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terça-feira, 21 de maio de 2019

Nossa amiga abelha e o planeta Terra


Estamos lançando, no Instituto Melhores Dias, um manual sobre abelhas nativas do Brasil. 


Queremos conscientizar alunos de escolas públicas beneficiados por nossos programas sobre a importância destes insetos para a vida no planeta.

As abelhas são o principal agente polinizador na natureza. Respondem por dois terços de tudo relativo à flora que chega às nossas mesas.


Curiosamente, pouquíssimo se fala sobre as abelhas melipolinárias – as nativas brasileiras, que não têm ferrão, mas que produzem excelente mel, com menor teor de açúcar em relação ao das Apis – abelhas europeias e africanas.

O mel das nossas abelhas nativas também tem grande valor medicinal, possui elevada atividade antibacteriana e é usado como coadjuvante no tratamento de doenças pulmonares, resfriado, gripe, fraqueza e infecções de olhos. Já a cera, utilizada quente, apresenta ótimos resultados contra inflamações dos músculos, nervos e articulações.

Nossas abelhinhas nativas do Brasil são importantíssimas. Além de tudo isso acima, ajudam o pulmão do mundo (nossas florestas) a expelir ar puro para o planeta todo.

Mas elas não foram bem vistas pelos jesuítas que vieram catequizar os índios brasileiros durante o período Colonial. A cor da cera (cerume) delas varia de amarelo bem claro até uma cor quase negra, não resultando em velas totalmente brancas. Por isso, os jesuítas preferiram mandar trazer abelhas de Portugal para confeccionar suas velas.

Essa mania do ser humano de intervir na natureza vai muito além das abelhas – que sofrem preocupante risco de extinção em todo o globo, pois a raça humana depende delas para comer e respirar.

Há muito mais em risco: segundo relatório divulgado na segunda semana de maio pela Plataforma Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Biodiversidade e Serviços de Ecossistema (IPBES) da Organização das Nações Unidas (ONU), um milhão de espécies de animais e plantas estão ameaçadas de extinção.

O estudo contou com 145 cientistas de 50 países e é considerado o mais completo relatório sobre perdas do meio ambiente. Foram revisadas mais de 15 mil pesquisas científicas e fontes governamentais.

Os cientistas destacam cinco principais causas de mudanças de grande impacto na natureza nas últimas décadas: perda de habitat natural, exploração de fontes naturais, mudanças climáticas, poluição e espécies invasoras.

Com tudo isso, a vida na Terra está ficando menor e mais desgastada. Desde o século 16, Pelo menos 680 espécies de vertebrados foram levadas à extinção.


Apocalipse humano - Este desastre ambiental é resultado direto da atividade humana. Três quartos do ambiente terrestre e cerca de 66% do ambiente marinho foram significativamente alterados por ações humanas.  Veja o que o relatório diz:

Desde 1980, as emissões de gás carbônico dobraram, levando a um aumento das temperaturas do mundo em pelo menos 0,7 ºC, e a poluição plástica piorou em dez vezes. Entre 100 e 300 milhões de pessoas correm risco de ser vitimadas por enchentes e furacões devido à perda de habitats e proteção da costa. Desde 1992, as áreas urbanas dobraram.

Um terço das áreas terrestres e 75% do uso de água limpa é para plantação e criação de animais para alimentação. A derrubada de madeira aumentou 45% e aproximadamente 60 bilhões de toneladas de recursos renováveis
​​e não renováveis são extraídos globalmente a cada ano.

At
é US$ 577 bilhões em safras globais anuais estão em risco de perda de polinizadores como as nossas amigas abelhinhas. Além de muitos outros males identificados no relatório.

Estas tendências negativas impedirão em 80% o progresso das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, relacionadas a pobreza, fome, saúde, água, cidades, clima, oceanos e terra.

Enfim, será que há um caminho para reverter esse caos? Nós do Instituto Melhores Dias acreditamos que sim, por meio da conscientização e da educação das crianças. Por isso, em todas as nossas ações, lutamos para fazer a nossa parte.

Dessa vez, é o lançamento do manual “Nossa Amiga Abelha”. Ajude você também. Mude seus hábitos que agridem o planeta. Desperdice menos água, energia e alimentos. Pense e aja de forma sustentável e colabore com educação de nossas crianças. Cobre uma postura de preservação do governo. O planeta é o nosso lar e a natureza é sempre implacável com quem a agride.





Joyce Capelli - Diretora Executiva e Presidente do Instituto Melhores Dias

CRMV-SP faz alerta sobre o risco de doenças oftalmológicas em animais



Algumas raças têm predisposição a patologias específicas, que podem ser congênitas ou adquiridas, o que exige cuidado preventivo de um médico-veterinário


Maio é o mês do combate e prevenção à catarata e glaucoma, doenças oftalmológicas que atingem cerca de 67 milhões de pessoas no mundo. Mas o que muitos não sabem é que essas enfermidades também podem acometer os animais de estimação. Esbarrar em móveis, apresentar dificuldade para localizar brinquedos e alimentos, ou ainda, farejar para chegar ao tutor quando é chamado podem ser sinais de que o pet não está enxergando bem.

