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terça-feira, 31 de maio de 2016

CONSCIENTIZAÇÃO DE PACIENTES E CAMINHOS DA TECNOLOGIA NA MEDICINA FORAM TEMA DE PALESTRAS NO FORUM DE SAÚDE E BEM-ESTAR




5  Fórum  Nacional  da  Saúde  e  Bem-Estar

Painéis trouxeram médicos de diversas especialidades e outros debatedores para discutir como o corpo e a mente podem cooperar para a qualidade de vida

A médica pneumologista do Instituto do Sono, Luciane Fujita, palestrou, hoje, no 5º FÓRUM DA SAÚDE E BEM-ESTAR, em São Paulo, e falou sobre a importância do sono. Segundo a especialista, “ele é um dos 14 fatores para a longevidade e sua qualidade se altera com o envelhecimento, especialmente em frequência e com o aumento de despertares. Perdem-se 27 minutos de sono por década até os 80 anos”. O evento foi realizado no Hotel Grand Hyatt, e teve a presença de mais de 400 autoridades, médicos e empresários do setor.

Algumas das reclamações mais frequentes após o envelhecimento são maior frequência de cochilos, sono com mais oscilação, além de menos efetividade no sono, que pode causar insônia, diminuir o desempenho físico e cognitivo, e levar a um aumento de acidentes e ao aparecimento de outras doenças, como apneia. “A insônia é mais prevalente em idosos, e chega a 25% de casos em maiores de 60 anos, principalmente em mulheres. Entre algumas de suas causas, estão depressão, dor, desconforto respiratório ou a perda de algum ente querido”. Por isso, entre os idosos, há mais uso de sedativos e hipnóticos, em mais de 50% dos casos.

Fernando Morgadinho, neurologista e especialista em medicina do sono, debateu o tema. “O ideal são seis ou sete horas por dia. Caso contrário, há aumento de mortalidade, riscos cardiovasculares e diminuição de efeito de vacinas. A média do brasileiro é muito baixa. O profissional que dorme mal trabalha mal, e há uma queda de produtividade”.

A outra debatedora, Tatiana Vidigal, otorrinolaringologista e especialista em medicina do sono, falou sobre apneia, que afeta 33% da população de São Paulo e causa um aumento de mortalidade, especialmente por questões cardiovasculares. “Pensando em longevidade, precisamos envelhecer com qualidade, e isso está diretamente relacionado ao dormir bem”.

A apresentação seguinte, com o tema “como devemos preparar o nosso corpo e mente para uma vida longeva”, contou com Moisés Cohen, professor titular e chefe de departamento de Ortopedia, Traumatologia e Medicina do Esporte da Escola de Medicina da Universidade de São Paulo. “Nas décadas de 1970 e 1980, houve um aumento de lesões pelo excesso de exercícios. Do outro lado, a vida sedentária mata aproximadamente dois milhões de pessoas por ano”. Ele destacou um estudo da Unicamp que revelou que 71% dos idosos não fazem nenhuma atividade física. “É um ponto de atenção e conscientização, já que em 2030 teremos muito mais pessoas com mais de 60 anos do que com menos de 10 anos”.

Na sequência, Paulo de Tarso, cirurgião e especialista de medicina integrada, falou sobre a importância da conscientização dos pacientes sobre a própria saúde. “O médico deve ser um auxílio, mas a pessoa tem suas próprias responsabilidades. Do outro lado, o próprio profissional muitas vezes não sabe se cuidar”. Ana Maria Diniz, conselheira do Instituto Península, contou que “não existe fórmula para conseguir equilíbrio, cada um tem que desenvolver seu método”. Finalizando o painel, o rabino da Congregação Israelita Paulista, Ruben Schernstein, contou que “na tradição judaica, cuidar e melhorar são os maiores princípios. Corpo, mente e emoções são uma só entidade, e devem caminhar juntos”.

