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sexta-feira, 15 de novembro de 2019

A arte de encontrar o consenso a partir do dissenso


Há alguns dias, presenciei emergir em sala de aula mais uma daquelas discussões saudáveis sobre o que são verdadeiras atitudes sustentáveis. A habilidade de se expressar, a pluralidade dos pontos de vista e a capacidade de avaliar de forma crítica com base em argumentos sólidos são características que aprecio muito e que, portanto, procuro incentivar em minhas aulas.

Assim, enquanto vejo os alunos engajados e instigados a opinar, questionar e criticar, sorrateiramente deixo as vozes correrem soltas e apenas observo. Mal sabem eles que, para mim, esse é um momento de grande aprendizado e satisfação.

Na vanguarda pela educação para a sustentabilidade já participei de muitas dessas discussões. Ainda em 2004, estive com o ex-secretário geral da ONU, Kofi Annan, em um importante evento da iniciativa Pacto Global que busca inspirar empresas a adotarem princípios mais responsáveis; em 2006, reuni-me com outros reitores de universidades do mundo todo para traçar os Princípios da Educação Executiva Responsável (PRME); conheci Ban Ki Moon, também ex-secretário-geral da ONU em 2015, no lançamento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável; e no ano passado, estive com outros diretores de escolas em um evento comemorativo dos dez anos do PRME, onde pensamos os novos passos da iniciativa rumo ao horizonte 2030.

Portanto, para mim, ver os alunos discutindo sustentabilidade é um retrato de como toda essa concepção está sendo entendida pela sociedade. Ao escutá-los avaliarem as iniciativas das empresas, questionando o que é de fato legítimo ou não; vê-los defenderem mudanças estruturais nos modelos de gestão seja na esfera pública ou corporativa; e principalmente, presenciar discussões sobre os modelos de ensino e a importância da disseminação da educação e da cultura para a sustentabilidade representa uma conquista.

Mostra o quanto evoluímos das resoluções do Relatório de Brundtland para um mundo em que o pensamento sustentável e, consequentemente, os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável fazem parte não somente da agenda dos Governos, das empresas, das escolas e da sociedade civil, mas principalmente, são parte do cotidiano das pessoas.

A grande questão é que o termo sustentabilidade começou sua trajetória cercado por enigmas que somente grupos específicos sabiam lidar. Atrelado ao cunho prioritariamente ambiental foi por vezes mal interpretado, mal compreendido e até mesmo maquiado (o famoso greenwashing). O desenho do tripé que atribuiu o mesmo peso aos eixos social, econômico e ambiental veio facilitar o entendimento comum da abrangência da sustentabilidade e a importância desse equilíbrio. Porém, essa ainda é uma visão limitada.

Principalmente se considerarmos as colocações de ecossocioeconomista, Ignacy Sachs, que de forma extraordinária, nos mostrou que há muitas outras dimensões a considerar. Para Sachs, há ainda questões culturais, ecológicas, territoriais, políticas e planetárias que representam implicações nesse caminho para o equilíbrio.

Por isso, mesmo já ultrapassado 30 anos do que ficou conhecida como a primeira definição do conceito de desenvolvimento sustentável, isso está longe de ser unanimidade. O que particularmente, acho ótimo!

Tanto o conceito quando o que representam as práticas do ideal sustentável ainda precisam ser construídos. Assim como observado pelo pesquisador Steven Johnson, as boas ideias surgem da colisão entre palpites que se unem para formar algo maior, porém precisam de tempo para amadurecer (vídeo “Como surgem as boas ideias”). Por isso, acredito na riqueza dessas discussões sejam elas nas salas de aula, nos corredores das empresas ou nas mesas de café. O importante é a combinação das ideias em uma construção contínua e coletiva, pois é no dissenso que encontraremos o consenso para um mundo mais justo e responsável.

