do corpo humano.

Segundo Cadegiani, o estudo EROS-STRESS avaliou não apenas a liberação de GH no organismo, mas o comportamento hormonal do corpo durante o teste mais poderoso da endocrinologia: o Teste de Tolerância a Insulina (Insulin Tolerance Test - ITT), considerado o padrão ouro para testar a liberação de diversos hormônios.

Neste teste o corpo é inserido propositalmente em um cenário de estresse extremo ao provocar um quadro de hipoglicemia no organismo. "Além de tudo, como esse é um teste que não depende de esforço físico e das diferenças de condicionamento entre os participantes, ele permite que a comparação entre os grupos de atletas e os sedentários pode ser considerara mais justa", explica o endocrinologista Flávio Cadegiani.

• O estudo apontou que atletas saudáveis liberam quatro vezes mais GH do que sedentários, ainda que o estímulo não tenha relação com atividade física, esforço ou esporte. Esse também é um grande achado inédito, porque mostra que as glândulas se condicionam ao esporte, e não somente os músculos e o coração, e o que ajuda a explicar muito dos benefícios atribuídos ao esporte, mas que ainda não entendíamos como esses benefícios eram produzidos.

• O excesso de esporte ou a síndrome que o representa, o overtraining, ou também a falta de comida em relação a quantidade de treino, faz os atletas perderem completamente a capacidade de produzir GH, chegando a um nível de produção inferior até mesmo ao dos sedentários.

• A perda da liberação do GH pode explicar porque os atletas que treinam em excesso, que têm overtraining ou que não comem direito não só perdem os benefícios do esporte, mas também têm maior risco de muitas doenças e menor expectativa de vida. Aliás, o estudo vem para explicar muitos dos benefícios e do que se sabia sobre o esporte, mas não se conhecia o porquê desses benefícios e desses achados.

• Além disso, foi descoberto por meio das análises que a prolactina tem considerável aumento somente em atletas saudáveis e não em sedentários ou em atletas com overtraining. A descoberta da prolactina no atleta é completamente nova e o seu papel ainda não foi estabelecido ou explicado.

• Atletas com overtraining tendem a ter menos sintomas em hipoglicemia. "Ou seja, isso quer dizer que provavelmente eles treinem com glicemias mais baixas do que os atletas saudáveis e por isso tenham se acostumado a treinar nessas condições mais hostis", explica Cadegiani.





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