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quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Manter-se ativo e atento ajuda a reduzir o risco e as sequelas do AVC

Neste ano, o foco da campanha para o Dia Mundial de Combate ao Acidente Vascular Cerebral (29/10) é a prevenção, incentivando a atividade física e a atenção aos primeiros sinais do AVC

 

O Acidente Vascular Cerebral (AVC), conhecido popularmente também como "derrame", pode acontecer com qualquer pessoa, em qualquer idade. Ele ocorre quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou se rompem, impactando o funcionamento da área cerebral que teve a circulação sanguínea prejudicada. Segundo a Organização Mundial do AVC (World Stroke Organization - WSO), ele chega a afetar uma em cada quatro pessoas no mundo ao longo da vida. Ainda assim, apesar de ser a segunda causa de morte no Brasil e no mundo, a prevenção pode evitar até 90% dos casos.

Entretanto, ainda de acordo com a organização internacional, durante a pandemia de covid-19, houve uma queda no número de pessoas que procuram os hospitais com sintomas de AVC. Isso é preocupante, conforme afirma o neurologista cooperado da Unimed-BH Paulo Pereira Christo. “Reconhecer os sinais e procurar atenção médica aos primeiros sintomas pode salvar vidas e reduzir as sequelas de pacientes com AVC”, explica o especialista. Para ele, conhecer os fatores de risco é também fundamental para a prevenção. “Hipertensão arterial, diabetes, colesterol alto e fibrilação atrial (um tipo de arritmia cardíaca) são algumas das condições a serem observadas.”

Este ano, a campanha do Dia Mundial de Combate ao AVC, celebrado em 29 de outubro, reforça a prevenção e enfatiza importância do exercício físico. Para o neurologista, essa dica é de grande relevância, uma vez que o sedentarismo aumenta em 36% as chances de uma pessoa ter um acidente vascular cerebral e a atividade física regular pode reverter positivamente esse cenário.

Com o mote “AVC Não Fique Em Casa”, a campanha também incentiva que as pessoas procurem atendimento médico, além de manter os tratamentos de rotina e o acompanhamento profissional, mesmo durante a pandemia. Paulo Christo explica que, aos primeiros sinais de um AVC, a pessoa deve ser encaminhada o mais rápido possível ao hospital. “É importante observar e anotar a hora em que os primeiros sintomas apareceram. Nos casos de AVC isquêmico, que é o tipo mais comum, com um atendimento rápido, em até 4,5 horas do início dos sintomas, pode ser administrado um medicamento que dissolve o coágulo, diminuindo a chance de sequelas mais graves”, acrescenta o especialista da Unimed-BH.


COMO RECONHECER UM AVC


A Associação Nacional do AVC (National Stroke Association), dos Estados Unidos, desenvolveu uma maneira simples de identificar um acidente vascular cerebral, conhecida pela sigla F.A.S.T. (ou “rápido”, em inglês). De acordo com o neurologista Paulo Christo, aqui no Brasil, o acrônimo utilizado é o S.A.M.U.

O “S” vem de “sorriso”: peça para a pessoa sorrir; caso um dos lados do rosto não se movimente ou fique torto, pode estar ocorrendo um AVC. O “A” representa o “abraço”: abrace a pessoa e observe se ela consegue abraçar de volta; fique atento caso ela não consiga levantar algum dos braços ou se eles “caem” durante o abraço. O “M” vem de “mensagem” ou “música” e representa alterações na fala: peça à pessoa para cantar um trecho de uma música ou peça para ela repetir uma frase qualquer; caso haja alguma dificuldade, ela pode estar em vias de um AVC. Por fim, o “U” significa “urgência”: caso aconteça um ou mais desses sinais acima, é fundamental que a pessoa procure atendimento médico o mais rápido possível.

Outros sinais do AVC podem ser: fraqueza em um dos lados do corpo; formigamento ou entorpecimento do rosto; forte dor de cabeça; perda da visão; sensação de dormência pelo corpo; e alguma alteração no caminhar ou na forma da pessoa andar.


COMO PREVENIR O AVC


1. Controlar a pressão arterial: a hipertensão elevada aumenta o risco de AVC, portanto, deve ser sempre mantida sob controle e acompanhamento médico. Além disso, especialistas recomendam também reduzir a ingestão de sal, alimentos ultra processados e os ricos em gordura saturada.

2. Reduzir a obesidade: um maior índice de gordura no corpo é mais um fator de risco para o acidente vascular cerebral. Manter o peso controlado pode prevenir a ocorrência de doenças como hipertensão e diabetes, que aumentam o risco de AVC. O ideal é manter o índice de massa corporal (relação peso / altura) abaixo de 25.

3. Fazer da atividade física um hábito diário: o movimento e o exercício físico são essenciais para a prevenção do AVC, pois garantem um bom fluxo sanguíneo nas artérias, reduzindo o risco de formação de coágulos e de outras doenças que podem ser fatores de risco potencial para o acidente vascular cerebral. Idealmente, 30 minutos de exercícios diários – uma caminhada, por exemplo – são suficientes para uma boa saúde arterial.

4. Limitar o consumo de álcool: estudos indicam que a ingestão de duas ou mais doses de bebida alcoólica por dia aumenta a ocorrência do AVC. Em pequenas doses diárias, o vinho tinto é considerado a melhor opção, por conter resveratrol que apresenta ação protetora para o cérebro e o coração.

5. Manter ou iniciar tratamento da fibrilação atrial: esse tipo de arritmia causa batimentos cardíacos irregulares, o que é um importante fator na formação de coágulos que podem acabar atingindo o cérebro e resultar em um AVC. De acordo com o neurologista cooperado da Unimed-BH Paulo Christo, a fibrilação atrial deve ser levada muito a sério, pois aumenta em até de cinco vezes o risco de um acidente vascular cerebral. Ao sentir falta de ar e palpitações, procure um cardiologista assim que possível, para que a condição possa ser avaliada, reduzindo o risco de um AVC.

6. Controlar o diabetes: um nível elevado de açúcar no sangue afeta negativamente os vasos sanguíneos, criando um ambiente favorável para a formação de coágulos e, portanto, aumentando a possibilidade de AVC acontecer. Esteja atento e mantenha o acompanhamento médico regular.