Um dos meus exercícios favoritos nas aulas de mestrado é convidar os alunos a reconstruírem o conceito de desenvolvimento sustentável. Há sete anos levamos mais de duas horas para chegar a um consenso. Na última turma de 2017, em trinta minutos tínhamos uma resposta. E quer saber qual a palavra mais recorrente em todas as novas definições encontradas? Transformação.

Afinal, o que é encontrar o consenso a partir do dissenso senão experienciar um processo de transformação. É exatamente isso que encontro ao observar as calorosas discussões em sala de aula: alunos que evoluem da posição de observadores para – empoderados de conhecimento – se transformarem em protagonistas desse desenvolvimento sustentável.






Norman de Paula Arruda Filho - Presidente do ISAE – Escola de Negócios, conveniado à Fundação Getulio Vargas, professor do Mestrado em Governança e Sustentabilidade do ISAE/FGV, e Coordenador do Comitê de Sustentabilidade Empresarial da Associação Comercial do Paraná (ACP).


5 dicas para pais e responsáveis escolherem a escola


Kazuko Yamauchi, fundadora e diretora da escola Roberto Norio, focada em Educação Infantil e anos iniciais da Educação Básica, explica os principais pontos a serem levados em conta na escolha da primeira instituição educacional

Com o final do ano se aproximando, pais e responsáveis começam a pesquisar escolas para seus filhos. Para quem procura uma instituição, especialmente pela primeira vez, é interessante prestar atenção em alguns tópicos que ajudam nessa decisão. Kazuko Yamauchi, que tem mais de 40 anos de experiência em educação infantil e também é fundadora e diretora da escola Roberto Norio, focada em Educação Infantil e anos iniciais da Educação Básica, no bairro do Paraíso (São Paulo), levantou alguns pontos fundamentais para auxiliar na busca. Confira:


1. Procure escolas num raio que seja viável e pesquise informações delas

A proximidade geográfica dos pais e responsáveis com a escola é primordial para evitar problemas com a locomoção. Assim, o primeiro filtro de pesquisa é procurar ao menos cinco escolas próximas para fazer uma visita. Nessa pesquisa, é essencial antes das visitas procurar referências na internet, seja em cada um dos sites das instituições e nas suas páginas nas redes sociais, como Facebook, além de páginas de reclamações de consumidores, como o Reclame Aqui.


2. Busque saber detalhes da proposta pedagógica e como ela é aplicada

Toda instituição de ensino segue uma linha pedagógica, seja ela tradicional, construtivista, montessoriana, entre outras. Mas tão importante quanto a linha pedagógica, é como se aplica na prática o desenvolvimento do aluno. Uma das premissas da Escola Roberto Norio é trabalhar de forma equilibrada três aspectos: mente, corpo e habilidades socioemocionais. “Todas são igualmente importantes e por isso dizemos que elas formam um triângulo equilátero da nossa estrutura educacional”, diz Kazuko. A partir da perspectiva pedagógica, as ferramentas e recursos disponíveis, e que muitas vezes são atrativas aos olhos dos pais, devem fazer sentido no dia a dia do aluno, senão passam a ser simples acessórios. “Nossas aulas de educação tecnológica (robótica) para o Infantil, por exemplo, estão conectadas à ideia do desenvolvimento da criatividade, da capacidade de trabalhar em equipe, do despertar à curiosidade, do pensamento crítico, o que vai ao encontro especialmente do aspecto socioemocional”, destaca.


3. Observe como é o relacionamento da escola com a família

Nos dias de hoje, com alunos cada vez mais tempo nas escolas, naturalmente que essas instituições de ensino passem a ter papel mais preponderante na educação das crianças, o que não diminui a responsabilidade dos pais. Assim, é fundamental observar como a escola procura envolver e se relacionar com os pais, mantendo-os ativos e participativos no processo educacional. “Na nossa escola, temos uma associação de pais e mestres, a qual incentivamos o engajamento constantemente, e que se reúne conosco a cada três meses para discutir a nossa proposta pedagógica”, destaca. Além das reuniões periódicas, a associação fica responsável por promover eventos e a integração entre as famílias. “Para o pai poder exigir qualidade, ele precisa participar de maneira ativa e coerente”.


