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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Lúpus: Entenda mais sobre uma das doenças abordadas na campanha do Fevereiro Roxo


Para conscientizar a população para três doenças que devem ter atenção, pois não possuem cura, foi criada a campanha Fevereiro Roxo que alerta para os riscos da Fibromialgia, Alzheimer e do Lúpus. A reumatologista Danieli Castro Oliveira de Andrade do Delboni Auriemo, laboratório da Dasa – líder em medicina diagnóstica no Brasil, é especialista em Lúpus e preparou um material a respeito desse tema para alertar sobre a importância da identificação da patologia. "Quanto antes for feito o diagnóstico, melhores são as condições para que o paciente tenha qualidade de vida. A partir daí o seguimento deve ser feito de forma contínua e multidisciplinar para que os danos inerentes à doença e ao tratamento sejam minimizados", explica a especialista.


Sintomas e sinais
 
A doença autoimune Lúpus Eritematoso Sistêmico acomete principalmente mulheres em idade fértil e os sinais e sintomas podem começar de forma lenta, e, muitas vezes, isso pode retardar o diagnóstico. Em muitos pacientes os primeiros sinais são fadiga, dor nas juntas e aparecimento de manchas ou pápulas (quando as lesões são elevadas) na pele. Anemia grave, danos nos rins, queda importante de plaquetas e quadros neurológicos são manifestações mais graves da doença.


Diagnóstico
 
Feito por meio da anamnese (entrevista realizada pelo profissional de saúde ao seu paciente, que tem a intenção de ser um ponto inicial no diagnóstico de qualquer enfermidade), exame físico e exames laboratoriais. O exame de análises clínicas indicado para avaliação de Lúpus é o Fator Anti-Núcleo (FAN). Existe uma parcela de pacientes sem doença que apresentam FAN positivo, portanto a interpretação do resultado deve ser feita por um especialista para evitar diagnósticos inadequados. Outros autoanticorpos muito associados à doença devem ser solicitados, como: anti-Sm, e anti-ds-DNA.



Tratamento
 
Trata-se de uma doença que, quando precocemente reconhecida e tratada, evolui de forma mais amena. O tratamento é feito com imunossupressores escolhidos de acordo com o quadro clínico do paciente. Atualmente os reumatologistas prezam pelo uso da menor dose de corticosteroide possível.

"A mortalidade do Lúpus reduziu de forma drástica nos últimos 50 anos, dando melhor manejo da doença, reconhecimento mais precoce e adequação do tratamento. E, hoje em dia, é possível conviver com Lúpus com mais qualidade de vida. Por isso, procure um reumatologista e mantenha seus exames em dia", finaliza.





Delboni Auriemo Medicina Diagnóstica


Ar-condicionado pode ser um gatilho para Síndrome do Olho Seco no verão


Especialista do H.Olhos - Hospital de Olhos explica que o uso intenso de aparelhos eletrônicos, como smartphones, tablets e computadores portáteis, também aumentam as chances de desenvolver a Síndrome do Olho Seco
Esperado por muitos, o verão é marcado pelo sol e pelo calor, mas é importante não descuidar da saúde ocular nessa época do ano. Em 2019, a perspectiva é de um verão mais seco, devido a menor quantidade das chuvas que ocorrem nesta época do ano, e prováveis níveis reduzidos da umidade relativa medida no ar. 

“Associando esse momento climático às condições rotineiras de trabalho, como uso do ar-condicionado e exposição às telas do computador, é possível perceber uma evolução para o quadro de olho seco do tipo evaporativo, condição reconhecida como doença da modernidade. No entanto, existem outras causas responsáveis por desencadear o olho seco que precisam de atenção especial”, explica o Dr. Pedro Antonio Nogueira Filho, médico oftalmologista e especialista em córnea e superfície ocular do H.Olhos – Hospital de Olhos.

A primeira estrutura anatômica reconhecida a partir da superfície do olho é a lágrima e a situação de olho seco acontece em razão da mudança da qualidade ou da quantidade em uma de suas três camadas: oleosa (externa), aquosa (intermediária) e de mucina (interna). Por esta razão, é fundamental que a superfície do olho esteja constantemente lubrificada, permitindo não só que a sua integridade seja preservada, mas também que a córnea tenha a transparência adequada e, consequentemente, que a pessoa consiga enxergar por meio dessa estrutura com nitidez.

Condição associada à modernidade, o olho seco evaporativo está associado também ao uso excessivo de computadores, tablets e smartphones. O uso desses aparelhos ativa no sistema nervoso central um tipo de atenção chamada de “atenção ativa“, que por sua vez consegue inibir mecanismos autônomos, tais como, o pestanejar/piscar, principal mecanismo palpebral responsável pela lubrificação da superfície ocular através da distribuição da lágrima. As pessoas necessitam de, pelo menos, cerca de quatro piscadas por minuto. No entanto, fisiologicamente, uma pessoa pisca, mais ou menos, 20 vezes por minuto.

“Estes aparelhos reduzem a frequência da piscadela, o que faz com que a lágrima não seja espalhada corretamente sobre a superfície do olho, que acaba ficando seco. Além das telas eletrônicas, temos uma condição ambiental denominada ambiente hostil, que é caracterizado pelo excesso de iluminação e pela exposição constante a luz, o que é possível encontrar nos locais em que passamos a maior parte do tempo. Estes cenários são capazes de estimular o olho seco, pois quando há umidade relativa baixa, nossa lágrima é evaporada ainda mais rapidamente”, argumenta o especialista.


