Pesquisar no Blog

quinta-feira, 19 de julho de 2018

Entenda a polêmica envolvendo a vitamina D


Sociedades Médicas recomendam cuidado ao relacionar esta vitamina com doenças que não estão ligadas ao sistema osteomuscular


A vitamina D é um hormônio essencial para o bom funcionamento do corpo e muito importante para o metabolismo ósseo. Cerca de 90% da produção e absorção do hormônio no corpo humano é feito através dos raios ultravioleta tipo B emitidos pelo sol, mas também é possível absorvê-lo (em baixa quantidade) pela ingestão de alguns alimentos, como, laranja, peixes e cogumelos.

Apesar de o Brasil ser um país tropical e com grande incidência de sol, pesquisas mostram que aproximadamente 30% da população possui deficiência de vitamina D. Devido a esse número elevado, a vitamina passou a ser associada a diversos mitos relacionados à prevenção de sérios problemas de saúde, como doenças cardiovasculares, diabetes e câncer.

De acordo com o Doutor Sérgio Vencio, endocrinologista que integra o corpo clínico do Laboratório Exame, os estudos atuais mostram que o baixo nível da vitamina no corpo não está relacionado à essas patologias. “A medida que os estudos são publicados, as evidências científicas comprovam que não há associação importante com tais doenças (cardiovasculares, diabetes e câncer), seja na causa ou na prevenção”, explica.
  
O especialista relata que altas doses do nutriente costumam ser prescritas como prevenção para diversos males, mesmo sem nenhuma pesquisa comprovando a eficácia. A Sociedade Brasileira de Patologia Clínica (SBPC) recomenda que, o teste de dosagem de vitamina D, assim como a reposição do nutriente não deve ser solicitado para qualquer paciente. “Pessoas saudáveis abaixo dos 60 anos não tem recomendação para fazer a dosagem. Em relação ao tratamento, ela é recomendada apenas para pessoas que apresentem deficiência comprovada”, informa o especialista.

Vitamina D e os problemas ósseos
O médico enfatiza, ainda, que a vitamina D é componente essencial para o metabolismo ósseo pois é responsável por fixar o cálcio. A deficiência do hormônio pode levar a perda de massa óssea, que acarreta na osteoporose. “Isso ocorre porque o hormônio é essencial para a absorção do cálcio”, pontua o médico. As crianças com deficiência de vitamina D, por exemplo, podem desenvolver raquitismo, distúrbio ósseo que amolece e enfraquece os ossos.

Para manter um nível saudável de vitamina D no corpo o recomendado é pegar sol, sempre antes das 10h da manhã, sem cremes de proteção solar pelo menos 3 vezes por semana.

Nível de Vitamina D recomendado
Pessoas saudáveis abaixo dos 60 anos
20 ng/mL (nanogramas por mililitro)
Idosos
Entre 30 e 60 ng/mL
Pessoas com doenças crônicas
Grávidas e lactantes
                                                                                                                                 *Fonte: SBPC





Exame
www.laboratorioexame.com.br  - Atendimento ao Cliente no (61) 4004-3883.


Endometriose está entre as 20 piores dores do mundo


De 30 a 40% das mulheres com endometriose podem apresentar infertilidade e entre elas, 50% têm endometriose

A dor crônica é um dos maiores sintomas para quem vive com a endometriose. Entre as dores que se dividem entre abdominais, nas costas, nas pernas, fadiga, períodos menstruais doloridos e até dores de cabeça, a doença é um problema comum normalmente diagnosticada entre 25 e 35 anos, mas que muitas vezes já começa alguns meses após o início da primeira menstruação. A medica ginecologista e obstetra Dra Kelly Alessandra comenta as causas, consequências e o tratamento.
“A endometriose é uma condição na qual o endométrio (mucosa que reveste a parede interna do útero) cresce em outras regiões do corpo – por isso causa tantas dores em diferentes regiões do corpo”, explica a médica.
Normalmente causada por fatores hereditários – aumentado em seis vezes mais em casos na família, outros possíveis fatores de risco também podem causar a endometriose. São eles: menstruar muito cedo, nunca ter tido filhos, apresentar ciclos menstruais frequentes e que duram mais de sete dias ou anormalidades no útero.
Para identificar a doença Dra Kelly avisa que há alguns sintomas que merecem atenção: dor intensa durante a menstruação, dores durante a relação sexual, dor ao urinar ou evacuar e infertilidade. “Depois de detectado o problema, alguns exames podem ajudar a fechar o diagnóstico e mesmo sendo classificada em superficial ou profunda endometriose tem tratamento que pode ser feito com a ajuda de medicamentos ou de cirurgia”, garante a médica.






Dra Kelly Alessandra da Silva Tavares - Médica ginecologista e obstetra com pós graduação em nutrologia com enfoque na saúde da mulher em todas as fases da vida, promove a orientação sobre hábitos saudáveis de vida, prevenção de doenças, seguimento de rotina ginecológica e pré natal. Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina do ABC (FMABC) em 2004 com residência médica em Ginecologia e Obstetrícia pela mesma instituição em 2007. Especialista em Endoscopia Ginecológica pela FEBRASGO/AMB em 2009 e mestre em Ciências da Saúde em 2016 e pós graduanda em nutrologia pela Associação Brasileira (ABRAN).