4. Veja se a escola está aberta ao mundo 

O conhecimento de outras culturas e realidades, em uma sociedade digital e globalizada, também surge como um ponto relevante a ser olhado na escolha da escola. Na Escola Roberto Norio, as atividades culturais desenvolvidas durante toda Educação Infantil e Ensino Fundamental I culminam ao final do último ano com um intercâmbio ao Japão. “A viagem proporciona mais do que o aprofundamento sobre outra cultura, mas também contribui para o desenvolvimento da autonomia e da responsabilidade”, ressalta Kazuko.


5. Observe como a escola trata individualmente o aluno

Ver a quantidade de alunos por sala é um dos primeiros pontos a se avaliar. A legislação brasileira aponta até 30 alunos por sala nos primeiros anos, mas olhar e acompanhar individualmente cada criança requer tempo e engajamento. Segundo Kazuko, o número ideal para um acompanhamento qualificado tem de ser bem menor. “Na nossa escola, são 12 alunos por sala, no máximo”, destaca. Porém, a quantidade é apenas o começo: “a formação começa entre zero e dez anos e é nessa fase que se cria a base mais importante, por isso, é preciso conhecer e acolher as crianças individualmente, identificando seus potenciais e adequando a intervenção para extrair e desenvolver o melhor de cada uma delas”, completa.





Escola Roberto Norio
www.robertonorio.com.br


Especialista em educação dá dicas aos pais para incentivar o estudo também durante as férias


Especialista em educação cita dicas para ajudar na difícil tarefa de encontrar a dose ideal entre diversão e estudo


Férias chegando e as crianças já estão ansiosas para brincar, viajar e aproveitar cada minuto de diversão com os amigos e familiares. Mas, o que os pais podem fazer para que a rotina de estudos não fique esquecida até o retorno das aulas? “Com poucos minutos de estudo diário, de preferência pela manhã, é possível manter o cérebro ativo, sem atrapalhar as brincadeiras”, diz Giovana Maria de Almeida, com mais de 15 anos de experiência na área de educação.

Criar o hábito saudável de estudar um pouco todos os dias traz muitos benefícios, pois além de não perderem o ritmo de estudos, também prepara para um retorno tranquilo para as aulas do próximo ano. “Pode parecer difícil convencer a criança sobre a importância do estudo diário, mas é um investimento que ela só compreenderá no futuro”, diz a especialista. Com o estudo diário, a ela aprende a ter responsabilidade, mantém a memória ativa, a persistir e a buscar seus sonhos, além de ajudar no ritmo do retorno às aulas.

Pais, acreditem a prática é benéfica. Com o estudo diário ela aprende a ter responsabilidade, mantém a memória ativa, aprende a persistir e buscar seus sonhos e quando volta às aulas não sofre para retomar o conteúdo.

Ainda de acordo com Giovana, Coordenadora Pedagógica do Kumon há 5 anos, o apoio dos pais é fundamental e essencial para maximizar com sucesso a capacidade das crianças. “Estudar não precisa ser chato e cada pai pode encontrar a melhor maneira de incentivar o seu filho. Ler com os pequenos, participar de jogos educativos, ir ao teatro, enfim, qualquer atividade é válida”.

Confira os valores que o estudo diário pode proporcionar:

  1. Responsabilidade: todos sabemos que para se ter sucesso é preciso colocar os deveres antes da diversão.
  2. Perseverança: desistir de fazer as lições é muito fácil, mas ao persistir estudando um pouco por dia, o aluno aumenta a sua confiança e no futuro lutará por todos seus objetivos sem preguiça.
  3. Organização: administrar bem o tempo disponível para fazer cada atividade, incluindo tempo para brincar e descansar leva o aluno a se organizar melhor nos estudos na escola e para toda a vida.

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