A busca por soluções sustentáveis para a mitigação das mudanças climáticas nunca esteve tão em evidência.
À medida que o clima piora, os desastres naturais se tornam
mais frequentes. O aumento das secas ou chuvas devastadoras em algumas regiões
do Brasil é uma realidade.
O ano de 2024 pode ser um dos mais quentes registrados na
história, superando as marcas de 2023, alertou a Organização Meteorológica
Mundial (OMM), vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU).
Segundo a OMM, os eventos climáticos extremos, como ondas de
calor, secas, incêndios florestais, chuvas fortes e inundações, devem se
intensificar em algumas regiões, com impactos significativos.
“Quando as águas baixarem, o Rio Grande do Sul vai se
defrontar com outro desafio de enormes proporções, reconstruir suas cidades com
estruturas e espaços mais resilientes aos episódios de clima extremo, salienta
Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News & Negócios.
As perspectivas do último Relatório Síntese sobre Mudança
Climática, divulgado em 2023 e elaborado pelo Painel Intergovernamental sobre
Mudança do Clima (IPCC), não são animadoras. O documento informa que a
superfície global da terra atingiu, no período de 2011-2020, 1,1 grau Celsius a
mais que no período 1850–1900.
Na primeira metade da próxima década, a temperatura global
deve aumentar em 1,5 grau Celsius. Além disso, os pesquisadores alertam que
será muito difícil controlar o aumento da temperatura dentro de 2 graus Celsius
até o final do século XXI, conforme a meta do Acordo de Paris.
“É preciso conscientizar a sociedade de que a maior e mais
impactante fase de contenção das mudanças climáticas irá começar quando a
questão ambiental deixar de ser apenas um projeto de governo e se tornar um
plano pessoal e de vida de cada cidadão”, pontua o professor Claudio de Brito
Neri, docente de Geografia do Colégio Presbiteriano Mackenzie Tamboré.
A Allianz Trade, empresa de seguro de crédito comercial,
divulgou recentemente o relatório Latin America Shall We Dance?, que
revela um panorama dos riscos econômicos em países da América Latina. Segundo
os economistas, as repercussões econômicas das mudanças climáticas vêm tanto
dos riscos físicos (por exemplo, ciclones, inundações, ondas de calor) quanto
da perda de produtividade do trabalho devido ao aumento do calor.
“Embora seja cedo para calcular os prejuízos da tragédia
climática que atinge o Rio Grande do Sul, é possível ao menos sinalizar algumas
condições futuras para um dos mais importantes setores para a economia
nacional, ou seja, o Agronegócio. O setor exportou em 2023 produtos no valor de
US$ 167 bilhões em números redondos, ou seja, quase metade da pauta exportadora
total”, ressalta Claudio Felisoni, presidente do IBEVAR e professor da FIA
Business School.
O Brasil precisa adotar o planejamento como forma de reduzir
os danos causados por esses períodos de chuvas extremas e estiagem. Caso
contrário, os prejuízos se multiplicarão.“De acordo com uma estimativa,
as mudanças climáticas podem destruir 9% do valor das moradias do mundo até
2050, o que equivale a 25 trilhões de dólares”, finaliza a economista Vininha
F. Carvalho.
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