De acordo com a médica-veterinária Maria Cristina Timponi, presidente da Comissão de Entidades Veterinárias do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP), a catarata e o glaucoma são as doenças que mais causam cegueira em animais. “Em ambos os casos, o tempo entre o diagnóstico e o tratamento é fundamental para melhor resultado. Além disso, é importante que o médico-veterinário, assim que perceba alguma alteração nos olhos do pet, converse com o tutor e encaminhe para um oftalmologista veterinário”, ressalta.

É importante salientar que algumas raças têm predisposição a doenças oftalmológicas, como: pastor alemão, collie, springer spaniel inglês, dogue alemão, poodle, boston terrier e husky siberiano.

Médica-veterinária que atua na área de Oftalmologia Veterinária desde 2010, Ana Rachel da Silva Moraes Oliveira afirma que raramente a cegueira em animais ocorre de forma repentina. “O mais comum é que venha acometer o pet gradualmente, quando, então, ele passa a apresentar sinais clínicos. Perceber problemas oftalmológicos em animais de estimação não é uma das tarefas mais fáceis, por isso é necessário ficar atento”, alerta.

A catarata é caracterizada por uma opacidade no cristalino do olho, podendo levar à cegueira. De caráter hereditário, pode tanto atingir um único olho quanto ser bilateral. “A doença pode ser desencadeada pelo contato com substâncias tóxicas, presença de tumores intra-oculares, e doenças, como a diabetes e as uveítes (inflamações na parte interna do olho)”, complementa Ana Rachel.


Mas como prevenir e identificar melhor os sintomas?

Segundo Ana Rachel, um dos principais sintomas de doenças oftalmológicas, como catarata e glaucoma, é vermelhidão na parte branca do olho, chamada de esclera. Ao contrário do que muita gente pensa, a enfermidade não atinge apenas animais idosos, podendo ser verificada até mesmo em filhotes. Por isso, os tutores devem ficar atentos também para:
  • Alteração na cor dos olhos;
  • Excesso de secreção;
  • Olhos fechados ou piscando demais;
  • Sensibilidade à luz natural;
  • Incômodo;
  • Dificuldade para enxergar.
Alguns cuidados com a área dos olhos são essenciais para prevenir as doenças. De acordo com a médica-veterinária, é importante que o tutor limpe todos os dias a região ao redor dos olhos com uma gaze e utilize alguns colírios, sob prescrição médica-veterinária. Exames preventivos também são importantes para evitar doenças que levam à cegueira.


Quais são os tratamentos e alternativas?

Para a catarata, por enquanto, o único tratamento é cirúrgico com implante de lente. “É importante esclarecer que alguns colírios são vendidos com a promessa de cura para a catarata, porém estas medicações apenas atrasam o tratamento correto”, complementa a médica-veterinária Ana Rachel.
Já o glaucoma, que pode ter origem hereditária ou ser consequência de outra doença, pode ser revertido com uma drenagem quando descoberto no início. Estão em estudo novas substâncias hipotensoras oculares e vacinas com o objetivo de obter controle da pressão intra-ocular e proteger as células retinianas.

“Em ambos os casos, quando se chega à conclusão de que os tratamentos disponíveis não serão capazes de devolver a visão para o animal, os tutores terão que aprender a lidar com a deficiência. O importante, nesses casos, é manter o ambiente em que o animal passa a maior parte do tempo sem alterações estruturais, para que ele possa, aos poucos, criar um sentido de localização suficiente para manter suas atividades”, finaliza.


Título de Especialista

Em dezembro de 2018, o Colégio Brasileiro de Oftalmologistas Veterinários (CBOV) recebeu outorga do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) para conceder título de especialista em Oftalmologia Veterinária.

Somente após a aprovação da especialidade e emissão do certificado pela entidade habilitada junto ao CFMV, o profissional poderá requerer o registro do título de especialista junto ao CRMV-SP.
Para o registro do título de especialista, o profissional deverá apresentar requerimento solicitando o título de especialista; certificado de curso de especialização na área específica, conferido por instituição de ensino superior reconhecida pelo CNE/MEC ou entidades de especialistas, cujo curso atenda aos requisitos da Resolução CFMV nº 935/2009; memorial documentado, no qual se possa comprovar que o solicitante desenvolve atividades na área da especialidade requerida há pelo menos 05 (cinco) anos, incluindo os cursos de pós-graduação, Lato e Stricto Sensu. Mais informações estão disponíveis na Carta de Serviços do CRMV-SP.




Sobre o CRMV-SP
O CRMV-SP tem como missão promover a Medicina Veterinária e a Zootecnia, por meio da orientação, normatização e fiscalização do exercício profissional em prol da saúde pública, animal e ambiental, zelando pela ética. É o órgão de fiscalização do exercício profissional dos médicos-veterinários e zootecnistas do Estado de São Paulo, com mais de 36 mil profissionais ativos. Além disso, assessora os governos da União, Estados e Municípios nos assuntos relacionados com as profissões por ele representadas.

HERPES EM ANIMAIS: ENTENDA MELHOR O QUE É COMO TRATÁ-LA



herpes em animais é um problema bastante recorrente entre os animais de estimação. Nos cães, a doença é causada pelo herpesvirus canino (nos gatos, ele é o herpesvirus felino) e pode trazer malefícios consideráveis para a saúde dos pets.