7. Parar de fumar: o tabagismo torna o sangue mais espesso e induz a formação de placas nas paredes das artérias, o que aumenta a probabilidade de um acidente vascular cerebral.


Como reconhecer os sinais precoces de um AVC

Segundo dados do Ministério da Saúde, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) leva a óbito mais de 100 mil pessoas por ano no Brasil. Estima-se que, neste ano, serão 18 milhões de casos no mundo e, em 2030, deverão ser 23 milhões. Cerca de 50% dos sobreviventes ficam com sequelas graves, por isso a necessidade de reconhecer precocemente o AVC e tratá-lo adequadamente.

Neste Dia Mundial do Combate ao AVC, 29 de outubro, a Dra. Caroline De Pietro Franco Zorzenon, neurologista do Hospital Sepaco, alerta que grande parte da população mundial está em risco pelo fato da incidência de pressão alta, diabetes e aumento do colesterol estar aumentando entre as pessoas. “É preciso estar atento a qualquer alteração do corpo, pois se trata de uma doença grave e que necessita de tratamento rápido”.

Mas com prevenção, o AVC pode ser evitado. Realizar acompanhamento médico regular é essencial para a prevenção do AVC e de duas doenças causadoras. Além disso, os pacientes acometidos pela doença podem melhorar sua qualidade de vida com tratamentos multidisciplinares adequados. “Assim como as pessoas realizam check-ups para evitar os problemas cardíacos, é fundamental realizá-los para prevenir os acidentes vasculares encefálicos”, avalia a especialista.

É importante estar alerta e aprender a reconhecer os sinais precoces do AVC. Se houver rapidez no atendimento inicial, é possível utilizar um medicamento para dissolver o coágulo que obstrui a artéria cerebral causadora dos sintomas em até 4,5 horas do início dos sintomas. “Desta forma, muitos pacientes tem uma boa recuperação neurológica com baixo índice de sequelas e boa qualidade de vida”, comenta a neurologista.

Entre os sinais mais comuns são fraqueza ou formigamento na face, no braço ou na perna e em um lado do corpo, confusão mental, alteração da fala ou compreensão da linguagem,  alterações visuais (perda súbita/escurecimento visual), alteração do equilíbrio, perda de coordenação motora, tonturas e dor de cabeça súbita e intensa, sem causa aparente. “Ao sentir qualquer um desses sintomas, anote o horário em que começaram e procure imediatamente atendimento médico”, explica a médica.

Já fatores de risco que podem ser facilitadores para um AVC são doença vascular periférica, doenças cardíacas, tabagismo, hipertensão arterial, diabetes, sedentarismo, colesterol alto, uso de anticoncepcionais, álcool e drogas ilícitas. Para a especialista, o controle adequado desses fatores de risco pode diminuir a probabilidade de uma pessoa ter um Acidente Vascular Cerebral e suas complicações.

Desta forma, tome alguns cuidados preventivos para garantir sua saúde, tais como adotar uma alimentação saudável, parar de fumar, praticar algum tipo de exercício físico regularmente. Para quem tem pressão alta, a dica é fazer um esforço para tomar seus remédios conforme prescrição médica e, já para os diabéticos, prestar atenção na dieta, para bom controle da glicemia e tomar os remédios regularmente.

 



Sistema Sepaco de Saúde

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29 de outubro Dia mundial da Psoríase: Pacientes com a doença podem levar mais de um ano para ter tratamento efetivo

 Estudos mostram que a jornada do paciente até medicamentos biológicos pode ser longa, mas que a opção é a que mais proporciona qualidade de vida [1]


Deixar a doença no passado: Esse é o desejo do paciente com psoríase. Quem sofre com a doença, no entanto, pode levar em média mais de um ano e meio para encontrar um tratamento efetivo que resolva as lesões da pele [1]. É comum que os pacientes passem por diversas opções de tratamentos que pouco diminuem as lesões e nem devolvem bem-estar e qualidade de vida, até chegarem aos biológicos (produzidos a partir de organismos vivos). Para alguns casos, estes tratamentos são a única opção de controle da doença, principalmente se o paciente estiver na faixa dos 20% dos casos que não responderam ao tratamento convencional [2].

É o que confirma o estudo feito entre os Departamentos de Dermatologia do Los Angeles Medical Center e a Wake Forest University School of Medicina da Carolina do Norte, entre outros parceiros. Dos mais de 6.700 pacientes avaliados, 741 foram prescritos com biológicos para o tratamento da doença em algum momento do período de acompanhamento. A diferença está no tempo percorrido até o início do tratamento com biológico que realmente se mostrou efetivo para o controle da doença: 488 dias para 42,7% dos pacientes que passaram antes pelo medicamento oral (como metotrexato e azatioprina) após falha do tratamento tópico em comparação com 206 dias para 57,3% dos pacientes que, ao perceberem que o tratamento tópico não era efetivo, migraram diretamente para o biológico. Para estes, foi menos da metade do tempo [1].

"Os resultados mostram que pessoas com psoríase podem levar muito tempo até encontrarem um tratamento efetivo para o grau da doença que possuem. Nessa jornada, o paciente não vê melhora nas lesões e precisa mudar de tratamento toda hora até achar um eficaz para o quadro", aponta a dermatologista Juliana Nakano, do Ambulatório de Psoríase da Santa Casa de São Paulo.

Outro estudo, realizado na Suíça com 334 pacientes com psoríase, comparou por 12 meses o burden - sensação de fardo físico e/ou emocional e o impacto causado pela doença e tratamento - entre os pacientes que seguiram tratamentos sistêmicos e biológicos. O critério avaliado foi o índice DQLI, que mede o impacto de uma doença de pele na qualidade de vida do paciente. Do total, 145 pacientes que haviam feito tratamento com biológicos ao invés dos orais registraram as menores taxas no índice - o que significou menor impacto da doença na qualidade de vida [3].

"A psoríase, principalmente quando atinge graus moderado ou grave, causa incômodos físicos e psicológicos consideráveis na vida dos pacientes. Em alguns casos, os biológicos são os que melhor proporcionam uma retomada da qualidade de vida porque são os mais efetivos em combater a doença", explica a Dra. Juliana. "Por isso é tão importante que as pessoas que precisam tenham acesso a essa classe de medicamentos", reforça.