Sintomas

Segundo o especialista em olho seco, Dr. Pedro Antonio, os sintomas são:

• Sensação de peso nas pálpebras;

• Olhos vermelhos;

• Ardor;

• Irritação;

• Sensação de areia;

• Desconforto e cansaço visual;

• Visão turva, que melhora após fechar os olhos.
 
A recomendação é consultar um oftalmologista caso algum dos sintomas acima seja percebido na rotina do dia a dia.

Dicas do especialista

Para evitar a condição de olho seco, o Dr. Pedro Nogueira destacou algumas dicas:

• Beba pelo menos 2 litros de água diariamente;

• Retire sempre toda a maquiagem e oleosidade da região dos olhos, pois os resíduos de sujeira podem entrar em contato com a lágrima, causando alteração na sua composição;

• Uso de colírios lubrificantes ou lágrimas artificiais podem ajudar no incômodo. No entanto, um médico deve ser consultado antes da automedicação;

• Para quem trabalha com computadores, o recomendado é posicionar a tela com a margem superior sempre na linha dos olhos;

• Nas telas em geral, é necessário fazer pausas de 5-10 minutos a cada hora;

• Lembre-se de piscar para que o olho não fique sem lubrificação.
Outras causas

A síndrome ainda pode ter outra origem e ser ocasionada por outros fatores. 

Chamado olho seco hipossecretor, a condição é associada a uma doença inflamatória crônica sistêmica que gera o comprometimento da produção da lágrima por meio da glândula lacrimal. Doenças inflamatórias sistêmicas como artrite reumatoide, síndrome de Sjogren e lupus eritematoso sistêmico são alguns dos responsáveis pela situação de olho seco.

Existe ainda o olho seco medicamentoso, causado pelo efeito de medicamentes como antidepressivos, ansiolíticos, antipsicóticos, medicações para doença de Parkinson, antialérgicos, anti-hipertensivos e para fins diuréticos (insuficiência renal e hepática). Em mulheres, o uso de remédios de controle ou manutenção de quadros hormonais também pode desencadear o olho seco.


Transtorno do Estresse Pós-Traumático pode se estabelecer por anos após trauma


Segundo especialista, o problema pode favorecer o desenvolvimento de outras síndromes


O Brasil tem passado, recentemente, por episódios chocantes e sucessivos, com vidas levadas pela lama, pela água, pelo fogo e até mesmo pelo ar. O destaque fica, infelizmente, por conta da barragem de Brumadinho cujo rompimento resultou, segundo informações no momento, em 169 mortes (e ainda há 141 desaparecidos).

Segundo um relatório da Pesquisa sobre a Saúde Mental das Famílias Atingidas pelo (também) Rompimento da Barragem do Fundão em Mariana - MG (Prismma), que aconteceu em 2015, 12% da população adulta afetada pelo acontecimento preencheu critérios para o chamado Transtorno do Estresse Pós-Traumático. A pesquisa, apresentada na Faculdade de Medicina da UFMG, apontou, ainda, que 83% das crianças e adolescentes analisados demonstraram sintomas do transtorno.

"A pessoa vítima de Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT) revive com muita frequência o momento do trauma e com isso o sistema nervoso central dispara uma sequência de estímulos e neurotransmissores, que faz com que ela sinta exatamente tudo como no momento do evento. 'Frio na barriga', taquicardia (coração acelerado), sudorese e dificuldade para respirar são sinais comuns e podem ser um alerta", esclarece Dr. Ygor Czovny, psiquiatra da Clínica Maia, especializada em saúde mental.

O sintomas do problema podem ser divididos em reexperiência/revivescência, com pesadelos e lembranças do evento traumático, involuntárias e recorrentes (flashbacks); distanciamento emocional: falta de interesse e afetividade; hiperexcitabilidade psíquica: fuga, episódios de pânico (coração acelerado, medo de morrer), alterações no sono, dificuldade de concentração, estado de alerta e até mesmo irritabilidade; sentimentos de impotência e incapacidade: desesperança em relação ao futuro, sensação de vazio.


"A doença pode, ainda, favorecer o desenvolvimento de outras síndromes, já que ela causa uma 'cascata' de sintomas, pelo fato do corpo ficar extremamente acelerado e em alerta. Dessa maneira, a insônia, por exemplo, costuma ser um sintoma bem comum nesse cenário. Podem ocorrer também dores musculares e cefaleia", destaca o médico. E, de fato, mais da metade dos entrevistados no estudo em Mariana (52%) relatou problemas com o sono.

O especialista explica que, com esta condição, o corpo pode entender que precisa ficar acordado para ter o controle de tudo, há uma tensão muscular muito grande que dificulta o relaxamento. Por isso, verificar as funções da tireoide e a dosagem de hormônios no geral, como o hormônio cortisol (hormônio do estresse), faz parte do diagnóstico do TEPT.

O tratamento precisa ser efetivo e rápido, com medicações específicas que auxiliam na mudança do estado psíquico traumatizado. A abordagem da psicoterapia é também essencial. O acompanhamento deve ser contínuo, já que o Transtorno do Estresse Pós-Traumático pode se estabelecer por anos após o trauma.


"Muitas vezes, são prescritos, ainda, remédios para sintomas de ansiedade e algumas recomendações como atividades de respiração, meditação e relaxamento. A informação também é essencial, pois muitos podem estar sofrendo com os sintomas da doença sem saber que se trata de um transtorno.

Brumadinho, por exemplo, é um evento que pode retratar isso com muitos detalhes. É fato que naquela região, infelizmente, inúmeras pessoas já estão ou abrirão quadros de TEPT. E, nesses casos, é preciso buscar ajuda o quanto antes de um médico psiquiatra, para que o profissional possa, junto com o suporte psicológico, auxiliar no melhor tratamento para o paciente", finaliza.


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