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sexta-feira, 31 de março de 2023

TRT-15 recebe mais de um novo processo de assédio sexual por dia

Para a advogada Mirella Franco, do GBA Advogados Associados, número está relacionado ao incentivo às denúncias, como o recente programa Emprega + Mulheres 

 

Por dia, o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, com sede em Campinas (SP), recebe mais de um processo de assédio sexual. Somente nos dois primeiros meses de 2023, foram 72 novas ações, 9% a mais que o mesmo período do ano passado, quando recebeu 66. 

Nos últimos cinco anos, o número de processos saltou de 337 (2018) para 459 (2022). “Esse aumento está diretamente relacionado ao incentivo às denúncias, como o recente programa Emprega + Mulheres, que exige ações concretas de empresas no combate e prevenção ao assédio no trabalho”, afirma a advogada Mirella Pedrol Franco, do GBA Advogados Associados. 

Mirella lembra que o assédio, tanto o moral quanto o sexual, infelizmente ainda é uma realidade no mundo corporativo. O tema ganha destaque no Mês da Mulher, e leis como a do Emprega + Mulheres são fundamentais ao estabelecer medidas de proteção. 

A lei, que completou seis meses no último dia 23 de março, estabelece que a empresa deve criar procedimentos, além de receber e acompanhar as denúncias, para que haja a apuração do caso, devendo aplicar as sanções administrativas aos responsáveis diretos e indiretos pelos atos de assédio e violência, garantindo o anonimato da pessoa denunciante. A norma diz, também, que as queixas corporativas não substituem uma eventual ação na Justiça.


“O ideal é que as denúncias de assédio sejam apuradas por um canal próprio, que assegure o sigilo e seja especializado no tema. Algumas companhias já têm comitês de mediação no caso de microagressões, tratando de casos mais leves e prevenindo problemas graves futuros”, complementa a advogada. Caso a empresa não cumpra o estabelecido, pode ser multada por infração às normas regulamentadoras, se flagrada pelo Ministério Público do Trabalho. 

Outra importante determinação da lei, é que as empresas deverão incluir temas referentes à prevenção e ao combate ao assédio e outras formas de violência nas atividades e nas práticas da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes -- CIPA; e também obriga a realização, no mínimo a cada 12 meses, de ações de capacitação, orientação e sensibilização dos empregados de todos os níveis hierárquicos da empresa sobre temas relacionados a violência, assédio, igualdade e diversidade no ambiente de trabalho. “Essas ações devem ser feitas em um formato simples, acessível e de fácil compreensão”, explica a advogada. 

Mirella lembra que as empresas que ainda não se adequaram precisam, urgentemente, acionar o seu jurídico e a área de Recursos Humanos para que todas essas medidas sejam implementadas, evitando ações judiciais, risco reputacional, denúncias ao MPT, e multas por infração às normas regulamentadoras.

 

Marco de inclusão

Mirella destaca que o Programa Emprega + Mulheres é um marco nas medidas de inclusão de mães e mulheres no mercado de trabalho. Essa questão, ressalta a advogada, merece destaque e tem ganhado foco, sendo uma preocupação global. As empresas, hoje, acreditam que as práticas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DE&I) são uma parte fundamental de suas estratégias. 

Segundo o estudo da consultoria e auditoria Deloitte, o qual mapeou avanços na estrutura e representatividade nos negócios, apenas dois em cada dez oferecem benefícios específicos. A análise também indicou que as empresas ainda levam mais em consideração a participação numérica de grupos minorizados do que os aspectos mais estratégicos, como desvios salariais, programas de inclusão, impacto à reputação, benefícios etc. “Assim, fica claro que ainda estamos caminhando a passos lentos, e que as empresas ainda precisam trabalhar em suas frentes de inclusão, construindo um ambiente seguro, sobretudo para as mulheres”, conclui.


segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

ESG e Copa do Mundo: qual a relação?

 

O jornal americano The New York Times divulgou uma matéria relatando o número de mortes registradas no Qatar, desde o início das preparações para o mundial, que varia entre 12 e 15 mil mortes, em razão de condições indignas de trabalho. Infelizmente, essa não é uma realidade distante do Brasil.

Segundo dados do Observatório de Saúde e Segurança do Trabalho, da OIT e do Ministério Público do Trabalho, o Brasil registrou 2.500 óbitos e 571 mil comunicações de Acidente de Trabalho (CATs), em 2021.

Diante deste cenário, a prevenção é a melhor alternativa para diminuir custos e danos corporativos e sociais, além de otimizar o ambiente laboral e maximizar a produção dos colaboradores. Ou seja, o resumo da agenda ESG.

A sigla ESG, do inglês, Environmental, Social and Governance, é conhecida em português como ASG (Ambiental, Social e Governança), sendo hoje o principal indicador de transparência, qualidade e solidez nas empresas.

Podemos dizer, então, que ESG ou ASG é um conjunto de boas práticas implementadas para medir o comprometimento da organização sob as óticas ambiental, social e corporativa, avaliando o trabalho das empresas em prol dos objetivos sociais, além do combate à corrupção através do compliance, que deve ser suporte a todos os indicadores ESG.

Implementar as práticas de ESG é uma estratégia essencial para o crescimento das empresas, já que a sociedade tem, cada vez mais, avaliado a ética e a transparência com que as empresas exercem suas atividades e prestigiam as boas práticas corporativas.

O indicador ambiental faz referência à sustentabilidade e preocupação com a preservação do meio ambiente, como emissão de CO2, poluição, etc. O indicador social preza pelo trabalho digno, inclusivo, com processos equânimes. Já o indicador governança, guarda relação com estratégias de integridade criadas para a empresa se relacionar com interessados e investidores, cuidando sempre da imagem e reputação.

Desse modo, fica nítido que investir na prevenção de doenças e acidentes ocupacionais e operacionais é um caminho que deverá ser trilhado por todas as empresas, indústrias ou comércios, qualquer que seja a área de atuação.

A legislação sobre Segurança e Saúde no Trabalho é um dos pilares norteadores, mas que precisa das boas práticas e participação de todos os membros da instituição para gerar bons resultados.

As empresas que efetivamente adotam práticas de ESG, fugindo apenas do marketing de aparência, têm se diferenciado no mercado em todos os âmbitos.

A adoção do ESG como cultura organizacional, aliado ao compliance, principal ferramenta de governança corporativa, traz o alinhamento total entre melhores práticas de sustentabilidade, ética e transparência, pois hoje, o objetivo de uma corporação ética deve ir muito além da maximização de lucros.