No Brasil há, atualmente, medicamentos biológicos disponíveis no SUS para o tratamento de casos moderados a grave da doença, após falha de tratamentos anteriores. Mas na saúde suplementar não há cobertura nem possibilidade de acesso a qualquer terapia biológica para psoríase. Cerca de 3 milhões de pessoas no Brasil têm a doença [4] que, quando não controlada, causa impactos negativos e comorbidades: quase 70% dessas pessoas são acometidas por condições psicológicas, como ansiedade (39,7%) e depressão (27,1%), segundo o estudo APPISOT, publicado no Journal of Dermatological Treatment [5].

"Tratamentos mais modernos para a doença são um divisor de águas para a vida de tantos pacientes que desejam deixar a doença no passado e eliminar as marcas que vão além da pele, como sintomas de depressão e vergonha de si mesmo" concluí a Dra. Juliana.

 


Janssen

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1-The psoriasis patient journey: progression from topical to biologic treatment for psoriasis patients in the United States - http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/30554541
2-Psoriasis. Psoriasis | American Academy of Dermatology.http://www.aad.org/media/stats/conditions/skin-conditions-by-the-numbers.
3-Superiority in Quality of Life Improvement of Biologics over Conventional Systemic Drugs in a Swiss Real-Life Psoriasis Registry - http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28103601
4-Consenso Brasileiro de Psoríase - SBD -http://formsus.datasus.gov.br/novoimgarq/24326/4057388_345331.pdf
5-Assessment of psoriasis severity in Brazilian patients with chronic plaque psoriasis attending outpatient clinics: a multicenter, population-based cross-sectional study (APPISOT), Journal of Dermatological Treatment, DOI: 10.1080/09546634.2018.1466023

 

05 MITOS SOBRE APNEIA DO SONO COM DR. ALEXANDRE COLOMBINI

Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 50% da população brasileira se queixa de sono ruim e aproximadamente 30% da população adulta sofre de apneia do sono.  Infelizmente, a maior parte dos pacientes - entre 85% e 90% -, convive com a doença sem receber o diagnóstico e continua sem tratamento.


Dr. Alexandre Colombini, médico otorrinolaringologista, explica que as apneias do sono, basicamente, são pausas respiratórias por no mínimo 10 segundos durante o sono e quando muito intensas e frequentes, causam a Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS). Existem sintomas noturnos e diurnos:

      - Sintomas noturnos: ronco ressuscitativo, pausas respiratórias presenciadas por alguém, episódios de sufocação, despertares frequentes, sudorese excessiva, pesadelos, insônia e engasgos durante o sono. 


      - Sintomas diurnos: sonolência excessiva, sono não reparador, dor de cabeça ao acordar, alteração do humor, dificuldade de concentração, alteração da memória e diminuição da libido.   

Além desses aspectos clínicos estudados, Colombini elenca alguns alertas e curiosidades dessa doença que, não tratada corretamente, pode aumentar muito a mortalidade e os riscos de problemas cardiovasculares graves como um derrame cerebral (AVC- Acidente Vascular Cerebral) ou um infarto agudo do miocárdio. 

“O Brasil está entre os três países com maior número de casos de apneia. De acordo com um estudo publicado pela revista The Lancet, existem no mundo quase 1 bilhão de casos de apneia do sono”

Mas calma! O especialista explica também que tem tratamento para ronco e da SAOS, claro, variando de acordo com a gravidade de cada caso. Os procedimentos podem ser feitos desde medidas clínicas até cirurgias, melhorando a qualidade de vida e aumentando a sobrevida dos pacientes.


CONFIRA AS CURIOSIDADES E ALERTAS:

1-    Todo mundo que ronca tem apneia? MITO. 
Não é verdade. São necessárias avaliações clínicas por um médico especialista e o diagnóstico é realizado pelo monitoramento do sono através de um exame chamado de Polissonografia.



2-    Perder peso e não dormir de barriga cheia melhora a apneia do sono? VERDADE!
Sim. Hábitos saudáveis de vida, como alimentação balanceada, estar em forma e evitar tabagismo (sem fumar até 04 horas antes de deitar) podem contribuir com melhor qualidade dos quem sofre desse mal. Vale ressaltar que a pessoa que está acima do peso  tem o excesso de tecido mole na garganta e isso dificulta mantê-la aberta ou o formato da cabeça e pescoço resulta em menor espaço para passagem de ar na boca e garganta.


3-    Dormir de lado e elevar o travesseiro até 20cm podem melhorar a oxigenação, consequentemente, a apneia? VERDADE! 
Parece até lendas, mas são medidas simples que ajudam durante o sono.



4-    Uma taça de vinho antes de dormir é indicada para quem tem apneia? MITO!
Trata-se de mais uma crendice popular, infelizmente. Ao contrário, as bebidas alcoólicas intensificam o ronco e aumentam a gravidade da patologia. Invista em chás como camomila ou suco de maracujá



5-    Os efeitos da apneia do sono nas mulheres são mais intensos do que nos homens? VERDADE!
Mesmo sendo mais comum entre o público masculino, as mulheres apresentam e sofrem mais com alguns sintomas entre eles: tonturas, cansaço excessivo, dificuldade de concentração, falta de ar e taquicardias, infelizmente. 

“O aumento na circunferência do pescoço, com valores superiores a 35 cm para mulher e 40 cm para homens, é um dos marcadores para deposição central de gordura e tem demonstrado ser importante preditor de ronco e apneia obstrutiva do sono”, finaliza Colombini com mais essa curiosidade sobre a doença.






Dr. Alexandre Colombini - Otorrinolaringologista, formado pelo renomado Instituto Felippu e Membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico Facial – ABORL-CCF. Suas áreas de atuação: Otorrinolaringologia clínica e cirúrgica com enfoque nas patologias nasais, cirurgia endoscópica, ronco e apneia.

 

UM PODER INTROMETIDO

Eu não queria acreditar quando me contaram que sete partidos já recorreram ao STF para que a Corte determine ao presidente da República como deve agir em relação à CoronaVac. Parece uma questão tipicamente judicializável, não? Os ministros devem saber tudo sobre esse assunto, instruídos em algum curso pós doc...