A última apresentação, ministrada por Claudio Lottenberg, presidente do LIDE SAÚDE e do Hospital Albert Einstein, apresentou o tema “A tecnologia a serviço do homem e da sua mente”. Ele ressaltou a importância de identificar tecnologias que, de fato, sejam efetivas para o paciente, pois todas geram custos adicionais, e também das bases de dados, para que as informações sejam mais bem aproveitadas. “O resultado é a diminuição do tempo de internação”.

Participou do debate Dirceu Barbano, sócio da B2Cd Consultoria Empresarial e ex-presidente da Anvisa, que vê a tecnologia na saúde indo em direção à prevenção, conscientização e em fornecer autonomia às pessoas limitadas por doenças. “Ações como essas podem exigir menos do sistema de saúde. A opção por tecnologias efetivas, que não substituam vacinas ou o teste de HIV, por exemplo, podem ser mais assertivas”.

Para Giovanni Guido Cerri, presidente do conselho diretor do Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas, que participou da discussão, “conservar a saúde é a melhor forma de evitar tratamentos futuros”. Daniel Mazon, vice-presidente da Philips na América Latina, também participou do debate.
As palestras tiveram a moderação de Claudio Lottenberg, Presidente do Hospital Israelita Albert Einstein e do LIDE SAÚDE, e de Gustavo Ene, CEO do LIDE.

O Fórum conta com a chancela de importantes marcas. O patrocínio é da EMS e apoio da PHILIPS e SANOFI. Participação do HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN, com a colaboração de 3M, HOSPITAL BENEFICIÊNCIA PORTUGUESA, NESTLÉ e RV ÍMOLA. São fornecedores oficiais ANTILHAS, CORPORATE FILMS, ECCAPLAN, NBS, GRUPO CDI, NESCAFÉ DOLCE GUSTO e NESTLÉ. As rádios BAND AM, BAND NEWS FM, BRADESCO ESPORTE, as revistas ISTOÉ, ISTOÉ DINHEIRO, PENSE LEVE, o jornal PROPMARK e a PR NEWSWIRE, são os mídia partners. 


SOBRE O LIDE -  Fundado em junho de 2003, o LIDE - Grupo de Líderes Empresariais possui treze anos de atuação. Atualmente tem 1.700 empresas filiadas (com as unidades regionais e internacionais), que representam 52% do PIB privado brasileiro. O objetivo do Grupo é difundir e fortalecer os princípios éticos de governança corporativa no Brasil, promover e incentivar as relações empresariais e sensibilizar o apoio privado para educação, sustentabilidade e programas comunitários. Para isso, são realizados inúmeros eventos ao longo do ano, promovendo a integração entre empresas, organizações, entidades privadas e representantes do poder público, por meio de debates, seminários e fóruns de negócios.
 

Câncer de Pulmão em Números



Padronização de embalagens de cigarro é tema de debate no INCA





"Embalagem de cigarro: por que padronizar?": INCA coloca na pauta estratégias para redução do tabagismo, especialmente entre os mais jovens

Embalagem de cigarro: por que padronizar?". Esse é o tema do debate que o Instituto Nacional de Câncer (Inca), do Ministério da Saúde, promove nesta terça-feira (31/05), Dia Mundial sem Tabaco, segundo o calendário da Organização Mundial da Saúde (OMS). A ideia é discutir a padronização de embalagens de produtos do tabaco como estratégia para redução do tabagismo, especialmente entre os mais jovens.

O objetivo do tema da campanha do Dia Mundial sem Tabaco é promover discussões e mobilizar governos de todos os países a adotarem a padronização da embalagem dos produtos de tabaco como já acontece na Austrália desde 2012 e agora na França e Reino Unido. No Brasil, o debate de âmbito nacional acontece sob a coordenação do INCA. A OMS destaca o papel da embalagem padronizada como parte de uma abordagem abrangente e multissetorial para as políticas nacionais de controle do tabaco. Também busca apoiar os governos e a sociedade civil organizada no enfrentamento da interferência da indústria do tabaco nos processos políticos necessários à aprovação de leis que obriguem o fabricante a vender os produtos de tabaco em embalagens padronizada, pouco atrativas.

