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sábado, 19 de setembro de 2020

Tatuador cria projeto gratuito com o intuito de ressignificar cicatrizes de automutilação

Pietro Marinho procura, além de ajudar pessoas a superarem seus traumas, inspirar outros artistas


Pensando em como ajudar o próximo, o tatuador Pietro Marinho, também conhecido como Mahadevil, preparou um projeto chamado Cicatrizes, que tem como principal objetivo dar um novo significado as marcas de quem já sofreu automutilação.

A ação em prol do Setembro Amarelo não tem fins lucrativos e busca por meio de rituais com medicinas indígenas e acessando a espiritualidade de cada um, transformar a dor dessa lembrança em arte, superação e força.

Durante esse mês, Pietro vai atender três vezes por semana em seu ateliê, localizado na cidade de São Paulo e como o artista procura estabelecer uma conexão espiritual com cada pessoa atendida, ele reserva um dia inteiro para cada sessão.

Felícia Bruno foi a primeira pessoa a ser tatuada por Pietro nesse mês especial e resolveu compartilhar seu depoimento, que segundo ele, foi um tapa na cara e o fez parar para refletir sobre muitos pontos.

"Às vezes nos vemos presos numa situação que parece sem saída, o fim da linha. Mas há sempre saída. Somos, de fato, uma metamorfose ambulante. Não há obstáculos que não possamos atravessar. Ou dor que não possamos superar. Não somos os mesmos de ontem, assim como não seremos os mesmos amanhã. A vida se renova constantemente e há sempre oportunidade de recomeçar. E recomece quantas vezes for necessário. O processo importa, os detalhes importam. A dor nos faz lembrar que estamos vivos, que somos feitos de carne e somos parte de algo incrivelmente lindo e maior que nós. Há beleza no caminho e significado na dor. Honre seu percurso e a sua dor. Faça ela de impulso pra sua transformação, e confia que o vento leva e o tempo cura."

Os planos eram apenas para setembro, mas a procura pelo artista foi tão grande, que ele pretende estender o projeto por tempo indeterminado, pois acredita que a visibilidade para assuntos como este precisa ser cada vez maior.

Além disso, Mahadevil quer conscientizar outros artistas e pessoas mostrando que é possível ajudar o próximo sem esperar nada em troca e, ele acredita que a sociedade está vivendo um tempo de amor e que atitudes como essa serão mais comuns.


Como fazer parte do projeto

Para participar, o tatuador pede que as pessoas mandem uma mensagem pelo e-mail cicatrizes@mahadevil.com.br, contando suas histórias, em quais estados elas residem e anexando uma foto. Os relatos enviados de outras cidades fora de São Paulo são encaminhados a tatuadores de diferentes lugares do país, que se candidatam a participar do projeto pelo e-mail selecaotatuadores@mahadevil.com.br.

De acordo com o ilustrador, nem sempre é possível que todas as pessoas sejam atendidas, já que a quantidade de mensagens recebidas é muito grande. No entanto, Mahadevil pede para que os que não foram atendidos não desistam e possam ser inspirados por esse trabalho.

"Cada movimento que a gente dá, a gente respinga para outras pessoas também. Então, que bom que isso está chegando em lugares, né? Vamos dar visibilidade para essa causa. O objetivo é inspirar as pessoas a trabalharem também esse outro lado", afirmou.


DIA MUNDIAL DO DOADOR DE MEDULA ÓSSEA (19/09)

Cadastro de novos doadores sofre queda de 30% e prejudica a espera de pacientes em busca de transplantes

 

A espera por um doador compatível de medula óssea pode levar meses, o que acaba por agravar a saúde do paciente. Embora o Brasil tenha o terceiro maior banco de doadores do mundo, com 4,7 milhões de cadastros, houve redução de 30% do número de novos doadores desde o início da pandemia. Essa queda prejudica quem enfrenta doenças graves, como linfomas e leucemias, e depende de um transplante.

“Precisamos de rapidez para encontrar doadores compatíveis. Quanto mais o tempo passa, a saúde do paciente se agrava e suas chances de recuperação começam a diminuir”, afirma o Dr. Rodrigo Santucci, diretor de relações institucionais do Hemocentro São Lucas, que atende o Grupo Leforte de hospitais e clínicas especializadas.

No sábado, dia 19, é celebrado o Dia Mundial do Doador de Medula Óssea. O transplante consiste na substituição da medula óssea doente por células normais de um doador compatível, para que a medula do paciente se recupere e volte a desempenhar as suas funções adequadamente.

O procedimento é indicado para casos de doenças do sangue, como leucemia aguda, leucemia mieloide crônica, linfomas, anemias graves, hemoglobinoplatias, imunodeficiências congênitas, mieloma múltiplo, osteopetrose, talassemia major e outras.


Cadastro atualizado


“Parece uma coisa simples, mas uma grande preocupação que temos é com o cadastro de doadores. É muito importante que ele esteja sempre atualizado. Não são raros os casos em que surge um paciente compatível, mas os dados do doador são antigos e não conseguimos mais encontrá-lo”, conta o Dr. Santucci.
O processo para se tornar um doador é simples. Veja as etapas:

  • Coleta - Procure um hemocentro especializado e agende uma coleta de sangue para análise (são necessários apenas 5 a 10 ml).
  • Análise – O material passa por análise e, em seguida, é feito um cadastro no REDOME (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea).
  • Cadastro – Mantenha os seus dados atualizados para facilitar o contato em caso de pacientes compatíveis. É possível alterar informações no site do REDOME.
  • Doação - Quando houve um paciente compatível, o doador é chamado para o procedimento de coleta. Existem diferentes técnicas, sendo todas muito seguras e rápidas.