A inteligência jurídica nesse direcionamento da aplicação das práticas de ESG é fundamental, assegurando que todas as medidas legais sejam observadas, a fim de minimizar o passivo trabalhista e potencializar os demais resultados das corporações.

 

 Bruna Zampieri - advogada trabalhista do escritório Marcos Martins Advogados.


Marcos Martins Advogados
https://www.marcosmartins.adv.br


quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

ESG e Copa do Mundo: qual a relação?

O jornal americano The New York Times divulgou uma matéria relatando o número de mortes registradas no Qatar, desde o início das preparações para o mundial, que varia entre 12 e 15 mil mortes, em razão de condições indignas de trabalho. Infelizmente, essa não é uma realidade distante do Brasil.

Segundo dados do Observatório de Saúde e Segurança do Trabalho, da OIT e do Ministério Público do Trabalho, o Brasil registrou 2.500 óbitos e 571 mil comunicações de Acidente de Trabalho (CATs), em 2021.

Diante deste cenário, a prevenção é a melhor alternativa para diminuir custos e danos corporativos e sociais, além de otimizar o ambiente laboral e maximizar a produção dos colaboradores. Ou seja, o resumo da agenda ESG.

A sigla ESG, do inglês, Environmental, Social and Governance, é conhecida em português como ASG (Ambiental, Social e Governança), sendo hoje o principal indicador de transparência, qualidade e solidez nas empresas.

Podemos dizer, então, que ESG ou ASG é um conjunto de boas práticas implementadas para medir o comprometimento da organização sob as óticas ambiental, social e corporativa, avaliando o trabalho das empresas em prol dos objetivos sociais, além do combate à corrupção através do compliance, que deve ser suporte a todos os indicadores ESG.

Implementar as práticas de ESG é uma estratégia essencial para o crescimento das empresas, já que a sociedade tem, cada vez mais, avaliado a ética e a transparência com que as empresas exercem suas atividades e prestigiam as boas práticas corporativas.

O indicador ambiental faz referência à sustentabilidade e preocupação com a preservação do meio ambiente, como emissão de CO2, poluição, etc. O indicador social preza pelo trabalho digno, inclusivo, com processos equânimes. Já o indicador governança, guarda relação com estratégias de integridade criadas para a empresa se relacionar com interessados e investidores, cuidando sempre da imagem e reputação.

Desse modo, fica nítido que investir na prevenção de doenças e acidentes ocupacionais e operacionais é um caminho que deverá ser trilhado por todas as empresas, indústrias ou comércios, qualquer que seja a área de atuação.

A legislação sobre Segurança e Saúde no Trabalho é um dos pilares norteadores, mas que precisa das boas práticas e participação de todos os membros da instituição para gerar bons resultados.

As empresas que efetivamente adotam práticas de ESG, fugindo apenas do marketing de aparência, têm se diferenciado no mercado em todos os âmbitos.

A adoção do ESG como cultura organizacional, aliado ao compliance, principal ferramenta de governança corporativa, traz o alinhamento total entre melhores práticas de sustentabilidade, ética e transparência, pois hoje, o objetivo de uma corporação ética deve ir muito além da maximização de lucros.

A inteligência jurídica nesse direcionamento da aplicação das práticas de ESG é fundamental, assegurando que todas as medidas legais sejam observadas, a fim de minimizar o passivo trabalhista e potencializar os demais resultados das corporações.

 

Bruna Zampieri - advogada trabalhista do escritório Marcos Martins Advogados.

 

Marcos Martins Advogados

https://www.marcosmartins.adv.br

 

segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Acidentes de trabalho são as principais causas de afastamento

O que está por trás dos acidentes de trabalho e como preveni-los?


Segundo dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, com a finalização do confinamento e a retomada das atividades laborais em 2021, foram registrados no Paraná mais de 40 mil acidentes relacionados ao trabalho, sendo que o total de dias perdidos por conta de acidentes laborais ultrapassou a marca de 1 milhão. Esses números representam um aumento de 24,7% em relação ao ano anterior, aproximando-se do patamar de registros de 2019, ano pré-pandemia.

Para o especialista em segurança do trabalho e head de marketing da SafeStart, Lucas Martinucci, 90% dos acidentes de trabalho são causados por erros não intencionais, sendo, portanto, muito importante entendermos a razão desses acontecimentos. “Uma pessoa errar quando está aprendendo é algo normal e esperado, mas o que dizer dos erros que acontecem quando já sabemos o processo? Quando já fizemos inúmeras vezes aquela mesma coisa? Chega a ser irônico, pois nesses casos nós erramos porque sabemos fazer tão bem, que fazemos sem pensar”, questiona.

O ato de realizar uma tarefa automaticamente é normal e inerente a qualquer pessoa, mas para evitar os acidentes, Martinucci reforça que as empresas precisam repensar todo o processo e até a forma de trabalhar, tendo como foco a prevenção acompanhada da conscientização e do treinamento. “As empresas precisam buscar alcançar o desempenho de segurança de classe mundial, transformando positivamente a cultura de segurança por meio da redução de erros e da melhoria do desempenho pessoal de cada um dos colaboradores. A melhor forma de se fazer isso é capacitando os funcionários para que possam identificar as questões de risco e antecipar seus atos, sempre.”

Como identificar as principais causas de acidentes de trabalho?

Martinucci lista algumas situações que merecem atenção, são elas:

• Cansaço - A fadiga é responsável por muitos acidentes de trabalho e precisa ser acompanhada de perto. Não basta o funcionário utilizar corretamente o seu EPI (Equipamento de Proteção Individual), se ele estiver com nível de atenção abaixo do esperado, ele estará em risco. Portanto é fundamental acompanhar se os funcionários estão respeitando os horários de descanso, principalmente, os que trabalham em períodos noturnos. Crie uma política específica para os colaboradores reconhecerem o cansaço e façam uma pausa (quando possível) para evitar possíveis acidentes.

• Repetições - Elas provocam o desgaste físico e levam até o melhor dos funcionários a ter atitudes negligentes e automáticas, como deixar de lado os EPIs, os procedimentos padrão e os cuidados básicos. Para evitar esse tipo de problema, é importante avaliar a ergonomia, instruir a alternância de tarefas e criar estratégias para não esquecer os cuidados e procedimentos básicos. Olhar o comportamento de outros colaboradores também é importante, para que você também possa aprender com o erro dos outros.

