Cirurgiões-dentistas especializados conseguem garantir a saúde bucal de
pessoas com deficiência considerando suas limitações e dependências
O Censo mais recente, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE) em 2010, indica que 23,9% da população brasileira apresentam
algum tipo de deficiência física, mental, intelectual ou limitação funcional.
Em números absolutos, essa porcentagem representava, à época do levantamento,
45,6 milhões de habitantes.
Nesse cenário, o Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP)
aponta os benefícios de um atendimento especializado, considerando as
necessidades de cada paciente.
Adriana Gledys Zink, presidente da Câmara Técnica de Odontologia para
Pacientes com Necessidades Especiais do CROSP, explica que o(a)
cirurgião(ã)-dentista especializado, que possui conhecimento para adequar o
tratamento e métodos ao indivíduo com deficiência, deve realizar uma anamnese
criteriosa e avaliação prévia. Além disso, o consultório deve ser adaptado para
garantir a acessibilidade.
“É preciso atentar-se à necessidade especial do paciente e se adequar
durante o tratamento, seja aplicando um posicionamento diferente, ajuste de
medicação ou utilizar uma manobra específica a depender do tipo de tratamento”,
diz.
Ainda segundo a especialista, manter um acompanhamento odontológico
regular cresce em importância para pessoas com deficiência, levando em
consideração que muitas condições de boca comprometem o paciente
sistematicamente e agravam sua saúde em geral. “O(a) profissional precisa estar
inserido na equipe multidisciplinar de acolhimento ao paciente com deficiência”,
afirma a presidente.
A família é importante para garantir a saúde bucal
Nem todas as pessoas com limitações são dependentes, conseguindo
realizar sua rotina de higiene bucal e demais atividades sem dificuldades. No
entanto, ao tratar aqueles que dependem de um suporte a mais, a família ou
comunidade de apoio entram como parte essencial para a manutenção da saúde
bucal. “A relação paciente-família-profissional deve ser muito próxima. Se a
família não for colaboradora não teremos sucesso no tratamento”, ressalta
Adriana.
Além de garantir que a família esteja a par do tratamento, o
cirurgião-dentista também pode realizar adequações de certos materiais ou de
abordagem, dando melhores condições ao paciente de realizar sua higiene bucal.
No caso de crianças - segundo o levantamento do IBGE 7,5% dos brasileiros até
14 anos têm uma deficiência diagnosticada - explicações lúdicas podem ajudar os
pequenos a seguirem as recomendações do profissional. “Para pacientes com
autismo, por exemplo, usamos pistas visuais com o passo a passo para a
escovação, que funcionam muito bem”, finaliza a presidente.
No
site do CROSP - http://www.crosp.org.br -
é possível encontrar autoridades em Odontologia para PCD, além de diversas
outras especialidades.
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