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quarta-feira, 10 de maio de 2017

Metade do mundo será míope em 2050



A miopia é uma causa comum de perda de visão. A miopia não corrigida é a principal causa de distúrbios visuais globalmente. Estudos individuais mostram variações na prevalência de miopia e de alta miopia entre regiões e grupos étnicos



Metade da população mundial (cerca de 5 bilhões de pessoas) será míope, em 2050, com até um quinto deles (1 bilhão) com um risco significativamente alto de cegueira se as tendências atuais continuarem, informa um estudo publicado no revista Ophthalmology.

O número de perdas de visão por miopia elevada aumentará sete vezes, entre 2.000 e 2.050. A miopia se tornará uma das principais causas de cegueira permanente em todo o mundo.

O rápido aumento da prevalência da miopia globalmente é atribuído a “fatores ambientais, principalmente mudanças de estilo de vida resultantes de uma combinação de diminuição do tempo ao ar livre e aumento das atividades próximas do trabalho, entre outros fatores”, afirmam os autores.

“Os achados apontam para um grande problema de saúde pública, com os autores sugerindo que o planejamento de serviços abrangentes de atenção ocular será necessário para gerenciar o rápido aumento de míopes elevados (um aumento de cinco vezes em relação a 2000), juntamente com o desenvolvimento de tratamentos para controlar a progressão da miopia e evitar que as pessoas se tornem altamente míopes”, afirma o oftalmologista Virgílio Centurion, diretor do IMO, Instituto de Moléstias Oculares.
“Também precisamos garantir que as crianças façam um exame oftalmológico regular, de preferência a cada ano, para que estratégias preventivas possam ser empregadas se elas estiverem em risco. Essas estratégias podem incluir o aumento do tempo ao ar livre e a redução do tempo gasto em atividades próximas, incluindo dispositivos eletrônicos que exigem foco constante de perto”, diz a oftalmologista Meibal Junqueira, que também integra o corpo clínico do IMO.
“Além da prevenção da miopia, é importante que a população saiba que existem diversas opções terapêuticas, tais como lentes de óculos especialmente concebidas para tratar a miopia, lentes de contato ou intervenções com drogas, mas o aumento do investimento em pesquisas é necessário para melhorar a eficácia e o acesso a tais intervenções”, defende Meibal Junqueira.






IMO, Instituto de Moléstias Oculares.



Pesquisa relaciona problemas de sono com dores crônicas



Um novo estudo sugere que dormir mais ou tomar substâncias como a cafeína aliviam as dores crônicas com melhores resultados que analgésicos como ibuprofeno e morfina, segundo publicou nesta segunda-feira (8 de maio) a revista científica "Nature". Elaborado pelo Hospital Pediátrico de Boston e pela Escola Médica de Harvard, o estudo utilizou ratos para medir a relação entre privação de sono aguda ou crônica e a sensibilidade para estímulos dolorosos.

A sensibilidade à dor foi avaliada ao expôr os ratos a quantidades controladas de calor, frio, pressão, e capsaicina (componente das pimentas chili), medindo quanto tempo demorava para o animal reagir. "Descobrimos que cinco dias de privação moderada de sono podem exacerbar significativamente a sensibilidade à dor em ratos saudáveis", detalhou Chloe Alexandre, especialista em Fisiologia do Sono.

Surpreendentemente, os analgésicos comuns como o ibuprofeno não bloqueiam essa hipersensibilidade à dor induzida pela privação de horas de descanso e os resultados sugerem que em vez de tomar analgésicos, os pacientes com dor crônica poderiam se beneficiar com melhores hábitos de sono ou remédios para a insônia durante a noite, junto com agentes que aumentam o nível de alerta durante o dia para tentar romper esse círculo vicioso.

