As campanhas de prevenção que associam um mês a uma cor específica surtem efeitos cada vez mais. Assim acontece com o Outubro Rosa e o Novembro Azul, duas iniciativas voltadas aos cuidados contra o câncer. Em 2005, foi promulgada a Lei 11.121, criando o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho e, consequentemente, o Abril Verde.
Em abril, todas as pessoas que prendem um laço
verde ao seu uniforme de trabalho simbolizam um episódio que precisa ser
lembrado. No dia 28 de abril de 1969, a explosão em uma mina no estado
norte-americano da Virginia matou 78 trabalhadores. Em 2003, a Organização
Internacional do Trabalho (OIT) instituiu a data como o Dia Mundial da
Segurança e Saúde no Trabalho, em memória das vítimas.
Como campanha, o Abril Verde une a preocupação com
a saúde do trabalhador e a segurança em todas as suas atividades laborais. De
acordo com o Observatório de Segurança e Saúde do Trabalho, foram notificados
mais de 4.5 milhões de acidentes no Brasil entre 2012 e 2018; 5,4 mil no
município de Campinas - SP. Nesta plataforma digital desenvolvida em conjunto
pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e OIT Brasil, é possível estimar a
quantidade de acidentes nas 5.507 cidades brasileiras e projetá-la para os dias
atuais para constatar que os números são bastante expressivos e despertam a
preocupação dos gestores responsáveis pela segurança dos colaboradores.
Também com base no Observatório, nos setores
econômicos com mais comunicações de acidente, a construção civil aparece em
quarto lugar. A chamada Norma Regulamentadora nº 4, ou simplesmente NR 4, do
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), estabelece os critérios para a
organização dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança em Medicina
do Trabalho (SESMT). A construção civil está enquadrada entre o grau de risco 3
e 4, dependendo do tipo de obra.
É importante dizer que, além de ser uma
obrigatoriedade legal, a existência dos SESMT e as ações instituídas por cada
empresa que atua na construção civil são contribuições inestimáveis para a
integridade física, a saúde e o bem-estar dos colaboradores.
Podemos enumerar aqui os tipos de acidentes mais
comuns nas obras: batidas contra objetos, quedas de nível, projeção de
materiais, aprisionamento ou prensagem, soterramento e choque elétrico. Em
geral, são ocasionados por ato inseguro, ou seja, falta de atenção e de
utilização de Equipamento de Proteção Individual (EPI), estado emocional
abalado e excesso de confiança. A condição insegura, pela falta de Equipamento
de Proteção Coletiva (EPC) e não entrega de EPI aos colaboradores, é outra
causa de ocorrências. A falta de orientação e treinamento, assim como as
pressões externas, também influenciam nesses resultados.
Além do uso obrigatório dos EPIs, a segurança em
uma obra pode (e deve) ser reforçada com a implementação de sistemas de
proteção coletiva, acompanhada por técnicos e profissionais especializados.
Neste sentido, citamos os sistemas de linhas de vida, os pontos de ancoragem, a
proteção periférica, como guarda-corpo, bandejas, telas fachadeiras e redes de
segurança, as proteções de abertura, as plataformas externas de trabalho para
evitar exposição a quedas, entre outros recursos.
Da mesma forma que os equipamentos, os projetos de
incentivo às boas práticas de segurança são essenciais. Por isso, a importância
de se investir em programas de acidente zero, atentar para as regras de ouro da
segurança e realizar treinamentos e capacitação de maneira continuada.
Quando damos a real importância à vida do
colaborador, ele tem a garantia de que voltará íntegro para sua família no final
do dia. Também se tornará um importante agente de disseminação da cultura de
saúde e segurança em seu trabalho. Para o bem-estar de todos.
Márcio Rogério Paschoalinotto - gerente de Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho da A.Yoshii
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