Por conta disso, conhecer melhor essa doença, suas características, sintomas e tratamentos é a melhor maneira de proteger os  pets desse tipo de problema. Identificar os sinais de que algo pode estar errado e agir de maneira eficaz e veloz.

Herpes em animais
Herpes é um nome genérico dado a doenças causadas por vírus “aparentados”’. Diferentes tipos de herpesvirus acometem humanos, gatos e cães, causando problemas distintos entre si.
Nos animais, pode ocorrer tanto o acometimento causado pelo herpesvirus canino (HVC) quanto o felino, agente causador da rinotraqueíte. Por isso, é preciso conhecer bem os problemas a fim de identificar os seus sintomas mais comuns e as consequências que podem trazer aos animais de estimação.

Diferença entre herpes felina e canina
Herpes felina, também conhecido como rinotraqueíte, é um problema altamente contagioso (por contato direto com outros animais infectados) que pode afetar gatos de todas as idades. A doença não é, no entanto, transmissível aos seres humanos, afirma a Dra. Livia Romeiro do Vet Quality Centro Veterinário 24h.
Já o problema canino também pode ser transmitido por contato direto, mas também há as formas placentária e venérea (ou seja, por contato sexual). Os principais sintomas são respiratórios mas, no caso dos cães, também há sinais gastrointestinais e a presença de feridas nas mucosas, assim como ocorre em humanos.
As causas e sintomas mais comuns
No caso da rinotraqueíte, os sintomas mais comuns incluem:
  • espirros frequentes;
  • secreção e corrimento nasal;
  • problemas para respirar;
  • febre;
  • desidratação;
  • secreção ocular;
  • dificuldade para abrir os olhos;
  • inflamações na pele.

Já os sintomas mais comumente encontrados no herpes canina são:
  • secreção nasal;
  • respiração ofegante;
  • tosse;
  • diarreia (normalmente em tons de verde ou amarelo);
  • dores abdominais;
  • emagrecimento;
  • conjuntivite;
  • presença de lesões na região genital;
  • choros frequentes (no caso de filhotes).
Os cuidados com os filhotes, tanto no caso da rinotraqueíte quanto no do herpes canina, são os animais que estão sob maior risco de contágio. Por isso, as cadelas gestantes precisam ser imunizadas para evitar que seus bebês contraiam a doença. Já os gatinhos podem ser diretamente vacinados contra a enfermidade.

Tratamento da doença
O tratamento da rinotraqueíte tem como principal objetivo o controle dos sintomas e a redução da desidratação do animal. Para isso, são prescritos medicamentos que aliviam o desconforto (ajudando nas inflamações e na febre, por exemplo) e inalações, além de outros procedimentos pouco invasivos.
No caso de herpes canina, o tratamento também segue a mesma linha de raciocínio. São comumente feitos procedimentos para aliviar os sintomas que aparecem, a fim de reduzir o desconforto do animal até que o ciclo da doença termine.
O principal motivo para os tratamentos sintomáticos, ou seja, que tratam os sintomas, é o fato de que os problemas são causados por vírus. Assim, é necessário esperar que o ciclo viral se complete, já que não existem medicamentos que atuem diretamente nessas estruturas.
O tratamento de suporte, no entanto, é essencial, especialmente quando falamos sobre animais debilitados, filhotes ou idosos. A desidratação e as outras ocorrências causadas pelos vírus podem levar esses pets a óbito ou trazer consequências irreversíveis para a sua saúde, afirma a Dra. Livia.
herpes é um problema sério que requer tratamento rápido. Assim, é possível aumentar as chances de cura dos pets e garantir muito mais qualidade de vida a estes animais.

Toxoplasmose é mesmo uma doença causada pelo gato?

Freepik

Veterinário alerta sobre o risco de contrair a doença em lugares públicos e dá dicas para viver sem medo com o pet



Também conhecida como ‘doença do gato’, a Toxoplasmose é causada por um protozoário facilmente encontrado na natureza, especialmente em regiões de clima tropical. A enfermidade pode causar implicações sérias para o feto quando adquirida durante a gestação, motivo pelo qual muitas mulheres grávidas são aconselhadas a doarem seus felinos.

Para o veterinário Jorge Morais, fundador da rede Animal Place, no entanto, os riscos de contrair a doença não aumentam por conta da gravidez ou da convivência com um gatinho e por isso é preciso desmistificar essa relação, uma vez que o contágio pode ocorrer em lugares públicos, como praias e parques. “Os gatos são vítimas e não os causadores da Toxoplasmose. O principal meio de contágio por humanos é a partir da ingestão de alimentos mal cozidos ou mal lavados”, salienta.

Morais recomenda apenas alguns cuidados de higiene, como lavar bem as mãos antes de manusear alimentos, usar luvas na hora de limpar as caixas sanitárias, além de utilizar areia apropriada e de boa qualidade para felinos. Ainda sobre a bandeja sanitária, o profissional dá um alerta para quem tem filhos que estão começando a andar ou engatinhar. “Os pequenos podem colocar a mão na areia e depois levá-la à boca, o que aumenta a chance de contaminação se o animal for portador da doença. O ideal é isolar o local ou ficar muito atento”.