Compatibilidade parcial


Atualmente, o aperfeiçoamento de uma técnica tem beneficiado muitos pacientes com dificuldade para encontrar doadores totalmente compatíveis. O procedimento permite utilizar células tronco de pessoas parcialmente compatíveis, combinada com o uso de medicações, para o sucesso do transplante.

A compatibilidade entre doador e paciente é definida pelo HLA (antígeno leucocitário humano), uma proteína presente na superfície dos leucócitos (glóbulos brancos do sangue). Os tipos de HLA variam de acordo com o material genético herdado pelos pais, sendo metade da mãe e a outra metade do pai. Quando não há doadores compatíveis na família, busca-se um doador no REDOME.


Contudo, o pai ou a mãe tem necessariamente 50% de compatibilidade com o paciente. “A grande vantagem desse método é que podemos ganhar tempo, sem depender de outros doadores”, explica o Dr. Santucci. Apesar disso, explica o especialista, é preferível um doador 100% compatível, aparentado ou não.


Doação de sangue


Além da queda no cadastro de novos doadores de medula óssea, os bancos de sangue também tiveram uma redução das doações. A queda foi de 25%, desde o início da pandemia.


Uma bolsa de sangue pode salvar a vida de até quatro pessoas. A doação de sangue é um procedimento totalmente seguro, pois o
organismo repõe muito rapidamente a quantidade doada. São usados apenas materiais descartáveis para a doação. Além disso, a bolsa de sangue é testada para HIV, hepatites B e C, chagas, sífilis e outras doenças.

Para doar, faça o agendamento pelos telefones (11) 3660-6000 ou (11) 3660-6044. O horário de funcionamento é de segunda a sábado, das 8h às 17h. Endereço: Rua Barão de Iguape 212 – 2º andar.

 

 

Grupo Leforte


Dia da Dermatite Atópica: doença afeta crianças na idade escolar e pode comprometer aprendizagem

  Estudos revelam risco maior para déficit de atenção, depressão e hiperatividade, além de impacto na qualidade de vida de familiares

 

O dia 23 de setembro é lembrado como Dia da Conscientização da Dermatite Atópica, doença causada por um desbalanço na resposta imunológica e que afeta de 10% a 20% das crianças em idade escolar, podendo contribuir no comprometimento da aprendizagem, dificuldades sociais, familiares e ainda levar a mudanças de humor e personalidade[i],[ii].

A doença apresenta graus que variam entre leve, moderado e grave. Os casos moderados e graves são os que causam maior impacto físico e emocional para os pacientes, independentemente de sua idade. Tal impacto está relacionado as lesões vísives na pele, como também ao prurido e suas consequências, como distúrbios do sono[iii],[iv],[v],[vi].

Uma pesquisa realizada com pacientes de 5 a 16 anos, de um serviço de Dermatologia da região sul do Brasil, avaliou crianças e adolescentes, sendo que 30% deles possuíam dermatite atópica como diagnóstico nas consultas dermatológicas. Aqueles que possuíam alguma doença crônica, como é o caso dos diagnosticados com a DA, tiveram 2,5 vezes mais a qualidade de vida impactada, sendo a esfera dos sentimentos e das relações pessoais a mais afetada[vii].

“A coceira é o principal sintoma da dermatite atópica. Ela muda a aparência da pele, gerando possíveis transtornos de autoestima, bullying e redução da socialização. Além disso, é extremamente desconfortável, sendo capaz de afetar o sono também dos familiares responsáveis pelas noites da criança”, explica Mayra Ianhez, médica dermatologista e professora da Universidade Federal de Goiás (UFG). Estudos revelam que distúrbios do sono associados atingem até 60% das crianças com dermatite atópica, chegando a 83% durante as crises da doença[viii].

Pais e cuidadores dessas crianças diagnosticadas com DA também são impactados. A falta de sono que atinge os pais pode até ser comparada com a de familiares de crianças autistas ou que têm convulsões[ix]. Segundo a dermatologista, os pais da criança com dermatite atópica têm sentimentos de exaustão, frustração, desamparo e culpa. Há maior probabilidade de instabilidade no casamento e também no relacionamento com outros entes familiares. “Há um ciclo de consequências para os pais também, pois se ausentam mais do trabalho, têm menos atividades sociais, se estressam mais com o cuidado com a criança e têm mais desafios relacionados à disciplina”, destaca.

Perder a qualidade de sono já é algo esperado para pais de crianças pequenas, mas isso é amplificado quando as mesmas apresentam dermatite atópicaix. O cuidado durante a noite com o filho pode ser bem complexo, ainda que consigam fazê-lo pegar novamente no sono após a crise de pruridoix. Cerca de 41% dos pais disseram continuar acordados mesmo após a criança voltar a dormir, resultando em perda de sono de 1 a 3 horas por noiteix.