Em nome do convívio independente e harmônico entre os poderes de Estado, as manifestações do STF em questões do Executivo e do Legislativo deveriam ser raras e muito bem justificadas. É fácil entender que pequenos partidos, ou o bloco minoritário da oposição, sem votos suficientes para impor suas opiniões, recorram ao STF, num claro abuso do direito de peticionar. Mas é difícil entender que os “supremos” se prestem para a instrumentalização do poder que têm.

Malgré tout, nosso STF é o próprio poder xereta, dando causa a desnecessárias tensões políticas. A maioria dos senhores ministros vê o presidente da República com as lentes do partido ao qual devem suas nomeações para o posto que ocupam. Sob essas lentes, Bolsonaro é um tirano que precisa ser contido e, para contê-lo, foi instituída uma informal ditadura do judiciário. Um caso típico de projeção: projetam em Bolsonaro o que, na prática, eles mesmos se comprazem com ser. Puxe pela memória, leitor, e me diga quando, nas últimas décadas, vivemos período de tanta intromissão do Supremo e de seus ministros na vida nacional?

PT, PCdoB, PSOL PSB e Cidadania querem que o STF impeça o governo de se contrapor a qualquer providência referente a vacinas e vacinações; a Rede quer que o governo apresente um plano de vacinação; o PDT quer que o Supremo reconheça a competência dos estados e municípios para tornar compulsória ou não a vacinação,  e o PTB pede que essa possibilidade seja declarada inconstitucional.

A questão de fundo aqui é a seguinte: por que esse surto de judicializações, que não dá sinais de esmorecer, esvaziando o debate político, descaracterizando as funções do parlamento e comprometendo as ações do governo? São três as respostas a essa indagação. Elas interferem cumulativamente para darem causa a esse surto.

Resposta 1 – o único intuito da oposição é atrapalhar o governo;
Resposta 2 – o plenário do STF é, hoje, o mais ativo partido político brasileiro;
Resposta 3 – há notória sintonia entre a oposição e a maioria do STF.

De todos esses pleitos, o único que tem jeito de matéria constitucional é exatamente aquele em que se confrontam os pedidos de PDT e PTB: é legítimo tornar a vacinação obrigatória? Parece bem nítida, aqui, no pedido do PDT, a afronta a liberdade individual, mormente quando, a cada dia, aumentam as incertezas sobre a segurança dessas vacinas. Sem esquecer, por fim, que a CoronaVac é mercadoria que o Partido Comunista da China põe à venda dizendo que vai imunizar a população contra o vírus que veio de lá

 



Percival Puggina - membro da Academia Rio-Grandense de Letras e Cidadão de Porto Alegre, é arquiteto, empresário, escritor e titular do site Conservadores e Liberais (Puggina.org); colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil pelos maus brasileiros. Membro da ADCE. Integrante do grupo Pensar+.

 

Taxa de juros em nível baixo faz brasileiro buscar alternativas para investimentos renderem mais

Em reunião do Copom, Banco Central decide por manter a Selic em 2%, o que pode desestimular o investidor da renda fixa

 

Em uma nova reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, decidiu manter a taxa Selic em 2% ao ano, a mais baixa desde 1999, quando o governo federal fez uma política de controle de inflação. A decisão está alinhada à política monetária adotada por diversos países para incentivar a economia frente à crise gerada pelo coronavírus. A manutenção da taxa em 2%, e a sua provável manutenção nos próximos meses, tem sido um motivo de preocupação para o investidor brasileiro acostumado aos ganhos exorbitantes da renda fixa, que já chegou a dois dígitos anuais.

Agora, o investidor brasileiro procura alternativas para aumentar os rendimentos, direcionando os aportes para a composição de uma carteira de ativos variável, cujo potencial de rentabilidade é maior no atual cenário de juros baixos. Na prática, esse movimento já vem acontecendo, como mostra o crescimento da modalidade de empréstimos de pessoa física para pessoa jurídica, ou peer to peer lending (P2P), que já soma mais de 50 mil pessoas cadastradas nas plataformas brasileiras. 

De acordo com Gabriel Nascimento, sócio-fundador da Ulend, os números da plataforma crescem de forma acelerada, especialmente nos últimos meses. “A baixa história da Selic não deixa alternativa: ou o investidor diversifica seu capital em renda variável ou perde dinheiro. A boa notícia é que existem opções concretas com excelentes potenciais de retorno, como os ativos que oferecemos na Ulend. Vale ressaltar ainda o papel dessa decisão e, consequentemente, do peer to peer lending nesse cenário de retomada. O dinheiro na renda fixa fica parado. Esse capital em ativos como os nossos é uma injeção na economia real, na geração de emprego e no restabelecimento da economia”, acredita.


Crescimento em meio à crise

A plataforma Ulend registrou crescimento de 77,89% no terceiro trimestre de 2020, além de um aumento de 85% no número de investidores cadastrados em comparação ao mesmo período do ano passado. Vale destacar ainda o crescimento de 21% em solicitações de empréstimo se comparado ao ano anterior e de 40% no valor bruto solicitado pelas empresas, que foi de mais de do que no segundo trimestre. A empresa conecta pessoas interessadas em emprestar dinheiro como forma de investimento a empresas que precisam de capital. 

A razão desse crescimento em um cenário de juros baixos, é a existência de um modelo de negócio mais atrativo para todos os envolvidos. Na ponta das empresas, as taxas de juros para empréstimos podem chegar a ser até 50% menores do que as cobradas em bancos. Já para os investidores, há alternativas de investimento com rendimentos de até 30% ao ano, o que envolve inclusive empréstimos com garantia de retorno. 

 


ULend

https://www.ulend.com.br/

 

Álcool e direção, uma combinação perigosa no trânsito

 

Em 2019, dirigir sob efeito de álcool foi uma das principais infrações cometidas durante o Feriado de Finados

 

A perigosa combinação de álcool e direção e as ultrapassagens indevidas continuam no topo do ranking das infrações, especialmente em períodos de feriadão quando o número de veículos nas rodovias federais aumenta consideravelmente. No feriado de Finados, em 2019, a Polícia Rodoviária Federal flagrou 1.664 condutores que haviam consumido bebida alcoólica antes de assumir o volante. Desses, 486 tiveram a alcoolemia constata pelo teste do etilômetro – o conhecido bafômetro. No total, mais de 60,3 mil motoristas foram submetidos ao teste.  Entre os aferidos, 147 pessoas foram detidas.