A padronização das embalagens de produtos de tabaco está respaldada na Convenção-Quadro da OMS para Controle do Tabaco, tratado internacional de Saúde ratificado por 180 países, incluindo o Brasil que teve sua adesão ratificada pelo Congresso Nacional em 2005.

Esse tratado determina no seu artigo 11º que os governos adotem medidas para impedir que as embalagens sejam usadas para enganar o consumidor. No texto está incluída a obrigação de inserir advertências sanitárias para informar sobre a real dimensão dos riscos do produto e a proibição do uso de descritores de marcas light, ultra light suave ou qualquer outra prática na embalagem que possa passar a ideia errônea de que existem cigarros menos nocivos que outros. Com a proibição no Brasil, em 2001, do uso desses descritores, os fabricantes de cigarros passaram a usar diferentes cores para uma mesma marca, mantendo a falsa ideia de que existem marcas menos nocivas que outras. Daí a importância da padronização das embalagens em uma mesma cor.

A padronização das embalagens está também respaldada no artigo 13º da Convenção que determina a total proibição da propaganda dos produtos de tabaco como uma das medidas mais efetivas para reduzir o tabagismo e as doenças tabaco relacionadas. As suas diretrizes entendem que as embalagens são elementos de publicidade e promoção do produto e recomendam a adoção de embalagens padronizadas como uma forma de obter a eliminação de propagandas dos produtos.

No Brasil, a Lei 12.546, aprovada em 2011, proibiu totalmente a propaganda de cigarros e outros produtos de tabaco. Mas as embalagens ficaram de fora dessa proibição. Por isso os fabricantes passaram a usá-las como principal instrumento de publicidade, com investimentos crescentes no aprimoramento visual, formato, colocação estratégica nos pontos de venda ao lado de balas e chicletes, dentre outras estratégias. Lançadas em edições limitadas, com brindes, em diferentes formatos, as embalagens de produtos de tabaco estão cada vez mais sedutoras, com forte apelo ao público jovem.

Três projetos de lei tramitam no Congresso Nacional para garantir a padronização das embalagens de produtos de tabaco. Com a transformação dos projetos em lei, todas as embalagens de cigarro e outros produtos de tabaco passam a ser iguais, seguindo um padrão definido pelo governo, que determina forma, tamanho, modo de abertura, cor e fonte (tipo de letra), mantendo-se apenas o nome da marca.

Em 2012, a Austrália tornou-se o país pioneiro na padronização e sua iniciativa está sendo seguida por outros países desenvolvidos. Em fevereiro de 2016, o Departamento de Saúde do governo australiano apresentou um relatório amplo que demonstra que as embalagens padronizadas foram responsáveis por 25% da queda no número de fumantes.

PESQUISAS CONSTATAM REDUÇÃO - São 18,5% os adolescentes brasileiros de 12 a 17 anos que já experimentaram cigarro, segundo constatou o Erica - Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes, pesquisa inédita realizada pelo Ministério da Saúde e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro em parceria com 33 instituições de ensino superior. A proporção revela que cerca de 1,8 milhão de adolescentes nesta faixa etária já usaram, pelo menos uma vez, o derivado do tabaco. Apesar do número ainda alto, o dado pode indicar uma tendência de queda na experimentação de cigarro entre os adolescentes do país. Estudos anteriores, como a Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE), de 2009, haviam detectado que 24% dos adolescentes de 13 a 15 anos nas capitais brasileiras tinham tido ao menos um contato com o cigarro.