A doença e o tratamento

A dermatite atópica é uma doença crônica e com predisposição genética, causada por uma resposta exagerada do sistema imunológico, chamada de Inflamação Tipo 2iii,iv,v. Na prática, o paciente predisposto geneticamente e com fatores ambientais que propiciam a piora da doença - tais como ressecamento da pele e o contato com substâncias irritantes ou alergênicas - ativa uma reação inflamatória [x]

Mais de 50% das crianças afetadas podem ficar livres da doença ao longo do tempo, entretanto, a outra metade pode evoluir com a doença na idade adulta, especialmente para os casos mais graves e se for acompanhada de outras doenças, como a asma e a rinite alérgicax. Para os casos crônicos e recorrentes, esquemas terapêuticos apropriados para a gravidade de cada paciente devem ser seguidos[xi].

O cuidado mais básico e indicado para todos os casos, de leves a graves, é a hidratação da pele. Essa medida simples promove a umidificação da sua camada mais externa estabilizando-a como barreira protetorax. Além das medidas de cuidados básicos, o médico pode ainda receitar tratamentos tópicos ou sistêmicos, incluindo corticoides, fototerapia, imunossupressores e medicamento biológico, conforme a gravidade da doença.

 

 


Sanofi 


[i] Associação de Apoio à Dermatite Atópica. Cartilha À Flor da Pele. Disponível em: https://www.aada.org.br/pdf/aada-flor-da-pele.pdf. Acesso em Agosto, 2020.

[ii] Loney T, Standage M, Lewis S. Psychosocial Effects of Dermatological-related Social Anxiety in a Sample of Acne Patients. J Health Psychol. 2008;13:47-54.

[iii] Eichenfield et al. Guidelines of Care for Atopic Dermatitis. J Am Acad Dermatol. 2014;70(2):338-51.

[iv] European Dermatology Forum. Guideline to treatment. Available at: http://www.euroderm.org/edf/index.php/edf-guidelines/category/5-guidelines-miscellaneous?download=36:guideline-treatment-of-atopic-eczema-atopic-dermatitis. Accessed December 2016.

[v] Gelmetti and Wolleberg. Atopic dermatitis- all you can do from the outside. Br J Dermatol. 2014;170 Suppl 1:19-24.

[vi] National Institutes of Health (NIH). Handout on Health: Atopic Dermatitis (A type of eczema) 2013. Available at: http://www.niams.nih.gov/Health_Info/Atopic_Dermatitis/default.asp. Accessed October 2016.

[vii] Weber MB, Lorenzini D, Reinehr CP, Lovato B. Assessment of the quality of life of pediatric patients at a center of excellence in dermatology in southern Brazil. An Bras Dermatol. 2012;87(5):697-702.

[viii] Na CH, Chung J, Simpson EL. Quality of Life and Disease Impact of Atopic Dermatitis and Psoriasis on Children and Their Families. Children (Basel). 2019;6(12):133.

[ix] Yang EJ, Beck KM, Sekhon S, Bhutani T, Koo J. The impact of pediatric atopic dermatitis on families: A review. Pediatr Dermatol. 2019;36(1):66-71.

[x] Torres T, Ferreira EO, Gonçalo M, Mendes-Bastos P, Selores M, Filipe P. Update on Atopic Dermatitis. Acta Med Port. 2019;32(9):606-613.

[xi] Sociedade Brasileira de Dermatologia. Disponível em: https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-problemas/dermatite-atopica/59/. Acesso em Março, 2020.


Vitamina D diminui os riscos de contágio pelo coronavírus

Além da exposição ao sol, a vitamina D pode ser absorvida pela ingestão diária de alimentos ideais para esta finalidade ou por suplementação 


O isolamento social, imposto como medida de prevenção da covid-19, resultou na baixa exposição ao sol, ocasionando em muitas pessoas a deficiência de Vitamina D, fundamental para o fortalecimento do sistema imunológico. De acordo com artigo publicado pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, a vitamina D diminui o risco de infecções respiratórias e melhora a eficiência de trocas gasosas no pulmão, além de ser essencial para o fortalecimento ósseo, saúde do coração e controle da diabetes. 

Segundo o nutricionista da Clínica-escola da Universidade UNG, Cauê Araújo, sabe-se que diariamente precisamos de minimamente 400 UI (unidades internacionais) de vitamina D, entretanto novos estudos científicos mostram que essa necessidade diária pode estar abaixo do que realmente necessitamos. "Além da exposição ao sol, a vitamina D pode ser absorvida pela ingestão diária de alimentos ideais para esta finalidade ou suplementação", explica. 


Confira a lista com 10 alimentos indicados pelo nutricionista, que são fontes de vitamina D. 


Salmão  

O salmão é o campeão quando se trata de fonte alimentar de vitamina D. Dentre as fontes proteicas, em 100g de salmão selvagem temos aproximadamente cerca de 600 ~ 1000UI e esta grande variação é devido a procedência do produto.  


Óleo de fígado de bacalhau 

O óleo de fígado de bacalhau ou "óleo de peixe" pode ser utilizado em sua forma de óleo (pouco utilizada) é consumido em pequenas capsulas de 5ml, as quais tem uma altíssima concentração, sendo de 400~1000UI em 5ml.  


Sardinha 

A sardinha enlatada possui a quantidades com melhor custo/benefício. Aproximadamente 300UI em 100 gramas de alimento consumido.  


Cavala 

A cavala em conserva vem como uma forte fonte alimentar da vitamina D, sendo que cerca de 100 gramas contêm aproximadamente 250UI da vitamina.  


Atum 

O atum tem uma quantidade generosa de vitamina D em sua composição, com aproximadamente 230UI em aproximadamente 90 gramas. 


