Instituto
sinaliza impacto negativo para um setor que gera aproximadamente 600 mil
empregos diretos e indiretos no Brasil
O Instituto Brasileiro da
Cachaça (IBRAC) espera queda do mercado da Cachaça de mais de 20% em 2020. A
expectativa é baseada no estudo anual do provedor global de pesquisas de
mercado Euromonitor International, que avalia o desempenho de várias categorias
de produto, e prevê para o setor da Cachaça em 2020 uma queda de 21,7% em
volume total, incluindo vendas em supermercados, bares e restaurante, em
virtude da crise gerada pelo novo coronavírus. Antes de se instaurar a pandemia
no Brasil, a previsão era de um crescimento de apenas 1,5%.
Segundo
Carlos Lima, diretor executivo do IBRAC, entidade representativa da
categoria, o setor da Cachaça possui 7% do market share do mercado brasileiro
de bebidas alcoólicas, em volume, enquanto a cerveja, primeira colocada, detém
87%. Para ele, a previsão de queda afeta um setor que é constituído, em sua
maioria, por micro, pequenas e médias empresas, e já enfrentava dificuldades em
função da alta carga tributária, principalmente após 2016, quando foi afetado
consideravelmente por aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).
“O
crescimento previsto já era ínfimo para um setor que gera cerca de 600 mil
empregos diretos e indiretos. Um dos principais fatores para essa previsão de
queda, além de todo contexto econômico que o Brasil enfrenta, foi o fechamento
de bares e restaurantes, que afetou diretamente o setor da Cachaça que tem
nesses locais os seus principais canais de distribuição, uma vez que
representam 70% das vendas da bebida”, explica.
“Estamos
falando de um setor com grande potencial, pois a Cachaça representa mais de 72%
do mercado de destilados e, como outros setores, vem sofrendo todos os impactos
negativos gerados pela situação econômica, demonstrados pelo número de queda
trazido pela Euromonitor. O trabalho conjunto do setor privado e do governo
será de suma importância para assegurar a sustentabilidade do setor, e de toda
sua cadeia de valor, no cenário pós-covid”, completa.
“É importante
notar também que essa queda faz parte de nosso cenário base, construído
pensando em uma quarentena de dois meses e meio. Ou seja, neste momento o
cenário pode se agravar, considerando que a quarentena em algumas regiões se
prolonga e os impactos econômicos, como desemprego e queda do PIB, podem
acentuar a queda ainda mais”, afirma Rodrigo Mattos, analista de Alcoholic
Drinks da Euromonitor International.
O Brasil registra hoje cerca de 1.397
estabelecimentos produtores de Cachaça e Aguardente, distribuídos em 835
municípios, registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Esse total gera aproximadamente 600 mil empregos diretos e indiretos
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