O tabagismo caiu também entre os adultos, segundo detectou o mais recente levantamento do Ministério da Saúde, o Vigitel 2015. Segundo a pesquisa, houve redução de 33,8% no número de fumantes adultos nos últimos dez anos: 10,4% da população das capitais brasileiras ainda fuma. Em 2006, esse percentual era de 15,7% para o conjunto das capitais. Os homens continuam sendo os que mais fazem uso do tabaco (12,8%), ao passo que as mulheres fumantes são 8,3% dentro do total da população feminina das capitais. Há 10 anos, esse número era de 20,3% entre os homens e 12,8% nas mulheres.

AÇÕES FREIAM CONSUMO - A forte redução na prevalência de fumantes nas últimas décadas tornou o Brasil um caso mundial de sucesso no controle do tabagismo. No entanto, o tabaco continua a causar anualmente no país nada menos que 150 mil mortes precoces e um custo de R$ 23 bilhões para o sistema de saúde.

A redução no consumo do tabaco no Brasil é resultado de uma série de ações desenvolvidas pelo Governo Federal. O aumento de impostos e a política de preços mínimos sobre cigarros é um exemplo, pois está diretamente ligada à redução do consumo em todas as faixas etárias. Considerando que a experimentação de cigarro entre os jovens ainda é alta e que cerca de 80% dos fumantes começam a fumar antes dos 18 anos, o preço é um grande inibidor do consumo.

Outra ação importante foi a legislação antifumo, que proibiu o consumo de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos e outros produtos fumígenos, derivados ou não do tabaco, em locais de uso coletivo, públicos ou privados - mesmo que o ambiente esteja só parcialmente fechado por uma parede, divisória, teto ou até toldo. Os narguilés também foram incluídos na proibição.

O Ministério da Saúde ampliou ações de prevenção com atenção especial aos grupos mais vulneráveis (jovens, mulheres, população de menor renda e escolaridade, indígenas, quilombolas), assim como contribuiu para o fortalecimento da implementação da política de preços e de aumento de impostos dos produtos derivados do tabaco e álcool. Houve também o fortalecimento, no Programa Saúde na Escola (PSE), das ações educativas voltadas à prevenção e à redução do uso de álcool e do tabaco.

TRATAMENTO – Com o intuito de reduzir o número de pessoas com câncer, entre outras doenças crônicas não transmissíveis, o Ministério da Saúde vem investindo fortemente no controle do tabagismo, tendo atualizado em 2013 as diretrizes de cuidado à pessoa tabagista e ampliado o acesso ao tratamento. Além disso, foram criados Centros de Referência em Abordagem e Tratamento dos Fumantes nas unidades de saúde de maior densidade tecnológica e nos hospitais capacitados segundo o modelo do Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT).

São ofertados gratuitamente medicamentos, como adesivos, pastilhas, gomas de mascar (terapia de reposição de nicotina) e bupropiona. O Ministério da Saúde destinou R$ 42,9 milhões para compra dos produtos em 2015. Foram distribuídos 7,9 milhões de adesivos de nicotina 7mg, 8,9 milhões de adesivos de nicotina 14mg, 11,04 milhões de adesivos de nicotina 21mg, 1,6 milhão de gomas de nicotina 2mg e 33,05 milhões de unidades de cloridrato bupropiona 150mg.

A priorização do atendimento de quem deseja parar de fumar nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) pode ser mensurada pela Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com o IBGE. A PNS revela que, em 2013, 73,1% das pessoas que tentaram parar de fumar conseguiram tratamento - um aumento importante em relação a 2008, quando o índice era de 58,8%.

RECONHECIMENTO - Em 2015, o trabalho do Brasil no controle do tabagismo foi reconhecido internacionalmente pela Bloomberg Philanthropies, que auferiu ao país o Prêmio Bloomberg para o Controle Global do Tabaco. A cerimônia de entrega ocorreu durante a 16ª Conferência Mundial Sobre Tabaco ou Saúde em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes Unidos.

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