Arenque 

O arenque que tem sua variabilidade de consumo tanto cru, enlatado, defumado ou em conserva e é uma ótima opção quando se trata de vitamina D, fornecendo aproximadamente 180 ~ 250UI em cerca de 100 gramas do alimento.  


Gema de Ovo 

Sabe-se que o ovo tem inúmeras propriedades e sua gema é grande fonte de diversos nutrientes, contendo cerca de 20UI por unidade de gema consumidas.  


Cogumelos frescos  

Os cogumelos são uma grande fonte alimentar de proteínas e diversos nutrientes. Muitas vezes são poucos consumidos pelo seu difícil acesso, entretanto contém uma quantidade de 100UI por 100g. 

Cogumelos secos (desidratados) 

Já os cogumelos desidratados, devido a sua desidratação possuem alta concentração de nutrientes com aumento de vitamina D em sua composição, sendo de até 1600UI em 100g.  


Leite de vaca e Iogurtes 

Os lácteos são fontes alimentares de cálcio que também é um mineral importantíssimo quando se trata de vitamina D. Cada litro de leite possui cerca de 40UI, já de iogurtes a cada 100ml, aproximadamente 90UI.  


Pediatra fala sobre retorno das aulas e a pandemia

Saúde mental e socialização são pontos fundamentais para o desenvolvimento infantil, segundo a médica


A pandemia de Covid-19 mudou a rotina de todo o mundo. Para os adultos, a sobrecarga com o home office e as tarefas domésticas e a ameaça do desemprego se tornaram pesos a serem levados no dia a dia. Para as crianças, a ausências das aulas, o tédio por não poder sair e a falta de compreensão do que está acontecendo também causam impactos importantes.

"A escola é o primeiro campo de batalha na vida de uma criança. Lugar que vai muito além de aprendizado de conteúdo. Ali são desenvolvidas habilidades emocionais, contribuindo para o desenvolvimento cerebral", conta a pediatra Dr.ª Flávia Oliveira, da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria).

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, saúde é o bem-estar físico, mental e social do indivíduo e não apenas a ausência de doenças. Dessa forma, os números do estrago da pandemia são ainda maiores do que os mostrados diariamente pela mídia: aumento de transtornos mentais, feminicídio, violência domiciliar etc. "São seis meses de privação do convívio com amigos, professores e até familiares. Muitos dizem que é um ano perdido, mas a perda de conteúdo é até secundário porque o papel e a importância da escola vão além disso", diz a médica.

Dr.ª Flávia ressalta ainda o estresse tóxico causado do número elevado de horas frente às telas que pode gerar alterações permanentes na arquitetura cerebral das crianças. "A formação cerebral termina por volta dos 20 anos de idade, sendo muito vulnerável às experiências adversas", explica.

A retomada das aulas no exterior dá um norte de como podemos agir no Brasil, com exemplos do que deu certo ou não. A pediatra destaca que os pais precisam de opção, uma vez que as necessidades são muito particulares. "O retorno deve ser voluntário para aquelas famílias que necessitam da escola para manutenção de sua estrutura ou mesmo para aquelas que julgam essa ser a melhor opção para seus filhos", conclui.

 



Dra. Flavia Oliveira Pediatra e Neonatologista

Clínica MEDPRIMUS

http://www.medprimus.com.br

 

Exame preventivo aos 45 pode diminuir mortalidade por câncer colorretal


Campanha Setembro Verde conscientiza população sobre detecção precoce da doença


O câncer colorretal é um dos tumores malignos mais recorrentes no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), ele é o segundo mais comum em mulheres e o terceiro em homens. Além disso, a estimativa de novos casos para este ano ultrapassa a faixa dos 40 mil. Para conscientizar a população sobre os riscos dessa doença, a comunidade oncológica realiza, desde 2016, a campanha Setembro Verde, que este ano traz uma boa notícia, o exame preventivo agora deve ser realizado mais cedo.

Até pouco tempo atrás, o recomendado era que a colonoscopia, procedimento responsável por identificar possíveis alterações no intestino grosso e reto, começasse a ser feita somente após os 50 anos. No entanto, essa diretriz foi repensada e acabou sendo modificada pela Sociedade Americana do Câncer em 2018. Agora, grande parte dos médicos já orienta seus pacientes a realizar o exame preventivo a partir dos 45 anos.

“Os estudos mais recentes mostraram que ao diminuir a faixa etária para a realização da colonoscopia, você consegue aumentar expressivamente o número de diagnósticos precoces. Isso acaba resultando em uma diminuição da taxa de mortalidade pela doença, já que as chances de cura no estágio inicial são de 90%”, destaca Ricardo Cembranelli, oncologista do Grupo Onco-Procto do Hospital Felício Rocho.

Ricardo também lembra que esse não é um exame que precisa ser feito constantemente. Caso a primeira colonoscopia não apresente nenhuma alteração, ela pode ser repetida com um espaço de até cinco anos. Já as pessoas que possuem histórico familiar ou que tenham constatado a formação de algum tipo de pólipo, devem buscar a orientação de um especialista para analisar a situação e indicar a periodicidade do exame.


Alimentação

Outra forma de prevenir o câncer colorretal é a adoção de hábitos saudáveis, como não fumar, praticar atividades físicas e se alimentar bem. Segundo pesquisa realizada por cientistas do Centro Médico Tel-Aviv, em Israel, a dieta mais adequada para quem quer diminuir as chances de desenvolver esse tipo de tumor é a mediterrânea. Baseado no consumo de alimentos frescos e naturais, esse cardápio é bastante rico em frutas, verduras, sementes, oleaginosas, grãos, peixes e aves.