  Desde abril de 2018 as imposições da “Lei Seca” ficaram mais rigorosas para inibir ainda mais quem insiste em associar álcool e volante, causa de inúmeras tragédias no trânsito brasileiro. A mudança no Código de Trânsito Brasileiro definiu que o motorista que dirigir bêbado e causar acidente com vítima fatal será enquadrado no crime de homicídio culposo, podendo ser preso de cinco a oito anos. Se o acidente ocasionar lesões graves ou gravíssimas, a pena varia de dois a cinco anos de prisão, sendo que, em ambos os casos, não há direito à fiança.

Julyver Modesto de Araujo, comentarista do CTB Digital, explica que para a configuração do crime, basta que se verifique alteração da capacidade psicomotora. “A quantidade mínima de álcool no organismo não é mais condição fundamental para a caracterização penal, mas apenas uma das formas de comprovação da sua ocorrência. Todos os condutores que tiverem sinais notórios da influência de álcool ou, independente destes sinais, se o resultado do etilômetro for igual ou superior a 0,34 mg, devem ser conduzidos ao Distrito Policial para as providências de polícia judiciária”, destaca.

Luiz Gustavo Campos, diretor e especialista em trânsito da Perkons, diz que uma das principais características de um condutor exemplar é dirigir em plenas condições físicas e psíquicas. “Todos sabem que álcool, drogas e direção não combinam, pois alteram os reflexos e debilitam a concentração. Se beber não dirija. Preserve a sua vida e a dos demais usuários da via pública”, alerta.


Check Point aponta as ciberameaças mais prejudiciais ao Brasil dos últimos seis meses

 Para marcar o mês da cibersegurança, a Check Point divulgou a campanha “Faça sua parte. #BeCyberSmart” com o objetivo de aumentar a conscientização sobre a segurança da Internet 

 

A Check Point® Software Technologies Ltd. (NASDAQ: CHKP), uma fornecedora líder de soluções de cibersegurança global, participou do Mês da Segurança Cibernética via campanha global “Faça sua Parte. #BeCyberSmart” com o objetivo de conscientizar sobre a necessidade de proteção na esfera virtual, tarefa na qual todos desempenhamos um papel fundamental para prevenir e combater os ciberataques e as ciberameaças. Para se ter uma ideia de como a prevenção e a proteção são importantes, o Relatório de Inteligência de Ameaças da Check Point sobre o cenário de ataques no Brasil nos últimos seis meses aponta os principais dados de cibersegurança. 

“Cada vez mais os aspectos da nossa vida estão totalmente relacionados ao mundo digital. Colocamos uma grande quantidade de informações em ferramentas e aplicativos conectados à Internet, mas ainda não há consciência da importância de proteger esses dados e realizar estratégias de segurança cibernética que nos ajudem a ter uma vida online mais protegida”, afirma Thiago Mourão, engenheiro de segurança e evangelista da Check Point Brasil. 

“Por tudo isso, e por ocasião de este ser o mês da segurança cibernética, divulgamos nossa atuação na campanha de conscientização “Faça sua Parte. #BeCyberSmart”. O número de dispositivos conectados à Internet e que por vezes dispõe de informações aumenta significativamente, por isso todos devemos adotar uma atitude de prevenção como uma medida fundamental de cibersegurança para uma vida digital segura”, acrescenta Mourão. 

 

Cenário atual das ciberameaças no Brasil 

Os dados do relatório da Check Point indicam que, em média, nos últimos seis meses, as empresas brasileiras foram vítimas de 533 ciberataques semanais. Sendo que o e-mail é o principal vetor utilizado pelos cibercriminosos para infectar as organizações, uma vez que 91% dos arquivos maliciosos são enviados por e-mail e o principal tipo de documento anexado é .doc (63,1%). 

Além disso, o relatório mostra que o principal malware do Brasil continua sendo o Emotet, impactando 16% das organizações, enquanto o tipo de exploração de vulnerabilidade mais comum no País é a Execução Remota de Código, afetando 65% das organizações. 

Os especialistas da Check Point apontam as cinco ciberameaças predominantes, hoje, no Brasil, de acordo com o Relatório de Inteligência de Ameaças: 

 

Ransomware de dupla extorsão - os atacantes de ransomware adotaram uma nova estratégia; além de tornar os arquivos da vítima inacessíveis, eles agora separam grandes quantidades de dados antes de criptografá-los no estágio final do ataque. As vítimas que recusam pedidos de pagamento como resgate, encontrarão seus dados mais confidenciais exibidos publicamente em sites. 

 

Guerra cibernética - A atividade cibernética do Estado-nação teve um aumento na intensidade e um aumento na gravidade. Em tempos em que as táticas tradicionais para reunir inteligência e conhecimento não são mais viáveis devido ao distanciamento social, o uso de armas cibernéticas ofensivas para apoiar missões nacionais parece ter se expandido. O objetivo pode ser um melhor entendimento do Coronavírus ou proteger as operações de inteligência, e os países e indústrias são os alvos. 

 

Dispositivos e aplicativos móveis - Os atacantes têm buscado novos vetores de infecção no mundo móvel, mudando e aprimorando suas técnicas para evitar a detecção em locais como as lojas oficiais de aplicativos. Em um ataque inovador, eles usaram o sistema de gerenciamento de dispositivos móveis (MDM) de uma grande corporação internacional para distribuir malware para mais de 75% de seus dispositivos móveis gerenciados. 

 

Nuvem - as empresas foram obrigadas a fazer ajustes rápidos na infraestrutura para proteger sua produção ao colocar seus funcionários para trabalhar remotamente. Em muitos casos, isso não teria sido possível sem as tecnologias de nuvem. No entanto, isso também expôs mais ativos mal configurados ou simplesmente desprotegidos à Internet. Além disso, o Gartner prevê que, até 2025, pelo menos 99% das falhas na nuvem serão culpa do usuário. 

 

Pandemia cibernética – A COVID-19 afetou todos os aspectos da vida, incluindo o cenário cibernético. De um aumento no registro de domínios relacionados ao Coronavírus ao uso de tópicos relacionados em ataques de phishing. Os serviços médicos e as organizações de pesquisa tornaram-se alvos de ataques em busca de resgate ou informações comerciais e profissionais valiosas. O uso de sistemas de rastreamento, que anteriormente teriam causado extrema oposição relacionada à privacidade, tornou-se predominante em todo o mundo e, em alguns casos, espera-se que sobreviva à emergência.  