Vale acrescentar que a doença pode ser evitada se o tutor fizer exames preventivos em seu bichinho de estimação. “Ao adotar um animal, leve-o ao veterinário e peça um check-up e, no caso dos gatos, também solicite o exame de sangue que detecta a Toxoplasmose”, finaliza.




Animal Place
youtube, animalplace100

Como prevenir doenças cardíacas em cães e gatos


 Médica veterinária alerta sobre os riscos que essas patologias podem acarretar nos pets


Assim como nos humanos, é preciso que o animal faça acompanhamento com o médico veterinário. Geralmente, as doenças cardíacas são adquiridas com a idade, mesmo assim os exames de rotina podem prevenir o desenvolvimento da doença. Por isso, a médica veterinária do Hospital Veterinário Cão Bernardo, Carolina Ferreira, fala sobre alguns sintomas: “É muito importante ter um acompanhamento médico. Mas há sinais que podem indicar que o pet pode estar com a saúde debilitada. Cansaço, tosse, emagrecimento, dificuldade respiratório, desmaio, Cianose, que é quando as mucosas ficam roxas, entre outros sintomas”.

Doença valvar degenerativa, cardiomiopatia dilatada, cardiomiopatia hipertrófica, são algumas das doenças mais comuns que podem atingir cães e gatos. A primeira patologia é uma das mais comuns em cães, e atinge a valva mitral. Os sintomas mais comuns são tosse, intolerância a exercícios e síncope. Acomete principalmente os pets de pequeno porte.

No caso das cardiomiopatias, tanto a dilatada quanto a hipertrófica, acontecem quando há um problema no músculo do animal. Na primeira o músculo cardíaco fica mais dilatado do que o normal, e na segunda é quando atrofia, ou seja, fica mais grosso. A primeira acontece mais em cães machos e de grande porte, no outro caso, é comum em gatos, e também mais silenciosa nos felinos. Em ambas, os sintomas comuns são cansaço e dificuldade respiratória.

E por mais que algumas mostrem alguns sinais, a maioria das doenças cardíacas é silenciosa, por isso é preciso de uma avaliação médica para detectar o problema o quanto antes e evitar que o pet venha a falecer.

As condições cardíacas podem estar relacionadas a muitos fatores, como: idade avançada, predisposição genética e também racial. Ferreira alerta para as raças com mais propensão a essas doenças: “No caso de cães pequenos, temos poodle, yorkshire, maltês e pinscher, para cães pequenos. E para os grandes, as raças são: boxer e dobermann. Para os felinos, a raça é um fator com menos influência, mas os tutores de persas e maine precisam estar mais atentos”.

É mais comum que as doenças aparecem aos seis anos em cachorros, e aos quatro em gatos. Problemas cardíacos não tem cura, mas com o tratamento adequado, hábitos saudáveis em casa e um diagnóstico precoce é possível que a vida do pet possa ser prolongada.

O check-up cardiológico nos animais pode incluir eletrocardiograma, ecodopplercardiograma, raio-x de tórax, holter e medida da pressão arterial. “Em alguns casos pedimos também tomografia e um exame de sangue conhecido pela sigla BNP, que tem nos ajudado a monitorar a evolução e o tratamento da doença cardíaca”, finaliza Ferreira.




Cão Bernardo

Gestação e toxoplasmose


É perfeitamente seguro que uma gestante possua um gato de estimação


A toxoplasmose é uma doença sistêmica causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, parasita que tem o gato doméstico como seu hospedeiro definitivo. A maior parte das infecções causadas por ele em adultos e crianças saudáveis e imunocompetentes é assintomática ou passa por uma gripe branda e, após o controle da infecção no sangue, o parasita pode encistar em diversos tecidos do organismo. Contudo, quando há um comprometimento imunológico por parte da pessoa doente, a doença pode se agravar para quadros mais graves, com acometimento neuro e oftalmológico. Uma vez encistado, existe a chance de um cisto se reativar, gerando uma nova infecção.
 
Em gestantes que contraem a infecção primária, o parasita pode atravessar a placenta e infectar o feto, ocasionando neste último graves alterações neurológicas ou até abortamento. 

Os gatos são os únicos que excretam, nas fezes, a forma infecciosa da doença. No entanto, a maior parte da infecção de humanos é creditada ao consumo de oocistos contidos na carne de animais infectados quando consumida mal cozida ou em alimento que tenha sofrido contaminação de carne crua, sendo a carne de porco fresca, nos EUA, referida como a principal fonte de infecção. Animais de abate como suínos, bovinos e aves, contaminam-se através do consumo dos oocistos infectantes, liberados por gatos nas fezes, ou também através da ingestão de carne de algum hospedeiro contaminado. 

Os oocistos liberados nas fezes dos gatos necessitam de, aproximadamente, 24 horas em temperatura ambiente para se tornarem infecciosos, ou seja, a remoção diária e o descarte apropriado das fezes da caixa sanitária do gato impedirão o desenvolvimento do estágio infeccioso e a ocorrência da doença, mesmo se estiverem sendo eliminados oocistos, o que pode ocorrer apenas por 3 semanas após a infecção primária do felino. Assim, desde que haja bom senso e cuidados com higiene, a chance de infecção da mãe gestante é praticamente nula. Ainda contribui para isso o fato de o gato se limpar constantemente, impedindo que o oocisto tenha tempo de se tornar infectante. 

