Com dias mais
frios e a pandemia, dermatologista traz dicas para evitar doenças típicas da
estação e as ocasionadas pela COVID-19
O inverno chegou e com ele o período que registra
as temperaturas mais baixas do ano no Brasil. Além dos desafios típicos dessa
época, os brasileiros devem se atentar a cuidados extras em meio a pandemia
causada pelo coronavírus. Se, em geral, o clima mais seco já costuma causar
maior incidência de acnes, falta de hidratação e ressecamento na pele, a
reclusão e a constante lavagem das mãos são fatores que podem agravar reações
alérgicas e adversas no corpo.
“Alguns trabalhos, principalmente na Europa,
mostraram lesões cutâneas associadas à infecção pelo novo coronavírus. Além
disso, o constante atrito pelo uso prolongado de EPIs, principalmente por
profissionais de saúde, e a recorrente desinfecção das mãos pelo álcool em gel
podem gerar maior desgaste da pele e, consequentemente, aumento no
ressecamento, dermatites irritativas (vermelhidões) e descamações que requerem
cuidados específicos”, aponta Fábio Heidi Sakamoto, professor de dermatologia
no curso de Medicina da Faculdade Santa Marcelina.
Manter a higiene das mãos e uso das máscaras nunca
foi tão recomendado. Em contrapartida, os novos hábitos requerem mudanças na
rotina de hidratação da pele. Para isso, existem diversos tipos de emolientes
que podem ser usados conforme a necessidade. “Hoje a tecnologia dermocosmética
apresenta opções em cremes para a aplicação na pele do rosto e mãos contendo
ácido hialurônico, ceramidas, vitaminas E e C ou outros ingredientes
hidratantes, eficazes na reparação”, explica Fabio.
Outras questões que podem ser ocasionadas tanto
pelo clima frio quanto pela influência da reclusão e seus aspectos emocionais e
sociais sobre a saúde física do corpo humano são as acnes. Segundo o
especialista, o alto nível de estresse gerado em razão da pandemia é relevante,
não só no caso de aparecimento de acnes, como no agravamento de afecções
dermatológicas como quedas de cabelo, psoríases, eczemas, alergias e dermatites
seborreicas, entre outras.
Confira, então, dicas para encarar os diferentes
desafios para a pele nesse período:
Mantenha sua pele hidratada: o uso
recorrente de emolientes (que amaciam e suavizam a pele), umectantes (que
mantém e retém a unidade na pele) e hidratantes (que ajudam a manter a pele
macia e a aumentar o teor de água na pele), dependendo do nível de ressecamento
das mãos, é importante;
Prefira álcool em gel com opções umectantes: o mercado
apresenta diversas opções para a higienização das mãos e que contém
propriedades calmantes e hidratantes que diminuem a irritação que o álcool em gel
pode causar, como a glicerina e o Aloe Vera;
Abuse de agentes hidratantes para o rosto: são
fundamentais para minimizar a agressão causada pelos atritos dos EPIs no rosto,
desde que tenham baixo teor de gordura (ácidos graxos) para não agravar a
incidência de acnes;
Seja rápido nos banhos quentes: nesse
frio são uma boa pedida, mas a permanência nele por muito tempo provoca
diminuição da proteção natural da pele;
Beba bastante água: a
hidratação interna do corpo, não somente a tópica com hidratantes, é um fator
essencial para manter a umidade da pele, além de lubrificar as articulações e
manter o bom funcionamento das funções do organismo;
Proteja-se dentro de casa: apesar do
isolamento, o filtro solar é importante até mesmo para proteger contra a luz da
lâmpada residencial;
Tome sol: caso tenha um quintal,
sacada, janela ou varanda para “pegar” um sol, é importante para a vitamina D
do corpo. A reclusão social motivada pela pandemia faz com que as pessoas
“esqueçam” dessa luz natural e que ajuda a fortalecer o corpo.