“A dieta mediterrânea pode ser uma boa opção justamente porque conta com um baixo consumo de alimentos que podem causar inflamação no trato gastrointestinal o que, a longo prazo, corre o risco de ser cancerígeno. Por isso, orientamos as pessoas a não ingerirem mais do que 500g carne vermelha por semana; a evitar ao máximo todos os tipos de bebidas açucaradas, além de não comer alimentos processados, entre eles salsicha, mortadela, presunto, bacon, blanquet de peru e salame”, explica Ricardo.


Sintomas e tratamentos

Assim como vários outros tipos de tumores, o câncer colorretal também pode ser silencioso. Mas em alguns casos o paciente apresenta sintomas, como sangue nas fezes, alteração do hábito intestinal, dor ou desconforto abdominal, fraqueza e anemia, perda de peso sem causa aparente, alteração na forma das fezes ou massa abdominal. Como esses sinais também podem indicar outros problemas de saúde, é importante que a pessoa procure um médico para realizar o diagnóstico e indicar o tratamento mais adequado.

Ricardo conta que hoje existem várias formas de tratar o câncer colorretal. Se a doença estiver em estágio inicial, geralmente é realizada apenas uma cirurgia de remoção do tumor. Já nos casos mais avançados pode ser indicada também sessões de radioterapia, quimioterapia ou imunoterapia. No entanto, O médico destaca que o melhor remédio de todos ainda é a prevenção “Não existe segredo para se ter uma boa saúde, tudo passa por manter hábitos saudáveis e consultar regularmente o seu médico”, conclui.

 



Grupo Onco-Procto do Hospital Felício Rocho

 

Atividades físicas: ombro em risco na pandemia

 Pixabay


Com a pandemia, a rotina de todos mudou. Estar em casa se tornou um hábito e a busca por atividade física, longe das academias vem sendo frequente, seja pela reabertura e fechamento constante das academias, seja pela necessidade de isolamento por ser fator de risco para a Covid-19. Tem-se observado um número crescente de lesões no ombro pelas atividades desenvolvidas sem acompanhamento técnico. Com o acesso fácil a vídeos na internet, muitos acreditam que podem fazer os mesmos exercícios em casa. Porém o risco para as articulações é enorme. Exercícios que parecem fáceis de fazer podem ser prejudiciais, causando rupturas de tendões do ombro. Atividades que usam o peso do corpo, como flexão de barra, flexão de solo e exercícios para tríceps usando bancos ou cadeiras são os principais causadores de lesões, devendo ser evitados. Além disso, é frequente usar muito mais peso do que o indicado, fazendo de forma incorreta, sobrecarregando coluna, cotovelo, punhos e ombro. Ou seja, o que era para trazer benefícios, traz prejuízos dolorosos.

 

Os instrutores de academia têm as informações necessárias para que o aluno realize a atividade da maneira correta. O personal trainer ajuda no posicionamento da postura, prevenindo  lesões. Em qualquer dúvida ou dor no corpo, a recomendação é procurar um especialista.

Atividade física é importante e deve ser feita, porém os cuidados devem ser redobrados para que o resultado seja o melhor possível dentro das limitações que a pandemia trouxe no cotidiano das pessoas.


Cuidados necessários para realizar atividades físicas em casa sem lesionar o ombro:

- Não usar muito peso, o condicionamento deve ser bem leve, nada de borracha ou elástico muito rígido, o fato de colocar muito peso vai sobrecarregando a musculatura e também as articulações, principalmente se fizer o exercício de forma incorreta;

- O aquecimento é fundamental, é aí que anuncia ao corpo que ele vai passar por um exercício físico, por uma atividade. Por isso, é importante e indispensável fazer o aquecimento;

- Outro ponto é saber em qual estágio a pessoa está na academia e a finalidade da atividade - se é uma pessoa que está iniciando, se quer perder peso, ou é um aluno que não quer perder o músculo que levou bastante tempo para conseguir adquirir;

- Deve-se considerar também a idade da pessoa, isso tudo vai fazer diferença e deve ser pensado antes de uma atividade física.

 

 


Dr. Vagner Messias - médico ortopedista do Hospital VITA (Curitiba-PR), especialista em ombro e cotovelo.

www.hospitalvita.com.br

 

Na contramão das estatísticas, Unidade de Cuidados prolongados zera casos da Covid-19, há três meses

Com 100 leitos destinados a pacientes do grupo de risco da Covid-19, hospital registrou apenas 7 casos. Todos recuperados.


Mesmo com vulnerabilidades características dos pacientes do local, como pessoas acima de 60 anos, não houve nenhum óbito pelo coronavírus desde o início da pandemia e os poucos idosos que contraíram a doença estão plenamente recuperados. Foi o que aconteceu no IBCC Jaçanã, unidade destinada exclusivamente para o cuidado e tratamento de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) que necessitam de internação de longa permanência.

O IBCC Jaçanã que disponibiliza mais de 100 leitos ativos com ocupação de 95%, por idosos e/ou pessoas com doenças crônicas, consideradas alvos para o desenvolvimento da Covid-19 na forma mais grave, seguiu as diretrizes e treinou incessantemente os profissionais o que resultou em uma baixa taxa de contaminação. Em mais de 180 dias de quarentena, não houve óbito e dos 7 idosos que apresentaram a doença todos estão curados.