 

 

Check Point Software Technologies Ltd.

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Do discurso à prática: quais os primeiros passos para uma empresa investir em saúde mental

Desde o ano passado, estamos sendo impactados constantemente por notícias alarmantes sobre saúde mental. A Organização Mundial da Saúde (OMS) criou um Código Internacional da Doença (CID) específico para o burnout (estresse crônico motivado por questões relacionadas ao trabalho), que estará vigente a partir de 2022, e também previu que a depressão seria a doença mais incapacitante do mundo agora em 2020.

Muitos fatos já comprovaram a importância e o benefício de se investir em prevenção a doenças mentais. A cada U$ 1 investido em tratamentos preventivos, U$ 4 retornam em forma de produtividade e engajamento no trabalho, ainda de acordo com a OMS.

Olhando para o recorte específico de ambientes corporativos, percebe-se a grande dificuldade de atuar preventivamente devido ao tabu relacionado ao tema. O estrago é indiscutível: para o próprio colaborador, para a corporação e para a economia como um todo. Doenças como ansiedade e depressão custam USD1 tri/ano para a economia global por causarem perda de produtividade dos trabalhadores.

Indiscutivelmente, a pandemia colocou um holofote no tema e, para as empresas que ainda não tinham em sua cultura a importância do cuidado com a saúde mental dos colaboradores, esse é o momento propício para que tal cuidado seja implantado.

Mas como fazer se justamente agora a situação financeira de muitas corporações é super desafiadora?

Aqui vão algumas dicas de como começar esse movimento sem haver dispêndio de orçamento:


Escuta empática

Muitas vezes o que o colaborador precisa é simplesmente de empatia e escuta ativa. Sentar-se com frequência com os colaboradores, sem celular, só para escutar e acolher. Esta é uma ação de baixa complexidade e simples para que os líderes coloquem em prática. Atenção, é importante que essa ação esteja na agenda do líder para que seja feita com regularidade e que haja 100% de sigilo sobre tudo que for conversado. Isso criará um ambiente acolhedor e seguro para os colaboradores e será o início de uma cultura de espaço aberto para falar-se sobre saúde emocional.


Incentivar práticas sociais coletivas para trazer propósito no cotidiano dos colaboradores

Quando há ações em que os colaboradores atuam como um time, com um propósito comum de ajuda ao próximo, percebe-se não somente uma maior coesão do time mas também há comprovações científicas de que ações solidárias nos ajudam a estarmos mais saudáveis mentalmente. Que tal fazer uma campanha de doação coletiva para alguma instituição necessitada?


Criar um ambiente de descontração e diversão no seu time

Inserir momentos em que os membros da equipe interagem para trocar ideias e se divertir é importante para que as pessoas sintam que o ambiente de trabalho é agradável, para que possa haver o prazer rotineiro em se trabalhar. Mesmo durante a pandemia isso é possível virtualmente, vamos usar a tecnologia a nosso favor.


Pertencimento e reconhecimento 


Elogie as tarefas bem executadas pelos membros do seu time, mostrando que todo o colaborador faz parte de uma engrenagem maior. Sentir-se parte do time, de uma entrega maior, é muito acolhedor e também colabora para a auto-estima e produtividade dos colaboradores.


Saber com quem contar

Criar processos estruturados, para que o colaborador saiba para quem pode pedir ajuda caso haja necessidade traz grande segurança e conforto emocional.

Para que essas práticas sejam bem-sucedidas é importante que sejam feitas com constância e coerência. E, se os altos executivos estiverem embarcados nesse propósito de mudança cultural, tudo acontece com mais facilidade.

Mais de 50% das pessoas diagnosticadas com depressão não tem acesso ao tratamento adequado. Se, como sociedade, nos esforçarmos no cuidado preventivo, podemos colaborar para evitar esse percentual assustador.




Carolina Dassie - Mestre em administração pela IE Business School, em Madrid, Carolina Dassie é CEO e fundadora da Hisnëk. A startup que desenvolveu a primeira assistente virtual de saúde emocional do Brasil foi fundada em 2014. Criada originalmente como um clube de assinaturas de snacks saudáveis, a healthtech mudou de rumo quando a CEO percebeu a necessidade da prevenção de transtornos emocionais dentro das organizações. Por isso, em 2019, a Hisnëk criou a Ivi, Inteligência Artificial que ajuda colaboradores e gestores na identificação de problemas emocionais. Hoje, a startup de Carolina Dassie atende grandes empresas como Pearson, Suzano, Ambev , foi acelerada pela Oxigenio, programa de aceleracao da Porto Seguro, e está incubada no Cubo e na Eretz.


Pandemia reforça importância dos acordos coletivos de trabalho

A pandemia de Covid-19 levantou uma série de questões relacionadas aos direitos dos trabalhadores. Ao longo dos últimos meses, observamos a criação de Medidas Provisórias como a MP 936, que permite legalmente que as empresas façam acordos individuais diretamente com seus empregados, sem o consentimento ou a interferência direta do sindicato da categoria, e a MP 927, que estabelece medidas para a manutenção do emprego diante do estado de calamidade e prevê, por exemplo, o teletrabalho e a antecipação de férias individuais.

Apesar de serem providências pontuais, pensadas apenas para conter o impacto da crise, sabe-se que não serão suficientes para amparar os trabalhadores nesse momento. Um exemplo prático é como o número de ações trabalhistas relacionadas à Covid-19 já superam os 14 mil.

Além disso, recentemente, uma pesquisa da consultoria Heach Recursos Humanos apontou que 72% das empresas pretendem seguir apenas com o aumento legal definido nos acordos coletivos de trabalho ou reajustes compulsórios definidos pelo governo.

O momento pede que se dê ainda mais atenção aos direitos dos trabalhadores, especialmente no que diz respeito aos acordos coletivos, garantidos pelo artigo 7º, inciso XXVI da Constituição Federal. O artigo 611 § 1º da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) determina, ainda, a responsabilidade da celebração dos acordos coletivos de trabalho aos sindicatos representativos das categorias profissionais. Como indicou a pesquisa, sem acordos coletivos ou medidas governamentais obrigatórias, sete em cada dez trabalhadores pode não ter reajuste salarial neste ano.