• Atenção aos materiais perigosos e normas de uso - Por mais que todos saibam, é fundamental que haja sempre o reforço sobre materiais danosos à saúde e a forma de manuseio, uso, transporte e armazenamento. Além disso, queimaduras, inalação e outros tipos de problemas precisam ser evitados com o uso correto dos EPIs, além de uma qualificada instrução acerca dos procedimentos corretos de manuseio e cuidados em casos de acidentes. Neste caso, reconhecer uma possível complacência é essencial.

• Quedas - Esse é um dos acidentes mais fatais e, infelizmente, muito comuns. Usar EPIs e acessórios corretos é importantíssimo, porém, manter os olhos e mente voltados para a tarefa em questão é primordial.

• Estresse - Assim como o cansaço, o estresse afeta a concentração e o aspecto emocional do trabalhador, causando distrações e muitas vezes um ritmo mais acelerado de suas funções, além de movimentos bruscos e menor preocupação com o correto manuseio de peças, máquinas e ferramentas. Portanto, é muito importante que a empresa esteja atenta ao estado emocional de seus funcionários, assim como buscar maneiras de descompressão ao longo da jornada.

• Escorregões - Sinalizações corretas, botas e pisos antiderrapantes devem ser uma preocupação constante, a fim de evitar, inclusive, as pequenas quedas. Esse tipo de acidente pode gerar torções e até mesmo fraturas mais sérias. A atenção plena ao caminhar é fundamental. Procure passar uma mensagem constante sobre evitar a distração no local de trabalho.

• Não utilizar o EPI adequado - é fundamental que o funcionário use corretamente os EPIs já que são uma parte essencial para manter a saúde e a integridade física. Além do uso, o equipamento deve estar em perfeita condição e dentro da validade. No SafeStart dizemos que o EPI é a última barreira entre o colaborador e um acidente, já que a parte comportamental do colaborador (estados físicos e emocionais) estão um passo à frente.


sexta-feira, 4 de março de 2022

Brasil registra mais de 1.500 acidentes com energia elétrica por ano

Acidentes com energia elétrica são bastante recorrentes (Foto: Pixabay)
Por mês, são cerca de 130 ocorrências, o que reforça a preocupação com detalhes considerados banais, como, por exemplo, tomadas, fios soltos, extensões, entre outros.


Em 1986, no Rio de Janeiro, o Edifício Andorinha, que abrigava a sede da General Eletric, pegou fogo por causa da sobrecarga de aparelhos elétricos. No ano 2000, um problema na instalação do aquecedor foi a origem de um incêndio na creche Casinha da Emília, em Uruguaiana/RS. E em fevereiro de 2019, no Ninho do Urubu, centro de treinamento do Flamengo, um curto-circuito em um ar-condicionado foi o responsável pela morte de dez adolescentes, em um trágico episódio que completou três anos no mês de fevereiro.

Ocorrências como essas, infelizmente, ainda são bem recorrentes – mais até do que se imagina. Prova disso é o mais recente estudo da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), divulgado durante a 1ª Conferência sobre a Realidade da Infraestrutura das Instalações Elétricas. Ele aponta que, durante todo o ano de 2021, foram registrados 1.579 acidentes com energia elétrica. Somente os choques foram responsáveis por 674 óbitos, seguidos pela perda de 46 vidas em incêndios por sobrecarga de energia (curto-circuito) e 40 mortes por descargas atmosféricas (raios).

Ao todo, foram 898 acidentes com choque elétrico, uma média de 75 por mês, ou seja: quase três indivíduos acabam ficando feridos todos os dias, muitos deles em situações corriqueiras, com baixa tensão. Deste universo, apenas 224 pessoas tiveram ferimentos, o que traz a alarmante estatística. “A maioria [das pessoas] não tem nenhuma chance de sair com vida de um perigo que poucos dão importância nas residências, nas empresas e nas ruas, desdenhando dos perigos de instalações e equipamentos elétricos, e muitos sofrem as consequências dessa negligência”, comenta Fábio Amaral, engenheiro eletricista e diretor da Engerey, empresa curitibana especializada na montagem de painéis elétricos que atende todo o Brasil.

Amaral explica que, atualmente, para interromper o perigo de choques elétricos, existem equipamentos como o Diferencial Residual, também conhecido como DR, capaz de evitar fugas de energia em um circuito elétrico, que pode acontecer quando de choques elétricos, fios desencapados, condutores mal isolados ou em contato com carcaças. “Reconhecendo qualquer pane na rede elétrica, o dispositivo desliga o circuito, de forma instantânea, evitando, assim, a gravidade do choque elétrico”, garante o especialista.


Engenheiro Eletricista e Diretor da Engerey, Fábio Amaral, mostra DR em quadro elétrico: dispositivo reconhece fuga de energia e desliga o circuito, de forma instantânea, evitando, assim, a gravidade do choque elétrico.

Para ele, diante dos altos índices de acidentes envolvendo energia elétrica sinalizados na pesquisa da Abracopel, as medidas de prevenção jamais podem ser consideradas como um exagero. “Pelo contrário. É como diz o ditado: ‘a cautela é o melhor remédio’. Outro detalhe importante, neste sentido, se faz dentro das empresas, onde ainda vemos que muitos gestores arriscam a própria vida e a de seus funcionários investindo em equipamentos mais baratos que não têm dispositivos de segurança”.


Regiões com mais acidentes

De acordo com o Anuário da Abracopel, a região Nordeste foi a campeã do número de acidentes, com 242 ocorrências, seguida pela região Sudeste (129); Sul (110); Norte (97) e Centro-Oeste (96). “Só que, em número de habitantes, a região Sudeste contempla um número maior de pessoas. Para termos uma ideia, juntos, os quatro estados – São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo e Rio de Janeiro – assinalaram 176 incêndios provenientes de acidente com energia elétrica e seis mortes, sendo que a região Sul contemplou 197 incêndios, com 16 óbitos. São números muito expressivos. Para tentar reverter o mais breve possível esse quadro, lançaremos um estudo aprofundado que contempla a população x área territorial”, garante Edson Marinho, diretor-executivo e engenheiro da Abracopel.

Durante o evento, ele ressaltou, ainda, que os acidentes domésticos envolvendo eletricidade acometem mais as crianças, mas os idosos também são vítimas, por conta da dificuldade de locomoção. “Portanto, a situação das instalações elétricas das casas deve ser ponto-chave na vida das pessoas, mesmo porque a maioria das casas construídas há mais de 20 anos não possui capacidade para ‘aguentar’ a quantidade de equipamentos que temos”, observa Amaral.