A pesquisa vai no mesmo caminho dos estudos do Fisioterapeuta Leonardo Machado, que indicam que a integração de hábitos saudáveis é capaz de reduzir as dores crônicas. "O sono e a alimentação saudável são os principais responsáveis pelas dores crônicas sem explicação médica", revela o especialista que chama atenção ainda para problemas posturais causados pela sensação de esgotamento físico e psíquico ao longo de uma extenuante jornada de trabalho. "Realizando uma analogia, a energia interna da pessoa esvazia e o pensamento de esgotamento se traduzirá em uma postura de enrolamento. A partir dessa tendência de adaptação postural gerada, haverá uma tendência natural para que o nosso olhar se desvie para baixo seguindo a orientação do corpo. Com o intuito de manter a horizontalidade do olhar e o foco deste no horizonte, a musculatura dos ombros e do pescoço atuarão para este fim tendendo a se contrair e se tornar mais sensível e dolorosa em proporção ao cansaço", explica Machado.

O fisioterapeuta lembra ainda dos dados da pesquisa, batizada de “A dor no cotidiano”, que ouviu cerca de 1.000 pessoas de diferentes idades durante 2015 e constatou entre outros fatores que 32% das pessoas que sentem dores tem o sono prejudicado também. No mesmo estudo, a dor de cabeça é a responsável pelo desconforto de pelo menos 65% dos entrevistados, seguida pela dor nas costas que atrapalha mais de 40% das pessoas. Ainda de acordo com o levantamento, para 63% dos entrevistados o trabalho é a principal atividade impactada por conta de algum tipo de dor.  

Leonardo Machado indica abaixo algumas formas de ter uma noite de sono tranquila e reparadora:

- evite abusar da prática esportiva noturna, pois esta aumenta a temperatura corporal. O ideal é começar o dia praticando exercícios, pois darão disposição ao longo do dia e permitirão que a noite o organismo esteja descansado;

- evite o uso de eletrônicos a noite, especialmente antes de dormir, pois muitos são estimulantes. É sabido que a luz tipo LED emitida por tablets, smartphones, laptops e outros gadgets luminosos é rica em radiação azul, que interfere muito na liberação de melatonina, hormônio que está diretamente ligado ao sono;

- embora muitos não saibam, o cigarro é ainda mais estimulante que a cafeína. Algumas pesquisas, inclusive, apontam que fumantes tem maior dificuldade para pegar no sono, têm insônia constante e muita agitação pela manhã;

- café, chocolate e refrigerantes devem ser evitados a noite, pois são extremamente estimulantes;

- tendemos a acreditar que quanto mais dormimos, melhor. Mas não é a realidade. Dormir com qualidade, ter um sono tranquilo, mesmo que com menos horas, é mais revigorante;

- o famoso cochilo, tão natural para alguns, pode atrapalhar o sono da noite. Se não conseguir evitar, procure não passar de 15 a 20 minutos;

- normalmente, associamos o banho quente a relaxante e a ser tomado antes de dormir. Mas não é o correto. O chuveiro quente na parte da manhã vai fazer a sua temperatura corporal se elevar, o tornando mais disposto;

- musicas relaxantes podem embalar um sono tranquilo. Mas lembre-se: procure não colocar musicas cantadas, pois acompanhar, cantando, mesmo que mentalmente, pode atrapalhar o inicio do sono. Sons de chuva, canto das baleias e outros vindos da natureza são os melhores;

- a meditação é calmante. Por isso, se conseguir se concentrar entre 5 e 20 minutos antes de dormir, seu sonotenderá a ser mais calmo;

- escurecer o ambiente em que vai dormir, sem nenhum foco de luz, preferencialmente,

- procure evitar ao máximo o uso de remédios. Um estudo publicado em 2014, pela British Medical Journal, sugere, a partir de uma amostra de 100.000 pacientes, acompanhados por uma média de 7 anos, que aqueles que tomaram remédios para dormir têm um risco de morte duas vezes maior do que aqueles que não tomam.



Lúpus – Uma Questão de Foco




Campanha nacional pretende esclarecer a sociedade sobre a doença que atinge cerca de 200 mil brasileiros1


Uma doença autoimune, complexa e de difícil diagnóstico. Assim é o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), que pode atingir vários órgãos, incluindo pele, articulações, rins, pulmões e coração. O LES está relacionado à predisposição genética e pode ser desencadeado por fatores hormonais e ambientais, tais como: luz solar, infecções e alguns medicamentos. Atinge cerca de 200 mil pessoas no Brasil, mas boa parte da população desconhece a doença. A conscientização da sociedade é uma arma fundamental que poderá levar a um melhor entendimento da doença e, consequentemente, beneficiar milhares de pacientes.2-4 Por isso foi criada a campanha nacional Lúpus – Uma Questão de Foco, idealizada pela GSK com o apoio da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), em Maio de 2015.