Dessa forma, é possível afirmar que é perfeitamente seguro que uma gestante possua um gato de estimação, no que tange a contaminação pelo Toxoplasma afirma o Dr. Cauê Toscano do Vet Quality Centro Veterinário 24h. A chance de infecção é sabidamente ínfima, sendo o consumo de alimentos contaminados um fator de risco muito mais significativo. Recomenda-se, por excesso de cautela, que a gestante evite o contato com as fezes do gatos, deixando essa tarefa para outra pessoa. Contudo, se não houver essa possibilidade, basta que ela use luvas, troque a caixa mais de uma vez por dia e lave as mãos de maneira rigorosa após a manipulação do gato ou de qualquer coisa potencialmente contaminada pelas suas fezes. 

É possível que a gestante faça um teste sorológico para toxoplasmose, de forma a saber se já teve contato prévio com a doença, o que permitirá inferir a existência de memória imunológica contra o agente, reduzindo ainda mais a chance de infecção. 

Outras formas de a gestante prevenir a doença consistem em evitar contato com o solo, por conta da possibilidade de contaminação, e não consumir carnes cruas. Luvas devem ser utilizadas para lidar com horticultura e vegetais devem ser rigorosamente lavados. Se tiver de manipular carne crua, a gestante deve ser meticulosa quanto a limpeza de suas mãos e dos utensílios e superfícies da cozinha, durante e após o preparo, evitando, assim, a transferência de cistos viáveis do alimento para a boca. Vale ressaltar novamente a importância de não serem consumidos alimentos crus, visto que o Toxoplasma é totalmente eliminado após o cozimento do alimento (mais de 68,3 ⁰C). 

Para evitar que seu gato seja infectado pela toxoplasmose, é importante que eles sejam sempre alimentados com ração comercial ou com alimentos bem cozidos. Não deve ser fornecida carne crua (independente da espécie de origem), vísceras ou ossos. Ainda, é conveniente que os gatos sejam mantidos dentro de casa, visando impedir que pratiquem caça ou revirem lixos. 

Cães e gatos também passam pela adolescência, explica especialista


  
 Pixabay

Acredite: animais também têm adolescência e passam por essa fase difícil com rebeldia. Preguiça, desobediência e desejo de liberdade são algumas das características desse período após a infância para as crianças, mas cães e gatos também apresentam os mesmos sintomas.

O médico veterinário Cleiton Rupolo, especialista da Nutrire – indústria de alimentos de alta performance para pets, explica o que ocorre nessa fase e de que forma os tutores devem agir para garantir bem-estar ao animal.


Cães

Tal e qual acontece com as crianças, os cães também saem da infância para aquela mais conhecida como “fase da rebeldia”. Além das mudanças físicas, alterações comportamentais acontecem e saber como lidar nesse período é muito importante.

“A adolescência de um cão surge no começo dos seis meses de idade e vai até os 18 meses, no máximo. A produção maior de hormônios acarreta nas mudanças de interesses e podem complicar a relação dos pets com seus tutores”, explica. Mas, afeto e determinação vão auxiliar a passar etapa de forma tranquila e feliz com seu pet.

Nessa fase, o treinamento do cachorro requer mais paciência, consistência e persistência. “É bom que todos utilizem as mesmas palavras de comando e compreendam que tudo o que o animal aprender agora, vai levar para a fase adulta”, acrescenta. Quando o cão já é adestrado, pode acontecer dele não obedecer como antes, por isso, a paciência é o segredo da comunicação eficiente. “A fase da adolescência não é fácil para o animal e a rebeldia vai passar com o tempo”, diz.

Além disso, o cachorro pode ficar mais corajoso e instigado a novas descobertas. O ideal é não abrir mão da coleira na hora do passeio, por exemplo, principalmente porque eles desejarão explorar novos lugares e há perigos iminentes se o pet sair correndo pela rua. “O animal adolescente pode desejar a presença de outros companheiros, mas as brincadeiras não devem passar do limite. Muitas fêmeas, por exemplo, não aceitarão a companhia de outras fêmeas - o que pode gerar confrontos”, alerta Dr. Rupolo.

Os machos costumam se interessar pelas fêmeas nesse período e também tendenciam a marcar o território, o que também pode gerar brigas com outros machos. Todo cuidado é pouco. “Não se esqueça de deixar sempre claro quem é o líder, mas evite punições, gritos e xingamentos - isso só afasta seu cãozinho de você. Afeto é sempre a melhor forma lidar com a rebeldia do seu pet”, avalia.


Gatos
Aprender e brincar são os lemas de um gato adolescente. Além de mais carinhoso, o pet nessa fase da vida é cheio de energia e precisa se divertir bastante para gastar tudo isso. Ao mesmo tempo, os felinos também costumam dormir mais do que quando eram filhotes. “Portanto, não estranhe se o animal descansar por 15 ou 16 horas no dia”, diz o especialista.