Na Conferência, foi apresentada também a pesquisa “Percepção de Segurança com Eletricidade”, organizada por Edson Martinho, Walter Aguiar Martins Júnior e Danilo Ferreira de Souza, da Abracopel, no que diz respeito às oportunidades de melhorar a segurança do trabalho referente aos riscos elétricos. Todos os respondentes [1072] acreditam que há possibilidades sim de melhoria, contrariando a ideia de que os locais de trabalho são seguros em relação à eletricidade. “Além disso, ficou evidenciado que as pessoas compreendem que os treinamentos de segurança de trabalho são úteis aos trabalhadores e eficazes para reduzir ou manter os baixos índices de acidente”, explicou Walter Aguiar.

Neste sentido, o engenheiro eletricista e diretor da Engerey, Fábio Amaral, ressalta, além do DR, a importância do Dispositivo de Proteção contra Surtos (DPS), a ser instalado nos padrões de entrada de energia, evitando os “surtos elétricos”, que correspondem a um fenômeno que pode ocasionar a queima de dispositivos elétricos e eletrônicos e que ocorre devido a vários fatores, como raios ou uma partida de grandes motores, por exemplo, “e que desvia as correntes de surto para que não haja riscos de acidentes no imóvel”.

A Norma Brasileira (NBR) 5410 endossa que todas as instalações elétricas devem ter o DPS instalado. “Não se atentar a isso por negligência ou para economizar pode resultar em uma fatalidade”, finaliza Amaral.

 

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

O percurso do combustível até os postos de gasolina


CEO de transportadora de produtos perigosos ressalta os cuidados para o trajeto dessas mercadorias
 

 

Em todos os setores do mercado, há diversos riscos que podem afetar os profissionais e o local de trabalho. Nas atividades de logística, isso se torna ainda mais cauteloso quando é colocado em pauta o carregamento de materiais que se enquadram nas classes de produtos perigosos.

Quando ocorre um prejuízo financeiro, por exemplo, as empresas conseguem planejar estratégias que possam se recuperar com o tempo. Em contrapartida, quando o dano é causado por produtos químicos, isso pode afetar em maior escala não só a vida humana, como a do meio ambiente também.

Por ser responsável pelo transporte de mais de 80% das cargas do país (exceto grãos e minérios), o modal rodoviário também é o mais utilizado no deslocamento de produtos perigosos. São, aproximadamente, 1,5 milhão de quilômetros de rodovias.

Tendo isso em vista, é natural que as pessoas se perguntem como o combustível, um dos produtos mais perigosos transportados, chega até os postos de gasolina para a sua distribuição – afinal, com um grande risco de acidentes, a preocupação com a saúde e com o bem-estar do motorista e do meio ambiente é prioridade.

Para isso, Antonio Lodi, CEO da Transportadora Andrade, conta como é o percurso dessa mercadoria e os principais cuidados. “Durante o carregamento, deve-se armazenar o combustível em tanques devidamente homologados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO), podendo ser de aço carbono ou de inox. Nos postos, os tanques normalmente são de aço carbono, muitas vezes revestidos de fibra de vidro para conter a corrosão. Pode-se utilizar tanques subterrâneos ou aéreos e, em ambos os casos, deve-se aplicar inspeções periódicas para certificar a condição de armazenagem”.

Além disso, ainda segundo o empreendedor, o transporte deve respeitar as normas previstas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), bem como ser realizado por uma empresa devidamente legalizada para esse serviço.

Com isso, a atenção se redobra também para as equipes que conduzem esses produtos tóxicos e altamente inflamáveis. Na Transportadora Andrade, a capacitação é primordial: “Todos os colaboradores envolvidos nesse serviço precisam ter cursos específicos que habilitam a condução das atividades e enfocam a segurança de cada um. Entre eles encontram-se o NR 20, o NR 35 e o MOPP (Movimentação de Produtos Perigosos)”.

No setor de transporte de cargas, cada processo, desde armazenagem até o percurso para a distribuição, é devidamente analisado, preparado e capacitado para ser executado com qualidade. O assunto produtos perigosos pode assustar, mas o cuidado e o profissionalismo devem ser fatores essenciais para priorizar a segurança de todos os profissionais envolvidos e do meio ambiente.

 


Antonio Lodi - CEO da Transportadora Andrade, empresa fundada em 1967, Antonio Augusto Andrade Lodi é graduado em Engenharia Mecatrônica pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de Minas Gerais e pós-graduado em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral. Além disso, é coordenador da COMJOVEM Belo Horizonte. 

 

sexta-feira, 16 de julho de 2021

Os impactos da pandemia na Justiça do Trabalho

A pandemia tem feito estragos em muitos setores. Temos acompanhado o fechamento de diversas empresas, a aceleração do desemprego e, consequentemente, uma busca cada vez maior pela Justiça do Trabalho. Segundo dados do Tribunal Superior do Trabalho, tivemos 1.161.417 ações em 2020. Dessas, 86.058 tem causa direta com a Covid-19.

Entre as principais, estão os pedidos de verbas rescisórias, questões ligadas ao fornecimento inadequado de equipamentos de proteção individual, regras de home-office e redução da multa de 40% do FGTS. Cabe destacar que 43.820 – o equivalente a mais de 50% das ações ligadas ao Covid – são relativas a horas extras.

Antevendo os problemas, em março de 2020, logo no início da pandemia, foi aprovada a Medida Provisória 927/2020, que dispunha de medidas trabalhistas para o enfrentamento do estado de calamidade pública. A MP visava fornecer orientações específicas dada a situação emergencial.

Além dos cuidados básicos individuais, como o fornecimento de álcool em gel, luvas e máscaras, foi necessário possibilitar maneiras de o trabalhador evitar o transporte público. Nesse contexto, o home-office ganhou força, em especial entre trabalhadores do meio administrativo.

O tema já vinha sendo elucidado pela Justiça do Trabalho desde a reforma trabalhista, em 2017. Ainda assim, muitas dúvidas surgiram, em especial sobre quem deveria pagar as despesas extras com energia elétrica e internet e sobre os cuidados relacionados à saúde ocupacional, visto que muitos não dispõe de uma boa infraestrutura ergonômica para trabalhar em casa.

Com tantos questionamentos, o Ministério Público do Trabalho divulgou, em outubro, uma nota técnica com 17 práticas recomendáveis em relação ao teletrabalho. De acordo com a nota, os trabalhadores precisam ser instruídos a fim de evitar doenças físicas, mentais e acidentes de trabalho, bem como adotar medidas de segurança, como intervalos e exercícios laborais. Na prática, cada um tem seus direitos e deveres.