A iniciativa reuniu médicos e pacientes no intuito de esclarecer e engajar a população para a doença enfrentada principalmente por mulheres em idade fértil (aproximadamente 9 em cada 10 pacientes são do sexo feminino)3, que podem enfrentar complicações na gravidez, tendo chance de aborto.5 Sintomas desencadeados pela doença, como dores constantes nas articulações, podem impedir atividades simples do dia a dia, assim como prejudicar a rotina de trabalho – mais de 50% dos pacientes param de trabalhar em até 15 anos após o diagnóstico de LES.6 Não há cura para a doença, mas é possível controlar e conviver com ela com o acompanhamento médico regular.2,5

A campanha conta atualmente com uma página no Facebook (Lúpus – Uma Questão de Foco) que tem como público-alvo pacientes, seus familiares e profissionais de saúde, trazendo informações sobre a doença, qualidade de vida e bem estar aos pacientes com LES.


Entendendo o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES)

Tipos de Lúpus

Existem três tipos da doença. O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), no qual um ou mais órgãos internos são acometidos; o Lúpus Cutâneo, que é restrito à pele e o Lúpus Induzido por Drogas, que surge após a administração de medicamentos, podendo haver comprometimento cutâneo e de outros órgãos – em geral há melhora com a retirada do medicamento que desencadeou o quadro.5,7

Sintomas mais frequentes do LES

Cansaço, desânimo, febre baixa, perda de apetite, queda de cabelo, inflamação nas articulações - sendo esta observada em mais de 90% dos pacientes. As lesões de pele mais características são manchas avermelhadas no rosto, conhecidas como “lesões em asa de borboleta”. Podem ocorrer ainda manifestações em outros órgãos como rins, pulmão, coração e cérebro.3,5,7

Diagnóstico

Muitas vezes, o LES é confundido com outras doenças, por isso é comum a demora no diagnóstico. Este é feito pela presença de manifestações clínicas combinadas a resultados de exames laboratoriais.3,7

Tratamento

Deve ser individualizado, dependendo das manifestações apresentadas. O médico reumatologista determinará o tratamento mais adequado, sendo fundamental sua revisão constante em consultas realizadas a cada 3 a 6 meses (em períodos de atividade da doença, pode ser necessário acompanhamento mais frequente).5

Mito

O LES não é contagioso e também não é um tipo de câncer. Trata-se de uma doença autoimune, ou seja, o sistema imunológico do paciente ataca o seu próprio organismo.2,7




GSK






Referências bibliográficas:

1. SENNA, ER. et al. Prevalence of Rheumatic Diseases in Brazil: A Study Using the COPCORD Approach. J Rheumatol, 31: 3, 2004.
2. Associação Brasileira Superando o Lúpus. Saiba mais sobre o Lúpus. Disponível em:<http://lupus.org.br/site/saiba-mais-sobre-o-lupus/>. Acesso em: 20 fev 2017.
3. BORBA, E.F. et al. Consenso de lúpus eritematoso sistêmico. Rev Bras Reumatol, 48(4):196-207, 2008.
4. MONROE, J. Time to roar: stepping out for lupus awareness month, 2014. In: Lupus Foundation of Minnesota. Disponível em: <http://www.lupusmn.org/news/newsstories/time-roar-stepping-lupus-awareness-month/>. Acesso em: 20 fev 2017.
5. Sociedade Brasileira de Reumatologia. Lúpus. Disponível em:< http://www.reumatologia.com.br/PDFs/LES_Cartilha_PDF_COMPLETO_2011.pdf >. Acesso em: 20 fev 2017.
6. YELIN E, et al. Work dynamics among persons with systemic lupus erythematosus. Arthritis Rheum, 57: 56-63, 2007.
7. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Portaria 100, de 7 de fevereiro de 2013. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas: lúpus eritematoso sistêmico. Disponível em: < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2013/prt0100_07_02_2013.html>. Acesso em: 20 fev 2017.



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