Dr. Rupolo também alerta para os incômodos de móveis estragados. “Se você não deseja ter sofás e poltronas arranhadas, o ideal é investir em um arranhador, pois o gatinho adolescente é extremamente curioso e qualquer ambiente pode ter coisas interessantes e atrativas para afiar as unhas”, sugere.

Apesar das brincadeiras ainda serem a grande atração do gato adolescente, outra questão importante é a demarcação do território - feito tanto por machos como pelas fêmeas. “O xixi fora da caixa de areia é a forma mais comum do animal demonstrar que aquele ambiente é dele e de mais ninguém”, diz.

A castração é a forma mais segura de evitar esse comportamento - além de ser importantíssimo para a saúde do felino. Uma gata no cio pode incomodar os vizinhos e é muito desconfortável para o bichano. Por isso, é sempre indicado pedir orientação sobre o procedimento com um veterinário de confiança. “Tendo em vista que a superpopulação de animais domésticos é um caso de saúde pública, a castração auxilia a evitar o abandono de filhotes, impede as ninhadas não desejadas e prolifera a cultura da posse responsável”, diz.

“Independente de o seu companheiro ser filhote, adolescente, adulto ou idoso, seja paciente e afetuoso com ele. Há muitos mitos em torno dos gatos, um deles é de que não são tão apegados às pessoas”, completa o especialista. Porém, esses animais também sentem-se acolhidos, cuidados e seguros quando estão com seus tutores. Um gatinho adolescente só precisa de atenção e interação para que cresça saudável e se torne um adulto feliz.


No Brasil, 94% das pessoas que têm cães os consideram membros da família


 O dado é parte da pesquisa encomendada pela Proteção Animal Mundial para lançar a campanha “A vida é melhor com cães”, que visa celebrar a convivência com o “melhor amigo do homem” ao mesmo tempo que aborda questões como abandono e falta de cuidados veterinários


Apesar de 60% dos brasileiros discordarem com o abandono de cães, somente 17% das pessoas que possuem cachorros adotam animais abandonados nas ruas. O dado é parte de pesquisa de percepção encomendada pela organização não-governamental Proteção Animal Mundial para lançar a campanha global “A vida é melhor com cães”. Com o objetivo de celebrar a vida com cães, a campanha irá abordar problemas como o abandono de animais e a falta de cuidados veterinários. Parte desse esforço é a premiação “Cidade amiga dos animais”, lançada junto com a campanha para reconhecer as melhores práticas no manejo humanitário de cães e gatos em cidades da América Latina.

“‘A vida é melhor com cães’ é uma grande celebração na qual iremos pedir para as pessoas compartilharem conosco histórias de superação que provem o papel fundamental dos cachorros na nossa vida diária. Por meio dessas ações positivas, a campanha pretende promover o bem-estar desses animais e o convívio saudável com as comunidades”, explica Rosângela Ribeiro, gerente de campanhas veterinárias da Proteção Animal Mundial no Brasil.

Dos cinco mercados analisados pela pesquisa - Brasil, Quênia, Tailândia, Índia e China, o Brasil é o país no qual as pessoas mais tem cachorros e entre os entrevistados brasileiros que possuem pets, 77% citaram cães como seu bicho de estimação. Destes, 94% consideram o animal um membro da família. “Esse dado é bem interessante, mas também contraditório. Apesar desses animais serem considerados como parte da família, ainda falta consciência em relação aos cuidados com o bem-estar destes animais, a  importância dos cuidados veterinários, dos passeios, da castração e da responsabilidade de todos em relação aos animais que estão vivendo nas ruas”, cita Rosângela.

Além disso, a pesquisa aponta resistência dos entrevistados em relação ao uso do microchip como forma de identificação, e ainda que concordam que os cachorros podem andar livremente nas ruas. No Brasil, apenas 13% discorda completamente que seus cachorros podem andar livres pelas ruas.

Cidade Amiga dos Animais - Já em relação aos cachorros abandonados nas ruas, os brasileiros mostraram uma grande preocupação (47%) com o crescimento dessa população. No entanto, apenas menos da metade dos entrevistados (49%) já fez algo por iniciativa própria para mudar a vida desses animais. E, há um desconhecimento total sobre quais medidas devem ser adotadas, em relação a cuidados veterinários, manejo populacional e ataques. A pesquisa indicou que no Brasil, infelizmente, 8% dos entrevistados ainda concordam em envenenar cães de rua.
 
“Uma vez que os animais são abandonados, eles passam a ser responsabilidade de todos - pessoas, ongs, poder público... Mas é na esfera dos governos municipais, que o problema dos cães e gatos de rua pode ter soluções concretas com a implementação de  políticas públicas que lidem com essas populações de animais da forma coordenada, permanente e mais humanitária possível”, explica.
 
Para identificar as melhores práticas no manejo humanitário de cães e gatos em cidades da América Latina, a Proteção Animal Mundial apresenta o prêmio “Cidade amiga dos animais”. As inscrições estão abertas para qualquer município latino americano, que deve submeter as suas estratégias, políticas e práticas para garantir um manejo ético, efetivo e sustentável de cães e gatos. O objetivo é divulgar e premiar propostas inovadoras que possam ser adotadas e replicadas por outras cidades ao redor do mundo.
 