Falta de acesso para usuários de planos de saúde bate recorde histórico. No SUS, internar paciente virou missão impossível para o médico


 Pesquisas Datafolha

A Associação Paulista de Medicina, por intermédio do Datafolha, realizou entre abril e julho de 2018 duas pesquisas conhecer melhor os problemas enfrentados por pacientes e médicos na relação com os planos de saúde e no SUS.

Os dados apontam dificuldade gigantesca para o acesso à assistência, além de obstáculos de toda a ordem para a realização de exames laboratoriais, cirurgias e internações.
Pesquisa população

Captar a opinião dos cidadãos usuários sobre o atendimento de planos ou seguros de saúde do Estado de São Paulo foi o objetivo da pesquisa número 1. As entrevistas foram realizadas de 25 de abril a 2 de maio, para uma amostra total de 836 pessoas, com 18 anos ou mais de todas as classes econômicas. A margem de erro é de 3 pontos percentuais.

Só para ter uma ideia de grandeza numérica, a população adulta   do estado hoje é de 34,5 milhões (fonte IBGE). Os usuários de planos de saúde são aproximadamente 40% deste universo, ou seja, 13,7 milhões. A pesquisa ouviu aqueles que utilizaram a rede suplementar nos últimos 24 meses: 11,2 milhões de pacientes.

O índice de usuários com algum problema na utilização dos serviços teve um salto estrondoso. Cresceu 25%, passando de 77%, em 2012, para 96% atualmente. Isso significa que as dificuldades com os planos de saúde praticamente são universais, pois beiram os 100%.

Outra vez uma ideia de grandeza: enfrentarem problemas 10,8 milhões de pessoas, entre 11,2 milhões dos utilizaram a rede suplementar nos últimos 24 meses.

Consultas médicas e exames diagnósticos foram os serviços mais usados pela população. Em todos eles, o índice de problemas aumentou de seis anos para cá, em especial no pronto atendimento (pronto socorros).

Nas consultas médicas, as dificuldades passaram de 64%, em 2012, para 76% agora. Para um paciente conseguir exames e diagnósticos, está virando milagre. As queixas aumentaram em quase 50%, pulando de 40% para 72% no período. No pronto atendimento, 8 em cada 10 pacientes de planos de saúde que utilizaram serviços enfrentaram algum um tipo de problema.


De 2012 para 2018 também ficou mais difícil liberar uma guia junto aos planos de saúde, o que pode ser indicativo da criação de barreiras. Neste quesito, as dificuldades eram relatadas por 59% há seis anos e atualmente por 71%.

Por falta de opções/dificuldades para o atendimento nos planos de saúde, os usuários, mesmo pagando altas mensalidades, vêm sendo empurrados para o SUS ou para o atendimento particular.

Há seis anos, 15% engrossavam as estatísticas dos que se viam obrigados a buscar tratamento na rede pública. Hoje, são 19%. Já aqueles que tiveram de recorrer a serviços particulares, por absoluta falta de opção do sistema suplementar, aumentaram em mais de 100%: eram 9% em 2012 e são 19% em 2018.

A pesquisa 1 Datafolha-APM também aponta que os usuários desconhecem os prazos máximos para atendimento estabelecidos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar. 

Aqui fica evidente que a ANS não tem cumprido adequadamente seu papel de órgão regulador.


Outra percepção importante dos pacientes é a de que as empresas dificultam a realização de procedimentos de custo maior, colocam restrições ao trabalho dos médicos, inclusive pressionando-os a antecipar altas (reduzir tempo de internação), postergam a autorização de exames e procedimentos, além de não cumprir todas as regras do contrato.



Pesquisa médicos
 
A segunda pesquisa Datafolha-APM tem como público-alvo os médicos. Foi realizada entre 12 de junho e 2 de julho, para levantar a percepção dos profissionais quanto aos planos de saúde e a assistência na rede pública (SUS). A amostra total é de 615 entrevistas no Estado de São Paulo, a margem de erro, de 4 pontos percentuais.

Nove em cada dez médicos (90%) declaram que há interferência das empresas da área suplementar no exercício da medicina. Seis em cada dez apontam restrições quanto à solicitação de exames para o diagnóstico e alternativas de tratamento. Ficam evidentes também entraves para a prescrição de medicamentos de alto custo, tempo de internação e de pós-operatório, entre outros.

Sessenta por cento dos entrevistados trabalham no Sistema Único de Saúde. Só 2 entre cada 10 declaram conseguir internar um paciente com facilidade. Quanto ao tempo para internação, há queixas de 9 entre cada dez.

Oitenta e cinco porcento dos médicos que atendem SUS não vêm facilidade para obter uma sala de cirurgia. Dificuldade excessiva é relatada por 91%. Também são 9 em cada 10 profissionais os que apontam que o SUS não possui equipamentos adequados para exames e diagnósticos.

Mais um dado alarmante: cerca de 7 entre 10 médicos (64%) já sofreram algum tipo de agressão no exercício da medicina. O mais grave é que 12% denunciam que já foram vítimas de agressão física, como tapas, chutes e socos.


Posts mais acessados