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sexta-feira, 5 de agosto de 2016

8 de agosto: Dia Nacional do Combate ao Colesterol Alto



Cardiologista alerta sobre riscos e dá dicas de prevenção

As doenças cardiovasculares são as que mais causam mortes no Brasil. Por ano, estima-se 350 mil vítimas, quase o dobro das mortes por câncer, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Em 2016 já foram registradas quase 198 mil mortes por doenças cardiovasculares no Brasil, de acordo com o Cardiômetro da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). 

Foi pensando nesses números que o Ministério da Saúde instituiu o dia 8 de agosto como o Dia Nacional do Combate ao Colesterol Alto. Com isso, pretende-se conscientizar a população sobre os riscos e a relação do colesterol alto com problemas como hipertensão, obesidade e diabetes, tão comuns e, ao mesmo tempo, tão danosos à saúde.

“Cerca de 80% dos brasileiros hipertensos não fazem o controle da doença adequadamente. Além disso, fatores como sedentarismo (46% dos brasileiros não praticam exercícios físicos), ingestão de bebidas alcoólicas (24% da população consome, ao menos, uma vez por semana) e tabagismo (Brasil registra um percentual de 10.8% de fumantes), agravam o risco de doenças cardiovasculares”, conta o cardiologista Antônio Alceu dos Santos, membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

Mas o colesterol é sempre ruim?
O médico explica que o colesterol é uma substância essencial para nosso organismo. “Nosso corpo utiliza o colesterol para produzir hormônios que ajudam a combater o estresse e protegê-lo, inclusive, contra doença cardíaca e câncer. O desequilíbrio entre as taxas de HDL (colesterol bom) e LDL (colesterol ruim) é que pode fazer mal ao coração”, ressalta Santos.

O excesso de colesterol pode levar ao infarto e ao acidente vascular cerebral (AVC). “O colesterol alto pode causar doenças do sistema circulatório, como a arteriosclerose, que faz com que as artérias fiquem mais grossas e rígidas, formando placas obstrutivas no interior dos vasos sanguíneos, o que dificulta o fluxo de sangue para órgãos vitais como cérebro e coração” explica o cardiologista. 

Outra consequência do acúmulo da substância é a formação de aneurismas. As artérias dilatam e podem se romper, causando hemorragias, muitas vezes fatais.

Quando procurar um médico?
“Por se tratar de um problema de saúde que normalmente não gera sintomas, a prevenção é a melhor conduta para evitar sustos”, alerta Antônio Alceu dos Santos. As pessoas que têm histórico familiar de doenças cardiovasculares devem fazer controles anuais com um médico e avaliar colesterol e diabetes, controle de peso, orientação nutricional e avaliação física. “O ideal é identificar o paciente na fase 1 (pré-clínica) da doença, ou seja, antes de aparecerem os sintomas. Na fase 2 a doença já se instalou e os sintomas começam a aparecer: dor no peito, falta de ar, palpitações, tonturas, dores de cabeça. Na fase 3 ocorrem as dores agudas, sinal de complicações cardiovasculares severas”, explica o médico.

Como evitar o colesterol alto?
“O corpo produz 70% do colesterol que temos, por isso, uma pessoa que não come gorduras, pode ter colesterol alto. Mas uma dieta equilibrada pode diminuir até 15% nos níveis do colesterol”, conta o cardiologista. 

O combo alimentação equilibrada + exercícios consegue fazer com que os níveis de colesterol baixem de 20 a 30%, o que, segundo o médico, muitas vezes é suficiente para se atingir níveis adequados. 

“Mesmo para os pacientes que precisam de remédios para controlar o colesterol, a dieta é importante, pois potencializa a ação dos remédios para se atingir as metas de colesterol no corpo, fazendo com que sejam necessárias doses menores, reduzindo efeitos colaterais e diminuindo os custos do tratamento”, aconselha.



Antônio Alceu dos Santos -  cardiologista, especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), membro da Associação Médica Brasileira (AMB) e da Equipe de Cirurgia Cardiovascular e Transplante Cardíaco do Hospital da Beneficência Portuguesa (SP). O médico também está à frente do projeto Bloodless, composto por uma equipe de médicos de SP e MG, que visa mostrar à comunidade médica e à população geral que existem alternativas às transfusões de sangue, que podem ser mais benéficas à saúde do organismo, além de colaborar com a baixa situação dos bancos de sangue pelo país.

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