A unidade contou com o apoio intenso do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) local, instruiu todos os profissionais e realizou diversos treinamentos e rodas de conversa sobre a doença e sobre maneiras de prevenir. Outro importante resultado observado é que há mais de 90 dias, desde junho até agora, não houve mais contaminação pela doença no IBCC Jaçanã.

De acordo com mapeamento feito pelo Ministério Público Estadual, em 449 Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPIs), localizadas na cidade de São Paulo, houve registro de 190 óbitos e 755 casos novos da Covid-19 desde o início da pandemia. A bioquímica e coordenadora da área de Qualidade e Segurança do Paciente do IBCC Oncologia, Telma de Bellis Kühn, ressalta que a Unidade segue na contramão de estabelecimentos correlatos e que prestam esse atendimento. "O objetivo da instituição sempre foi e será preservar a vida dos pacientes internados e evitar que sejam contaminados por qualquer doença e a atenção foi maior ainda por causa da gravidade da Covid-19", diz. A assistente de diretoria do IBCC Jaçanã, Ingrid Gonçalves, destaca que as visitas foram sendo restritas de maneira gradual no Hospital e de acordo com o quadro de saúde geral de cada paciente. "Mesmo no período em que havia visita, as pessoas eram abordadas logo na entrada da unidade, todas passavam pela aferição de temperatura e sempre solicitávamos para que higienizasse as mãos nos toaletes da recepção", ressalta. Algumas das ações adotadas pelos profissionais da unidade:

• Trocar uniformes dentro do hospital.

• Higienizar constantemente as mãos.

• Revisar frequentemente a disponibilidade de álcool em gel em vários pontos para facilitar o acesso e incentivar o uso.

• Usar máscara adequada para cada tipo de atendimento.

• Evitar aglomerações.

• Colocar sinalizações em pontos estratégicos.

• Respeitar as sinalizações feitas em ambiente hospitalar.

• Utilizar equipamento de proteção individual.

• Apresentar vídeos demonstrativos para o correto uso de EPIs.

• Treinar de maneira rigorosa para o correto manuseio de EPIs.

• Ter uma comunicação clara e frequente entre os profissionais, inclusive por WhatsApp.

• Acompanhar minuciosamente os casos suspeitos por todos os integrantes do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar.

• Revisar fluxos de atendimento com a participação ativa dos participantes do comitê de enfrentamento da pandemia de Covid-19.

• Praticar de forma elevada a cultura da segurança do paciente, com discussão de casos de pacientes e de avanços científicos.

• Ter atenção rigorosa aos detalhes de cada atendimento.

• Cultivar o incentivo mútuo de prevenção.

 

Dia 21 de setembro: Dia Mundial do Alzheimer

SBGG fala sobre a doença que afetará 152 milhões de pessoas até 2050

 

Em 21 de setembro de 1994 a Organização Mundial da Saúde (OMS) instituiu o Dia Mundial do Alzheimer que tem por objetivo conscientizar a sociedade sobre a doença e alertar para a importância da prevenção, cuidado e apoio para seus portadores. Prevê-se que até 2050 existirão 152 milhões de portadores da doença no mundo, segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (ABRAz).

Descoberta por Alois Alzheimer em 1906, a enfermidade que leva o seu sobrenome, se apresenta com um quadro de demência, ou seja, perda progressiva de funções cognitivas (memória, orientação, atenção e linguagem), causada pela morte das células cerebrais. A Doença de Alzheimer reduz a capacidade de viver com autonomia e independência, de estabelecer relações sociais e, com frequência, pode interferir no comportamento e até na personalidade da pessoa.

Ainda não se sabe ao certo por que a Doença de Alzheimer se inicia num indivíduo, mas são conhecidos alguns fatores de risco que aumentam a chance de ter a doença (por exemplo hereditariedade, ter diabetes e hipertensão). O cérebro é acometido por alterações que levam à destruição de muitas células nervosas (neurônios) e, consequentemente das ligações entre elas, comprometendo as funções cognitivas, principalmente a memória.

As últimas pesquisas mostram que essas alterações se instalam muitos anos antes do aparecimento dos sintomas da doença, o que reforça a necessidade de prevenção relacionada aos fatores de risco que são conhecidos e a importância de se identificar os primeiros sinais da doença.

 

Conforme Dra. Christiane Machado, médica geriatra e Membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), “A Doença de Alzheimer é uma das patologias mais desafiadoras dos últimos tempos. Acomete um grande número de idosos, já vulneráveis pelo próprio envelhecimento; e leva a um ônus econômico, social e pessoal muito significativos. Para cada doente com Alzheimer, uma família estará envolvida diretamente. Haverá provavelmente um sofrimento compartilhado”.

 

É importante que os familiares tenham conhecimento sobre as manifestações clínicas e as diferentes fases da Doença de Alzheimer, o que fará com que as atitudes sejam mais adequadas no cuidado com alguém portador da doença. "Sabemos que é difícil a missão de cuidar de alguém com Alzheimer, principalmente se esse alguém for um familiar. E um dos problemas mais comuns, especialmente na fase moderada da doença, é o paciente se perder. Muitas vezes porque sai sozinho num momento de distração do cuidador ou perde o senso de orientação num caminho antes bastante conhecido". 

 

Nesse sentido Christiane alerta para algumas medidas que podem ser eficazes nessas situações, caso elas ocorram. “Uma delas, por exemplo, é o idoso com Alzheimer usar um bracelete com dados que o identifiquem (nome, idade, endereço) além do telefone de um familiar e observações importantes sobre sua saúde, como ser diabético ou ter alergias, por exemplo. Em caso de estar perdido ou ter algum acidente, o acesso a essas informações pode ser vital”. 

