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quinta-feira, 18 de junho de 2020

O momento da retomada das atividades se aproxima, e agora?



A psicóloga e coordenadora do Ambulatório de Transtornos Alimentares e Obesidade (AMBULIM) da USP, Valeska Bassan manteve seus atendimentos à distância durante a pandemia e tem percebido um aumento significativo na ansiedade de seus pacientes com a aproximação de uma possível retomada da maioria das atividades presenciais no Brasil. “As pessoas tem me procurado porque se sentem extremamente desamparadas nesse momento da pandemia, mais do que isso,  o medo tomou conta da maioria das pessoas”, conta.

Ter medo é bom e necessário, ficamos mais alertas e criteriosos em nossas ações e decisões, sejam elas reais ou não. Mas a verdade é que não nos sentimos confortáveis de ter esse sentimento, embora ele seja fundamental para a nossa sobrevivência, ainda mais em tempos de pandemia, em que cada indivíduo é totalmente responsável pelas suas atitudes, em um cenário que não temos controle de nada.

Aliás, a falta de perspectiva e de controle gera um grau de ansiedade elevado, podendo em casos mais graves, levar a quadros de crises de pânico e de depressão. “É preciso que cada um consiga avaliar o nível desse medo de retomada das atividades e como ele pode tomar as medidas necessárias para ficar menos exposto ao vírus”, diz Valeska.

A especialista comenta ainda que muitas vezes o medo se torna paralisante e o indivíduo não consegue minimamente fazer atividades simples e corriqueiras, o que ela tem visto com mais frequência em suas consultas. Identificar os fatores que estão causando esse quadro e confrontá-los com pensamentos racionais ajuda bastante.

Além disso, a especialista alerta para a importância das empresas que retomarem as atividades presenciais de estarem preparadas para receber esse “novo” funcionário, uma vez que vivemos um momento completamente diferente que qualquer situação já vista antes.  As empresas e colaboradores precisam estar cientes de que é completamente normal apresentarem distúrbios emocionais após esse período. E como a prevenção é sempre o melhor remédio, não espere que os funcionários estejam apresentando os sintomas para buscar ajuda. Faça isso antes, preventivamente. Assim, além de manter a equipe mais tranquila e motivada, haverá um ponto de apoio profissional.

Outra forma eficaz de combater o medo é a informação. Por isso, reunimos uma lista de evidências científicas emergentes sobre a transmissão do coronavírus feito pelo Center for Disease Control do governo dos EUA para que possamos avaliar os níveis de risco de contaminação, confiram abaixo:


Risco alto X Risco baixo
  1. Risco muito baixo de transmissão a partir de superfícies;
  2. Risco muito baixo de atividades ao ar livre;
  3. Risco muito alto de reuniões em espaços fechados, como escritórios, locais para cultos religiosos, salas de cinema ou teatros.

Outros dados interessantes, a carga viral necessária para iniciar a doença é ~ 1000 partículas virais (vp)
  1. Respiração: ~ 20 vp / minuto
  2. Fala: ~ 200 vp / minuto
  3. Tosse: ~ 200 milhões de vp (o suficiente pode permanecer no ar por horas em um ambiente mal ventilado)
  4. Espirro: ~ 200 milhões vp
  5. Estar próximo de alguém (com ~ 2m de distância): baixo risco se o limite for inferior a 45 minutos
  6. Conversando com alguém frente a frente (com máscara): baixo risco se o limite for inferior a 4 minutos
  7. Alguém passando por você andando / correndo / andando de bicicleta: baixo risco
  8. Espaços bem ventilados, com distanciamento: baixo risco
  9. Compras: risco médio (pode reduzir para baixo, limitando o tempo e seguindo a higiene)
  10. Espaços internos: alto risco
  11. Banheiros públicos / Áreas comuns: Alto risco
  12. Restaurantes: alto risco (pode reduzir a médio risco sentando-se ao ar livre com distanciamento e percepção do toque na superfície)
  13. Locais de trabalho / escolas (mesmo com distanciamento social): risco muito alto
  14. Festas / Casamentos: risco muito alto
  15. Redes de negócios /conferências: risco muito alto
  16. Arenas / Concertos / Cinemas: risco muito alto

Os fatores principais que você pode usar para calcular seu risco são:
  1. interior x exterior
  2. espaços estreitos x espaços amplos e ventilados
  3. alta densidade de pessoas x baixa densidade
  4. exposição mais longa x exposição breve



Fonte: Center for Disease Control do governo dos EUA


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