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sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Lesão no menisco: ninguém está ileso


O rompimento pode causar dores e problemas de mobilidade, que pode atingir idosos, esportistas e até pessoas sedentárias


Mais conhecido e comentado entre atletas, a lesão do menisco atinge diferentes perfis. Pessoas com sobrepeso e principalmente sedentárias podem eventualmente apresentar lesão do menisco, mesmo sem ter sofrido um trauma. Isso ocorre pois a falta de musculatura gera uma sobrecarga da articulação e consequentemente do menisco, gerando o que chamamos de lesão degenerativa. Esse tipo de lesão no menisco medial é muito comum após os 40 anos de idade, mesmo em pacientes assintomáticos. No idoso, como o menisco fica mais rígido e calcificado, pode ocorrer lesão aguda ao fletir muito o joelho ou mesmo no simples movimento de se levantar de um sofá baixo. Já nos praticantes de atividade física, a lesão acontece em sua maioria por entorse no joelho.

Ao sofrer uma lesão, ocorre dor intensa e inchaço da articulação, geralmente horas após o trauma. “As primeiras dores costumam aparecer de forma intensa, junto com o inchaço e a perda ou bloqueio do movimento do joelho. Diferente da lesão ligamentar, o edema ocorrer horas após o trauma e não minutos após"– afirma.

Em cada joelho existem dois; o medial (interno) e o lateral (externo). São formados basicamente por tecido fibrocatilaginoso e ficam entre o fêmur e a tíbia e responsáveis por absorver o impacto, auxiliar na congruência articular e na estabilização do joelho. As lesões quando não são tratadas causam um desequilíbrio desses fatores, levando ao desgaste.

Nem todos os casos necessitam de intervenção cirúrgica. O tratamento conservador com fisioterapia é o preconizado para melhorar a musculatura, aliviar a dor e melhorar sintomas em até 4 meses. Os casos refratários são submetidos a cirurgia. “Independente da faixa etária e do estilo de vida, é importante manter-se ativo fisicamente e manter um trabalho de fortalecimento muscular de acordo com a atividade física praticada. Esse cuidado reduz a sobrecarga no menisco, evitando as lesões degenerativas como as associadas a patologias como artrose e obesidade. Também ajuda a proteger o joelho e suas estruturas na contusão ou entorse” – comenta Thiago.

Situações que envolvem lesão complexa do menisco têm difícil reparo cirúrgico por deixar o menisco friável e geralmente já é associado a desgaste local da articulação. Em outros casos a lesão aguda por contusão ou entorse do joelho necessita uma abordagem cirúrgica reparando/suturando o menisco.

Muitos especialistas afirmam que a cura percorre entre os 90%, pois a maioria das lesões ainda são as degenerativas. “O diagnóstico precoce é essencial para o tratamento que varia de diminuição de intensidade de exercícios à fisioterapia. Nos casos agudos quando indicado cirurgia, quanto antes o paciente for submetido ao procedimento, maior é a chance de reparo da lesão com preservação do menisco. Tudo dependendo do tipo de lesão, a região do menisco atingida e o quanto o paciente é ativo. Atualmente não levamos muito em conta a idade cronológica do paciente para indicar o melhor tratamento.” – pontua.

Vale ressaltar que antes de iniciar a pratica qualquer atividade física é indicado passar por avaliação médica para prevenir lesões relacionadas com a modalidade esportiva e dependendo da atividade é recomendado o acompanhamento dee um profissional habilitado durante a realização dos exercícios.





THIAGO RIGHETTO - Médico ortopedista (CRM:125.722) com especialização em traumatologia do esporte e cirurgia do joelho; é membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho e da Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte; é também diretor da Associação Brasileira de Medicina de Áreas Remotas e Esportes de Aventura; e membro das internacionais ISAKOS, AAOS e AMSSM. Já foi médico pelo Comitê Paralímpico Brasileiro na Paralimpíada do Brasil em 2016 e da seleção de judô paralímpica no 5th IBSA World Games (Seul - Coreia do Sul) em 2015, sendo o médico responsável por essa seleção de 2014 a 2018. Saiba mais sobre o profissional em: www.drthiagorighetto.com.br


Graves infecções podem ser causadas com hábito de roer unha


Em caso recente na Escócia, situação quase levou um homem à morte; SBCM faz alerta


Por ansiedade, nervosismo ou até mesmo ato involuntário, muitas pessoas têm o hábito de roer a unha. Mas a mania pode causar sérios problemas nas mãos, como em caso recente registado na Escócia. Um homem de 48 anos precisou ser submetido a uma cirurgia de urgência, após contrair uma grave infecção no dedo indicador da mão direita. O escocês foi ao hospital depois que a ponta do dedo começou a edemaciar e colecionar pus. Na emergência, informaram que se demorasse um pouco mais a buscar tratamento, a infecção poderia ter sido fatal.

