O isolamento social pode ser uma
oportunidade para identificar ações improdutivas e substituí-las por atitudes
que ajudem na realização de metas pessoais e profissionais
Apesar do período de isolamento social no Brasil,
muitas pessoas ainda sentem dificuldade para se adaptar a essa realidade e
administrar o tempo com sabedoria. Apesar de o confinamento estar sendo uma
experiência estressante para muitos, ele também traz consigo uma oportunidade
de trabalhar o autoconhecimento, de identificar as ações improdutivas que a
pessoa realiza, na maioria das vezes, de forma inconsciente e automática, e
trocá-las por produtivas.
“Os nossos hábitos são um conjunto de atitudes e
pensamentos negativos e positivos e são eles que vão dizer se vamos ser levados
ao sucesso ou ao fracasso de uma meta, seja pessoal ou profissional. Por isso é
importante pensar qual é o propósito a ser atingido e quais hábitos positivos
devem ser desenvolvidos para se alcançar o objetivo traçado”, explica Júlia
Lobo, diretora da Febracis Belo Horizonte, instituição de Coaching Integral
Sistêmico (CIS).
Segundo a especialista, os hábitos são criados ao
longo de nossas vidas e cultivados por cada situação que passamos. “As pessoas
devem observar dois fatores principais: o gatilho, ou seja, o que desencadeia o
hábito, a motivação para recorrer à determinada atividade; e ainda a recompensa
ao executar esse hábito, ou seja, o sentimento de satisfação, a vontade de
repetir essa mesma ação em outra ocasião. No caso de um fumante, por
exemplo, o gatilho pode ser o estresse e a recompensa, o prazer que a nicotina
traz. O livro: ‘O poder do hábito’, de Charles Duhigg, aborda essa questão,
quem quiser se aprofundar mais no assunto é uma leitura que recomendo”, diz.
Júlia acrescenta que essa percepção é importante
porque é a partir dela que a pessoa começará o trabalho de substituição do
hábito negativo. Ela esclarece que o primeiro passo para adquirir, na prática,
hábitos de excelência é ter um propósito bem definido. “Antes de pensar o
melhor caminho, é preciso ter clareza quanto ao destino. Por isso, a
reestruturação da rotina depende diretamente da definição de metas. Afinal, a
classificação dos hábitos em positivo e negativo refere-se ao potencial deles
em ajudarem no alcance da meta”, explica.
Ela acrescenta que a partir do momento em que os
objetivos são definidos, é possível identificar as atitudes que nos ajudam a
alcançá-los e quais nos atrapalham. “Para um estudante que tem como meta passar
no vestibular, por exemplo, o hábito da leitura é mais positivo do que o de
navegar em redes sociais, pois ler é o que vai aproximá-lo mais da sua meta. O
conjunto de hábitos forma o caráter, que, por sua vez, determina o destino do
indivíduo”, explica.
O conhecimento de si mesmo passa necessariamente
por uma avaliação e reestruturação dos hábitos, ou seja, atitudes que fazemos
repetidas vezes de forma inconsciente. Uma pesquisa da universidade
norte-americana Duke apontou que dedicamos aproximadamente 40% do nosso tempo
executando hábitos, isso são aproximadamente 9 horas e meia por dia no piloto
automático.
Identificação
e Seleção de Rotina
Além desse exercício individual de observação
quanto ao que precisa ser trabalhado, a pessoa pode recorrer a ferramentas que
ajudam a trazer mais clareza e objetividade a esse processo, como o modelo de
Identificação e Seleção de Rotina (ISR), disponibilizado pela Febracis. “Com
ele, fica mais didático e fácil de organizar e separar hábitos positivos e
negativos referentes aos variados pilares da vida, seja espiritual, conjugal,
social, profissional e financeiro. A partir desse diagnóstico, é possível
reformular o conjunto de hábitos, tendo como base os respectivos gatilhos e
recompensas”, explica Júlia. Segundo a especialista, essa é uma prática
simples que proporciona um crescimento que pode ser levado para toda a vida.
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