Outro ponto que gerou preocupação foi quando o Supremo Tribunal Federal eliminou um trecho da MP 927/2020 que definia que casos de infecção por Covid-19 não seriam considerados como doenças ocupacionais. Se antes a medida prejudicava trabalhadores diante da impossibilidade de comprovar a contaminação no ambiente de trabalho, a suspensão do trecho preocupou as empresas, que seriam totalmente responsabilizadas pelos casos de contaminação.

Apesar de abrir margem para que todos os colaboradores em atividade presenciais que desenvolvessem a doença pudessem se utilizar da lei para responsabilizar a empresa por sua enfermidade, a constatação depende de uma avaliação do INSS que comprove que o ambiente de trabalho realmente ofereceu risco para as equipes.

Mais recentemente, em fevereiro, eis que surge um novo imbróglio jurídico. O Ministério Público do Trabalho, estabeleceu que os trabalhadores que se recusarem a tomar a vacina contra a covid-19, sem justificativa médica, podem ser demitidos por justa causa.

O caso, obviamente, está gerando polêmica. Afinal, o artigo 7º da Constituição diz que o bem coletivo está acima do direito individual. No entanto, o artigo 5º garante a liberdade individual de cada cidadão.  Juristas estão divididos e, esse é um debate que deve se acentuar quando finalmente chegar o momento de vacinar pessoas em idade economicamente ativa.

Na prática, os problemas ainda estão apenas começando, haja vista que o trabalhador tem até dois anos para reclamar seus direitos na Justiça do Trabalho. Nesse momento, cabe às empresas tomar as medidas cabíveis e sempre criar registros de suas ações. Com o tempo, a tendência é que o volume de processos aumente de forma cada vez mais expressiva. É preciso se preparar.

 


Ariadne Fabiane Velosa - advogada do Escritório Marcos Martins Advogados.

 

Marcos Martins Advogados
https://www.marcosmartins.adv.br/pt/ 

 

segunda-feira, 28 de junho de 2021

Ergonomia em coworking: qual a importância e como ela pode afetar diretamente na relação com os clientes

 Uma infraestrutura adequada pode ajudar no bom desempenho profissional e empresarial


Os coworkings vêm se destacando cada vez mais no mundo corporativo, além de todos os benefícios que oferecem às empresas, como flexibilidade e baixo custo, é muito importante que os escritórios compartilhados pensem também na ergonomia de seus espaços, afinal, essa área que estuda a relação entre pessoas e o ambiente e o trabalho, tem grande relevância quando se pensa no conforto, bem-estar e até na segurança de quem frequenta o local. Exemplos disto são a qualidade da cadeira ergométrica, o barulho, móveis e limpeza, questões importantes e consideradas um diferencial para muitas empresas e trabalhadores que estão em busca de um lugar para realizar suas tarefas.

Esses fatores podem interferir diretamente na produtividade e qualidade de vida dos coworkers. Essa questão é tão importante que, aqui no Brasil, existe a Norma Regulamentadora 17 (ou NR 17), que define parâmetros que permitem a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo conforto, segurança e desempenho eficiente. Nos coworkings é um daqueles elementos que podem ser responsáveis pelo sucesso e parceria com os clientes a longo prazo.

O Club Coworking é um exemplo de local que possui uma boa estrutura em suas unidades e oferece desde uma boa iluminação até o posicionamento adequado dos equipamentos de trabalho, garantindo um melhor rendimento e confiança aos empresários e colaboradores. “Projetamos o Club justamente pensando na ergonomia e organização dos ambientes do coworking. Temos desde sofás confortáveis para relaxar no momento do expediente, cadeiras ergométricas de qualidade e que não causam dores na coluna, até mesas colocadas na altura ideal para que o trabalhador possa ter uma postura adequada ao utilizá-las. Aqui o cliente mantém o foco total no crescimento do negócio enquanto nós cuidados dos detalhes para a saúde de seus colaboradores", conta Patricia Coelho, Diretora de Operações e novos negócios do Club Coworking.

A segurança com relação a ergonomia do trabalho vai muito além de reduzir acidentes, ela também protege a integridade de todos que estão no ambiente. E devido a pandemia do coronavírus, esses cuidados aumentaram ainda mais, pois agora os coworkings precisam se preocupar com a higienização e proteção para que seus ambientes estejam totalmente limpos e seguros. Um local que mostre preocupação neste quesito vem chamando a atenção das organizações. “Logo no início da pandemia, incluímos dentro dos nossos protocolos sanitários máquinas de ozônio e UV, que mantem os ambientes esterilizados durante todo o dia, fazendo a higienização frequente dos ambientes e garantindo a limpeza total de todas as salas, principalmente as que podem ser compartilhadas, como por exemplo as de reuniões”, afirma Patricia.

Outro tema importante dentro deste aspecto é a acústica, pois para obter concentração e privacidade, as salas privativas precisam ser equipadas de maneira correta para não ocorrer desconforto entre clientes. Alguns coworkings, como o Club Coworking, possui cabines acústicas e soluções de isolamento nas salas, com vidro antirruído ou vidro duplo, onde há vidros com duas espessuras diferentes para isolar o som evitando que a comunicação externa afete o local que deve ser mais reservado. “Aqui todo espaço é pensado para facilitar o meu trabalho. Tenho uma ampla proteção e sigilo que a minha própria sala oferece por meio das cadeiras ergométricas e excelente acústica com vidro duplo que isola totalmente o som, garantindo tranquilidade e privacidade em um espaço reservado e seguro. Gosto muito da qualidade dos serviços e não penso em sair daqui tão cedo”, conta Mayra Fragiacomo, Managing Partner da Job Transition Consultoria em RH, cliente do Club Coworking.

A decoração do ambiente também faz parte da NR-17, pois empresas modernas e inovadoras sabem que um local de trabalho decorado com bom gosto é muito mais acolhedor e motivador. Afinal, a apresentação do escritório faz parte de uma boa estratégia de branding, pois transmite aos clientes qualidade e credibilidade. “As unidades do Club Coworking foram construídas sob o comando de uma equipe de arquitetos e designers focados na missão de promover bem-estar para os clientes, de forma a colaborar com o crescimento de negócios e com a credibilidade de empresas e startups”, revela Patricia.