Outro caso de repercussão, ocorrido em 2018, no Reino Unido, quase vitimou um rapaz, à época, com 28 anos, que havia arrancado uma cutícula da unha com os dentes. A infecção evoluiu para um quadro de septicemia, condição potencialmente fatal que surge quando a resposta do corpo a uma infecção danifica os seus próprios tecidos e órgãos.

Especialistas da SBCM (Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão) explicam que, ao roer a unha, a pele que fica ao lado dela – e que tem a função de proteção e suporte – é lesionada, facilitando a entrada de bactérias, que levam à infeção. Isso porque, sendo a boca um local repleto de germes, ao morder um ferimento aberto, muitas bactérias são infiltradas. Rompendo a camada que envolve o dedo, o risco de proliferação de bactérias, fungos e vírus aumentam em 80%.

Chamada de paroníquia, a infecção ao redor das unhas causa edema e vermelhidão, além de dor forte no local. Em pessoas com diabetes, os problemas podem ser ainda maiores.

Em estágios avançados, a paroníquia pode levar à complicações e representar um risco de septicemia. O tratamento irá depender do nível da infecção e pode variar desde uma simples limpeza tópica, um tratamento sistêmico (com administração de antibióticos), até uma pequena cirurgia para remover a coleção purulenta.

Como as estruturas na ponta dos dedos são muito próximas, uma infecção que atinge a unha tem grandes chances de se espalhar para o osso, articulação e tendão, resultando em sérios problemas. A compulsão em roer as unhas pode causar até deformidade dos dedos.




SBCM (Sociedade Brasileira de Cirurgia de Mão)


Coronavírus: o Brasil está preparado?


Professor de Saúde Pública do Centro Universitário São Camilo – SP diz que o SUS tem protocolos eficazes para rastrear a entrada do vírus no País e tratar possíveis casos


A OMS declarou emergência internacional de saúde para o Coronavírus, o que eleva o estado de prontidão dos países no sentido de tornar ainda mais rigoroso o controle da circulação do vírus. As informações sobre sua dispersão geográfica estão sendo atualizadas diariamente pela agência das Nações Unidas.

No Brasil estamos preocupados e torcendo para que ele não aporte por aqui, mas as perguntas são inevitáveis: estamos preparados para impor barreiras à entrada do vírus? Estamos prontos para diagnosticar e tratar os doentes?

O médico sanitarista Sérgio Zanetta e professor de Saúde Pública do Centro Universitário São Camilo - São Paulo esclarece que “o SUS possui há 30 anos um sistema preventivo e contínuo, com protocolos rígidos para conter a entrada desse tipo de vírus no País e tratar os casos que porventura possam ter passado pelas barreiras da Vigilância Sanitária”.

Em todos os pontos de acesso ao Brasil – fronteiras, portos e aeroportos – há uma equipe da Vigilância Sanitária de prontidão 24 horas por dia, durante 365 dias do ano, para monitorar a entrada no País. Ninguém tem acesso ao território brasileiro com febre ou qualquer sintoma suspeito mesmo que não haja alarme internacional.

Um boletim diário recebido da OMS indica os países dos quais os viajantes devem receber mais atenção. Quando as emergências sanitárias acontecem, como neste momento, as ações são redobradas. Atualmente, os passageiros provenientes da China são os principais pontos de atenção.

Vale ressaltar, entretanto, que como não existe voo direto entre China e Brasil, os passageiros que aqui chegam já passaram por inspeção tão rigorosa quanto a nossa, durante suas conexões na Europa ou nos EUA, sendo submetidos nesses casos à dupla triagem.

O rastreamento dos passageiros no Brasil ocorre de forma metódica e rigorosa. Antes do desembarque as tripulações das aeronaves, por exemplo, são rotineiramente acionadas pelas equipes da Vigilância Sanitária para identificar se há alguém com algum sintoma suspeito. Em caso positivo essa pessoa é automaticamente atendida para que seja feita a anamnese.

Caso ela possa ter contraído um vírus como Coronavírus, toda aeronave poderá ser isolada até que seja feita uma triagem segura. Os passageiros suspeitos ficam em ambiente controlado até a chegada da equipe de Infectologia.

E o trabalho não para aí. Em todas as cidades brasileiras com portos e aeroportos há hospitais de referência devidamente equipados para receber esses pacientes/passageiros. As equipes de Saúde estão treinadas para esses casos.

Zanetta lembra que já houve outras situações de risco que não fugiram ao controle no Brasil, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, do inglês) e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS, do inglês), em 2002 e 2012, respectivamente, assim como a Gripe Suína H1N1, a Gripe Aviária e a Febre Ebola. Ele enfatiza: “existe um SUS que as pessoas não vêm, mas que protege de modo permanente e contínuo a população brasileira”.

“O trabalho desenvolvido pelo Brasil, por meio do SUS, é reconhecido pela comunidade internacional como uma das melhores barreiras epidemiológicas do mundo”, conclui o professor.


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