Para exemplificar a importância dos acordos coletivos, podemos citar um caso recente e que tomou proporções nacionais. Os trabalhadores dos Correios entraram em greve após serem surpreendidos com a revogação do atual acordo coletivo, que estaria em vigência até 2021. Após um mês de paralisação das atividades, o TST (Tribunal Superior do Trabalho) aprovou um reajuste de 2,6% para a categoria.

No Sinthoresp (Sindicato dos Trabalhadores de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de São Paulo e região), temos muito orgulho de um acordo coletivo que englobou mais de 7 mil trabalhadores. Em 2016, um grupo de ex-funcionários do McDonald's se apresentou ao sindicato para cobrar o pagamento de um suposto Plano de Participação nos Resultados (PPR), instituído pela rede de fast-food. O departamento jurídico notou que o pagamento deste incentivo não obedecia à Lei 10.101/2000, pois teria sido realizado sem a presença do sindicato representante dos trabalhadores.

Depois de dois anos de negociações, foi celebrado o acordo coletivo. A ação também possibilitou, desde 2015, que o McDonald´s negociasse o pagamento do PPR com o Sinthoresp, garantindo aos colaboradores da ativa um pagamento da verba de forma mais justa e como determina a lei.

Hoje, mais de 3,7 mil trabalhadores já foram localizados e mais de R$ 2,5 milhões foram pagos, cumprindo um direito previsto na lei e ajudando a movimentar a economia de milhares de famílias em plena pandemia. É com esse compromisso que o Sinthoresp continua se reinventando e encontrando maneiras de se aproximar cada vez mais dos trabalhadores, buscando a manutenção de direitos e conquistas efetivas!

 



Antonio Carlos Lacerda - gerente jurídico do Sinthoresp (Sindicato dos Trabalhadores de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de São Paulo e região).

 

Trabalhou Tem Direito

www.trabalhoutemdireito.com.br

 

46% dos brasileiros não têm condições de proporcionar o ensino remoto à seus filhos, diz estudo


 A falta de recursos como dispositivos com acesso à internet, é um dos motivos.


O retorno das aulas presenciais do ensino básico têm gerado grande polêmica entre as famílias brasileiras. E embora poucos sejam a favor do retorno, o Trocando Fraldas em seu mais recente estudo, constatou que 46% das mães e pais brasileiros não têm condições que os filhos participem do ensino remoto sem restrições, ou seja, que usufruam de todas as aulas em todas as formas que são apresentadas (online ou pelo TV). 

Os dados por estado demonstram que Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, estão no topo da lista das famílias que têm condições de fazer os filhos participarem do ensino remoto sem restrições. Com 57% para o Rio Grande do Sul, e 52% para os outros dois estados. Já em São Paulo, pelo menos metade da população, tem ou teria condições dos filhos participarem dessa forma de estudo remoto. E no Rio de Janeiro, 44% dos participantes responderam terem condições para tal.

O estudo também constatou que 86% das mães e pais brasileiros concordam que as aulas presenciais não devem ser retomadas no momento. Ou seja, mesmo que 46% não consigam fazer que os filhos participem do ensino remoto sem restrições, a grande maioria é a favor de manterem os filhos em casa no momento.

No Espírito Santo, Piauí e Rio Grande do Sul, 87% dos participantes não concordam com a retomada das aulas no momento. Em São Paulo, estado com o maior número de casos, 85% da população acredita que a suspensão das aulas deve ser mantida. Já no Rio de Janeiro, 82% dos entrevistadas concordam com o não retorno. Dentre todos os estados, Alagoas é o que menos concorda com a prorrogação da suspensão das aulas, com 71% dos participantes.

 

Noivado terminado: A lei obriga que o anel precisa ser devolvido?

Advogada explica como a legislação brasileira trata da questão


O anel de noivado é um símbolo que há muito tempo é cultuado nas relações por ter um significado de compromisso. Quando uma pessoa é pedida em casamento, geralmente ganha como presente do seu companheiro um anel de noivado para firmar esse compromisso, muitas vezes a jóia tem um custo elevado e além de ser um presente com o significado valioso, ele tem um valor financeiro considerável também. Caso o noivado acabe, é obrigatório que se faça a devolução do anel? A jóia precisa ser vendida e o valor é dividido entre o casal? 

A questão da devolução do anel de noivado ficou famosa por causa de um caso americano: um advogado processou sua ex-noiva para receber de volta um anel de 100 mil dólares que havia lhe dado para celebrar o noivado. Esse advogado argumentou, em causa própria, que o anel de noivado é um presente condicionado, isso significa que o presente só se concretiza no evento do casamento, e caso esse não ocorra, o presente deverá ser restituído.

Debora Ghelman, advogada especializada em Direito Humanizado nas áreas de Família e Sucessões explica que no Brasil esse caso seria resolvido a favor do ex-noivo: "A lei brasileira considera que o noivado é uma promessa recíproca, feita entre as duas partes do casal, mas que pode ser rompida a qualquer momento, sem a necessidade de justificativa. Por isso, o noivado é uma relação que não tem efeito jurídico, o cumprimento não pode ser exigido, mas isso não quer dizer que o evento do noivado não pode gerar consequências materiais".

A ideia de presente condicionado levantada pelo americano já existe na lei brasileira e não trata apenas do anel, mas também de questões patrimoniais como as despesas com o futuro casamento, e questões morais como abandono ao pé do altar. 

O artigo 546 do Código Civil considera que presentes recebidos em razão do noivado são doações feitas em contemplação de casamento futuro, assim, quem deu o anel não é proprietário dele, mas é donatário do presente, e isso vale igualmente para homens e mulheres, já que o Brasil valoriza a igualdade plena entre os gêneros na lei. 

"Qualquer presente oferecido por causa do noivado deve ser devolvido caso haja solicitação daquele que deu, em caso de recusa, é possível reivindicar a devolução judicialmente. A condição de um presente entregue em razão de um noivado, aliás, não se estende somente ao casal, mas também a qualquer pessoa que tenha dado presente vinculado a realização do casamento" explica a advogada. 