Muito mais que criar relacionamentos interpessoais e ter um clima organizacional agradável, os fatores físicos e concretos dos coworkings, como mobiliário, qualidade dos recursos tecnológicos até a decoração são importantes, pois um ambiente de trabalho humanizado e confortável tem o poder de motivar e engajar as pessoas. Por isso, os escritórios compartilhados devem adotar soluções técnicas eficientes e que faça sentido para cada lugar, pois cada um tem suas necessidades especificas e que devem ser consideradas para que ele seja, realmente, ergonômico.




Club Coworking

https://clubcoworking.com.br/ @clubcoworkingbr

https://www.facebook.com/clubcoworkingbr/

segunda-feira, 3 de maio de 2021

POR QUE A ERGONOMIA É TÃO IMPORTANTE NA AUTOMAÇÃO?

Tanto na indústria como em outros setores da economia, a ergonomia é uma peça fundamental para manter o desenvolvimento de uma empresa. Ela, que pode ser dividida em três áreas, ergonomia física, organizacional e cognitiva, é responsável por elaborar medidas para reduzir possíveis riscos, sendo eles no ambiente de trabalho, dentro do espaço físico e até mesmo na organização de processos.

No Brasil, além da NR-12, que é a Norma Regulamentadora de Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos e ferramenta fundamental no planejamento de manufatura, já temos também a NR-17. Por meio delas, as indústrias conseguem definir referências técnicas, princípios fundamentais e medidas de proteção para garantir a saúde e a integridade física dos trabalhadores. É possível também estabelecer requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho nas fases de projeto e utilização de máquinas e equipamentos de todos os tipos, bem como sua fabricação, importação, comercialização e exposição em todas as atividades econômicas.

Segundo o Índice de Automação do Mercado Brasileiro, realizado pela Associação Brasileira de Automação-GS1 Brasil, entre 2018 e 2019, o nível de automação nas empresas cresceu 4%. Diante desse aumento cada vez mais frequente, percebe-se que essa preocupação precisa estar sempre presente no dia a dia do ambiente corporativo, independentemente do setor. Além disso, é preciso citar que as empresas que investem e se preocupam realmente com a ergonomia, se destacam e ganham muito em cima disso. Vale comentar ainda que todas as normas já presentes, não exclui o fato de funcionários adoecerem, visto que a idade também é um fator determinante para isso. Certificar que ela tenha médicos e responsáveis para monitorar é essencial para garantir que tudo funcione como os conformes estabelecidos.

Dentre os benefícios, posso citar o aumento da produtividade, redução de afastamentos e dos gastos com substituição de profissionais, prevenção de doenças ocupacionais, valorização dessas pessoas, melhoria na imagem corporativa e diminuição dos prejuízos financeiros. Então esteja apto para corrigir os problemas, aperfeiçoar o que for necessário e conscientizar seus funcionários, por meio da realização de treinamentos e palestras para que todos estejam alinhados com o mesmo propósito.

Dessa forma, concluo que a ergonomia continuará sendo relevante para as companhias, principalmente porque o setor industrial deve criar locais agradáveis, seguros e confortáveis para que as novas gerações, que estão cada vez mais exigentes encontrem o ambiente de trabalho ideal. Além disso, é muito importante que os profissionais levem em consideração o custo de afastamento temporário ou até permanente que um problema de ergonomia pode causar, pois ele pode ser muito mais alto do que o investimento em robotização. Sem contar que, muitos dos profissionais que voltam após uma lesão, precisam ser realocados em funções que - diversas vezes - não estavam acostumados, fazendo com que a companhia adapte toda a trajetória novamente. Então sem dúvidas, a implementação de robôs resolvem diversos problemas corriqueiros. Pense nisso!

 

Denis Pineda - gerente regional da Universal Robots na América Latina, empresa dinamarquesa líder na produção de braços robóticos industriais colaborativos.

quinta-feira, 22 de abril de 2021

Abril verde: em nome da saúde e da segurança do trabalhador

As campanhas de prevenção que associam um mês a uma cor específica surtem efeitos cada vez mais. Assim acontece com o Outubro Rosa e o Novembro Azul, duas iniciativas voltadas aos cuidados contra o câncer. Em 2005,  foi promulgada a Lei 11.121, criando o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho e, consequentemente, o Abril Verde.

Em abril, todas as pessoas que prendem um laço verde ao seu uniforme de trabalho simbolizam um episódio que precisa ser lembrado. No dia 28 de abril de 1969, a explosão em uma mina no estado norte-americano da Virginia matou 78 trabalhadores. Em 2003, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) instituiu a data como o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, em memória das vítimas.

Como campanha, o Abril Verde une a preocupação com a saúde do trabalhador e a segurança em todas as suas atividades laborais. De acordo com o Observatório de Segurança e Saúde do Trabalho, foram notificados mais de 4.5 milhões de acidentes no Brasil entre 2012 e 2018; 5,4 mil no município de Campinas - SP. Nesta plataforma digital desenvolvida em conjunto pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e OIT Brasil, é possível estimar a quantidade de acidentes nas 5.507 cidades brasileiras e projetá-la para os dias atuais para constatar que os números são bastante expressivos e despertam a preocupação dos gestores responsáveis pela segurança dos colaboradores.

Também com base no Observatório, nos setores econômicos com mais comunicações de acidente, a construção civil aparece em quarto lugar. A chamada Norma Regulamentadora nº 4, ou simplesmente NR 4, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), estabelece os critérios para a organização dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança em Medicina do Trabalho (SESMT). A construção civil está enquadrada entre o grau de risco 3 e 4, dependendo do tipo de obra.

É importante dizer que, além de ser uma obrigatoriedade legal, a existência dos SESMT e as ações instituídas por cada empresa que atua na construção civil são contribuições inestimáveis para a integridade física, a saúde e o bem-estar dos colaboradores.

Podemos enumerar aqui os tipos de acidentes mais comuns nas obras: batidas contra objetos, quedas de nível, projeção de materiais, aprisionamento ou prensagem, soterramento e choque elétrico. Em geral, são ocasionados por ato inseguro, ou seja, falta de atenção e de utilização de Equipamento de Proteção Individual (EPI), estado emocional abalado e excesso de confiança. A condição insegura, pela falta de Equipamento de Proteção Coletiva (EPC) e não entrega de EPI aos colaboradores, é outra causa de ocorrências. A falta de orientação e treinamento, assim como as pressões externas, também influenciam nesses resultados.

Além do uso obrigatório dos EPIs, a segurança em uma obra pode (e deve) ser reforçada com a implementação de sistemas de proteção coletiva, acompanhada por técnicos e profissionais especializados. Neste sentido, citamos os sistemas de linhas de vida, os pontos de ancoragem, a proteção periférica, como guarda-corpo, bandejas, telas fachadeiras e redes de segurança, as proteções de abertura, as plataformas externas de trabalho para evitar exposição a quedas, entre outros recursos.