O responsável/gestor do município mais bem avaliado irá ganhar uma viagem para participar da 3ª Conferência ICAM sobre Manejo Populacional de Cães, que acontecerá em setembro de 2019, em Mombasa, no Quênia. As inscrições estarão abertas até o dia 10 de junho de 2019. A iniciativa conta com o apoio do Conselho Federal de Medicina Veterinária e Zootecnina (CFMV), do  ITEC (Instituto Técnico de Educação e Controle Animal), da OiE (Organização Mundial da Saúde Animal),da OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) e da WSAVA (World Small Animal Veterinary Association).
 
Para mais informações e inscrição acesse o site: worldanimalprotection.org.br/cidade-amiga




Sobre a Proteção Animal Mundial (World Animal Protection)
A Proteção Animal Mundial (anteriormente conhecida como Sociedade Mundial para a Proteção Animal) mudou o mundo para proteger os animais por mais de 50 anos. A organização trabalha para melhorar o bem-estar dos animais e evitar seu sofrimento. As atividades da organização incluem trabalhar com empresas para garantir altos padrões de bem-estar para os animais sob seus cuidados; trabalhar com governos e outras partes interessadas para impedir que animais silvestres sejam cruelmente negociados, presos ou mortos; e salvar as vidas dos animais e os meios de subsistência das pessoas que dependem deles em situações de desastre. A organização influencia os tomadores de decisão a colocar os animais na agenda global e inspira as pessoas a mudarem a vida dos animais para melhor. Para mais informações acesse: www.protecaoanimalmundial.org.br.


Cheio de manias, todo dengoso... cachorro também tem manias, sabia?


Assim como nós, esses bichinhos desenvolvem habilidades e comportamentos bem característicos

Só falta falar! Quem nunca disse essa frase ao se referir ao seu amigo de 4 patas? O tempo de convivência vai fazendo com que a gente identifique nele algumas manias.
Somos capazes de perceber o que os dogs gostam de comer, onde dormem e em que parte do corpo preferem receber carinho. No entanto, existem outros comportamentos dos pets que nos deixam sem saber o motivo. Confira alguns deles:

Destruir os móveis
Você já chegou em casa e se deparou com o sofá,  almofadas ou partes de móveis de madeira destruídos? Se isso acontecer, provavelmente a gente vai relacionar a atitude do nosso amigo ao sentimento de vingança.
O que a gente não leva em consideração é que isso é um raciocínio típico de seres humanos. Então, fique tranquilo, seu cão não vai se vingar de você. Na verdade, o que gera essa esse comportamento é a solidão.
Ao perceber que não ninguém com quem interagir, o pet  desenvolve um quadro de ansiedade e ele precisa extravasar. Por isso, ele pode latir por muito tempo, chorar, uivar ou destruir seus objetos.
Essa mania tende a diminuir quando ele percebe que há uma rotina na casa e sabe que você irá chegar. No entanto, se for um comportamento persistente, talvez seja melhor incluir na família outro pet para que eles façam companhia um para o outro.

Abanar ou encolher o rabo
Quando abanam o rabo, de acordo com especialistas, eles liberam feromônios, que são hormônios aromáticos pelos quais os animais se comunicam.
Os feromônios são exalados pela região do ânus e serve para informar que o pet aceita e confia em determinada pessoa ou animal.
Mas, nem sempre esse gesto serve apenas para expressar que o cão está alegre. De acordo com psicólogos especialistas em comportamento animal, cachorros dominantes abanam o rabo para expressar tensão e ameaça e intimidar o opositor.
Nesse caso, o pet ergue bem o rabo e o dobra em direção às costas. Os movimentos são mais curtos e rápidos em comparação ao comportamento de alegria.
Quando está com medo ou em estado de submissão, o cachorro coloca o rabo entre as pernas com o objetivo de não revelar os odores que podem denunciá-lo. Por isso, quando mexe no lixo ou come algo que não deveria, ele tenta esconder a prova do crime.

Fazer xixi onde não deve
Alguns cães fazem xixi na cama ou no travesseiro de quem lhe deu bronca. Isso não acontece porque eles são desaforados.
Existem dois motivos para que eles tenham esse tipo de atitude. O primeiro diz respeito ao medo após bronca. Nesse caso, o xixi acaba vazando um pouco por conta dos tremores.
O segundo motivo, que é o mais comum, é a marcação de território. Pode ser que seu pet se sinta desafiado por você e sinta a necessidade de deixar seu cheiro para que você se lembre da ação.
É importante lembrar que a punição só é eficaz quando o pet é pego em flagrante. Sua memória não é como a nossa e ele não é capaz de associar a bronca ao ocorrido.

Entender quando estamos tristes
De acordo a uma pesquisa feita pela Universidade do Goldsmiths, na Inglaterra, os cachorros são capazes de entender uma variedade de emoções de seus donos e distinguir quando, por exemplo, estamos estressados, tristes, emocionadas ou com raiva.
Nessa mesma pesquisa, determinada quantidade cães foi exposta a diferentes tipos de estímulos gerados por pessoas, como falar alto, gritar, sussurrar ou chorar.
A maioria reagiu de maneira parecida quando se deparou com expressões de dor ou tristeza: se aproximando do humano e tentando contato físico. Isso acontece porque os pets são capazes de detectar mudanças em nossa expressão, tom de voz e cheiro.