 

A especialista da SBGG continua. “É oportuno para uma sociedade como a nossa, em que as pessoas cada vez mais envelhecem e são mais predispostas a desenvolverem a Doença de Alzheimer, dedicar um dia para todos pensarmos juntos sobre um tema tão relevante.”

 

Sobre a importância do Dia Mundial do Alzheimer, Dr. Carlos Uehara, Presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia complementa: “A SBGG desenvolve campanhas permanentes de esclarecimentos e informações para a população idosa e seus cuidadores. Porém, datas como essa são de suma importância para que possamos chamar a atenção da sociedade para problemas que, muitas vezes, caem um pouco no esquecimento ou não são tão bem debatidos e esclarecidos”.

 




Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia  - SBGG


Ao celebrar 32 anos, SUS tem novos desafios para superar

Engajamento das sociedades médica e civil contribui para garantir novas conquistas aos pacientes oncológicos

 

Neste mês, o Sistema Único de Saúde completa 32 anos de existência e conquistas para o povo brasileiro. Criado em 1988, o SUS é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo e o único a garantir assistência integral e completamente gratuita para a população, prestando atendimento a mais de 11 milhões de pessoas diariamente. A redução da mortalidade infantil, o aumento da expectativa de vida e melhora significativa dos principais indicadores de saúde no Brasil são algumas das conquistas do SUS nas últimas três décadas.

De acordo com a Dra. Clarissa, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), as conquistas até agora não devem ser menosprezadas. “O SUS aumentou o acesso dos brasileiros à saúde como não se pensava ser possível 30 anos atrás. O Brasil se tornou, ao longo dos anos, referência em política de vacinação e de transplante e hoje temos outros desafios que precisamos enfrentar por conta do novo perfil epidemiológico da população”.  A oncologista explica que, com o aumento da expectativa de vida, o cuidado da saúde e gestão do sistema precisa se adaptar para atender pacientes de doenças crônicas, como o câncer. “Apesar dos avanços, ainda enfrentamos desafios como restrição orçamentária, trocas recorrentes de ministros, além do diagnóstico tardio. No caso do câncer, dados do DATASUS apontam que 45,9% dos pacientes foram diagnosticados em estágios avançados da doença.”

Outro desafio é a incorporação de novos medicamentos oncológicos. Para apoiar o ministério na avaliação de tecnologias que sejam custo-efetivas e ao mesmo tempo que garantam melhores jornadas a pacientes, a SBOC tem participado ativamente nas consultas públicas e acompanhado de perto a implementação de políticas oncológicas. Desde 2016, submeteu 6 medicamentos e todos foram incorporados. Entre eles, drogas que mudam a trajetória do tratamento de câncer de rim, de mama e de pele.  

“Apesar de todos os nossos esforços para a incorporação, a compra e o acesso ainda são um desafio. Precisamos diminuir a distância entre a incorporação e o acesso efetivo do paciente ao medicamento. A SBOC e seus oncologistas trabalham constantemente para aproximar pacientes dos melhores tratamentos e para construir, junto com governo e sociedade civil, um sistema melhor e mais justo. Não é só sobre comprar medicamento, mas também avaliar seus benefícios clínicos, buscar soluções conjuntas de financiamento e garantir que ele chegará no paciente, em qualquer cidade do país. completa Dra. Clarissa.

 



SOBRE A SBOC - SOCIEDADE BRASILEIRA DE ONCOLOGIA CLÍNICA

A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) é a entidade nacional que representa mais de 1,9 mil especialistas em oncologia clínica distribuídos pelos 26 Estados brasileiros e o Distrito Federal. Fundada em 1981, a SBOC tem como objetivo fortalecer a prática médica da Oncologia Clínica no Brasil, de modo a contribuir afirmativamente para a saúde da população brasileira. É presidida pela médica oncologista Clarissa Mathias, eleita para a gestão do biênio 2019/2021.


Toalha de banho pode criar ambiente favorável para contaminações por microrganismos

As toalhas, itens indispensáveis na rotina de higiene diária de banho, podem transformar toda a sensação de limpeza em um problema à saúde. Isso porque, segundo a clínica-geral do Hospital Edmundo Vasconcelos, Ligia Raquel de Brito, esses pedaços de tecidos são ambientes favoráveis para a proliferação de fungos e bactérias quando não higienizados de forma correta.

“A toalha reúne dois elementos importantes para este cenário: umidade e matéria orgânica, na forma de pele descamada e cabelos, por exemplo. Essa união favorece a proliferação de microrganismos, como ácaros, e traz risco quando a peça é usada ainda úmida e sem lavagem adequada”, explica a médica.

O alerta dado pela especialista refere-se à possibilidade do contato da toalha com a pele ocasionar alergias, como lesões em pessoas que já sofrem com dermatite atópica, por exemplo. Para evitar esse problema, é preciso atentar-se à frequência de lavagem e à secagem por completo das toalhas antes do seu uso.

“É preciso lavar a cada dois dias no mínimo, sendo o ideal um dia sim e outro não, sempre com água abundante e sabão. Lembrando de nunca usar a toalha úmida, portanto, caso entre um banho e outro ela não seque, opte por outra”, salienta Ligia. “Outra dica importante é não deixar a toalha secando no box, prefira lugares ventilados”, reforça.