Da mesma forma que os equipamentos, os projetos de incentivo às boas práticas de segurança são essenciais. Por isso, a importância de se investir em programas de acidente zero, atentar para as regras de ouro da segurança e realizar treinamentos e capacitação de maneira continuada.

Quando damos a real importância à vida do colaborador, ele tem a garantia de que voltará íntegro para sua família no final do dia. Também se tornará um importante agente de disseminação da cultura de saúde e segurança em seu trabalho. Para o bem-estar de todos.

 


Márcio Rogério Paschoalinotto - gerente de Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho da A.Yoshii


quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Como começar o planejamento de uma cozinha delivery?

Cozinha delivery: projetos de arquitetura promovem mudanças
e melhoria de processos 
Divulgação Go UP Arquitetura

Antes visto como um serviço adicional do restaurante, o delivery se transformou em um negócio. Adaptar a cozinha para a demanda do novo normal é o desafio dos empresários e a arquitetura profissional é essencial para planejar e renovar o espaço


Que o ano de 2020 será marcado pela mudança de comportamento do consumidor de alimentação, já é um fato. O delivery se tornou mais do que um sistema de entrega: se tornou um negócio. E um negócio que foi reconhecido em plena crise e mudou a rotina dos restaurantes, do maior ou menor. E como o delivery veio para ficar, adequar o espaço físico se tornou uma necessidade. Se, em um primeiro momento, os bares e restaurantes fizeram as suas estruturas de maneira mais simples e às pressas, com o fortalecimento do “novo normal” é hora de pensar em formatar o sistema delivery de maneira ainda mais eficiente.

 Segundo Juliana Silva, arquiteta e gestora comercial da Go Up Arquitetura, ocorreu um aumento significativo na busca por projetos de adequação do restaurante para atender delivery de forma mais eficiente, em quase 25% de procura. “Os locais se adaptaram de maneira rápida ao delivery por uma necessidade imediata, e agora com a reabertura, já buscam alternativas que transformem o delivery em um negócio que utilize de maneiras diferentes o espaço que já tem ou que tragam outros locais para realizarem a operação”, revela.

O processo de planejamento de uma cozinha delivery possui algumas particularidades. Depois de definida a categoria gastronomia do delivery, o ponto de partida é o local de implantação que, diferente de um restaurante tradicional, que precisa de um ponto de venda com boa localização comercial, ele pode ser implementado em locais com alta demanda pelo tipo de refeição e com fácil acesso a rede viária da cidade. “Faz mais sentido escolher o local pela demanda daquela comida que será produzida. Os aplicativos de entrega de comida possuem esses tipos de dados disponíveis para empreendedores e investidores. Com eles é possível implantar uma cozinha no centro daquela demanda”, ressalta Amanda Mori, arquiteta e gestora de projetos da Go Up Arquitetura.

Na avaliação, antes mesmo de fechar a locação, é preciso verificar se o local conseguirá abrigar uma cozinha industrial, por isso, a presença de um arquiteto é importante já neste momento. “Deve se levar em conta principalmente a existência de gás na rua e a carga elétrica já aprovada para o imóvel. Caso o local não seja adequado às vezes é necessário realizar obras na infraestrutura elétrica da rua, o que pode gerar muitos gastos extras. Lidamos com esse tipo de problema com muita frequência. O empreendedor aluga o espaço e não se atenta a esses detalhes”, explica Mori.

O que é essencial na cozinha delivery?

Essencialmente na cozinha de delivery leva-se conta o fluxo operacional e a alta demanda, por isso é importante ter circulações bem definidas e entradas e saídas independentes para os diferentes usos. “Como exemplo, o recebimento de mercadorias se dá por um local, que não é o mesmo da retirada das encomendas, que por sua vez não será o mesmo dos descartes. Isso elimina o risco de contaminação cruzada e otimiza a operação no dia a dia”, explica Amanda Mori.

Também é importante considerar que as cozinhas delivery tem demanda muito maior que um restaurante normal, o que faz a planta ser muito parecida com a de uma fábrica com processo produtivo por etapas. “A cozinha delivery tem processos de indústria muitas vezes. Levamos sempre conta todos os aspectos técnicos necessários a um bom funcionamento da cozinha, como acabamentos de alta resistência para limpeza constante, segurança ergonômica para evitar acidentes de trabalho e uma boa iluminação de acordo com as normas vigentes”.

Outra recomendação é a área de embalagens dos alimentos. “Geralmente não há uma área de montagem ou finalização no delivery, que nesse caso é substituída por uma área de embalagens, não temos preocupação com ambientação e sala de jantar”, explica a arquiteta.

Além disso, investir em uma área de descompressão de funcionários ajuda a manter o ambiente sadio. “Um espaço em que o colaborador possa se desligar alguns minutos da pressão da cozinha é importante. Mesmo em um espaço pequeno, um ambiente com luzes mais relaxantes, redes ou poltronas fazem a diferença na rotina do negócio”.

Não há preocupação com estacionamento, porém os acessos devem ser otimizados para o recebimento e higienização das mercadorias.

Aposte na fachada

A cozinha é delivery, mas não é por isso que a fachada não deve ser valorizada. A estética do espaço é o que encanta o cliente e gera a curiosidade de quem passa pelo local.  Ela remete organização, profissionalismo e assepsia. “É importante lembrar que os clientes modernos pesquisam na internet os locais onde está pedindo sua refeição, por isso, a fachada é um item que remete ao propósito do negócio. Faz total diferença”, reforça Amanda Mori.

Cozinha delivery otimizada em cinco dicas  

  • Aposte na configuração espacial que permita o uso dos espaços dentro das normas técnicas e exigências legais;
  • Lembre-se da ergonomia e conforto visual. O fluxo de trabalho é totalmente diferente de um restaurante tradicional;
  • Entradas e saídas específicas: determinar onde começa a operação e o espaço de retirada da encomenda é essencial para proporcionar agilidade;
  • Circulação: o ambiente precisa permitir o fluxo constante de pessoas com segurança, sem gerar acidentes de trabalho.