Assistir TV
Nas redes sociais circulam vários vídeos fofos de cachorros vendo TV, como se estivessem acompanhando e entendendo a narrativa do vídeo. Na verdade, o que os atrai é o barulho.
Os cachorros enxergam o mundo de forma mais rápida do que a gente. Isso quer dizer que eles não veem as imagens assim como vemos. Sua taxa de frequência de pulsação é por volta de 70 a 80 hertz  e, portanto, a informação que chega até eles é de imagens piscando de modo acelerado.
O barulho só é atrativo por pouco tempo. Se você assiste TV com muita frequência e seu pet te fica ao seu lado, o motivo é te fazer companhia.
Como tende a repetir comportamentos que são estimulados positivamente, os elogios que você faz quando está em frente à TV indicam que, se ele continuar, vai te deixar feliz.
Além das manias apresentadas, seu pet pode desenvolver outros tipos de comportamentos que podem ter origem na predisposição genética ou por conta de exposição constante a situações de estresse.
Leve sempre em consideração que, se notar qualquer atitude que possa comprometer a saúde do seu amigo, você deve procurar por um veterinário 24h para que o profissional possa orientar e prescrever tratamentos se assim for necessário.

Rotweiler? Nem pensar!


Foi paixão à primeira vista! Era a coisa peluda mais fofa que eu já tinha visto. Não resisti, peguei no colo e não conseguia deixar de abraçar. Ele era cativante. Até mesmo o cheirinho de filhote sem banho, que eu sempre detestei, era irrelevante. Era discretamente arteiro: comeu meu chinelo na minha frente sem que eu percebesse. Ficava magoado quando brigávamos com ele, sendo que na primeira bronca, se escondeu debaixo da pia e tive que resgatá-lo com voz amorosa, enquanto ele suspirava magoado e me olhava de rabo de olho. Quando começamos a colocar junto com o pastor alemão de um ano, rosnava irritado com as lambidas desastradas do filhotão brincalhão. Impôs respeito ao pastor, mesmo com os dentinhos de leite.

Era a criatura mais amorosa que já vi na minha vida! Destruiu minhas barreiras de toque a cães, pois exigia meu carinho diariamente. Passar o pé não bastava! Um cafuné na cabeça era muito pouco, batia a cabeça enorme em minha perna pedindo mais! Queria carinhos mais consistentes, de preferência abraços. E eu o abraçava!

Com minha filha era amoroso e paciente. Ela o fazia de gato e sapato, e ele mal se mexia. Nos passeios pela vizinhança, impunha medo: as pessoas atravessavam a rua ao vê-lo. Mal sabiam que qualquer pessoa que se aproximasse do portão era recebida com lambidas e só entrava depois de fazer carinhos nele!

Mas não era muito ativo: não pulava, nem punha as patas da frente em superfície mais alta, em posição “em pé”. Com 1 ano e 2 meses, percebi que começou a mancar. Achamos que o pastor o tivesse machucado nas brincadeiras e o deixamos separados por algum tempo. Foi uma tristeza sem tamanho para ambos: cada vez que se encontravam, se lambiam e se aproximavam de forma amorosa.

Ao investigarmos, descobrimos uma infecção na pata traseira direita. O tratamento? Amputação. Gelei e tremi. Primeiro ao imaginá-lo sem uma perna. Logo em seguida, ao lembrar que a opção de meu marido não seria por amputar e sim sacrificar. O veterinário disse que vivem muito bem com apenas 3 pernas, mas o argumento de meu marido fazia sentido: este não é um cão de natureza “decorativa”, é um cão de trabalho. Fazê-lo viver com apenas 3 pernas seria negar seus instintos.

Fizemos todos os exames possíveis e o tratamento recomendado. Ele não reagiu e em 2 meses emagreceu quase 10 quilos. Era tanta dor, que ele passava o dia levantando-se de um lugar para deitar-se no outro. O diagnóstico final foi doloroso: somente a amputação resolveria, mas a sobrevida era de 6 meses a 1 ano. Meu marido era taxativo: sua missão era não deixar que o cachorro sofresse, e achava a recuperação da amputação muito dolorosa.

Na data marcada, ele o levou ao veterinário, que tentou demovê-lo a qualquer custo. Mas estava decidido e foi até o fim. Eu estava em viagem a trabalho, quando retornei para casa achei a coleira dele em um armário:desabei. Aos poucos me recuperei, até receber por whatsapp o certificado de cremação.

Arrumamos um cão de outra raça para fazer companhia ao pastor, mas a conexão nunca será a mesma. Rocky cumpriu muito bem sua função no mundo: tirou meu pavor de cachorro grande e me mostrou que não é a raça que define a personalidade, e sim a maneira como o criamos.

Faz 3 meses que ele se foi, mas até hoje não consigo olhar para outro rottweiler sem me entristecer. Provavelmente nunca conseguirei. Adultos e ativos, então? Só consigo imaginar o que ele nunca será! Por isso, rottweiler nem pensar!





Leide Albergoni - professora da Universidade Positivo



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