A possibilidade de transmissão de microrganismos, e até mesmo do vírus HPV, existe também quando é feito o compartilhamento das toalhas. Segundo a médica, essa prática não deve ocorrer nunca por abrir brechas para consequências graves à saúde.

“Cada integrante da família deve ter a sua toalha. Compartilhar esse item pode gerar a transmissão de doenças como o HPV – pois o vírus permanece ativo no tecido -, infecções de pele e escabiose, mais conhecida como a sarna”, conclui.

 




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Quarta fase da Epicovid indica desaceleração da epidemia na maior parte do país

Percentual de brasileiros com anticorpos contra o novo coronavírus caiu de 3,8% em junho para 1,4% em agosto nas 133 cidades avaliadas. Segundo os autores, a metodologia retrata com precisão as infecções ocorridas nos últimos 45 dias (foto: Daniela Xu/Epidemiologia UFPel)


O percentual de brasileiros que apresentam anticorpos contra o novo coronavírus caiu de 3,8% em junho para 1,4% em agosto, segundo os dados mais recentes da pesquisa Epicovid-19 BR, divulgados nesta terça-feira (15/09). Na avaliação dos autores, o resultado é um forte indício de que a epidemia está em desaceleração na maior parte do país.

A quarta fase da coleta de dados do projeto incluiu 33.250 participantes de 133 cidades e foi conduzida entre os dias 27 e 30 de agosto por uma equipe coordenada por Pedro Hallal, reitor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).

Nas três etapas anteriores – uma concluída em maio e outras duas no mês de junho, nas mesmas 133 cidades – a soroprevalência havia seguido tendência de elevação: 1,9%, 3,1% e 3,8%, respectivamente. A exceção foi a região Norte, onde em algumas localidades fortemente afetadas no início da pandemia os pesquisadores registraram queda na proporção de soropositivos entre a segunda e a terceira fases do estudo. Outras duas etapas de coleta devem ser realizadas nos próximos meses, com apoio da FAPESP (leia mais em: agencia.fapesp.br/34015).

De acordo com Hallal, quando a pesquisa começou, acreditava-se que os anticorpos contra o SARS-CoV-2 permaneciam um longo tempo no organismo, assim como ocorre no caso do coronavírus causador da síndrome respiratória aguda grave (SARS-CoV), que é muito parecido. No entanto, evidências mais recentes indicam que o teste rápido – feito com uma gota de sangue extraída do dedo – capta com sensibilidade as infecções recentes, de até 45 dias, podendo também detectar infecções graves um pouco mais antigas.

“Inicialmente tratávamos a Epicovid como uma filmadora, que poderia mostrar a evolução da soroprevalência no país ao longo da epidemia, de forma cumulativa. Agora sabemos que os anticorpos têm duração limitada e, portanto, o que temos são várias fotografias de momentos diferentes. Embora não seja possível estimar o total de brasileiros que já teve contato com o vírus em algum momento da vida, conseguimos ver com precisão o percentual de pessoas que foram infectadas recentemente e esse número está claramente caindo”, explica o pesquisador.

Tendências

Hallal destaca que os resultados mais recentes revelam uma mudança na faixa etária dos infectados entre junho e agosto. Nos primeiros meses da pandemia, a soroprevalência foi maior entre pessoas de 20 a 50 anos, justamente aquelas em idade produtiva e que tiveram mais dificuldade para aderir ao isolamento social. Agora, o percentual diminuiu nesse grupo e aumentou entre crianças e idosos. Do ponto de vista socioeconômico, a tendência se manteve estável em todas as fases da pesquisa: pessoas cujas famílias se encontram entre as 20% mais pobres da população apresentam prevalência mais de duas vezes superior à observada entre os 20% mais ricos.

Houve uma queda importante da prevalência entre indígenas nos últimos meses – reflexo da desaceleração da epidemia na região Norte. Por outro lado, pretos e pardos continuam a apresentar maior chance de infecção em comparação aos brancos.

“Nesta quarta fase ficou bem clara a interiorização da pandemia. Hoje o vírus está muito mais forte nos municípios do interior do que nas capitais – o que é muito diferente do observado nas fases anteriores”, comenta Hallal.

As cidades com maior soroprevalência na última medição foram Juazeiro do Norte (8%) e Sobral (7,2%) – ambas no Ceará. Na sequência estão as paraenses Santarém (6,4%) e Altamira (5,2%). No Estado de São Paulo, a primeira colocada é Ribeirão Preto (2,8%), seguida por Araçatuba (2%), Campinas (0,8%) e capital (0,8%).

“Esse tipo de resultado é importante para guiar as políticas de saúde, pois revela a realidade sanitária de cada região”, diz Hallal. “Lamentamos que tenha havido um hiato de dois meses na coleta de dados causado pela quebra no financiamento do Ministério da Saúde. Se tivéssemos dados coletados em julho e no início de agosto, provavelmente teríamos conseguido detectar tendências que infelizmente se perderam. Nossa história vai contar o começo e o fim da epidemia, mas uma parte do meio se perdeu. A FAPESP e o Todos Pela Saúde salvaram o Epicovid, estudo que é patrimônio da sociedade brasileira”, afirma Hallal.

 



Karina Toledo

Agência FAPESP 

https://agencia.fapesp.br/quarta-fase-da-epicovid-indica-desaceleracao-da-epidemia-na-maior-parte-do-pais/34162/


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