 



Go Up

www.gouparquitetura.com. Cases em: @gouparquitetura

 

terça-feira, 28 de julho de 2020

PERIGOS NO PUXADINHO: ELEKTRO ALERTA SOBRE OS RISCOS DE ACIDENTES EM CONSTRUÇÃO IRREGULAR ENVOLVENDO REDE ELÉTRICA

Em todo o país, uma das principais causas de acidentes com a rede elétrica acontecem em obras que não respeitam a distância segura da fiação

 

 

A construção ou a reforma de uma casa pode significar o sonho da vida de muitas pessoas. Com o crescimento desordenado dos centros urbanos, não é raro encontrar obras repletas de irregularidades, representando um grande risco para a população. Para comprovar que elas são mais comuns do que se imagina, a Elektro selecionou alguns exemplos que demonstram altos riscos de acidentes elétricos graves. O popular puxadinho na laje se torna ainda mais perigoso quando não há uma distância segura da rede elétrica. Em todo o país, essa é uma das principais causas de acidentes envolvendo a rede elétrica e motivo de preocupação para as distribuidoras de energia.

O gerente de Saúde e Segurança da Elektro, Guilherme Mafra, reforça: “Os casos mostram situações reais que, infelizmente, ainda são muito comuns por conta do crescimento desordenado das cidades. Os registros foram feitos pelos nossos colaboradores em campo, responsáveis pelas inspeções e serviços de manutenção da rede de distribuição. Eles lidam, todos os dias, com situações de intervenções indevidas na rede de energia elétrica, a maioria construções irregulares São casos mais frequentes do que se pensa, por isso, há um trabalho constante em alertar a população sobre os riscos de acidentes que essas atitudes causam, levamos informação e aumentamos o nível de conscientização para prevenção”.


Fio perto demais!



Os moradores dessa casa não estão nada seguros com a rede de energia tão perto! O perigo é visível e é dos grandes!


Quais os riscos?


Risco altíssimo de choque elétrico, certo? Mas o problema não se resume somente a isso. Com acesso tão fácil e próximo aos fios energizados, acidentes podem ocorrer, inclusive levando a vítimas fatais.


O especialista de Saúde e Segurança da Elektro, Alcir Gonçalves, explica: “Para se levar um choque com a rede elétrica acima, não necessariamente o cabo precisa ser tocado, basta apenas se aproximar dele. A descarga elétrica nesta situação ocorreria por indução elétrica e também provoca danos desastrosos ao corpo humano, inclusive fatalidade”.


O que a Elektro recomenda?



Qualquer construção ou reforma civil deve ter, no mínimo, 2,5 metros de distância dos fios do poste. Essa é a orientação básica e segura para seguir antes de iniciar qualquer obra. Estas distâncias devem ser observadas, principalmente, por profissionais como pedreiros e pintores. Eles não podem se aproximar da rede, de forma alguma, pelo alto risco de acidente de origem elétrica.


Olha o andaime!


Quem não gosta de fazer uma reforma em casa, não é mesmo?

Mas atenção: toda construção e reforma precisam ser realizados por um profissional qualificado!


Quais os riscos?


Ao olhar para essa imagem, já dá para imaginar o problema: o grande risco de acidente causado pela montagem de andaime perto da rede elétrica. Você sabia que o metal é um excelente condutor de energia? Por isso, atenção redobrada na hora de pintar e reformar: barras de ferro, sarrafos, réguas de reboco, vergalhões e outros tipos de materiais metálicos podem transmitir a corrente elétrica da rede para o corpo. Mais uma dica valiosa: alguns fios da rede elétrica podem dar a falsa sensação de serem isolados. Então, para evitar acidentes, nunca se aproxime ou toque nenhum desses condutores. Qualquer contato com a rede elétrica pode representar um alto risco de choque elétrico, podendo ser fatal.


O que a Elektro recomenda?


A principal atitude que a pessoa deve seguir ao construir ou reformar algum imóvel é se direcionar até a prefeitura da cidade e buscar um profissional habilitado para regularizar a situação junto ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA) do estado. Eles irão confirmar se tudo está em conformidade e se a obra poderá ser realizada com segurança.


Tinha um poste no meio do caminho !


O que parece um poste instalado dentro da obra, na verdade, é uma casa sendo construída ao redor do poste. O que acontece nessa situação é o fato de o poste estar no que é chamado de faixa de servidão. Esse nome se refere ao trecho público no qual a distribuidora tem o direito de instalar os postes e redes elétricas. Quem constrói nessa faixa de servidão está descumprindo uma lei.


Quais os riscos?


O gerente de Saúde e Segurança, Guilherme Mafra, explica: ‘É essencial que o morador tenha conhecimento dos riscos envolvidos ao construir dentro da faixa de servidão da rede elétrica. A possibilidade de choque elétrico é muito alta, pois durante a execução da obra pode ocorrer um contato acidental ou, até mesmo, levar um choque pela proximidade da rede. Atitudes como essas podem provocar acidentes de origem elétrica, inclusive fatal. É nosso dever informar a população sobre os riscos que a eletricidade proporciona.”.


O que a Elektro recomenda?


Caso algum de nossos colaboradores de campo observe uma situação como essa, é dada a orientação de paralisação da obra, justamente para evitar que aconteça um acidente. Já pensou se você toca sem querer no fio enquanto está erguendo as paredes? E esse é apenas um dos muitos riscos existentes.

 “O nosso papel é o de orientar o proprietário para que ele siga as normas previstas de segurança, pois essa é a nossa principal preocupação. Por isso atuamos de modo preventivo, ao mesmo tempo que identificamos situações de proximidades com a rede elétrica e que representam risco à população”, diz Mafra.


Tudo junto e misturado!


Poste, a obra e a calçada, tudo junto em um lugar só e ainda com uma lâmpada de iluminação pública!


Quais os riscos?


Uma construção jamais deve ser erguida perto da rede elétrica. A atenção precisa ser maior principalmente para o pintor e o pedreiro, pois eles irão correr um alto risco ao realizarem os acabamentos nessa fachada.


O que a Elektro recomenda?


A primeira coisa é interromper a obra até que o poste seja modificado de local. Atualmente, todo poste é instalado no limite da calçada. Isso ajuda quem precisa andar pela calçada e mantém a distância segura da edificação.


Só que esse caso é um pouquinho mais complicado, como explica o gerente de Saúde e Segurança. “Mesmo com a remoção do poste para o limite da calçada, a marquise do prédio ainda estaria muito próxima à rede. Então, em certas ocasiões, avalia-se a remoção da rede para uma outra localidade para que seja garantida a segurança das pessoas”. É preciso muita atenção e cuidado quando o assunto é energia elétrica e construção, o risco de se aproximar das redes de distribuição podem causar acidentes, inclusive com fatalidades.

 



Elektro


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