Além de danos materiais, a não realização do casamento também pode trazer danos morais, o caso mais comum é o de abandono no altar, que pode ser causa de forte humilhação pra pessoa abandonada, neste caso, a pessoa tem direito a indenização por danos morais, que deve ser paga de acordo com o dano causado, o que vai ser analisado pelo juiz da causa. 

"Pedir ou aceitar um casamento não pode ser um ato impensado, romper com as expectativas de alguém que te ama tem consequências emocionais muito graves, e como expliquei, o descumprimento desse processo também pode trazer consequências jurídicas. E se você recebeu um anel de noivado e desistiu do casamento, pense bem se seria correto permanecer com esse presente" aconselha Debora. 

 



Debora Ghelman - advogada especializada em Direito Humanizado nas áreas de Família e Sucessões, atuando na mediação de conflitos familiares a partir da Teoria dos Jogos.

 

Lições para depois da crise

As grandes catástrofes têm o efeito de deixar importantes lições para a humanidade. Há uma sequência lógica: vem a catástrofe, os estragos acontecem, a dor e o sofrimento são enormes, a crise passa, as causas ficam total ou parcialmente visíveis e as lições ficam gravadas na realidade e na memória. O quanto as pessoas, no plano individual, e as sociedades, no plano coletivo, efetivamente aprendem é outra questão. Com inteligência e racionalidade, é possível identificar as causas, sistematizar as lições e mudar hábitos e comportamento.

O caráter mundial da pandemia, o isolamento social, a paradeira na economia, a perda de empregos, a debilitação financeira das empresas e das famílias, o empobrecimento, a destruição temporária do convívio entre as pessoas e o dano psicológico são aspectos desta crise como nunca o mundo havia experimentado. As dimensões do acontecimento são muitas: sanitárias, econômicas, psicológicas, sociológicas, políticas, religiosas, culturais etc. Vamos falar de algumas delas.

A crise nos remete do conceito de “aldeia global”. Essa expressão foi cunhada pelo canadense Herbert Marshal McLuhan (1911-1980), filósofo, educador e teórico sobre comunicação, que ficou mundialmente famoso por seus estudos sobre transformações sociais que viriam a ser provocadas pela revolução nas telecomunicações, computador e internet. Para ele, o mundo caminharia para um mercado único e integração acelerada entre as nações.

Há três causas essenciais para a formação da aldeia global: o aumento populacional, a revolução nas telecomunicações (incluindo o computador e a internet) e o barateamento do transporte. Atualmente, a quarta revolução tecnológica vem apressando a integração mundial e, se queremos a integração dos países para que todos desfrutem das conquistas da ciência e da tecnologia, a primeira lição é: devemos nos preocupar com o mundo inteiro, logo a fome na África e a miséria nas favelas do Brasil são problemas de toda a humanidade.

A segunda lição é: a desigualdade de renda pode ser tolerável, desde que as camadas mais pobres tenham o necessário para uma vida digna. Na Dinamarca, a mais pobre das famílias não condena os ricos, pois ela tem habitação digna, alimentação adequada, educação, saúde, assistência e lazer. Se a desigualdade resulta em hordas de pobres e miseráveis, ela não deve ser tolerada.

A terceira lição é: quanto maior a população, maior deve ser o cuidado com a natureza. Em 1930, o mundo tinha 2 bilhões de habitantes. Em 2050, daqui a pouco, terá 9,5 bilhões. Quando cresce a necessidade de meios de vida, crescem as exigências de respeito à natureza e preservação do meio ambiente. Isso leva à quarta lição: o consumismo atual é destrutivo e insustentável. O ser humano tem o desafio de aprender a tirar de fatores psicológicos e sociais as fontes de seu gozo, prazer e felicidade, e não do consumismo de coisas e mais coisas.

A quarta lição é que, nesse contexto, hábitos precisam ser modificados. Talvez aqui esteja o desafio mais difícil, porque trata de comportamento. A humanidade incorporou o péssimo hábito de reverenciar e admirar a ostentação e o esbanjamento. Ricos e famosos extraem aplausos e adulação mais por quanto ostentam e esbanjam do que pela riqueza em si.

A quinta é: o desemprego não deve ser admitido e, quando inevitável, uma renda básica deve ser garantida. Sou um economista liberal, no sentido de que defendo uma sociedade livre, que não acho perfeita, mas como a única capaz de prover liberdade e progresso material. Porém, não sou ingênuo, o sistema tem defeitos. Já escrevi que, se a humanidade substituir os trabalhadores por robôs cognitivos, deve ser criado um tributo sobre os robôs para pagar salários aos que perderam a vaga para a máquina.

A ideia parte de um aspecto óbvio: robô não consome, logo não haveria por que produzir comida, roupas, livros, músicas, carros etc. Robôs não usam essas coisas. Eles só precisam de um botão que os liga e energia que os põe em movimento. A economia, o trabalho e a produção são para o ser humano e demais seres vivos. Porém, não dá para confiar ao Estado a operação de arrecadar e distribuir. Colocar dinheiro na mão do governo é receita certa para os recursos chegarem aos pobres pelas metades.

Karl Jaspers disse que “o Estado é um monstro que, ainda por cima, deseja ser amado”.  Inchado, ineficiente e corrupto, o governo na maior parte do mundo usa o dinheiro público primeiro para pagar a si mesmo, suas mordomias, seu excesso de funcionários e castas abastecidas com salários, benefícios, aposentadorias e pensões milionárias.

Recentemente saíram publicações sobre os salários, aposentadorias e pensões no governo, nos três poderes. Existem categorias que ganham mal, entre elas estão professores e policiais. Mas, a lista de supersalários, aposentarias e pensões milionárias é tão grande que é melhor inventar um mecanismo distributivo sem o governo, pois, como disse o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o governo é causa da desigualdade. A sexta lição é: o Estado tem que ser reformado; enquanto não for, é preciso achar outro mecanismo para fazer a distribuição.

Uma observação final, como bônus para discussão: parece-me ingênuo achar que os computadores vão tomar o lugar dos líderes. Como disse o filósofo André Comte-Sponville, “um computador pode resolver um problema, mas só um ser humano pode tomar uma decisão”. As lições da crise não se esgotam nas citadas aqui, é claro. Um bom exercício é fazer sua própria lista e, sobre ela, pensar e estudar.

 


José Pio Martins - economista, reitor da Universidade Positivo.

 

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